sábado, 14 de setembro de 2013

Via Email: SARAIVA 13: FHC diz que não pode haver crime sem castigo, excetuando-se os dele e de sua quadrilha

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SARAIVA 13


Essa pressão é reacionária

Posted: 14 Sep 2013 03:10 PM PDT


Quatro ministros do STF votam a favor de novo
julgamento; dois são contra / José Cruz/ABr

"Ministros do STF pretendem acreditar em algo que, no caso, não existe: a "opinião pública". Existe é a mídia nativa

Quase ao final de um voto de aproximadamente uma hora, na quarta 11, o ministro Luís Roberto Barroso,  primeiro a se manifestar no Supremo Tribunal Federal, sobre a aceitação ou rejeição dos "embargos infringentes", em continuidade à Ação Penal 470,  invocou um princípio básico da democracia: o direito de a minoria tornar-se maioria.

Essa é a tradução livre do argumento que usou. Ele falou literalmente: "O direito de 11 não pode ser atropelado pelo desejo de milhões". O número referido, 11, é o conjunto de réus beneficiados  com a aceitação dos embargos infringentes. Barroso reagiu sutilmente à pressão da mídia, insistente na tentativa de forçar a punição dos réus do chamado "mensalão" com o máximo rigor possível.

A tendência à quarta-feira 11 era de que a minoria do tribunal, tímida e restrita a dois corajosos votos ao longo da primeira fase do julgamento (Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli), não se dobraria a essa indecifrável e sempre invocada "opinião pública", que dispensa comprovação da existência de quem a invoca.

Cresceu a minoria no plenário do STF. Já na quarta  aos dois votos iniciais, de Dias Toffoli, que chegou a votar, e de Ricardo Lewandowski, que votaria no dia seguinte, somaram-se os votos de Barroso,  Teori Zavaski e Rosa Weber.
Barroso, com a cautela de quem transita em terreno pantanoso, ao falar da inferioridade numérica dos acusados, talvez tenha lembrado aos ministros, religiosos ou não, pelo menos a história do Cristo simbolicamente exposto numa das paredes do plenário do STF. Há na imagem do crucificado a prova de que como  alvo da pretensa  "opinião pública" pode ser vítima de grave erro de julgamento, como ocorreu, no caso de Jesus, há mais de 2 mil anos.

Partira do ministro Zavascki, na sessão anterior de 5 de setembro um petardo contra o rigor invocado para a punição dos réus, principalmente no capítulo dos crimes de "formação de quadrilha". Homem de poucas palavras e muita autoridade, Zavascki, oriundo do Superior Tribunal de Justiça, disse que as punições para esse tipo de crime, adotadas no julgamento, foram de "notória exacerbação".

Ao cabo do julgamento, assusta a facção neoliberal do STF. Impressiona  a facilidade com que os ministros conservadores (mais notoriamente Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Gilmar Mendes) punham e dispunham sobre a situação. "O que justifica a existência do STF é a defesa aos direitos fundamentais", alerta o advogado Luiz Moreira, do Conselho Nacional do Ministério Público. "Num país onde a tradição jurídica desprezou rotineiramente os direitos fundamentais, em que o STF convalidou todas as ditaduras, não se pode afastar a possibilidade de esse tribunal se constituir como instituição que se guia pela aplicação do direito a partir de escolhas ideológicas", alerta Moreira."
Enviada por: / 12:31
 
Também do Blog BRASIL! BRASIL! 

Livro disseca pressão da mídia na Ação Penal 470

Posted: 14 Sep 2013 02:10 PM PDT


"Organizado por Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina (na foto maior), o livro "AP 470: análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa" demonstra como alguns meios de comunicação tentaram emparedar, intimidar e até chantegear juízes do Supremo Tribunal Federal; se faltava a prova cabal da tese, ela veio no fim de semana, com a ameaça de Veja ao decano Celso de Mello, na linha "ou vota conosco, ou será crucificado"; confira alguns trechos e o prefácio de Dalmo Dallari

