segunda-feira, 8 de abril de 2013

Via Email: SARAIVA 13: TATCHER – Uma herança maldita para o Brasil



SARAIVA 13


Posted: 08 Apr 2013 03:35 PM PDT
Do Brasil 247 -8 de Abril de 2013 às 15:29
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Em primeiríssima mão, 247 divulga a reportagem de capa da próxima edição da revista Retrato do Brasil, de Raimundo Rodrigues Pereira, que chega às bancas no próximo fim de semana; ela demonstra que os empréstimos bancários tomados pelo PT existiram (com os devidos registros) e que foi preciso grande esforço retórico para transformar as "fragilidades e falhas" no processo de controle dos recursos do Fundo de Incentivos Visanet pelo Banco do Brasil num clamoroso "desvio de dinheiro público"; matéria afirma que Justiça no processo faz lembrar "tempos medievais" e que o chamado mensalão faz por merecer o apelido de mentirão; publicação estará nas bancas no próximo fim de semana; leia antes aqui




247 - O acórdão do julgamento do mensalão deve sair nesta semana, mas o mais controverso processo judicial dos últimos anos no Brasil segue com inúmeras questões a serem respondidas. No próximo fim de semana, chega às bancas das principais capitais do País, a R$ 8,00, edição da revista Retrato do Brasil que esmiúça a "construção do mensalão", e a que você tem acesso em primeira mão no 247.

Leia, em primera mão, "A construção do mensalão", da revista Retrato do Brasil
Na reportagem de capa, a publicação promete mostrar que "o mensalão foi uma espécie de maldição aspergida pelo ex-deputado Roberto Jefferson sobre um esquema de financiamento eleitoral por meio do qual o partido do presidente Lula e de seu ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, distribuiu, entre 2003 e 2004, cerca de 56 milhões de reais para vários de seus filiados, para o marqueteiro de muitas de suas campanhas, Duda Mendonça, e para vários partidos da chamada base aliada".

Entre os questionamentos apresentados pela revista está o fato de que os empréstimos do Banco Rural ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e aos dirigentes da empresa SMP&B, que levaram ex-executivos do banco e da agência à condenação, "estavam perfeitamente contabilizados exatamente para confirmar sua existência e para cobrar do PT que os pagasse", como destacam depoimentos dos ex-executivos do banco. "Eram empréstimos, efetivamente. Esperávamos que o PT os pagasse. Se era dinheiro para corrupção, porque fazer e depois entregar à polícia essa contabilidade minuciosa?", questiona Ramon Hollerbach, ex-sócio da SMP&B, na reportagem.

Destacando que a Justiça no processo faz lembrar "tempos medievais", a publicação comandada por Raimundo Rodrigues Pereira detalha ainda o caso Visanet, que, no processo, teria provado a existência de dinheiro público no suposto esquema. "Um dos segredos da Visanet nos lugares em que opera é colocar a serviço da venda de seus cartões – e, portanto, do aumento de seu faturamento – bancos rivais entre si, cada um interessado em emitir mais cartões que o outro, disputando cada espaço do mercado", explica o texto, que exemplifica: "se havia, como de fato houve nesse período, um congresso de magistrados em Salvador e o BB queria fazer uma promoção no local, isso não deveria estar escrito num plano a ser discutido dentro da Visanet, onde estava o Bradesco, por exemplo, com mais ações que o BB na empresa e igualmente ávido para vender cartões Visa aos juízes, pessoas de alto poder aquisitivo".

Visanet
A estratégia empresarial explica, segundo a revista, porque "as relações entre Visanet, bancos e agências de publicidade tinham de ser mais frouxas, para que o negócio funcionasse melhor". "Os negócios foram feitos assim e o truque funcionou, especialmente para o BB, que se tornou, nos anos da gestão Pizzolato, líder no faturamento de cartões de crédito entre os bancos associados à Visanet", conta a Retrato do Brasil. "Os auditores foram procurar documentos onde esses documentos não estavam. Notas fiscais, faturas e recibos da agência DNA e de fornecedores que teriam feito para ela as ações de incentivo autorizadas pelo BB foram buscados no próprio BB, onde não estavam. Como quem procura acha, os auditores encontraram 'fragilidades e falhas': descobriram que, nos dois períodos até então (...), as ações com dinheiro do FIV [Fundo de Incentivos Visanet] alocado para o BB, com falta absoluta ou parcial de documentos nos arquivos do próprio BB, chegavam quase à metade dos recursos despendidos", lembra o texto.

