BBC Brasil :
"Sites de rede social menores e voltados para públicos e interesses específicos cresceram rapidamente nos últimos anos, paralelamente ao Facebook, que foi criado em 2004 e já contabiliza cerca de 750 milhões de usuários.
Em países como Estados Unidos e Grã-Bretanha, o serviço de microblog Twitter e a rede social de contatos profissionais LinkedIn já são respectivamente o segundo e o terceiro sites de rede social mais acessados depois do Facebook, segundo a análise do especialista em mídias sociais italiano Vincenzo Cosenza.
Redes sociais
No Brasil, sites como o Twitter e LinkedIn já estão entre os dez mais acessados entre as redes sociais, atrás dos líderes Orkut (primeiro lugar), Facebook (segundo) e Windows Live Profile (terceiro), de acordo com a Comscore, empresa americana de pesquisa de dados na internet.
Para analistas de mercado, a atuação de empresas em diversos sites de rede social com públicos específicos se tornará mais importante, na medida em que eles conquistam mais usuários.
“A relevância das redes para os negócios depende mais da identificação das pessoas com elas do que do nicho que elas atingem. Em alguns casos, Tumblr ou Twitter podem ter importância muito maior do que o Facebook”, diz Luis Fernando Santos, gerente de mídias sociais da consultoria de marketing digital Predicta.
Conheça os principais sites:
Twitter
O microblog, que permite compartilhar mensagens e links em até 140 caracteres, já ultrapassou a marca de 200 milhões de usuários em todo o mundo e ocupa o segundo lugar entre as redes mais populares em países como Austrália, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Foi criado em 2006. A Comscore estima que o site é o quarto site de rede social mais acessado do Brasil.
LinkedIn
Um site social específico para profissionais em busca de contatos e oportunidades. Permite disponibilizar o currículo na internet, recomendar colegas e se comunica com outros serviços como o Twitter. Criado em maio de 2003, o Linkedin já ultrapassa a marca de 100 milhões de usuários, segundo o blog da empresa. É o 11º site mais acessado nos Estados Unidos, segundo a empresa de monitoramento de tráfego Alexa. Segundo a Comscore, o LinkedIn é o sexto mais acessado do Brasil entre as redes sociais.
Tumblr
Inaugurado em 2007, o Tumblr é uma espécie de Twitter de imagens, onde os usuários criam blogs para compartilhar referências visuais e conversar entre si. É possível acompanhar as postagens dos blogs selecionados em uma linha do tempo, como no Twitter. O site já é o 25º mais acessado nos Estados Unidos e o 45º do mundo, de acordo com a Alexa. Tem cerca de 20 milhões de usuários. Trata-se do oitavo site de rede social mais acessado do Brasil, de acordo com a Comscore.
Flickr
A rede permite que cada usuário compartilhe fotografias, comente as fotos de outros usuários e participe de grupos de discussão. Desde 2004, o site acumulou cerca de 5 bilhões de fotos feitas por quase 60 milhões de usuários, segundo seus próprios dados. É o 31º site mais acessado no mundo.
Last.fm
Segundo seus criadores, o Last.fm é a maior rede social online de música do mundo, com mais de 30 milhões de usuários. O site possui um sistema de recomendação de músicas, que faz um perfil do gosto musical de cada pessoa com base nas músicas que ela ouve em seu computador, dispositivo portátil ou em rádios online. O perfil é disponibilizado na rede social e pode ser compartilhado em sites como Twitter e Facebook e comentado por outros usuários. Foi criado em 2002.
Foursquare
A rede social online se baseia em um aplicativo para celulares e dispositivos móveis. Cada usuário faz um “check-in” no lugar onde está e pode fazer comentários e interagir com outras pessoas que estejam perto. O Foursquare pode ser integrado a sites como o Facebook e o Twitter e cresceu rapidamente desde sua criação, em 2009. Em junho de 2011, atingiu a marca de 10 milhões de usuários.
