sábado, 11 de maio de 2013

Via Email: SARAIVA 13: O espírito da medicina cubana




SARAIVA 13


Posted: 11 May 2013 02:27 PM PDT


Num momento em que se debate tanto se vale a pena ou não importar médicos de Cuba, o Diário faz um mergulho no tema.
Estudantes americanos formados pela aclamada Escola de Medicina América Latina

Estudantes americanos formados pela aclamada Escola de Medicina América Latina


O que a Grã-Bretanha pode aprender com o sistema médico de Cuba?
Assim começou uma reportagem de um dos mais prestigiosos programas jornalísticos britânicos, o Newsnight, da BBC.
Uma equipe do programa foi enviada a Cuba para entender por que é tão comum o "olhar de admiração" sobre a medicina cubana.
O Diário selecionou trechos que jogam luzes sobre um tema que vem despertando discussões apaixonadas no site e fora dele: a questão da importação de 6 000 médicos cubanos para trabalharem em áreas remotas no Brasil.
O relato do Newsnight foi acrescido de trechos do relatório de uma visita de integrantes doComitê de Saúde do Parlamento britânico. Da mistura surgiu um retrato da saúde de Cuba.
Bom proveito.
"A lógica subjacente do sistema cubano é incrivelmente simples. Em razão principalmente do bloqueio econômico americano, a economia cubana continuamente sofre.
Saúde, no entanto, é uma prioridade nacional, por razões em parte românticas : Che Guevara, ícone do Partido Comunista, era médico. Mas muito mais por pragmatismo: a saúde admirável da população é certamente uma dos principais razões pelas quais a família Castro ainda está no poder.
A prioridade em Cuba é impedir que as pessoas fiquem doentes, em primeiro lugar.
Em Cuba você recebe anualmente a visita de um médico. A idéia não é apenas verificar a sua saúde, mas ter um olhar mais amplo sobre seu estilo de vida e o ambiente familiar. Essa visita é feita de surpresa, para ser mais eficiente.
Os médicos estão espalhados por toda a população, e o governo lhes fornece habitação, bem como às enfermeiras.
A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental.
Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. No Reino Unido, é 1 por 600 pessoas.
Cuba dá ênfase à formação generalista. O currículo foi alterado na década de 80 para garantir que mais de 90 por cento de todos os graduados completem três anos em clínica geral.
Há um compromisso com o diagnóstico triplo (físico / psicológico / social). Os médicos são reavaliados frequentemente.
Também chama a atenção a Policlínica – uma engenhosa invenção que visa proporcionar serviços como odontologia, pequenas cirurgias, vasectomias e raios-X sem a necessidade de uma visita a um hospital.
Cada Policlínica  tem uma série de especialistas (pediatria, ginecologia, dermatologia, psiquiatria) que resolvem boa parte dos problemas de saúde das comunidades e assim reduzem a necessidade de busca de hospital. Com isso, a lista de espera nos hospitais é quase inexistente.
Todos os lugares que visitamos eram geridos por profissionais da saúde (médicos e enfermeiros). 
Fizemos uma visita à Escola de Medicina América Latina, onde médicos estagiários  de todo o mundo -  muitos deles, para nossa surpresa, americanos –  recebem treinamento à moda cubana.
E nos deparamos em nossa visita com  pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença: pelotões de aposentados se exercitando todas as manhãs nos parques de Havana.
Apesar de os hospitais não serem equipados com o nível de TI encontrado no Reino Unido, por causa do bloqueio americano, os profissionais de saúde têm uma paixão por dados e estatísticas que eles usam com freqüência para fins de governança na saúde.
O contexto da revolução cubana e as estruturas sociais desenvolvidos localmente levaram ao envolvimento contínuo do Estado no sistema de saúde. Isto é visto não como a cereja no topo do bolo, mas como uma parte muito importante do próprio bolo.
Fonte:DCM
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Também do Blog O TERROR DO NORDESTE.
Posted: 11 May 2013 02:21 PM PDT



Brasília – Mesmo a peso de ouro, prefeituras enfrentam dificuldades para contratar médicos no interior e até na periferia das grandes cidades. Nada menos do que 1.228 municípios pediram ajuda ao Ministério da Saúde para atrair recém-formados neste ano. A intenção era preencher 7.193 vagas, mas só 1.460 médicos demonstraram interesse, o equivalente a 20% da demanda.
Os números são do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), iniciativa do Ministério da Saúde para levar médicos a rincões do país e áreas carentes nas capitais e regiões metropolitanas. O Provab oferece bônus de 10% nas provas de ingresso em residências médicas a recém-formados que trabalharem por um ano em cidades do programa.

Médico de São Félix do TO tem maior salário da cidade. Foto: Givaldo Barbosa
Balanço do Ministério da Saúde mostra que 233 cidades não atraíram nenhum interessado. Todos os 1.640 médicos inscritos foram selecionados em fevereiro, isto é, ficaram aptos a fechar contrato imediatamente com as prefeituras. Até a semana passada, porém, só 460 profissionais já tinham começado a trabalhar, enquanto outros 140 estavam em processo de contratação.
A formação e distribuição de médicos em território brasileiro entrou na agenda do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff determinou aos ministérios da Saúde e da Educação que preparem um plano para aumentar o número de médicos no país. O governo está convencido de que faltam profissionais e estuda criar ou ampliar faculdades, assim como facilitar a validação de diplomas de quem se formou no exterior, em países como Cuba, Bolívia e Argentina. Outro projeto é abrir mais 4 mil vagas de residência.
A movimentação do governo desperta reações negativas nas corporações médicas. O Conselho Federal de Medicina divulgou, em novembro, o estudo "Demografia Médica no Brasil", que apontou 371.788 profissionais em exercício naquele ano, o correspondente a uma taxa de 1,95 médico por mil habitantes. O governo quer elevar essa taxa para 2,5 até 2020 — ou até mesmo 2,7. O CFM, porém, considera o atual número suficiente, e diz que o problema está na má distribuição.
— É uma polêmica enorme dizer que falta ou sobra médico. Ninguém tem estudo consistente. O que temos incontestavelmente é que os médicos são distribuídos de forma trágica e injusta com a sociedade. Enquanto temos um a cada 200 habitantes em certos lugares, em outros temos um para cada 10 mil — diz o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Célio Jayme Carvalhaes.
O Ministério da Saúde identificou 2.130 municípios com dificuldade de manter ou expandir o Programa Saúde da Família. As cidades têm direito a um número de equipes proporcional à população. Cada equipe é chefiada por um médico. Segundo o ministério, boa parte das cidades tem direito a mais equipes, mas não consegue criá-las por falta de profissionais.
Outro problema é a alta rotatividade. Em 1.190 cidades, mais de 75% das equipes trocam de médico pelo menos uma vez por ano, o que o governo considera excessivo. Em março, o ministério listou 26 municípios que não tinham médico da Família e outros quatro que não tinham nenhum profissional, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). O cadastro revela que apenas 2% dos municípios possuíam taxa superior a 2,5 médicos por mil habitantes, no ano passado.
Sempre que um profissional deixa o emprego, é comum que cidades fiquem semanas ou meses sem médico. Com pouca procura, é preciso elevar salários. Em geral, quanto mais longínquo e precário o município, maior o valor pago ao médico.
No Amapá, o governo do estado cede seus profissionais aos municípios. Sem isso, pequenas cidades ficariam desassistidas. Só que, além do salário estadual, os médicos recebem pagamento das prefeituras, com dinheiro repassado pelo ministério ao Saúde da Família. O Portal da Transparência estadual revela que há médicos ganhando R$ 39 mil brutos por mês. Um deles recebe mais R$ 5 mil da prefeitura de Marzagão (AP) por só um dia de trabalho na semana.
Em Pracuúba (AP), com 3 mil habitantes, a secretária de Saúde, Marly Gomes Vilhena, conta que a cidade passou 8 meses sem médico ano passado. Nesse período, dois enfermeiros cuidavam da população. Hoje, há só uma médica, com salário bruto de R$ 28 mil do estado e R$.5.500 da prefeitura.
— Por causa de nossa carência, o médico está supervalorizado — resume o secretário de Saúde de Macapá, Otacílio Barbosa.
No Pará, a situação não é diferente. Em Santa Maria das Barreiras (PA), o único médico em atividade no mês passado era cubano.
— Os médicos vêm com interesse de ganhar dinheiro. Depois de juntar uma boa quantia, vão em busca de conforto. Não querem ficar a vida inteira aqui — reclamou o assessor da Secretaria de Saúde Charles Lopes Peres.
Fonte: O Globo:
Posted: 11 May 2013 02:16 PM PDT

