SARAIVA 13 |
Posted: 16 Sep 2013 01:26 PM PDT A velha mídia e o STF15 de setembro de 2013 | 12:08 Já citamos ontem o artigo abaixo, de Rodrigo Vianna, abordando as mais recentes polêmicas do julgamento da Ação Penal 470. E agora o reproduzimos na íntegra, praticando aquela pirataria do bem que somente a blogosfera sabe fazer. O texto analisa as relações pouco republicanas entre a mais alta corte do país e os grandes meios de comunicação. * Novatos, velhos e velhacos por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador. O inesquecível "doutor" Ulysses Guimarães certa vez foi acusado – por um idiota qualquer – de ser aquilo que de fato era: "velho". Ulysses saiu-se com a sagacidade de sempre: "posso ser velho, mas não sou velhaco". Esta semana, o ministro do STF Marco Aurelio Mello pensou que poderia diminuir a importância de outro ministro se o chamasse de "novato". Transitando entre o escárnio e o tom falsamente professoral, Marco Aurelio defendia a tese de que os "embargos infringentes" não devem ser aceitos. São eles, os embargos, que podem cumprir o papel de uma "segunda instância" – corrigindo eventuais erros no processo do "Mensalão". Melo foi aparteado por um Gilmar Mendes com o olhar injetado de ódio. Os dois alongaram-se em argumentos contra os embargos. Entre eles, destacaram o clamor de certa "opinião pública". Podemos imaginar qual a "opinião" que interessa a esses ministros. Trata-se da opinião de mervais e outros imortais? Ou da opinião de blogueiros insuflados por longas carreiras sempre cheias de brilho? O ministro Luís Roberto Barroso, que votara pela aceitação dos embargos, pediu aparte e disse a Melo que, ao tomar a decisão, não se importava com a manchete do dia seguinte. Deu o recado. Foi então chamado de "novato". Se Barroso é "novato", quem seriam os "velhos" do STF? E os "velhacos"? Melo, Barbosa e Gilmar – ao que parece – votam sob pressão da velha mídia brasileira. Velha ou velhaca? Essa mesma mídia, que cobra "pressa" do STF, jamais reclamou do fato de Pimenta Neves (ex-diretor de Redação de um grande jornal paulista, e assassino confesso de uma colega com quem tivera um caso amoroso) ter levado quase dez anos para ser preso! Barbosa tem pressa. Gilmar Mendes bufa, catatônico. E Marco Aurelio desqualifica como "'novato" aquele que pede um julgamento livre das pressões midiáticas. Quem são os novatos? Quem são os velhos? E quem são os velhacos do Supremo Tribunal Federal? Foi a pressão da mídia – lembremos – que levou ao "julgamento" dos donos da Escola Base, acusados de abusar de criancinhas. Julgados e condenados por certa mídia velhaca, tiveram a vida destroçada. A pressa e o clamor midiático levaram à prisão e tortura de jovens acusados de estupro no Paraná: com apoio da mídia velhaca, a polícia bateu e tirou a confissão dos "suspeitos". Eram inocentes. Agora, Merval e a Globo, associados aos blogueiros da revista editada às margens fétidas do rio Pinheiros, já decidiram: o "Mensalão" foi o maior escândalo da história, e José Dirceu era o chefe da quadrilha. Só não será esquartejado fisicamente em praça pública. Mas a imagem pública de Dirceu foi partida em pedaços. O que surpreende é que, diante desse massacre midiático, 4 juizes ainda tenham votado contra a imputação do crime de formação de quadrilha a Dirceu. Isso é que garante (a ele e a outros réus) uma chance de revisão no julgamento. Pimenta – assassino confesso – teve chance a todos os recursos. Dirceu, acusado sem provas, deve ser linchado? Não há prova contra ele. Nenhuma. Dirceu está sob ataque por ter comandado a virada do PT nos anos 90. Virada cheia de erros e acertos – diga-se. Mas Dirceu operou a mudança política que permitiu a Lula deixar de ser o "candidato marcado para perder". Dirceu comandou a mudança. Tinha e tem um projeto de poder para o PT. Um projeto que, em que pesem os vários erros que podem e devem ser apontados, conduziu o Brasil a novo patamar: baixo desemprego, redução das desigualdades, 20 milhões de pessoas fora da linha de miséria, política externa independente. Tudo isso é imperdoável! Os embargos infringentes permitiriam uma análise menos passional do chamado "Mensalão". Qual prova levou à condenação de Dirceu? O STF precisa explicar. Barbosa precisa explicar também porque tirou da ação principal dois diretores do Banco do Brasil (ligados ao PSDB?) que assinaram as liberações de verba para a agência de Marcos Valério. Henrique Pizzolato, petista, está no Mensalão. Foi condenado. Os