Instagram
A rede social de compartilhamento de imagens nasceu a partir de um aplicativo para iPod e iPhone, que permite aplicar efeitos retrô nas fotografias feitas com estes dispositivos. A partir daí, os usuários podem compartilhar suas imagens em um portfólio virtual e em outros sites similares. Desde seu lançamento, em 2010, o serviço acumulou cerca de 5 milhões de usuários.
Goodreads
É uma das principais redes sociais para leitores, com cerca de 4 milhões de usuários registrados. Nele, as pessoas podem criar suas próprias estantes virtuais, com livros que já leram, que estão lendo e que pretendem ler, além de fazer resenhas dos livros e recomendá-los para amigos. Foi criado em 2006.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011
Liberdade para mentir
Carta Maior - Izaías Almada - Liberdade para mentir:
A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.
Izaías Almada
Naquilo que foi considerada a primeira crise política do governo Dilma Roussef, com o defenestramento de um ministro, muito se discutiu sobre moral e ética. Opiniões, as mais diversas e desencontradas, pipocaram por quase três semanas em jornais, revistas, televisões e boa parte da blogosfera.
Para uma sociedade que, pelo menos na aparência, se mostra paradoxalmente mais preocupada com a corrupção e ao mesmo tempo mais corrupta a cada dia que passa, ativa ou passivamente, não importa, a proporção do debate quase atingiu as raias do paroxismo.
Contudo, e não estamos apontando nenhuma novidade, no quesito corrupção, a volúpia acusatória tem pendido sempre mais para um lado da balança do que para outro, sendo o Partido dos Trabalhadores o alvo preferencial da mídia. Entende-se: é a luta pelo poder político, dirão muitos.
Não só, ouso dizer, é também a luta de classes. E é também o entendimento atual daquilo que muitos brasileiros conhecem ou mesmo aprenderam sobre o pensar e o fazer político. É provável que muitos até já se esqueceram, é verdade, seja pelo vazio de ideias e pela repressão causada pelo golpe de 64, seja pelo canto do cisne das políticas neoliberais dos anos 80/90 ou mesmo do emblemático desaparecimento da União Soviética, onde muitos acreditaram que uma ideologia e um modelo de organização econômico social haviam chegado ao fim.
Lembrei-me, em meio a essas calorosas discussões sobre ética e moral, da leitura que fiz já há alguns bons anos de um livro intitulado “Marxismo e Moral”, de autoria do professor William Ash, norte americano que se mudou para a Inglaterra, cujo original foi publicado na Monthly Review Press em 1964 e editado no Brasil em 1965.
O livro, de linguagem fluente e fácil, procura discutir os conceitos morais dentro das condições materiais em que vivemos em sociedade ou, em outras palavras, o que nos leva a emitir juízos de valores morais numa sociedade capitalista, por exemplo, como essa que nos é dado viver.
Nos quatro longos capítulos em que procura sistematizar o seu pensamento, o autor faz referências a algumas obras e pensamentos de Marx, alguns dos quais nunca é demais lembrar. Por exemplo: “As ideias da classe dominante são, em qualquer época, as ideias predominantes”. Simples e cristalino. Só não entende quem não quer ou não se dá ao trabalho de pensar.
Na atual situação política brasileira, a ética tem sido usada como arma de combate entre adversários políticos de quase todos os partidos, sem exceção, sendo que os representantes desses partidos, seja no âmbito federal, estadual ou mesmo municipal, em sua grande maioria, representam interesses em sua maior parte, da classe dominante, mesmo que seus programas partidários e sua militância, quando ela existe, apontem noutra direção.
Contudo, nessa troca de acusações, muitas delas sem provas, o que tem vergonhosamente caracterizado uma quebra do princípio jurídico da inocência presumida, a quase totalidade da imprensa tem – sempre que pode – tentado fazer a balança pender para um dos lados.
Diz William Ash em sua obra acima citada: “Os moralistas que se identificam com uma classe que tenha desfrutado o poder e é ameaçada pelas bases têm uma compreensível tendência para ressaltar a obediência ou o dever como de primordial significação ética.”