Do Brasil 247 -11 de Maio de 2013 às 06:16 

 

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Relatório final do BC mostra que o ex-governador de São Paulo e ex-presidenciável tucano foi o maior beneficiário das doações do banco comandado por Luís Octavio Índio da Costa, que deixou um rombo de R$ 2,2 bilhões na praça; em 2010, o banco injetou R$ 1,2 milhão na campanha de Índio da Costa, vice de Serra, e mais R$ 1,8 milhão no diretório nacional do PSDB; Ministério Público investiga fraudes cometidas pela instituição




247 - Fraudes bancárias, operações simuladas, créditos artificiais e alguns milhões torrados em campanhas políticas. Esse coquetel explosivo foi determinante para a ascensão e queda do banco Cruzeiro do Sul, que quebrou em 2012, deixando um rombo agora calculado pelo Banco Central em R$ 2,2 bilhões. Um relatório sigiloso obtido pela revista Istoé revela os meandros da falência bancária e indica também o tucano José Serra como o maior beneficiário das doações concedidas pela casa bancária que adorava fazer favores a políticos.

Leia, abaixo, trechos da reportagem de Claudio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo: 

Relatório final do BC mostra fraudes e grampos de um banco que adorava ajudar políticos

O esquema montado pelo dono do banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Azeredo Indio da Costa, gerou um rombo de R$ 2,2 bi. Documentos relevam que o BC foi grampeado pelos banqueiros, que doaram R$ 12 milhões a políticos. O maior beneficiário foi José Serra

Claudio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo

Na última semana, ISTOÉ teve acesso a um relatório exclusivo da Comissão de Inquérito do Banco Central com novas revelações sobre a bilionária fraude do Banco Cruzeiro do Sul, que sofreu intervenção em junho do ano passado e foi liquidado três meses depois. O documento de 247 páginas revela que o esquema criminoso montado pelos banqueiros Luis Felippe Indio da Costa e Luis Octavio Azeredo Indio da Costa, pai e filho, foi ainda maior do que a Polícia Federal e o Ministério Público tinham conseguido apurar. O banco contou ainda com a omissão de grandes empresas de consultoria e até com um aparato de arapongagem que garantia acesso a informações privilegiadas.

Na documentação, obtida com exclusividade por ISTOÉ, pareceres e notas jurídicas revelam a incrível variedade de crimes cometidos e o tamanho do golpe. Segundo o relatório, foram feitas 682 mil operações de empréstimos fictícios – o dobro do que a PF e o Ministério Público imaginavam. Os auditores do BC também concluíram que houve desvio de recursos por triangulação e encontraram indícios veementes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O rombo deixado pela gestão fraudulenta dos Indio da Costa, que era estimado em R$ 1,3 bilhão, ultrapassa os R$ 2,2 bilhões, conforme o relatório do BC. Agora, a Polícia Federal quer saber se o dinheiro da fraude teve como destino paraísos fiscais, contas de laranjas ou campanhas políticas, como a do tucano José Serra. Nas eleições de 2006, 2008 e 2010, o Cruzeiro do Sul doou quase R$ 12 milhões para políticos de diversas legendas. O partido mais beneficiado foi o PSDB. Em 2010, o Cruzeiro do Sul injetou R$ 1,2 milhão na campanha do vice de Serra, Indio da Costa, primo do presidente do banco. Também doou R$ 1,8 milhão diretamente para o diretório nacional do PSDB, principal cofre da campanha serrista. Outro R$ 1,3 milhão foi distribuído para diretórios tucanos empenhados na campanha de Serra. A instituição buscava proteção financiando políticos e mantinha uma boa relação com os tucanos. Ainda não é possível afirmar, no entanto, que o dinheiro que acabou nas campanhas eleitorais tenha vindo direto das operações fraudulentas dos banqueiros. Mas a PF já investiga essa possibilidade.

Uma cópia da papelada do BC chegou no fim da última semana à mesa da procuradora da República Karen Louise Kahn e será anexada à ação penal. O resultado do inquérito levou a Procuradoria-Geral do BC a pedir ingresso como assistente de acusação contra os ex-controladores e ex-administradores do Cruzeiro do Sul. Na petição recebida por Karen, o procurador-geral Isaac Sidney Ferreira classifica de "gravíssimas" as acusações imputadas aos réus. As irregularidades, de acordo com Ferreira, envolvem a celebração de cessões de direitos creditórios em condições artificiais, a contabilização de operações de créditos inexistentes e o falseamento de demonstrações financeiras. Segundo o procurador-geral do BC, as operações irregulares (saiba no quadro ao lado como os golpes eram aplicados) são indicativos dos crimes de gestão fraudulenta, indução em erro de sócios, depositantes, investidores e o próprio ente fiscalizador e inserção de elementos falsos em demonstrativo contábil. "Não podem ser ignorados os possíveis efeitos deletérios das condutas descritas na denúncia sobre o funcionamento e a credibilidade do Sistema Financeiro Nacional", escreve Ferreira. O procurador defende a minuciosa apuração dos fatos e punição dos responsáveis. No âmbito das responsabilidades, o relatório do BC apontou para a omissão das auditorias KMG e Ernest&Yong, que acompanhavam a saúde financeira do Cruzeiro do Sul e não identificaram as irregularidades. A prática será investigada agora pelo Ministério Público Federal, que poderá determinar se houve erro de procedimento ou conivência dos auditores. 

