sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

IPEA faz a radiografia do Brasil

Da Carta Maior

Saímos da ditadura sem consciência plena do tamanho da crise, do esgotamento do modelo dominante que trazia no seu bojo o fim da ditadura e a retomada da democracia. Pagamos um preço caro por acreditar que a democracia politica resolveria os problemas acumulados pelo Brasil, quando se tratava do esgotamento do longo ciclo expansivo iniciado 5 décadas antes e que tinha transformado radicalmente o país.

Desde então o Brasil viveu novos ciclos de transformações – regressivas e progressivas -, de forma concentrada, como nunca tínhamos vivido na nossa história. Em uma década se desmontou o papel regulador do Estado, se privatizou grande parte do patrimônio público, se fragmentaram as relações sociais, se promoveu o mercado como eixo da economia e da sociabilidade.

Terminamos agora uma década de recuperação desses retrocessos, em que o Estado recuperou sua capacidade de regulação, de indução do crescimento econômico e de garantia dos direitos sociais. O mercado interno de consumo popular passou a ter um papel essencial no desenvolvimento do país. O principal problema acumulado pelo Brasil – a desigualdade social – foi atacado e, pela primeira vez, a injustiça diminuiu e se passou a governar para todos.

Mas todas essas transformações aceleradas foram implementadas sem a consciência correspondente de onde andava o país, como está sua estrutura social, que país temos ao final de tantas transformações.

O IPEA, sob a direção de Marcio Pochmann, mudou a agenda de debates no Brasil, permitindo que fossemos nos reapropriando das condições reais em que vive o país. Uma pauta que tinha sido hegemonizada pelos parâmetros do Consenso de Washington, do pensamento único, do Estado mínimo, da centralidade do mercado – correspondentes às politicas do governo FHC – que tiveram uma extensa influencia na intelectualidade, multiplicada pelo monopólio privado dos meios de comunicação.

Em pouco tempo o IPEA renovou radicalmente os parâmetros de pensamento sobre o Brasil, os critérios de avaliação das politicas publicas, as projeções economias e sociais, recolocou os termos do debate sobre o país. Nunca tínhamos contado com um acervo tão amplo, competente e atualizado de materiais sobre o Brasil.

Acaba de sair um novo pacote de materiais, que constitui no mais amplo conjunto de analises com que podemos contar para conhecer ao Brasil realmente existente. Para que se possa socializar a informação sobre esses materiais fundamentais, segue uma lista dos títulos que o IPEA acaba de colocar à disposição de todos os querem conhecer o Brasil no final da primeira década do século XXI (que podem ser encontrados em www.ipea.gov.br):

- Desafios ao Desenvolvimento Brasileiro: contribuições do conselho de orientação do IPEA

- Trajetórias Recentes de Desenvolvimento: estudos de experiências internacionais selecionadas

- Inserção Internacional Brasileira Soberana

- Macroeconomia para o Desenvolvimento

- Estrutura produtiva e Tecnológica Avançada e Regionalmente Integrada

-Infraestrutura Econômica e Social

- Sustentabilidade Ambiental

- Proteção Social, Garantia de Direitos e Geração de Oportunidades

- Fortalecimento do Estado, das Instituições e da Democracia

- Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Carta Maior - Economia - A estrangeirização da propriedade fundiária no Brasil

Carta Maior - Economia - A estrangeirização da propriedade fundiária no Brasil:


A estrangeirização da propriedade fundiária no Brasil

Só entre outubro de 2008 e agosto de 2009, foram comercializados mais de 45 milhões de hectares, sendo que 75% destes na África e outros 3,6 milhões de hectares no Brasil e Argentina, impulsionando aquilo que se convencionou chamar, na expressão em inglês, de “land grabbing”. O crescimento da produção agrícola e das demandas e transações de compra de terras, se concentra na expansão de oito commodities : milho, soja, cana-de-açúcar, dendê (óleo), arroz, canola, girassol e floresta plantada. A participação brasileira se dá fundamentalmente nos três primeiros produtos. O artigo é de Sérgio Sauer e Sérgio Pereira Leite.
para ler artigo completo clique aquí

domingo, 19 de dezembro de 2010

Lula, não é o cara. Lula é a cara do Brasil !