outros, ligados aos tucanos, não foram a julgamento? Por que? Porque isso desmontaria a tese de Barbosa, que passa pelo uso do dinheiro da Visanet pela "quadrilha petista". A história do "Mensalão" não fecha. Quem pede mais tempo para compreender os meandros dessa história é agora chamado de "novato". Curiosamente, Barbosa perdeu a pressa na quarta dia 11 (quando a votação ficou em 4 x2). Estrategicamente, parou tudo, e nos bastidores operaram-se pressõs de toda sorte para barrar os embargos que seriam decididos em nova rodada de cotos no dia seguinte. Na quinta 12 (com o placar em 5 x 5), Barbosa também perdeu a pressa. Faltava o voto de Celso de Melo pra fechar a história. Celso já anunciou que tem a decisão tomada. Já se manifestou publicamente a favor dos embargos. Mas até quarta estará sujeito a todo tipo de pressão. Celso de Melo é o mais antigo dos ministros. Não é novato. Manterá a opinião firme – contra o fogo cruzado midiático? Agirá como velho sábio ou como velhaco? Por: Miguel do Rosário Do Blog TIJOLAÇO. |
Posted: 16 Sep 2013 01:21 PM PDT De todo o arsenal de heterodoxias que vem marcando o julgamento da AP 470, inapropriadamente chamado de "mensalão", o ponto alto foi a invocação feita, por meio de entrevista a "O Globo", pelo ministro Marco Aurélio de Mello, de atos de protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, na quarta-feira. Nesse dia o decano da corte, ministro Celso de Mello, revelará seu voto, que decidirá a aceitação ou não dos embargos infringentes, aqueles que podem alterar as penas de alguns réus. Todos os que acompanham esse show de horrores em que se transformou o julgamento da AP 470 já estão cansados de saber a que interesses servem alguns dos juízes, que transformaram aquela que deveria ser a instituição mais exemplar do sistema judicial do país num picadeiro de circo. Diversas manifestações extraplenário, à luz de holofotes, de tais ministros, não deixam nenhuma dúvida sobre a real intenção do julgamento, que é criminalizar o PT, por meio de algumas de suas lideranças mais destacadas. É a vingança das elites contra quem ousou desafiá-las e, pior, vencê-las na disputa eleitoral pelo mais alto cargo executivo da República. É a vingança dos oligarcas contra quem, nestes últimos dez anos, tem procurado levar o Brasil à modernidade, num lento e dificílimo processo de superação das iníquas desigualdades sociais e econômicas que marcaram toda a história do país. Como em várias outras instituições da República, o Judiciário brasileiro é extremamente conservador, composto de pessoas pertencentes aos estratos superiores da pirâmide social. O Supremo Tribunal Federal, infelizmente, é isso o que mostra a televisão quando transmite as sessões da AP 470: um grupo de esnobes que nem de longe representa a imensa e rica diversidade intelectual e cultural do país. Mesmo quem não possui nenhuma noção dos fundamentos do Direito, pela simples leitura do noticiário sabe perfeitamente que o STF, ou pelo menos a sua banda podre, já abandonou inteiramente qualquer debate jurídico. O julgamento virou uma peça que faria corar de vergonha os mais cruéis inquisidores da Idade Média. Nos tempos de hoje, a comparação mais adequada à pantomina que se presencia naquele tribunal é com os ringues do famigerado UFC, a versão "civilizada" da velha luta-livre, aquela em que tudo era permitido, menos, talvez, furar os olhos do adversário... Nessa linha do vale-tudo têm se destacado o relator e atual presidente do STF, Joaquim Barbosa, e seus fieis escudeiros Gilmar "Daniel Dantas" Mendes e Luís "deixa que eu mato no peito" Fux. Nenhum deles, porém, ousou tanto quanto o incrível Marco Aurélio de Mello, aquele que disse, certa vez, que a ditadura foi um "mal necessário" ao Brasil. Pedir para que se façam protestos em frente à sede do tribunal para evitar que ele caia no "precipício" - em outras palavras, que Celso de Mello vote a favor da validade dos embargos infringentes - é algo absolutamente inédito em toda a longa história do STF - algo inédito, irresponsável e quase criminoso. Desse jeito, com ministros da mais alta corte pregando a pressão popular contra seus próprios colegas, não há democracia que resista. O próximo passo é liberar o linchamento. Postado há 3 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda Do Blog Justiceira de Esquerda. |
Posted: 16 Sep 2013 01:16 PM PDT |
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Francisco Almeida
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