A Polícia Federal investigará também o monitoramento telefônico de fiscais do BC por parte da cúpula do Cruzeiro do Sul. Foi justamente essa suspeita que levou o Ministério Público a pedir, no ano passado, a prisão dos banqueiros. Em depoimento ao delegado federal Milton Fornazari e em ofício encaminhado à procuradora Karen, até agora inéditos, o presidente da Comissão de Inquérito do Banco Central, Clovis Vidal Poleto, diz que descobriu o grampo quando examinava os registros telefônicos dos operadores de mesa do Cruzeiro do Sul. Embora essas "gravações de box" (como são chamadas pelos fiscais do BC) sejam obrigatórias pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), Poleto encontrou escutas que não tinham relação com as operações e até telefonemas efetuados pelos membros da Comissão de Inquérito, o que configuraria "quebra de sigilo das operações invetigadas". Poleto considerou o fato como "de extrema gravidade", pois as investigações e a apuração das responsabilidades dos administradores poderiam ficar comprometidas. À PF, Poleto disse ainda que fiscais do Banco Central já vinham sendo monitorados havia algum tempo. Ele analisou gravações de conversas entre o então superintendente de operações e contratos de empréstimos, Horácio Martinho Lima, e o presidente do banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio, em que ambos discutiam "o teor de ­e-mail trocado entre analistas do BC que à época estavam dentro das instalações físicas do banco, realizando fiscalização em momento anterior à decretação da intervenção".


Apesar de ter conseguido a liberação de seus clientes, o advogado Roberto Podval alega que a acusação de grampo não faz sentido. "Havia um sistema que gravava automaticamente todas as conversas da mesa telefônica. Ou por erro do sistema ou por procedimento automático, conversas de fora da mesa estavam gravadas. Mas elas faziam prova contra o próprio banco", afirma. Podval reclama também que ainda não teve acesso às informações do Banco Central e alegou desconhecer totalmente o conteúdo do relatório da Comissão de Inquérito do Banco Central. 
Diante do empenho do BC em investigar o Cruzeiro do Sul, Roberto Podval avalia que seus clientes são alvo de perseguição política. "Não tenho dúvida de que esse tratamento diferenciado é por conta das ligações do banco com a oposição ao governo do PT", alega Podval. O argumento carece de respaldo, uma vez que a Procuradoria do BC atua hoje como assistente de acusação em 55 ações penais. Dessas, 27 são sobre crimes contra o sistema financeiro e 20 envolvem ex-administradores e ex-controladores de bancos liquidados. Antes do Cruzeiro do Sul, o BC também entrou no recente caso do PanAmericano.

As relações políticas dos banqueiros, porém, chamam a atenção, especialmente a partir de 2006. Naquele ano eleitoral, Luis Octavio Indio da Costa, Marcelo Xandó e Marcio Serra Dreher – indiciados agora junto a 14 executivos do banco – comemoravam o sucesso da Verax Serviços Financeiros, gestora do Cruzeiro do Sul. A empresa, então com apenas três anos de vida, atingia R$ 1 bilhão em recursos administrados. O foco do negócio eram os chamados Fidcs, mais conhecidos como fundos de recebíveis. Os mesmos que foram usados posteriormente para maquiar resultados e engordar dividendos, segundo o BC.

Em 2006, os Indio da Costa injetaram oficialmente R$ 500 mil nas campanhas do DEM (então PFL), do PSDB e do PPS. O montante de R$ 100 mil ajudou na eleição para deputado federal de Pedro Indio da Costa, primo do banqueiro. Em 2010, quando o esquema de fraudes estava no auge, o banco derramou uma quantia dez vezes maior para a oposição. José Serra, candidato presidencial, chamou Indio da Costa para ser o vice na chapa. A articulação não agradou a todos, mas garantiu doações milionárias à campanha. Mesmo sendo um banco médio, o montante do Cruzeiro do Sul foi equivalente ao doado por gigantes do setor, como Itaú e Bradesco.

Com acesso político a chefes de governos estaduais e gestores de algumas autarquias federais, os diretores do Cruzeiro do Sul firmaram 237 convênios e chegaram a uma carteira de crédito consignado de R$ 500 milhões. Órgãos públicos de Alagoas, Pará, Goiás, Roraima e Tocantins, Estados comandados por governadores do PSDB, permitiram que o banco explorasse até 30% da folha de pagamento de seus servidores. Em 2009, quando o então senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ocupava a primeira-secretaria do Senado, o banco firmou convênio para a exploração do crédito consignado dos dez mil servidores.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Serra é figurinha carimbada, presente  em quase todas as patifarias cometidas na história recente do país.
Num país onde a justiça funcionasse, Serra com certeza estaria preso. 

E fica aí, apoiado pela mídia golpista,  posando de candidado a presidente, a governador... e  rindo na nossa cara!
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Posted: 11 May 2013 02:13 PM PDT


CAMPOS QUER TIRAR O TIME DE CAMPO, MAS, NÃO SABE COMO.


A coluna do Merval Pereira no Jornal O Globo de hoje - sábado 11/05/2013 - deixa escapar nas entrelinhas que - Eduardo Campos PSB-PE - já sentiu que não dá para ele agora em 2014, e que se teimar em concorrer, vai acabar matando qualquer chance para 2018. Ocorre que Campos foi longe demais no seu delírio, e passou a fazer críticas muito ácidas e que beiram a uma conduta desleal com os governos de (ex) Lula e de Dilma. 

Campos quer tirar o time de campo, mas, vai ficar feio, então ele torce para que LULA seja o candidato do PT e não Dilma Rousseff. Se for Lula, Campos teria (isso lá na imaginação fértil do Merval) a desculpa que precisa para voltar a governar Pernambuco, coisa que ele relegou a um segundo plano e já lhe tem valido uma chuva de críticas. Se Dilma for a candidata do PT, aí Campos estaria "moralmente" ou seria "imoralmente" obrigado a continuar na disputa.

O certo é que Eduardo Campos só é conhecido em Pernambuco, fora de lá, vai ter que ralar muito, ter muito apoio e espaço do PIG para sair do semi-anonimato. Tem mais, o PSB está muito dividido, não sabe se "casa ou se compra uma bicicleta" quanto à deixar a base de apoio do governo.

A aposta do PIG em Eduardo vem diminuindo  pelo simples fato de que, os "ESPECIALISTAS" já se deram conta de que ele tira votos / divide votos / com AÉCIO e MARINA, e que Campos vai ter uma dificuldade imensa em ir além do SLOGAN de que "É POSSÍVEL FAZER MAIS" sem estampar na própria testa o carimbo de TRAÍRA - OPORTUNISTA - INGRATO.