"Ao procurarem os mesmos documentos na Visanet, os auditores os encontraram. Evidentemente, a grande mídia – cujos colunistas mais raivosos chamam os petistas de petralhas – divulgou apenas que os auditores tinham achado, nos arquivos do BB, 'fragilidades e falhas' que mostravam indícios de que os serviços da DNA para o BB poderiam não ter sido realizados. A transformação das 'fragilidades e falhas' no processo de controle dos recursos do Fundo de Incentivos Visanet pelo Banco do Brasil num clamoroso 'desvio de dinheiro público' não se deu por força de afirmações contidas nos frios relatórios da auditoria feita pelo banco nesse fundo. Essa metamorfose ocorreu após a denúncia do escândalo na Câmara dos Deputados, um local no qual o PT sofrera uma grande derrota no início de 2005, com a perda da presidência da Casa, cargo em que estava seu deputado João Paulo Cunha, um ex-metalúrgico, como o presidente Lula", conta a revista.

Leia mais em a "A construção do mensalão", da revista Retrato do Brasil
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Também do Blog ContrapontoPIG
Posted: 08 Apr 2013 03:31 PM PDT

Do Brasil 247 - 8 de Abril de 2013 às 11:19

 

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Disposto a lutar até o fim para provar sua inocência, deputado José Genoino (PT/SP) afirma que irá apresentar todos os recursos possíveis e não descarta recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos; "julgamento foi uma pré-campanha pela condenação", disse, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar; parlamentar comentou ainda a polêmica com o CQC: "Objetivo desse tipo de jornalismo não é a informação, mas a execração"

247 – Determinado a "lutar até o fim" contra uma condenação que considera "injusta", o deputado federal José Genoino (PT-SP) fez uma série de críticas à Ação Penal 470, o julgamento do 'mensalão', durante entrevista concedida ao jornalista Kennedy Alencar, que foi ao ar na noite deste domingo no programa É Notícia, da RedeTV!. Na avaliação do petista, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a seis anos e 11 meses de prisão, o julgamento "foi um grande espetáculo impulsionado por setores da grande mídia sem dar espaço ao contraditório".

"Respeito e vou cumprir as decisões do Supremo, mas vou discutir até o fim. E a vida me mostra que a verdade, mais cedo ou mais tarde, prevalecerá", disse o deputado. Genoino acrescentou que é uma "sensação dura estar condenado e ser inocente", mas afirma que lutará contra essa injustiça, que "fez parte de uma construção que tem parte de fantasia, de fatos de campanha eleitoral e de outras pessoas que botam tudo na onda para criar o efeito manada", num julgamento "profundamente influenciado por uma campanha".

Questionado sobre o fato de ter presidido um PT que manteve relações próximas com Marcos Valério, apontado como operador do 'mensalão', o deputado garantiu que apenas "fazia política" e insistiu que não teve reuniões nem fez visitas ao publicitário mineiro. "Como presidente do PT, eu cuidava das alianças políticas, das alianças eleitorais. Eu não aceito ser condenado como criminoso por uma prática que eu não pratiquei", afirmou.

O parlamentar lembrou que não "teve uma prova" de que um deputado recebeu dinheiro em troca de voto e mostrou uma tabela da Receita Federal referente à Visanet, apresentada pelo consagrado jornalista Raimundo Pereira na edição de novembro da Revista Retrato do Brasil, que mostra "que todo aquele dinheiro da Visanet foi pago por eventos que ocorreram, promoções que aconteceram, veiculação de propaganda que não têm nada a ver com o PT", numa comprovação, segundo ele, de que não houve envolvimento de dinheiro público.