Não poderia ser mais atual. No momento em que a Ação Penal chega à sua hora decisiva, um livro disseca a ação dos meios de comunicação na Ação Penal 470, que trata do chamado "mensalão". Organizado por Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina, ele foi feito a partir de diversas entrevistas com advogados de defesa, que atuaram no caso. E se faltava alguma prova da pressão exercida pela mídia, ela veio neste fim de semana, em que Veja ameaça crucificar Celso de Mello, caso o decano contrarie seu propósito político (leia mais aqui).
Com prefácio do professor Dalmo Dallari, o livro "AP 470: análise da intervenção da mídia no julgamento do mensalão a partir de entrevistas com a defesa" é divulgado em primeira mão pelo 247. Confira, abaixo alguns trechos.
1. Do Prefácio do Professor Emérito Dalmo de Abreu Dallari: 
"O Julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal, processo que foi batizado pela imprensa de "mensalão", ganhou as primeiras páginas da imprensa desde os primeiros dias, sendo tratado como um espetáculo mais do que como um caso jurídico em que se fossem apurar acusações de ilegalidades praticadas por agentes públicos e privados em prejuízo da normalidade jurídica e do patrimônio público. No decorrer do julgamento ficou evidente que o espetáculo não havia sido criado por acaso, mas tinha o propósito de estimular a opinião pública a exigir a condenação dos acusados, deixando de lado as exigências de Justiça e de respeito aos preceitos constitucionais e legais. Eram quarenta os acusados e entre eles havia muitos que tinham posição importante no quadro das disputas político-partidárias, alguns dos quais ainda ocupavam posições de relevo em órgãos do governo e da Administração Pública.
Alguns elementos objetivos do conjunto de circunstâncias envolvidas no procedimento judiciário são reveladores da interferência de fatores não-jurídicos na condução do processo e no julgamento da Ação Penal 470. Para embasar essa afirmação basta assinalar um ponto de extrema relevância jurídica, que deixou muito evidente que naquele caso o Supremo Tribunal Federal não estaria cumprindo aquilo que a Constituição define como sua função precípua, que é a guarda da Constituição. O que ocorreu, e que é de fundamental significação jurídica, é que por meio da Ação Penal 470 os 40 réus foram denunciados e começaram a ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal, sem terem passado por instâncias inferiores. E entre eles estavam muitos que não tinham cargo público nem exerciam função pública quando, segundo a denúncia, teriam participado dos atos que deram base à propositura da ação pelo Ministério Público." 
Matéria Completa, ::AQUI::
 
Do Blog BRASIL! BRASIL! 

FHC diz que não pode haver crime sem castigo, excetuando-se os dele e de sua quadrilha

Posted: 14 Sep 2013 02:06 PM PDT

Resumo da ópera 470: submeter-se ou não à Globo?