O Merval veio ainda com uma história de que LULA e CAMPOS teriam combinado tudo isso para afastar Dilma da competição em 2014, mas aí... bem, aí o Merval já passou de quem delira e sonha, para quem SURTA. 

Aliás, em se tratando de Merval Pereira...O Ministério da Saúde adverte, MAU CARATISMO FAZ MAL AO JORNALISMO BRASILEIRO.



Posted: 11 May 2013 11:50 AM PDT
Posted: 11 May 2013 11:47 AM PDT


Blog Palavra Livre   sábado, 11 de maio de 2013


Davis Sena filho 
A História Secreta da Rede Globo (Muito Além do Cidadão Kane) é um documentário de 1993, e foi proibido pela Justiça de ser mostrada no Brasil. Posteriormente, a Record comprou os direitos do documentário, mas nunca o mostrou em sua tela de televisão.



A História Secreta da Rede Globo é também um livro escrito por Daniel Herz e publicado originalmente pela editora Tchê! em 1986. O livro fala sobre as relações que Roberto Marinho, dono da Rede Globo, mantinha com a ditadura militar, além dos procedimentos ilegais que levaram à super estruturação da emissora. O livro, que foi publicado 14 vezes por duas editoras, foi uma das fontes de inspiração para o documentário britânico Muito Além do Cidadão Kane.



Além do Cidadão Kane é um documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro.

- Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989.

- Apoio a ditadura militar e censura a artistas, como Chico Buarque que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora.

- Criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana.

- Depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira.

"Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane"

BBC de Londres
Produtor: Simon Hartog 
Postado por

Posted: 11 May 2013 11:42 AM PDT


VEJA O NÍVEL DOS RESERVATÓRIOS POR REGIÃO DO BRASIL

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A partir de hoje (11), quatro termelétricas movidas a óleo diesel, das que foram acionadas em outubro do ano passado para garantir a segurança energética do país, serão desligadas. As usinas Pau Ferro e Termomanaus, em Pernambuco; Xavante, em Goiás; e Potiguar I, no Rio Grande do Norte, somam 334 megawatts (MW), dos cerca de 14 mil MW que foram acionados.
A decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, na última quarta-feira (8), levou em conta o custo de produção de energia das termelétricas. A operação das quatro usinas custa R$ 260 milhões por mês, e o desligamento dessas usinas vai representar uma redução de encargos entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões mensais.
As termelétricas haviam sido acionadas por causa do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no final de 2012. A decisão de desligar as térmicas foi tomada porque os reservatórios do país já atingiram níveis satisfatórios. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo vai continuar monitorando o nível dos reservatórios e, se for possível, haverá o desligamento de mais termelétricas.
O sistema de geração de eletricidade do Brasil é chamado de hidrotérmico, ou seja, a geração por meio de hidrelétricas é a principal, e as térmicas movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa servem para complementar. Quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está muito baixo, o governo decide acionar mais termelétricas para garantir que não falte energia no país.
Edição: Carolina Pimentel
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

NÍVEL DOS RESERVATÓRIOS - FONTE ONS


Posted: 11 May 2013 09:40 AM PDT



Sobre Roberto Gurgel e os recursos da AP 470
Luis Nassif Online
Por André Araújo

Um post meu dias trás disse que o Procurador Geral nem iria ler os recursos dos réus da AP470.
Dito e feito, acertei na mosca. O Procurador Geral recebeu os mais de 20 recursos para dar parecer, como é de sua obrigação e os devolveu com uma só cota, dizendo que os recursos não devem ser acolhidos, TODOS,  sem exceção, não viu qualquer diferença entre recursos extensos, com centenas de páginas, de advogados diferentes e referentes a casos distintos.
Traduzindo, NÃO LEU NENHUM e NEM TOMOU CONHECIMENTO, em um evidente descaso e desconsideração com os advogados e com o Tribunal, recebeu e devolveu muito antes do prazo que teria para analisar os recursos, quer dizer NEM SE DEU AO TRABALHO DE ANALISAR, seria o caso de alguma medida, pois é clara obstrução de Justiça não na letra mas no espirito da lei.
Nunca se viu em um caso desse jaez na mais Alta Corte do País uma atitude de tal insolência, um desrespeito a eminentes advogados que trabalharam dia e noite para preparar os recursos, quer dizer que são tão todos ignorantes e não sabem o que fazem e só o Procurador Geral está certo?
A Procuradoria Geral é um caso mais sério que o STF, muito mais sério, o STF é ao menos um colegiado onde pode haver opiniões distintas, a PGR é uma instância autoritária e assim pretende continuar com o sistema de lista tríplice composta dentro de um pequeno grupo, pelo menos uma coisa eles tem de sobra, ousadia.

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Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 11 May 2013 09:38 AM PDT



O BANQUEIRO E OS CRIMES
Os auditores do BC encontraram indícios de lavagem de dinheiro e evasão de
divisas no Cruzeiro do Sul, presidido por Luis Octavio Azeredo Indio da Costa

"O esquema montado pelo dono do banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Azeredo Indio da Costa, gerou um rombo de R$ 2,2 bi. Documentos relevam que o BC foi grampeado pelos banqueiros, que doaram R$ 12 milhões a políticos. O maior beneficiário foi José Serra
Claudio Dantas Sequeira e Josie Jerônimo, ISTOÉ
Na última semana, ISTOÉ teve acesso a um relatório exclusivo da Comissão de Inquérito do Banco Central com novas revelações sobre a bilionária fraude do Banco Cruzeiro do Sul, que sofreu intervenção em junho do ano passado e foi liquidado três meses depois. O documento de 247 páginas revela que o esquema criminoso montado pelos banqueiros Luis Felippe Indio da Costa e Luis Octavio Azeredo Indio da Costa, pai e filho, foi ainda maior do que a Polícia Federal e o Ministério Público tinham conseguido apurar. O banco contou ainda com a omissão de grandes empresas de consultoria e até com um aparato de arapongagem que garantia acesso a informações privilegiadas.

Na documentação, obtida com exclusividade por ISTOÉ, pareceres e notas jurídicas revelam a incrível variedade de crimes cometidos e o tamanho do golpe. Segundo o relatório, foram feitas 682 mil operações de empréstimos fictícios – o dobro do que a PF e o Ministério Público imaginavam. Os auditores do BC também concluíram que houve desvio de recursos por triangulação e encontraram indícios veementes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O rombo deixado pela gestão fraudulenta dos Indio da Costa, que era estimado em R$ 1,3 bilhão, ultrapassa os R$ 2,2 bilhões, conforme o relatório do BC. Agora, a Polícia Federal quer saber se o dinheiro da fraude teve como destino paraísos fiscais, contas de laranjas ou campanhas políticas, como a do tucano José Serra. Nas eleições de 2006, 2008 e 2010, o Cruzeiro do Sul doou quase R$ 12 milhões para políticos de diversas legendas. O partido mais beneficiado foi o PSDB. Em 2010, o Cruzeiro do Sul injetou R$ 1,2 milhão na campanha do vice de Serra, Indio da Costa, primo do presidente do banco. Também doou R$ 1,8 milhão diretamente para o diretório nacional do PSDB, principal cofre da campanha serrista. Outro R$ 1,3 milhão foi distribuído para diretórios tucanos empenhados na campanha de Serra. A instituição buscava proteção financiando políticos e mantinha uma boa relação com os tucanos. Ainda não é possível afirmar, no entanto, que o dinheiro que acabou nas campanhas eleitorais tenha vindo direto das operações fraudulentas dos banqueiros. Mas a PF já investiga essa possibilidade."
Matéria Completa, ::AQUI::