Como já surgem indícios aqui e ali de que se torna cada vez mais tênue a linha que divide situação e a oposição no Brasil atual, pelo menos essa que coloca de um lado partidos como o PT e o PMDB, e de outro legendas como o DEM, o PSDB e o PPS, começa haver um vácuo de representatividade no país. Pergunta-se: obediência a quem? Dever para com quem?
A reforma política adquire cada vez mais importância e urgência, pois o poder político não admite o vácuo. Em momentos de indecisões, recuos ou mesmo de reflexões para novos avanços, há sempre alguém (grupos eu diria) que se aproveita para reconquistar ou manter posições conservadoras ou mesmo inibidoras de políticas econômicas menos ortodoxas. E nisso, contam com o apoio de uma imprensa que defende a sua liberdade ou a liberdade de opinião (a sua) sempre em proveito próprio ou de grupos a quem tradicionalmente se alia.
E nesse jogo de interesses, as ideias predominantes continuam sendo as ideias da classe dominante, dos que detêm o poder econômico, porque a liberdade por esses defendida é a liberdade de continuarem no poder a qualquer custo, mesmo que para isso usem da chantagem, da mentira, dos fatos sem comprovação, da intriga.
Diz William Ash, lembrando Marx mais uma vez: “A ‘livre empresa’, não é senão a liberdade de explorar o trabalho dos outros. Tal como a ‘liberdade de imprensa’ é a liberdade que os capitalistas têm de comprar jornais e jornalistas no interesse de criar uma opinião pública favorável à burguesia”.
Palavras que ainda encontram ressonância nos dias em que vivemos. A burguesia brasileira, que se formou logo ao receber da Coroa portuguesa as capitanias hereditárias, até hoje não as devolveu. E continua a agir como se estivéssemos no século XIX.
Basta acompanhar o que acontece no setor agropecuário, onde a violência tem mão única. Quantos trabalhadores rurais foram assassinados no Brasil nos últimos anos? E quantos donos de terras? Ou acompanhar a vergonhosa defesa do crime de colarinho branco pelo poder judiciário. A justiça brasileira é uma justiça de classe. E quanto à mídia? O que dizer das inúmeras denúncias irresponsáveis ou matérias fabricadas, manipuladas, para servirem a interesses particulares e não aos interesses do país?
A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.
Escritor e dramaturgo. Autor da peça “Uma Questão de Imagem” (Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos) e do livro “Teatro de Arena: Uma Estética de Resistência”, Editora Boitempo.
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A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.
Izaías Almada
Naquilo que foi considerada a primeira crise política do governo Dilma Roussef, com o defenestramento de um ministro, muito se discutiu sobre moral e ética. Opiniões, as mais diversas e desencontradas, pipocaram por quase três semanas em jornais, revistas, televisões e boa parte da blogosfera.
Para uma sociedade que, pelo menos na aparência, se mostra paradoxalmente mais preocupada com a corrupção e ao mesmo tempo mais corrupta a cada dia que passa, ativa ou passivamente, não importa, a proporção do debate quase atingiu as raias do paroxismo.
Contudo, e não estamos apontando nenhuma novidade, no quesito corrupção, a volúpia acusatória tem pendido sempre mais para um lado da balança do que para outro, sendo o Partido dos Trabalhadores o alvo preferencial da mídia. Entende-se: é a luta pelo poder político, dirão muitos.
Não só, ouso dizer, é também a luta de classes. E é também o entendimento atual daquilo que muitos brasileiros conhecem ou mesmo aprenderam sobre o pensar e o fazer político. É provável que muitos até já se esqueceram, é verdade, seja pelo vazio de ideias e pela repressão causada pelo golpe de 64, seja pelo canto do cisne das políticas neoliberais dos anos 80/90 ou mesmo do emblemático desaparecimento da União Soviética, onde muitos acreditaram que uma ideologia e um modelo de organização econômico social haviam chegado ao fim.
Lembrei-me, em meio a essas calorosas discussões sobre ética e moral, da leitura que fiz já há alguns bons anos de um livro intitulado “Marxismo e Moral”, de autoria do professor William Ash, norte americano que se mudou para a Inglaterra, cujo original foi publicado na Monthly Review Press em 1964 e editado no Brasil em 1965.