Posted: 14 Sep 2013 01:56 PM PDT



Na sessão desta última quinta-feira, disse o ministro Barroso que "vota com sua consciência e não se pauta pelo que vai sair no jornal do dia seguinte". É o resumo da ópera 470 – vulgarmente conhecida como Mensalão do PT: submeter-se ou não à Globo?
A estratégia preparada por Joaquim Barbosa foi a de isolar o derradeiro voto (que desempatará em 6 x 5 para um dos lados) para a próxima sessão, quarta-feira que vem, e assim jogar o ministro Celso de Mello aos leões da mídia durante os próximos 7 dias.
Se resistir à pressão vulcânica que o aguarda nesta semana, na mídia, e acabar por aceitar os tais embargos infringentes – adiando ou apagando para sempre as capas que o PiG sonha imprimir há 8 anos –, Celso de Mello salvará o STF (e, mesmo, a consciência dos outros cinco ministros que tentam "executar" o PT sumariamente).
Por outro lado, se o ministro dobrar-se à vontade da mídia e consentir que se algeme os petistas em praça pública(da), realizará o sonho de curto prazo de Globo, Folha, Estadão e Veja. Neste caso, ao contrário do que muita gente pensa, a novela estará longe de terminar. Além de transformar o STF na casa da mãe Joana da Globo e abrir precedentes para outros linchamentos nos mesmos moldes da 470 em qualquer tribunal do Brasil, a prisão de Dirceu, Genoino, J. P. Cunha e Delúbio levará o caso à Corte da OEA – que tem o poder de anular o julgamento ou partes dele. Isso significaria mais desmoralização ao STF e seus atores. Não só no Brasil, mas aí sim, perante toda a comunidade jurídica internacional.
Os ministros que votaram pela degola imediata dos réus parecem não se importar em serem achincalhados por quem entende de direito penal. Parece que o que mais aterroriza Barbosa e os demais que votam com ele é a opinião publicada na imprensa. Desde o início do julgamento ficou evidente sua postura político-partidária a serviço de interesses escusos.
Ao PiG só interessa uma coisa: algemar e fotografar. Mais tarde podem anular o julgamento, pouco importa. O estrago já estaria feito: finalmente o PT estaria "em cana".
Claramente a serviço da Globo (o que será que prometeram a Barbosa além dos "5 minutos de fama"?) o STF aceitou a tese parida nas fétidas redações do PiG e Barbosa conduziu o caso construindo "indícios" que qualquer estudante de primeiro ano de direito consideraria insustentáveis. A omissão de provas a favor do chamado "núcleo político da quadrilha" já foi exaustivamente criticada por toda a comunidade jurídica do país. A bizarra utilização de argumentos como o "domínio do fato" devolvendo aos réus a tarefa de provar sua inocência só é aceita pela mídia e seus leitores coxinhas. Henrique Pizzolato é mais inocente que uma criancinha mas, fato é que se aliviarem para um único réu, todo o julgamento desmoronará como um castelo de arreia. (Por isso Barbosa resolveu julgar e condenar todos ao mesmo tempo correndo esse risco.)
Os seguidores da Globo & Famiglia dividem o mundo entre petistas e anti-petistas. Discordar da existência do Mensalão – esse delírio midiático que tentam nos enfiar goela abaixo há 8 anos – não significa ser petista. Significa ter um mínimo de inteligencia e bom senso. Porque uma das principais características do idiota político é pensar que está numa arquibancada de um Fla-Flu. Nisso se resume sua "visão" política.
Chamar vândalos mascarados e o bando de filhinhos de papai que os seguem de "vozes das ruas" é risível. O povo mesmo, o povão que os reaças tratam como gado comprado com o "bolsa-esmola", jamais foi às ruas para protestar contra os governos petistas. Ao contrário, elegeram e reelegeram este governo por três vezes seguidas e com larga folga.
O mensalão é um expediente desgastado. Foi utilizado sem o sucesso eleitoral esperado nas urnas de 2006, 2008, 2010 e 2012. Em 2014 vai ser a raspa do tacho. E depois do mensalão? A oposição voltará a fazer política? Construirá um projeto alternativo e consistente para oferecer ao país? E o mais difícil de tudo: construirá um candidato que realmente pense no povo brasileiro? Ou vão continuar batendo na tecla "destruir o PT e dane-se o resto"?

De qualquer maneira, cedo ou tarde, a novela do chamado Mensalão do PT ficará para trás. E as excelências do STF terão vários pratos cheios para degustar: o mensalão do PSDB, a sonegação da Globo, o cartel das licitações de Covas, Serra e Alckmin, o destravamento da Satiagraha de Daniel Dantas, a Privataria de FHC…

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Também do Blog O TERROR DO NORDESTE.

A verdade sobre o "novo julgamento" dos réus do mensalão

Posted: 14 Sep 2013 01:54 PM PDT



O PiG e seus leitores estúpidos, hipócritas e idiotizados, com nítido propósito de enganar a sociedade, anda dizendo por aí que a admissão dos embargos infringentes levará os réus do mensalão a novo julgamento.É mentira! Em sendo admitido os embargos(e será), apenas 11 réus serão beneficiados, ou seja, os que foram condenados por quadrilha, como foi o caso de José Dirceu, e lavagem de dinheiro, como foi o caso de João Paulo Cunha.O crime de corrupção passiva, cometido por Dirceu e peculato cometido por João Paulo, não serão rejulgados. Com novo julgamento do crime de quadrilha, caso seja favorável aos réus(e será), apenas terão eles as penas reduzidas, nada mais que isso.O que incomoda o PiG é que, sendo o crime de quadrilha julgado improcedente, Dirceu, por exemplo, não vai ser mais tachado de quadrilheiro e não cumprirá a pena em regime fechado.É por isso que o PiG tenta jogar a a população contra o STF.Lamentável é que vejo pessoas inteligentes , por pura desonestidade intelectual, comprando essa ideia.
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Do Blog O TERROR DO NORDESTE.