Posted: 11 May 2013 07:19 AM PDT

Posted: 11 May 2013 07:08 AM PDT



http://blogs.jovempan.uol.com.br/conexaoorlando/wp-content/files/2010/09/drown-in-cash.jpg
Vou voltar a um tema que eu adoro. Considerando que a renda do capital segue estratosfericamente maior que a do trabalho e os recursos usados para o pagamento de juros são bem maiores que os aplicados em programas sociais (em todos os governos, de FHC a Dilma), fico extremamente incomodado quando ouço ou leio pessoas reclamando que "dar dinheiro aos pobres os torna vagabundos".
É engraçado que ninguém reclama do dinheiro que vai às classes mais abastadas, que investem em fundos baseados na dívida pública federal. Grosso modo, muito vai para poucos e pouco vai para muitos. E, mesmo assim, sou obrigado a ouvir pérolas quase que diariamente, reclamando dos programas de transferência de renda, não no sentido de melhorá-los, mas de extingui-los. É claro que é importante avançar na construção de "portas de saídas" para programas como o Bolsa-Família, gerando autonomia econômica. Mas a raiva com a qual essas iniciativas ainda vêm sendo tratadas por algumas pessoas me surpreende. Pessoal, supera! Não há partido político que vá se eleger com uma plataforma que cancele esses processos de transferência de renda. Isso já é política de Estado e não de governo.
"Ah, mas minha tia tem uma amiga em que a empregada recebe o bolsa-família e, por isso, desistiu de trabalhar. Quer ficar no bem bom com o dinheiro público." Quantos já ouviram coisas assim? Primeiro reduzindo todo um programa a uma única história. Segundo, uma história mal contada, pois é difícil imaginar que uma família consiga sobreviver com dignidade com um montante de renda não raro menor que uma garrafa de vinho paga pelo sujeito fino que decretou tal preconceito. Terceiro, para alguém preferir a segurança da mensalidade do programa do que um salário é que a remuneração deve ser baixa demais ou a garantia de permanência no emprego inexistente.
Este post não está criticando ou elogiando ninguém, mas tentando entender o que, além do preconceito, faz com que um cidadão que tenha um pouco mais na conta bancária acredite que pisar no andar de baixo é a solução para galgar ao andar de cima? E crer que o futuro de um país é feito uma Arca de Noé, com espaço para salvar pouca gente de um dilúvio iminente?
Para esse pessoal, é cada um por si e o Sobrenatural – proporcionalmente ao tamanho do dízimo deixado mensalmente – para todos. Fraternidade e solidariedade são palavras que significam "doação de calças velhas para vítimas de enchente", "brinquedos usados repassados a orfanatos no Natal" ou "um DOC limpa-consciência feito a alguma ONG".
Nada sobre um esforço coletivo de buscar a dignidade para todos, com distribuição imediata (e não depois que o bolo crescer) da riqueza gerada no país. Crescimento produzido pelos mesmos trabalhadores que não desfrutam da maior parte de seus resultados. Porque, apenas teoricamente, todos nascem livres e iguais.
E se eu dissesse que "dar dinheiro aos ricos os torna vagabundos?" Por que usar a frase para os pobres é ser um "analista sensato da realidade" e usar a frase aos ricos é ser um "canalha de um comunista safado"?

Posted: 11 May 2013 06:33 AM PDT


Joaquim Barbosa me surpreende, meus irônicos botões pedem que não me apresse
O espanto. Barbosa denuncia a falta de pluralismo da mídia e o
racismo reinante nas redações e fora delas. Acredita mesmo no
que afirma.
Foto: Nelson Jr./ SCO/ STF
Surpresa. Espanto, até, colheu-me no fim da semana passada. Na sexta 3 de maio, ao participar de um evento sobre liberdade de imprensa, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, herói da mídia nativa, voltou-se contra quem o elevou à glória das páginas impressas. Não se deu por satisfeito: também condenou o racismo reinante no Brasil, de várias formas e maneiras.
Em San José da Costa Rica, onde se realizou o congresso promovido pela Unesco, ao longo de um discurso pronunciado em inglês, o ministro Barbosa disse coisas que melhor caberiam neste meu espaço semanal. Comentaram meus irônicos botões: "O homem roubou-lhe a fala". Segundo Barbosa, os três jornalões brasileiros, Estadão, Folha e Globo, pecam pela "falta de pluralismo" e pela "fraca diversidade política e ideológica".
Constatou o óbvio ao registrar que esta imprensa alinha-se sistematicamente de um lado só. A constatação não deixa, contudo, de ser audaciosa no seu desafio à casa-grande e aos seus porta-vozes, tanto mais por cair da boca do grão-mestre do julgamento do chamado "mensalão". O qual não hesita em acentuar que os três principais diários brasileiros inclinam-se "para a direita no campo das ideias".
As observações de Barbosa conduzem a uma conclusão: se a mídia é reacionária, reacionário é o ataque diuturno e concentrado contra quem governou o País nos últimos dez anos, Lula e Dilma. Quanto ao racismo, revela-se nas próprias redações. Não há negros em posições de liderança nos grupos de mídia, diz o magistrado, tampouco têm presença nos vídeos e no papel. No Brasil mais de 50% da população se compõe de negros e mulatos, "mas é como se não existissem no mercado das ideias".
O racismo ganha, porém, outras provas, mais profundas e generalizadas, como se dá com o tratamento desigual reservado pela Justiça a brancos e negros. "As pessoas são tratadas de forma diferente – sublinha Barbosa –, de acordo com seu status, sua fortuna e a cor da sua pele: isso tudo tem um papel enorme no sistema judicial, especialmente em relação à impunidade." De quem pode mais, está claro.
Pergunto aos meus irreverentes botões qual haverá de ser de agora em diante o comportamento reservado pela mídia nativa ao presidente do STF. Retrucam com o estribilho de um antigo e delicioso sambinha carnavalesco: "Sossega leão, sossega leão". Percebo o sarcasmo dos incrédulos, algo assim como a certeza de que este mar não dá peixes.
Certo é que Barbosa já fez declarações similares em uma entrevista de tempos atrás a Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Desta vez, no entanto, foi mais ao fundo do assunto e foi bem claro na exposição diante de uma plateia internacional, a oferecer repercussão mais vasta. Resta a derradeira consideração dos botões, soprada entre dentes: "O ilustre prega bem, mas não parece agir em conformidade". Encaro-os, entre atônito e perplexo, logo peço explicações. Lembram que Barbosa costuma ligar para o imortal Merval Pereira, uma das colunas mestras de O Globo, como o próprio se apressou a informar seus leitores, para oferecer pistas e esclarecimentos a respeito de temas diversos. Merval não é personagem-símbolo do jornalista negro e de esquerda.
Mino Carta
No CartaCapital


Posted: 11 May 2013 06:27 AM PDT

Do Viomundo - publicado em 10 de maio de 2013 às 14:40


No TSE, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello reconheceram a licitude dos empréstimos que, após convalidação judicial, ganharam consistência de atos jurídicos perfeitos

Reavaliações do "mensalão"

por Mauricio Dias, em CartaCapital,  enviado por Julio Cesar Macedo Amorim

Não se deu atenção devida à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de aprovar as contas do Diretório Nacional do PT, referentes ao ano de 2003, e de recomendar a aprovação das contas de 2004.