José Genoino não acredita que o PT tenha se corrompido no poder, como sugeriu o entrevistador, mas admitiu que deveria ter priorizado uma reforma política já em 2003 para garantir o financiamento público, proibindo a ação de empresas privadas e fidelidade partidária. Ele reafirmou que "não é verdade" que tenha havido corrupção por parte do PT no poder: "Ninguém comprou voto, não tem nenhuma prova e não houve uso de dinheiro público, está aqui o documento da Receita Federal".

Afirmando ao jornalista que tem um "compromisso radical com a democracia", o deputado do PT lembrou de episódios como sua prisão e a passagem pelo "pau-de-arara", durante o período da ditadura militar, e o fato de não ter "título de doutor", tudo em luta pela democracia. Apesar de se recusar a conversar sobre as formas de recurso que acionaria contra sua condenação, o parlamentar não disse que descarta recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos. "Pretendo lutar em qualquer situação para defender que não pratiquei crimes", disse.

Polêmica com o CQC
Genoino disse ter "uma posição muito crítica em relação a esses programas de humor", numa referência ao CQC, da TV Bandeirantes, que recentemente entrevistou o deputado por meio de um garoto, que se passou por um admirador. "Eu faço questão de nem citar esse programa porque o humor que ataca a pessoa, que faz execração pública e até usa uma pessoa para criar uma situação de constrangimento é um fenômeno de intransigência". 

Ele disse que se recusa a dar entrevistas para não legitimar esse tipo de programa e agradeceu à blogosfera pelo apoio concedido a ele no episódio. Um conselheiro do Ministério Público chegou a entrar com duas ações contra a atitude do humorístico (leia aqui).

Ele lembrou que quando se concede entrevista a um programa como o CQC, ela é "enfeitada", "colorida", recebe "adereços", e que por isso "não compensa". O petista disse que dá qualquer tipo de entrevista, seja dura ou não, mas desde que seja uma entrevista. "Eles têm o direito de estar lá, mas eu tenho o direito de não dar entrevista. Porque as perguntas são provocativas, as perguntas são de ataque, não têm o nível respeitoso de transmitir a informação". Segundo ele, "esse tipo de jornalismo não é para levar a informação, é para levar a execração".
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Posted: 08 Apr 2013 02:53 PM PDT