Do Blog do Planalto:

Democracia política e social comanda leme do desenvolvimento brasileiro

Presidente Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff durante evento promovido pela revista IstoÉ, em São Paulo (SP), em que foram premiados - respectivamente - como Brasileiro da Década e Brasileira do Ano. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Enquanto boa parte do mundo patina em desemprego e recessão, o consumo das famílias brasileiras cresce há sete anos, o poder de compra do salário cresce há seis e o País gerou 15 milhões de empregos em oito anos. O Brasil tem, portanto, razões de sobra para ser hoje uma das maiores fronteiras econômicas do século 21. E com uma grande vantagem, observou o presidente Lula ao receber o prêmio Brasileiro da Década, da revista IstoÉ, nesta quarta-feira (15/12) em São Paulo (SP): aqui, as democracias política e social comandam o leme do desenvolvimento, gerando riquezas para todos os brasileiros – principalmente os mais pobres.
“Nós construímos uma política democrática de desenvolvimento”, afirmou o presidente durante o evento, que também contou com a participação de empresários como Eike Batista, artistas como Marcelo Tas e políticos como a presidente eleita Dilma Rousseff (que ganhou o prêmio Brasileira do Ano), o senador Aécio Neves e os governadores Sérgio Cabral Filho (RJ) e Antonio Anastasia (MG). No Brasil atual, disse Lula, os apelos da cidadania, o imperativo da justiça social, as necessidades da produção e o respeito ao meio ambiente ganharam força e vez.
O presidente Lula criticou aqueles que desdenharam, ontem e hoje, do potencial brasileiro e do resgate da autoestima do País, “como se tudo isso fosse atributo menor na vida de uma sociedade”. Lembrou que países bem mais ricos e poderosos, como os Estados Unidos, sofrem para injetar dinamismo no mercado em que empresas não investem, consumidores não compram e bancos não emprestam.
Uma das razões do sucesso brasileiro é dar a importância que merece o mercado de massa do País, tão negligenciada no passado. Talvez porque os políticos passados, observou Lula, temiam a contrapartida da inclusão de boa parte da sociedade no desenvolvimento: a mobilidade social e o seu amadurecimento político.
Lula citou alguns dos importantes avanços conquistados nos últimos anos, como a expansão do emprego, da renda, da atividade industrial, do desenvolvimento regional, o que deixou o País como “um dos destinos mais cobiçados no radar dos investimentos do nosso tempo”, afirmou. A razão?
“O que se constrói aqui não é uma bolha passageira, soprada pelo crédito suicida. O que se tem aqui é a retomada de uma construção interrompida, a construção de uma sociedade de 190 milhoes de pessoas e não mais uma sociedade de apenas 50 milhoes de pessoas.”
Ouça a íntegra do discurso do presidente:
O presidente foi duro com quem duvidou da vocação industrial brasileira, da nossa competência para explorar o petróleo – e que “hoje cochicham contra a Petrobrás na esperança de entregar o Pré-sal às petroleiras internacionais”. Pois o Brasil está mostrando que sabe muito bem o que fazer com suas riquezas e que pode e vai continuar crescendo nos próximos anos.
“Não se trata, repito, de uma simples engrenagem econômica movida pela sorte, como querem alguns. Esse povo, que passou a comer melhor, a ter acesso a emprego e dignadade, não se contentará mais com o prato raso da cidadania servido durante séculos neste País. Esse é o principal pólo germinador de crescimento da nossa economia. Fomos além do automatismo de mercado. O novo encadeamento de forças sociais assumiram o comando do nosso desenvolvimento e decidiu fazer dele a grande obra da maturidade democrática desta Nação, ser um abrigo de todos os brasileiros.”

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