O livro, de linguagem fluente e fácil, procura discutir os conceitos morais dentro das condições materiais em que vivemos em sociedade ou, em outras palavras, o que nos leva a emitir juízos de valores morais numa sociedade capitalista, por exemplo, como essa que nos é dado viver.
Nos quatro longos capítulos em que procura sistematizar o seu pensamento, o autor faz referências a algumas obras e pensamentos de Marx, alguns dos quais nunca é demais lembrar. Por exemplo: “As ideias da classe dominante são, em qualquer época, as ideias predominantes”. Simples e cristalino. Só não entende quem não quer ou não se dá ao trabalho de pensar.
Na atual situação política brasileira, a ética tem sido usada como arma de combate entre adversários políticos de quase todos os partidos, sem exceção, sendo que os representantes desses partidos, seja no âmbito federal, estadual ou mesmo municipal, em sua grande maioria, representam interesses em sua maior parte, da classe dominante, mesmo que seus programas partidários e sua militância, quando ela existe, apontem noutra direção.
Contudo, nessa troca de acusações, muitas delas sem provas, o que tem vergonhosamente caracterizado uma quebra do princípio jurídico da inocência presumida, a quase totalidade da imprensa tem – sempre que pode – tentado fazer a balança pender para um dos lados.
Diz William Ash em sua obra acima citada: “Os moralistas que se identificam com uma classe que tenha desfrutado o poder e é ameaçada pelas bases têm uma compreensível tendência para ressaltar a obediência ou o dever como de primordial significação ética.”
Como já surgem indícios aqui e ali de que se torna cada vez mais tênue a linha que divide situação e a oposição no Brasil atual, pelo menos essa que coloca de um lado partidos como o PT e o PMDB, e de outro legendas como o DEM, o PSDB e o PPS, começa haver um vácuo de representatividade no país. Pergunta-se: obediência a quem? Dever para com quem?
A reforma política adquire cada vez mais importância e urgência, pois o poder político não admite o vácuo. Em momentos de indecisões, recuos ou mesmo de reflexões para novos avanços, há sempre alguém (grupos eu diria) que se aproveita para reconquistar ou manter posições conservadoras ou mesmo inibidoras de políticas econômicas menos ortodoxas. E nisso, contam com o apoio de uma imprensa que defende a sua liberdade ou a liberdade de opinião (a sua) sempre em proveito próprio ou de grupos a quem tradicionalmente se alia.
E nesse jogo de interesses, as ideias predominantes continuam sendo as ideias da classe dominante, dos que detêm o poder econômico, porque a liberdade por esses defendida é a liberdade de continuarem no poder a qualquer custo, mesmo que para isso usem da chantagem, da mentira, dos fatos sem comprovação, da intriga.
Diz William Ash, lembrando Marx mais uma vez: “A ‘livre empresa’, não é senão a liberdade de explorar o trabalho dos outros. Tal como a ‘liberdade de imprensa’ é a liberdade que os capitalistas têm de comprar jornais e jornalistas no interesse de criar uma opinião pública favorável à burguesia”.
Palavras que ainda encontram ressonância nos dias em que vivemos. A burguesia brasileira, que se formou logo ao receber da Coroa portuguesa as capitanias hereditárias, até hoje não as devolveu. E continua a agir como se estivéssemos no século XIX.
Basta acompanhar o que acontece no setor agropecuário, onde a violência tem mão única. Quantos trabalhadores rurais foram assassinados no Brasil nos últimos anos? E quantos donos de terras? Ou acompanhar a vergonhosa defesa do crime de colarinho branco pelo poder judiciário. A justiça brasileira é uma justiça de classe. E quanto à mídia? O que dizer das inúmeras denúncias irresponsáveis ou matérias fabricadas, manipuladas, para servirem a interesses particulares e não aos interesses do país?
A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.
Escritor e dramaturgo. Autor da peça “Uma Questão de Imagem” (Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos) e do livro “Teatro de Arena: Uma Estética de Resistência”, Editora Boitempo.