Vitima de derrame, a dama de ferro, como era conhecida Margareth Tatcher, faleceu neste dia 08 em Londres.
Seu legado político é bastante controverso. Amada e odiada, era uma liderança incontestável da direita européia e foi defensora ferrenha do neoliberalismo.
Foi premiê do Reino Unido de 1979 a 1990 e sua obradeixou males que se espalharam pelo mundo com rapidez: privação social, opressão de sindicatos, confronto com opositores de forma dura e implacável, como no episódio da Guerra das Malvinas. Em resumo, governou de modo tão conservador que seu próprio partido, o Partido Conservador!, voltou-se contra ela e a retirou do poder.
Sua forma de ver a economia era voltada exclusivamente ao protecionismo do capital. Gerou desemprego e queda da produção industrial na Inglaterra mas nunca desamparou os banqueiros. Seu processo político de privatizações e culto ao livre mercadofoi determinante para que alguns países, o Brasil inclusive, adotassem medidas conservadoras drásticas e danosas.
Sobretudo no período de governo do PSDB, na figura de FHC, o Brasil experimentou o remédio mais amargo que Tatcher criou: a economia foi atirada no colo do mercado, empresas públicas tradicionais foram privatizadas depois de saneadas com dinheiro público, o desemprego aumentou na proporção do crescimento da dívida interna e externa, apesar da entrada de recursos da venda de Estatais, a taxa básica de juros crescente era mantida para atender os banqueiros e a população, ora, permanecia estagnada, pobre e sem perspectivas.
Passadas duas décadas desde a queda de Tatcher, depois que parte do mundo ocidental abusou de venerar o livre mercado, vimos Nações de joelhos implorando recursos ao FMI e tendo que, em troca, adotar medidas ainda mais drásticas na área econômica, com corte de programas sociais e elevação da taxa de juros. Os resultados foram desastrosos principalmente para os países menos desenvolvidos da América Latina.
Hoje, ao abandonar as teorias malucas do neoliberalismo, o Brasil e parte importante do mundo capitalista descobriu nova fórmula de crescimento: participação direta do Estado na economia com intervenções pontuais e injeção de capitais. É hilário ler, por exemplo, como certos veículos de comunicação resmungam sobre o déficit em conta corrente do governo, sobre aumento das despesas de custeio e de pessoal. Reclamam que o governo gasta muito ...
Mas não vemos xororô da midia fundamentalista quando o governo dos EUA coloca, mensalmente, quase 90 bilhões de dólares na economia com o objetivo de incentivar o consumo e a geração de emprego; não vemos os "analistas" dizendo que é errado o Japão expandir sua base monetária em quase 1,5 trilhão de dólares para fazer frente ao baixo crescimento.
Seria um escândalo a intervenção do governo do Brasil na economia na época FHC, ditado pelas regras de austeridade da Dama de Ferro. Ou foi um escândalo manter a pobreza e a miséria do jeito que estavam?
Felizmente, isso mudou.
E, por certo, as novas gerações de Primeiros Ministros do Reino Unido aprenderam que tudo o que Margareth Tatcher produziu foi aumentar ainda mais a diferença entre ricos e pobres. Lá e no resto do mundo neoliberal. 
Ela morreu, e tomara que morra com ela a teoria da concentração de renda.
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Posted: 08 Apr 2013 02:49 PM PDT
Posted: 08 Apr 2013 12:54 PM PDT

Thatcher morreu como a mãe do 1% e a madrasta dos 99%

Paulo Nogueira

O modelo político que na década de 1980 ela ajudou tanto a espalhar resultou no mundo de extrema desigualdade de hoje.


A maior vitória de Margaret Thatcher, morta hoje aos 87 anos depois de um derrame, foi não ter assistido à formidável falência do mundo que ela ajudou tão poderosamente a construir na década de 1980.
Fazia anos que Thatcher sofria de problemas mentais. Conforme relatou num livro sua filha Carol,  ela chamava com frequência seu marido Denis, morto há muitos anos.
Ela não viu a desagregação do que se convencionou chamar de neoliberalismo – um sistema que acabou levando ao célebre mundo dos 99% versus 1%.
Thatcher de um lado do Atlântico e Ronald Reagan de outro comandaram com influência mundial – sentida no Brasil de Collor e mais ainda de FHC – modelos econômicos que acabaram privilegiando enormemente os superricos e as grandes corporações.
A grande crise econômica do final da década passada mostrou o quanto era insustentável este modelo,  a começar pelo fato de que os cofres públicos em tantos países se esvaziaram  por conta de políticas que permitiram aos bilionários e às multinacionais encontrar formas legais – embora imorais – de reduzir a quase nada os impostos a pagar.
Thatcher viveu pela política, e começou a morrer quando foi traída por companheiros do Partido Conservador e derrubada depois de 11 anos de poder, em 1990.
A mulher que em 1979 se instalou no Número 10, como os ingleses chamam a casa do primeiro ministro, era uma força da natureza. Chegou declamando São Francisco de Assis, mas agiu como uma ninja no poder.
Derrotou os sindicalistas superpoderosos que frequentemente paravam o Reino Unido, deu uma surra fulminante nos militares argentinos que queriam tomar as Malvinas, ajudou a cravar os pregos no caixão da União Soviética e liderou um movimento global de privatização e desregulamentação com resultados que o tempo provou serem catastróficos.
Margaret Thatcher pareceu, em certos momentos, maior que o Reino Unido. Seu único rival em prestígio, entre os líderes globais, era Reagan.  Mas, se Reagan parecia um ator de Hollywood fazendo o papel de presidente americano, Thatcher era 100% realidade, ele embalagem, ela conteúdo.
Thatcher agarrou-se desesperadamente ao poder quando já era uma primeira ministra morta em atividade.  Desafiada na liderança dos conservadores em 1990, não conseguiu a os votos necessários para permanecer como líder, embora tenha vencido seu oponente. Foi uma vitória inútil, mas Thatcher não quis ver isso.
No Reino Unido, o poder fica na mão do líder do partido mais votado. Os companheiros de partido podem, em situações extremas, desafiar a liderança.  Foi isso que tirou da Thatcher do poder.  Seus liderados entre os conservadores já não suportavam sua brutalidade como chefe, e um deles a desafiou.
Thatcher, sem votos suficientes para permanecer a despeito de ter batido o desafiador, ainda relutou durante dias em deixar Downing Street. Queria ir para a segunda e decisiva votação. Era formalmente uma possibilidade, mas na verdade é uma atitude não aceita na política britânica, pelo desrespeito implícito à vontade coletiva do partido. Foi a rainha Elizabeth quem afinal convenceu Thatcher a renunciar.
Os problemas mentais ceifaram depois seu projeto de fazer fortuna com palestras e, muito pior para ela, a impediram de lutar no campo das idéias pela essência do thatcherismo: um Estado mínimo, com a menor regulamentação possível.
Em 2011, a convite do premiê conservador David Cameron, ela visitou pela última vez Downing Street, o lugar de onde ela exerceu influência mundial durante  onze anos.
Andava com dificuldade e acenava confusamente, como se de alguma forma tivesse em sua mente destruída retornado aos dias em que foi conhecida como Dama de Ferro.