O jogo até 4a. feira

Posted: 14 Sep 2013 07:13 AM PDT

"As pressões contra o Supremo vêm de um circo produzido por veículos que abandonaram os princípios do jornalismo
Paulo Moreira Leite, ISTOÉ
A manobra protelatória que permitiu o encerramento da sessão de quinta-feira sem o voto decisivo de Celso de Mello foi um aperitivo do que virá por aí. Os pronunciamentos chegaram a ser arrogantes. O esforço para ganhar tempo de forma bisonha, teatral, foi ofensivo num tribunal onde a denuncia de chicanas é feita com tanta facilidade.
Confesso que fiquei perplexo ao assistir Marco Aurélio Mello virar-se para Celso de Mello e fazer uma advertência nestes termos:
"Estamos a um voto. Que responsabilidade, hein, ministro Celso de Mello."
É ofensivo. Parece um professor dirigindo-se a um discípulo.
Parece que a responsabilidade de Celso de Mello não é idêntica a de cada um dos onze ministros que tomaram a decisão.

Para empregar uma imagem: ele vai dar um voto. Não vai cobrar um pênalti.
O esforço para colocar a decisão sobre os ombros do decano é apenas uma tentativa de diminuir a firmeza de suas convicções.
O que se pretende é acovardar Celso de Mello diante de um voto que é tão legítimo como o de todos os outros.
Sua travessia até quarta-feira será longa. Não consigo imaginar as pressões que irá receber durante cinco dias para recuar, deixar de lado o que escreveu, negar aquilo em que acreditou.
Até porque contraria o senso comum, aquela verdade dos donos da verdade, aquela mentira que tantas vezes repetida deixa de provocar estranhamento, é um voto com um valor especial.
Isaiah Berlim, um dos pensadores mais argutos do século XX, dizia quem os bons princípios são aqueles que contrariam nossos interesses.
Um dos mais duros adversários de José Dirceu e do governo Lula, capaz de criticá-los com palavras que considero erradas e injustas, Celso de Mello está mostrando que é preciso separar os princípios do Direito das convicções políticas.
Nada fará para dar conforto a seus adversários políticos.
É muito provável que, com a aprovação dos embargos infringentes, o ministro se recuse a votar pela inocência de José Dirceu.
Ele concorda com a noção de que o governo do PT abrigou uma organização criminosa.
A discussão não é esta, no entanto. O decano sabe disso.
Não deixará de dar um voto que considera correto só porque eles poderão beneficiar-se dessa decisão.
Essa foi a mensagem que deixou, ao lembrar que os interessados em adivinhar seu voto só precisam ler sua declaração de 2 de agosto de 2012. Há pouco mais de um ano, através de seus advogados, Celso de Mello disse aos réus da ação penal que eles teriam direito aos embargos infringentes – que iriam funcionar como um indispensável segundo grau de jurisdição para quem fora impedido de um julgamento na primeira instância.
Sua postura, assim, é uma forma de ser leal a si próprio – e a todos que deram fé a suas palavras.
Num Supremo politizado, que transformou convicções políticas em sentenças jurídicas, essa postura serve como uma aula sobre a necessidade de recuperar a Justiça como uma força que permite a comunhão de todos os homens.
É dessa forma que um ministro afirma valores. Tantas vezes mencionado por Celso de Mello no julgamento da ação penal, o ministro do STF Aliomar Baleeiro era um udenista convicto e um conservador sem retoques. Mesmo assim, foi capaz de defender os direitos de frades franciscanos acusados de participar da luta armada sob orientação de Carlos Marighella, mandando tirá-los da cadeia onde o regime mantinha trancafiados. Baleeiro demonstrou coragem num tempo em que a maior ameaça ao bom Direito vinha do Estado, da ditadura.
Os tempos são outros e muitas verdades mudaram. Não há por que comparar personagens, nem situações.
As pressões contra o Supremo vêm de um circo produzido por aqueles veículos de comunicação que abandonaram os bons princípios do jornalismo – pluralidade, isenção, respeito aos fatos – para organizar um espetáculo que deve ser unilateral como um anuncio de sabonete, definitivo como um pelotão de fuzilamento, catártico como um final feliz de novela.
Daí a importância de uma declaração de Luiz Roberto Barroso, ao dizer que não toma decisões pensando na "manchete do dia seguinte."
Ao tentar impedir o ministro de votar conforme sua consciência, seus adversários querem travar uma luta que ao longo da história só engradeceu juízes, advogados e cidadãos comuns –- o direito de todos e de cada um a uma defesa ampla, a defender sua inocência até que se prove o contrário. É isso, e tudo isso, que está em jogo no STF."