O veredicto convalidou os empréstimos bancários do PT, perto de 58 milhões de reais, que estão no centro turbulento da Ação Penal 470, popularizado com o nome de "mensalão, configurados em crimes diversos no julgamento do Supremo Tribunal Federal.

Na avaliação dos especialistas, os empréstimos do PT constituem o que se chama de "ato jurídico perfeito", pois foram tornados válidos judicialmente em Minas Gerais, onde o banco cobrou e a Justiça executou as garantias do contrato de empréstimo.

Após a execução, o PT apresentou proposta de pagamento, aceita pelo credor, validada pela Justiça e homologada em juízo. Posteriormente, os empréstimos foram registrados perante o TSE e agora aprovados ainda que com ressalvas e aplicação de multas.

Na sequência, o Ministério Público nada opôs ao que se refere à cobrança judicial ao PT da dívida bancária contraída. Nem mesmo contestou o pagamento feito, como já se disse, mediante cobrança judicial.

Assim, tecnicamente, a questão está preclusa. Não há mais como discutir algo que transitou em julgado. Tendo se desincumbido da obrigação cobrada pela Justiça e não tendo sofrido nenhuma oposição do Ministério Público, sem a apresentação de qualquer contestação, a ação judicial de cobrança exauriu-se com o pagamento.(Os grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)

É o que estabelece a lei e, certamente, foi essa uma das bases da decisão de aprovação das contas do PT dado pela ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE.


Outros dois ministros do STF que compõem o TSE, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli, também reconheceram a licitude dos empréstimos que, após convalidação judicial, ganharam consistência de atos jurídicos perfeitos.

Transitados em julgado, não podem ser contestados. O TSE reconheceu esse princípio do mundo jurídico. Como o STF não é instância revisora do Tribunal Eleitoral, exceto em questões constitucionais, não é competente para discutir a decisão tomada.

Essa decisão tem contornos não só importantes, mas também curiosos. Do TSE, além dos três ministros já citados, participam dois outros nomes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Pode-se deduzir daí que os dois mais altos tribunais do País entendem como juridicamente inquestionável o ato de homologação da Justiça de Minas Gerais que revalidou os empréstimos bancários do PT, ponto central de inúmeros atos tipificados como criminosos no julgamento do chamado "mensalão".
Também do Blog ContrapontoPIG
Posted: 11 May 2013 06:24 AM PDT

Do Viomundo  -  publicado em 10 de maio de 2013 às 18:37





da Boitempo
No dia 13 de maio, às 19h, a Boitempo e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais sede Brasil (FLACSO Brasil) realizam o debate de lançamento de 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. O evento contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da filósofa Marilena Chauí, do economista Marcio Pochmann e do sociólogo e organizador do livro Emir Sader.

Essencialmente uma reflexão sobre os rumos da política brasileira na última década, o livro oferece um panorama dos desafios enfrentados pelo País. Além de trazer uma rara e inédita entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a obra reúne 21 artigos de alguns dos principais intelectuais engajados e ativamente envolvidos na política dos últimos anos.
Aberto ao público, o evento é gratuito e não requer inscrição. Senhas para entrada serão distribuídas a partir das 18h, no local do evento.

Centro Cultural São Paulo: rua Vergueiro, 1000, Liberdade, São Paulo

Sobre o livro

Como avaliar as enormes transformações pelas quais o Brasil passou ao longo da última década? O país foi palco de profundas mudanças desde que elegeu o Partido dos Trabalhadores. 

Compreender e refletir o seu legado tornou-se uma tarefa incontornável para pensar os rumos da nação. 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil, coletânea organizada pelo sociólogo Emir Sader, contribui para essa difícil empreitada, com reflexões de alguns dos mais destacados pensadores brasileiros, como Marilena Chauí, Marco Aurélio Garcia, Marcio Pochmann, Luiz Gonzaga Belluzzo, José Luis Fiori, Luis Pinguelli Rosa e Paulo Vannuchi.

Coeditado pela Boitempo e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais sede Brasil (FLACSO Brasil), o e-book do livro estará disponível para download gratuito a partir da segunda quinzena de maio.

Sader não hesita em expor as tensões em meio às quais se desenvolveu a política econômica do governo, da primeira à segunda – e atual – fase. O resultado é um panorama de 21 ensaios de intelectuais engajados e ativamente envolvidos na política da última década, que discorrem sobre como foram implementadas as políticas sociais – o cerne dos governos Lula e Dilma –, seus enfoques setoriais obrigatoriamente desiguais, seus sucessos e obstáculos até hoje ainda não superados.

Além desse amplo espectro de reflexões, o livro conta com uma entrevista inédita com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em fevereiro de 2013 especialmente para esta coletânea, na qual ele avalia a experiência de governo e faz um balanço das suas realizações e do que não foi possível fazer durante seus dois mandatos.

"A intuição e o pragmatismo de Lula serviram de bússola nesse caminho, com situações às vezes surpreendentes e inesperadas, mas que fizeram com que se concluísse esse período com um balanço claramente positivo", afirma o sociólogo.

O livro é considerado por Sader um instrumento de atualização da prática política e de reflexão necessária para a superação definitiva do neoliberalismo no Brasil. A rubrica "pós-neoliberal" visa dar conta da totalidade das políticas antineoliberais que emergiram no marco das grandes recessões que abalaram a América Latina no final do século XX.

A perspectiva essencial é de que o esgotamento do modelo neoliberal não foi sucedido por um modelo alternativo que pudesse substituí-lo em escala global. "Vivemos e seguiremos vivendo ainda por um tempo prolongado um período turbulento, nos planos geopolítico e econômico-financeiro, de disputa hegemônica, em que um mundo velho insiste em sobreviver e um mundo novo encontra dificuldades para se afirmar", avalia Sader no ensaio "A constituição da hegemonia pós-neoliberal".