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Comissão da Verdade: estratégia oficial divide deputados e parentes
Carta Maior :
"Comissão da Verdade: estratégia oficial divide deputados e parentes
Para presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e para ex-ministro da Igualdade Racial, Edson Santos (PT-RJ), governo acerta ao tentar votar Comissão da Verdade direto no plenário da Câmara, porque proposta acirra ânimos ideológicos. Mas deputada que propôs mais debates e parentes de mortos e desaparecidos acreditam que pressa impede mudar projeto para permitir punição a assassinos e torturadores.
André Barrocal
BRASÍLIA – A estratégia do governo de tentar aprovar a Comissão da Verdade no plenário da Câmara às pressas, para contornar a resistência de adversários, divide opiniões de deputados da Comissão de Direitos Humanos. E desagrada parentes de mortos e desaparecidos na ditadura militar, que não enxergam oportunidade de pressionar para que o projeto mude e permita punir torturadores e assassinos.
A presidenta da Comissão de Direitos Humanos, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), apóia a estratégia oficial, porque acredita que a proposta tem forte caráter ideológico. “A leitura política do governo é correta. A esquerda não tem mais de 100 deputados aqui dentro”, afirma.
Para o deputado Domingos Dutra (PT-MA), membro da Comissão que vive brigando com a direção nacional petista por não aceitar relações amistosas do partido no Maranhão, terra dele, com a família do senador José Sarney (PMDB-AP), que presidiu o partido da ditadura militar, a “correlação de forças” no Congresso prejudica a aprovação da Comissão da Verdade. “A presidenta Dilma Rousseff, pela sua história, está comprometida com o projeto. Mas, pela conjuntura, precisamos ter prudência no encaminhamento da votação”, diz.
Ministro da Secretaria da Igualdade Racial no segundo governo Lula e membro titular da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Edson Santos (PT-RJ) também concorda com a estratégia. “Com esse encaminhamento de urgência, fica difícil de fazer aperfeiçoamentos no projeto. Mas, mesmo reconhecendo debilidades no projeto, é melhor do que não ter nenhum”, diz.
'Comissão da Justiça'
A avaliação do ex-ministro mostra porque há dificuldade de aceitação da estratégia por parte de aliados teóricos da Comissão da Verdade. São pessoas que gostariam de pressionar os deputados para mudar o projeto e atacar o que consideram sua principal 'debilidade': a falta de punição a assassinos e torturadores.
É o caso da deputada Luíza Erundina (PSB-SP), titular da Comissão de Direitos Humanos. Ela foi a autora da idéia de promover a única audiência pública, em mais de um ano, sobre a Comissão da Verdade realizada até agora, dia 30 de junho.
Erundina havia chamado os ministros Luiz Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa) para o debate.Nenhum apareceu por causa da estratégia do governo de esvaziar discussões em comissões, evitar expor pontos de vista que poderiam acirrar os ânimos no Congresso e esperar pelo melhor momento para levar a votação direto para o plenário da Câmara, onde espera pegar adversários desprevinidos.
Defensora de “aperfeiçoamentos”, como Edson Santos, Erundina critica a estratégia oficial pois impediria, no calor do plenário, a tentativa de transformar a Comissão em punitiva. 'O projeto não é adequado e nós não teremos como emendar no plenário”, reclama. “Seria melhor não ter comissão nenhuma, para manter essa chama acesa.'
Vítimas diretas ou indiretas da repressão militar têm opiniões semelhantes. “Não quero a comissão do possível. Quero a Comissão da Verdade e da Justiça”, afirma Vitória Grabois, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e filha do lendário líder comunista Maurício Grabois, assassinado na Guerrilha do Araguaia.
“Esse projeto não tem o nosso sentimento. Queremos uma comissão que tenha características de Justiça”, diz Maria Amélia Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
O governo não está disposto, até agora, a patrocinar uma alteração no projeto para autorizar a Comissão da Verdade a punir pessoas. Acha que a idéia não tem respaldo na sociedade e que a Lei de Anistia encerrou o assunto.