Mídia dá caneladas no Supremo

Posted: 14 Sep 2013 06:57 AM PDT

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:
Nas edições de sexta-feira (13/9), os jornais fazem a crônica do jogo de futebol em que se transformou o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal. Não faltam ofensas pessoais, ironias de nível mediano, meias verdade e principalmente demonstrações explícitas de partidarismos nos debates que acompanham as declarações de voto. Tudo detalhadamente publicizado pela televisão e pela internet, ao vivo e sem cortes.
Vistos na tela, os nobres ministros se revelam homens e mulheres comuns, quase todos nivelados pelo mesmo conjunto de paradigmas que faz do ambiente político no Brasil uma atmosfera cáustica na qual não cabem sutilezas.
Da leitura dos jornais pode-se concluir que o que move as decisões da mais elevada corte da Justiça brasileira não é a Justiça: é a política. Portanto, se a própria imprensa deixa claro que os critérios técnicos e o conhecimento jurídico se amoldam às ideologias e preferências partidárias, não há por que se preocupar com eventuais reações da sociedade a esta ou àquela decisão judicial.
Os diários dizem, por exemplo, sem meias palavras, que o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e o ministro Gilmar Mendes, que votaram contra a validade dos embargos infringentes, protelaram quanto puderam a conclusão da sessão, para evitar que houvesse tempo para o voto do decano do Tribunal, ministro Celso de Mello.
Sabe-se que Mello tem opinião declarada em favor da aceitação do recurso, e o alongamento das manifestações tinha como objetivo claro, segundo a imprensa, impedir que o último ministro a votar encerrasse a questão admitindo os embargos. Dessa forma, haveria tempo para tentar mudar sua opinião até a próxima quarta-feira (18/9), quando o STF deverá concluir a votação.
No dicionário Aulete, a palavra "chicana", tão deplorada no sistema da Justiça, é definida como:
"1. (Jur.). Ação ou resultado de impedir ou dificultar o andamento de um processo, com argumento ou questão irrelevante, ligada a aspectos técnicos ou a sutilezas e detalhes das leis; 2. Uso abusivo, distorcido, das formalidades, tecnicidades, sutilezas próprias ao funcionamento da justiça, ou, por extensão, de outras instituições e atividades".
Outras definições falam em "ação capciosa", "manobra de má fé", "ardil", "tramóia", "trapaça" e "astúcia".
Mudando a "narrativa"
Estaria a imprensa dizendo à sociedade que o presidente da Suprema Corte de Justiça, Joaquim Barbosa, e o ministro Gilmar Mendes se valeram de chicanas para impedir o voto do ministro Celso de Mello e impor suas opiniões pessoais ao colegiado?
Para usar uma expressão tirada do ambiente acadêmico pelo fenômeno midiático conhecido como Mídia Nínja, a análise da "narrativa" dos jornais permite apenas uma interpretação: manobras para adiar decisões judiciais são definidas como chicanas.
Mas nada parece surpreender os jornalistas, que tratam o Supremo Tribunal Federal como terreiro de cortiço. Nas edições sobre o costumeiro bate-boca entre os ministros, não faltam a estética das histórias em quadrinhos e a reprodução de manifestações ofensivas trocadas entre suas excelências.
O Estado de S. Paulo volta a utilizar a expressão "narrativa", que parece ter caído no gosto de seus editores, para falar que, se a Corte aceitar o embargo interposto pelos advogados e, num novo julgamento, o ex-ministro José Dirceu conseguir se livrar da condenação por formação de quadrilha, a "narrativa" sobre o ex-ministro da Casa Civil teria que mudar.
Ora, a mesma análise de narrativa, aplicada à linguagem jornalística no trato desse escândalo, mostra que a maioria dos réus estava condenada antes da sentença, o que tem motivado afirmações segundo as quais parte dos ministros age em consonância com o que vem da imprensa. Tal interpretação é reforçada nas edições de sexta-feira, quando os jornais comentam as justificativas dos votos.
Os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, que votaram contra a validade dos embargos infringentes, alegaram que a reabertura do caso poderia gerar indignação popular e descrédito para a Corte. De olho no que dizem os jornais, e com seus egos expostos na TV e na internet pela transmissão direta das sessões, os magistrados caem das alturas para a vala comum onde fervem as paixões ideológicas.
Nas redes sociais, não há como escapar do ambiente de arquibancada em que se transformou o julgamento. Nas bancas de apostas, não há barbadas: mesmo se aceitos os embargos, pode ser que nada mude na retomada dos debates sobre o mérito.
As argumentações dos nobres ministros miram lá adiante, na eleição presidencial de 2014, mas quanto mais se engalfinham os magistrados, menor será a influência de suas decisões nas urnas.
Postado há 3 hours ago por
 