A década que teve fim em 2002 combinou várias formas de retrocesso. Entre elas, a prioridade do ajuste fiscal, as correspondentes quebras da economia e as cartas de intenção do FMI, que desembocaram na profunda e prolongada recessão que o governo Lula herdou.

Os caminhos pelos quais os governos Lula e Dilma trilharam e ainda trilham para enfrentar essa herança foram mais complexos e conflituosos do que se poderia esperar.

No entanto, Maria Inês Nassif afirma no texto de orelha que, na última década, o Brasil percorreu tão rapidamente caminhos desconhecidos em sua história que ainda não se deu conta de que uma nova geração já perdeu a referência do passado. "O debate é fundamental para o futuro", assinala.

Para Nassif e Sader, o livro é uma proposta para o aprofundamento das discussões sobre os governos Lula e Dilma pela óptica progressista e pela perspectiva da continuidade. "São 10 anos que servem de pano de fundo para se pensar sobre a herança recebida, as transformações logradas e aquelas não realizadas, com suas razões e consequências, e as projeções do futuro brasileiro", conclui Sader.

Sumário

BALANÇO DA ÚLTIMA DÉCADAO necessário, o possível e o impossível
Luiz Inácio Lula da Silva (Entrevista concedida a Emir Sader e Pablo Gentili)
GEOPOLÍTICA
O Brasil e seu "entorno estratégico" na primeira década do século XXI
José Luís Fiori
POLÍTICA EXTERNA
Dez anos de política externa
Marco Aurélio Garcia
ECONOMIA
Dez anos de política econômica
Nelson Barbosa
POLÍTICA INDUSTRIAL
Os anos do povo
Luiz Gonzaga Belluzzo
DESENVOLVIMENTISMO
Dez anos depois…
Jorge Mattoso
CIDADANIA E CLASSES SOCIAL
Uma nova classe trabalhadora
Marilena Chaui
PÓS-NEOLIBERALISMO
A construção da hegemonia pós-neoliberal
Emir Sader
POLÍTICAS SOCIAIS
Políticas públicas e situação social na primeira década do século XXI
Marcio Pochmann
DESENVOLVIMENTISMO REGIONAL
Desenvolvimento regional brasileiro e políticas públicas federais no governo Lula
Tania Bacelar de Araujo
ENERGIA
Energia e o setor elétrico nos governos Lula e Dilma
Luiz Pinguelli Rosa
REFORMA AGRÁRIA
A reforma agrária que o governo Lula fez e a que pode ser feita
Bernardo Mançano Fernandes
COMUNICAÇÃO
Por que não se avança nas comunicações?
Venício A. de Lima
MEIO AMBIENTE
A política ambiental na década 2002-2012
Liszt Vieira e Renato Cader
SAÚDE
Saúde é desenvolvimento
Ana Maria Costa
EDUCAÇÃO
A procura da igualdade: dez anos de política educacional no Brasil
Pablo Gentili e Dalila Andrade Oliveira
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Uma década de avanço em ciência, tecnologia e inovação no Brasil
Sérgio Rezende
CULTURA
Cultura: políticas públicas e novas visibilidades
Glauber Piva
TRABALHO
Um olhar dos trabalhadores: um balanço positivo, uma disputa cotidiana e muitos desafios pela frente
Artur Henrique
POLÍTICA PARA AS MULHERES
10 anos de política para as mulheres: avanços e desafios
Eleonora Menicucci de Oliveira
DIREITOS HUMANOS
Direitos humanos e o fim do esquecimentoPaulo Vannuchi


Sobre os autores

Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente da República de 2003 a 2010. Ex-sindicalista, com papel de liderança nos protestos contra a ditadura militar, é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, do qual é presidente honorário.
José Luís Fiori é professor titular de economia política internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É autor de Poder global e a nova geopolítica as nações (2007) e Ontem, hoje e amanhã: tendências do sistema mundial (no prelo), ambos pela Boitempo.
Marco Aurélio Garcia é assessor especial de Política Externa da presidenta Dilma Rousseff, função que desempenhou nos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva. É professor aposentado de História, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Nelson Barbosa é professor do Instituto de Economia da UFRJ e secretário executivo do Ministério da Fazenda.
Luiz Gonzaga Belluzzo é professor de Economia da Unicamp. Atuou como consultor pessoal de economia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Escreveu com Júlio Sérgio Gomes de Almeida, Depois da queda: a economia brasileira da dívida aos impasses do real (Civilização Brasileira, 2002).
Jorge Mattoso é economista e consultor. Foi presidente da Caixa Econômica Federal (2003-2006) e atua como secretário de finanças da Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo desde 2009.
Marilena Chaui é professora de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e autora, entre outros livros, de Iniciação à filosofia (Ática, 2012) e Cidadania cultural (Perseu Abramo, 2006).
Emir Sader foi secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso). Organizou ao lado de Ivana Jinkings, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile aLatinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (Boitempo, 2006).
Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia da Unicamp. Pela Boitempo, publicou O emprego na globalização (2001), O emprego no desenvolvimento da nação (2008) e Nova classe média? (2012).
Tania Bacelar de Araujo é professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em desenvolvimento regional. É autora de Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências (Revan, 2000).
Luiz Pinguelli Rosa é diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (UFRJ). Membro da Academia Brasileira de Ciências, foi presidente da Eletrobras de 2003 a 2004.
Bernardo Mançano Fernandes é professor de Geografia na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente e coordenador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos da Reforma Agrária na mesma universidade.
Venício A. de Lima é professor de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), fundador e primeiro coordenador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da mesma universidade.
Liszt Vieira é doutor em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e professor da Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio).
Renato Cader é doutor em Ambiente e Sociedade pela Unicamp e docente da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Ana Maria Costa é médica sanitarista, doutora em Ciências da Saúde e presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes).
Pablo Gentili é secretário executivo do Clacso, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil).
Dalila Andrade Oliveira é presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Sergio Machado Rezende é professor de Física da UFPE. Foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É autor de Materiais e dispositivos eletrônicos (Livraria da Física, 2004).
Glauber Piva é sociólogo e foi diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Foi professor de Políticas Culturais, Corpo e Diversidade na Faculdade de Artes de Paraná.
Artur Henrique é sociólogo e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). É conselheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e diretor financeiro da Fundação 
 Perseu Abramo na gestão 2012-2016.
Eleonora Menicucci de Oliveira é socióloga e ministra-chefe da Secretaria de P olíticas para as Mulheres. É professora em Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Paulo Vannuchi é jornalista. Foi ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos de 2005 a 2010. Trabalhou na elaboração de Brasil nunca mais, coordenado por dom Paulo Evaristo Arns.
Renato Ferreira é advogado e professor de Direitos Humanos. Mestre em Políticas Públicas pela Uerj. Foi assessor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.