Leia Mais:
Governo quer votar Comissão da Verdade com rivais desprevinidos
Comissão da Verdade deveria ter só civis e foco na ditadura, diz procurador
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"Comissão da Verdade: estratégia oficial divide deputados e parentes
Para presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e para ex-ministro da Igualdade Racial, Edson Santos (PT-RJ), governo acerta ao tentar votar Comissão da Verdade direto no plenário da Câmara, porque proposta acirra ânimos ideológicos. Mas deputada que propôs mais debates e parentes de mortos e desaparecidos acreditam que pressa impede mudar projeto para permitir punição a assassinos e torturadores.
André Barrocal
BRASÍLIA – A estratégia do governo de tentar aprovar a Comissão da Verdade no plenário da Câmara às pressas, para contornar a resistência de adversários, divide opiniões de deputados da Comissão de Direitos Humanos. E desagrada parentes de mortos e desaparecidos na ditadura militar, que não enxergam oportunidade de pressionar para que o projeto mude e permita punir torturadores e assassinos.
A presidenta da Comissão de Direitos Humanos, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), apóia a estratégia oficial, porque acredita que a proposta tem forte caráter ideológico. “A leitura política do governo é correta. A esquerda não tem mais de 100 deputados aqui dentro”, afirma.
Para o deputado Domingos Dutra (PT-MA), membro da Comissão que vive brigando com a direção nacional petista por não aceitar relações amistosas do partido no Maranhão, terra dele, com a família do senador José Sarney (PMDB-AP), que presidiu o partido da ditadura militar, a “correlação de forças” no Congresso prejudica a aprovação da Comissão da Verdade. “A presidenta Dilma Rousseff, pela sua história, está comprometida com o projeto. Mas, pela conjuntura, precisamos ter prudência no encaminhamento da votação”, diz.
Ministro da Secretaria da Igualdade Racial no segundo governo Lula e membro titular da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Edson Santos (PT-RJ) também concorda com a estratégia. “Com esse encaminhamento de urgência, fica difícil de fazer aperfeiçoamentos no projeto. Mas, mesmo reconhecendo debilidades no projeto, é melhor do que não ter nenhum”, diz.
'Comissão da Justiça'
A avaliação do ex-ministro mostra porque há dificuldade de aceitação da estratégia por parte de aliados teóricos da Comissão da Verdade. São pessoas que gostariam de pressionar os deputados para mudar o projeto e atacar o que consideram sua principal 'debilidade': a falta de punição a assassinos e torturadores.
É o caso da deputada Luíza Erundina (PSB-SP), titular da Comissão de Direitos Humanos. Ela foi a autora da idéia de promover a única audiência pública, em mais de um ano, sobre a Comissão da Verdade realizada até agora, dia 30 de junho.
Erundina havia chamado os ministros Luiz Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa) para o debate.Nenhum apareceu por causa da estratégia do governo de esvaziar discussões em comissões, evitar expor pontos de vista que poderiam acirrar os ânimos no Congresso e esperar pelo melhor momento para levar a votação direto para o plenário da Câmara, onde espera pegar adversários desprevinidos.
Defensora de “aperfeiçoamentos”, como Edson Santos, Erundina critica a estratégia oficial pois impediria, no calor do plenário, a tentativa de transformar a Comissão em punitiva. 'O projeto não é adequado e nós não teremos como emendar no plenário”, reclama. “Seria melhor não ter comissão nenhuma, para manter essa chama acesa.'
Vítimas diretas ou indiretas da repressão militar têm opiniões semelhantes. “Não quero a comissão do possível. Quero a Comissão da Verdade e da Justiça”, afirma Vitória Grabois, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e filha do lendário líder comunista Maurício Grabois, assassinado na Guerrilha do Araguaia.
“Esse projeto não tem o nosso sentimento. Queremos uma comissão que tenha características de Justiça”, diz Maria Amélia Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
O governo não está disposto, até agora, a patrocinar uma alteração no projeto para autorizar a Comissão da Verdade a punir pessoas. Acha que a idéia não tem respaldo na sociedade e que a Lei de Anistia encerrou o assunto.
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