Crime organizado ameaça ministro do STF

Posted: 14 Sep 2013 06:47 AM PDT


Veja manda um recado: pode crucificar o decano
Foi exatamente para isso que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, conduziu uma chicana nas últimas sessões da corte, contando com a ajuda dos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello; os três queriam que houvesse uma capa de Veja no caminho do ministro Celso de Mello antes da decisão sobre os embargos; na última quinta-feira, ele pretendia votar, mas foi impedido pelo trio, na esperança de que o decano sucumbisse à pressão midiática; isso comprova que o jogo da mídia na Ação Penal 470, com a colaboração de alguns ministros do STF, é absolutamente imoral.
Brasil 247 - Pergunta número 1: por que Joaquim Barbosa encerrou prematuramente a sessão do Supremo Tribunal na última quarta-feira, às 18 horas, como se os ministros fossem burocratas com horário fixo para fechar o expediente? Pergunta número 2: por que Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello estenderam ao máximo seus votos na quinta-feira, como se fossem dois similares de Rolando Lero e não juízes de uma suprema corte? Pergunta número 3: por que Joaquim Barbosa, simplesmente, impediu Celso de Mello de votar na quinta, quando o decano disse que poderia fazê-lo em apenas cinco minutos? (saiba mais aqui)
A resposta sobre as motivações da chicana jurídica – demonstrada com antecipação pelo 247 na própria quinta-feira (leia aqui) – está nas bancas. O que se buscava era que, até a decisão final de Celso de Mello, houvesse tempo para uma capa da revista Veja. "Eis o homem", diz o título da revista da família Civita. "Ele condenou os réus do mensalão, mas agora tem de decidir entre a tecnicalidade e a impunidade. Não pode lavar as mãos como Pilatos, mas corre o risco de ser crucificado".
Num julgamento em que Veja e outros veículos de comunicação – Globo e Folha à frente – colocaram a faca no pescoço de vários ministros do Supremo Tribunal Federal para atingir não a justiça, mas sim seus objetivos políticos (leia aqui a análise de Hélio Doyle sobre esse fenômeno), há, agora, a tentativa de golpe derradeiro. Não com uma simples lâmina afiada, mas com uma cruz e alguns pregos.
Celso de Mello está avisado. Se decidir conforme suas convicções, já manifestadas de forma clara, no dia 2 de agosto do ano passado (assistaaqui), em defesa do direito de defesa dos réus, ele será crucificado.
O que comprova a absoluta imoralidade da imprensa brasileira ao longo do julgamento da Ação Penal 470. Ela, sim, merece ser condenada.
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Francisco Almeida 




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