Ficha técnica
Título: 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil
Subtítulo: Lula e Dilma
Organização: Emir Sader
Autores: Vários
Orelha: Maria Inês Nassif
ISBN: 978-85-7559-328-8
Páginas: 384
Preço sugerido: R$ 20,00 (livro impresso; ebook será gratuito)
Coedição: Boitempo e FLACSO Brasil

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Também do Blog ContrapontoPIG
Posted: 11 May 2013 06:20 AM PDT

Luis Nassif Online 
Por Rogerio Diaferia Rossi 
Em meio a essa polêmica de médicos cubanos e revalidação de diplomas. Eu que sou médico brasileiro e estrangeiro, que trabalhei alguns anos em áreas inóspitas como hospitais e postos de saúde dentro de favelas, e também em hospitais públicos e privados de centros urbanos, que fui coordenador de pronto atendimento, que trabalhei até no meio do mar sem auxílio de profissionais de enfermagem, vou deixar minhas reflexões...
A primeira é que considerei mais do que injusto o longo, tortuoso, e caríssimo processo por que passei para ser médico no Canadá. Mesmo tendo cursado ótima faculdade pública que é pertencente da FAIMER (http://www.faimer.org/), tendo feito 2 anos de internato (aqui no Canadá eles não fazem); Antes de entrar na residência eu tive que passar em 3 provas que os canadenses só fazem durante ou depois dela! Mas isso não ocorre para todos, pois médicos ingleses, franceses e dos EUA tem diploma automaticamente revalidado. O Canadá necessita muito de médicos, pois existe um funil rumo aos enormes salários dos EUA, mas nem por isso eles facilitam a vida de profissionais preparados que já vivem aqui. Existem milhares de médicos do mundo todo nos caixas de supermercado, dirigindo táxi aqui, e isso mesmo depois de já terem passado nas provas. E existe mesmo aqui, meus caros, uma numerosa população carente de médicos, só para não esquecermos que o mundo não gira ao redor dos umbigos dos diplomados em medicina...
Em seguida, conto que conheço de perto 10 médicos que fizeram medicina em Cuba, trabalhei de perto com eles e posso afirmar que suas condutas e posturas foram mais corretas e éticas do que a da maioria dos colegas brasileiros com que convivi. Cada uma que eu já vi... sem contar que meu pai morreu de enfarte após ter esperado por 9 horas em um pronto socorro público o médico que estava incomunicável por BIP... 
Em terceiro, pergunto: os médicos brasileiros passam por algum processo de permissão de exercício no Brasil? Resposta: não. É só se formar em faculdades sem hospital, sem acesso a internato ou à rotação em atenção básica e já podem portar o porte de arma mais conhecido como CRM. Nos países sérios, se é isso que vocês tanto querem para o Brasil, o médico só pode trabalhar depois de ter passado no exame de ordem do CRM, depois de ter feito residência e depois de ter passado na prova de título de sua especialidade. Vocês realmente acham que um formado de Presidente Prudente e afins é melhor preparado do que um de Cuba???
Falando nisso, em quarto, eu pergunto, qual é a qualidade dos profissionais que atendem emergências e atenção básica públicas no Brasil? Resposta: a enorme maioria não fez nenhuma residência médica, pula de um emprego para o outro atrás do melhor pagamento, falta mais do que trabalha, chegam quase sempre atrasados aos plantões, poucos possuem certificação de ressuscitação ou de trauma, valorizam os empregos caixa 2 para não pagar imposto. Nos anos em que trabalhei no PSF (Programa de Saúde da Família) vi a enorme rotatividade de médicos em busca de mais privilégios, como dia de folga remunerado (day-off), flexibilidade de horário (poder não cumprir o horário), benefícios e salários maiores. Os pacientes das favelas em que trabalhei, sempre falavam que sabiam que o médico (muitas vezes eu) não iriam durar mais do que alguns meses... Muito triste, ainda mais nessas situações onde os cuidados necessários são contínuos.
Enquanto coordenador da UPA, confesso que só consegui fechar a escala às custas de um salário muito maior. Um pediatra ganha de 750 a 900 reais por 12 horas na região de Campinas, lá se paga 1.400,00 durante a semana e 1.500,00 de fim de semana. Assim era fácil, eu escolhia os melhores. Mas tive que demitir vários picaretas que tratavam a população, o serviço e os funcionários com todo desrespeito. Plantoneiros de carreira que saem de um plantão e vão para o outro sem dormir e sempre atendem com o pior dos humores. E Jaguariúna fica somente há 15 minutos de uma grande cidade como Campinas. Como deve ser no sertões do nordeste, onde o médico além de se sentir um deus, sente e age como coronel... 
A saúde brasileira necessita de muita coisa, de muito investimento, de muita competência, principalmente por parte dos médicos. Mas o que ela mais necessita, é de respeito, de pessoas que valorizem o sofrimento do povo mais vulnerável, os pobres. E os médicos que criticam tanto o governo do PT, não criticaram o governo do PSDB que demorou um ano para aprovar o plano de carreiras dos médicos servidores públicos. Por que será? Eles estão é mais interessados em entrar nas residências médicas que mais dão dinheiro e comodidade, como consultório particular lotado. Prova disso é sermos campeões mundiais em cirurgias plásticas estéticas, continuarmos a priorizar a cesárea ao invés do parto vaginal, termos centenas de concorrentes para dermatologia ou endocrinologia para 2 ou 3 vagas, e, às vezes, nenhum candidato para cursar medicina de família e comunidade. 
O Brasil necessita de mais médicos nas periferias e áreas rurais SIM. Vocês querem ir trabalhar lá? Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é de 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é de 4 médicos. No início do ano, os prefeitos que assumiram apresentaram ao governo federal uma série de demandas na área de saúde. Entre os pontos destacados estava a dificuldade de atrair médicos para as áreas mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior. O governo brasileiro pretende atrair não somente médicos cubanos para trabalhar nas regiões mais carentes do País, mas também profissionais de Portugal e da Espanha.
Vejo que isso se trata muito mais de uma questão de saúde pública, do que proteção de nicho de mercado de um classe já muito privilegiada. Mas claro que o PT e Cuba são sempre motes para as mais reacionárias indignações.
Bisous a tous!

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Também do Blog O Esquerdopata.
Posted: 11 May 2013 06:14 AM PDT
Ustra levanta a tampa da Comissão 
A jaula tinha a fera dentro e todos puderam vê-la.
Eichmann em Brasília

O coronel Ustra, condenado por Fabio Comparato como torturador, demonstrou, enfim, que a Comissão da 1/2 Verdade pode ter vida – clique aqui para ler sobre o emprego de napalm no Araguaia.
O choque travado na audiência acendeu as luzes sobre as trevas e o Brasil deve isso a Rosa Cardoso: trazer o torturador condenado à vista de todos.
A função da Comissão da 1/1 Verdade é resolver três problemas.
E extinguir a vergonhosa Lei da Anistia.
O depoimento de Ustra, escancarado, desbocado, aos berros, prestou um grande favor à causa da extinção da Anistia.
Pouco importa o que ele tenha dito.
Importa que a jaula continha a fera e todos puderam vê-la. 

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Francisco Almeida 





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