Morreu como a mãe do 1% e a madrasta dos 99%.
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Posted: 08 Apr 2013 04:25 AM PDT
Da Carta Maior - 07/04/2013

Como Getúlio e Juscelino, cada um deles em seu tempo, Lula é símbolo do povobrasileiro. Acusam-no hoje de ajudar os empresários brasileiros em seus negócios no Exterior. O grave seria se ele estivesse ajudando os empresários estrangeiros em seus negócios no Brasil. 

 

Mauro Santayana


  
O Ministério Público do Distrito Federal – por iniciativa do Procurador Geral da República – decidiu promover investigação contra Lula, denunciado, por Marcos Valério, por ter intermediado suposta "ajuda" ao PT, junto à Portugal Telecom, no valor de 7 milhões de reais.



O publicitário Marcos Valério perdeu tudo, até mesmo o senso da conveniência. É normal que se sinta injustiçado. A sentença que o condenou a 40 anos de prisão foi exagerada: os responsáveis pelo seqüestro, assassinato e esquartejamento de Eliza Salmúdio foram condenados à metade de sua pena.

Assim se explica a denúncia que fez contra o ex-presidente, junto ao Procurador Geral da República, ainda durante o processo contra dirigentes do PT.

O Ministério Público se valeu dessas circunstâncias, para solicitar as investigações da Polícia Federal - mas o aproveitamento político do episódio reclama reflexões mais atentas.

Lula é mais do que um líder comum. Ele, com sua biografia de lutas, e sua personalidade dotada de carisma, passou a ser um símbolo da nação brasileira, queiramos ou não. Faz lembrar o excelente estudo de Giorg Plekhanov sobre o papel do indivíduo na História. São homens como Getúlio, Juscelino e Lula que percebem o rumo do processo, com sua ação movem os fatos e, com eles, adiantam o destino das nações e do mundo.



Há outro ponto de identificação entre Lula e Plekhanov, que Lula provavelmente desconheça, como é quase certo de que desconheça até mesmo a existência desse pensador, um dos maiores filósofos russos. Como menchevique, e parceiro teórico dos socialistas alemães, Plekhanov defendia, como passo indispensável ao socialismo, uma revolução burguesa na Rússia, que libertasse os trabalhadores do campo e industrializasse o país. Sem passar por essa etapa, ele estava convencido, seria impossível uma revolução proletária no país.

É mais ou menos o que fez Lula, em sua aliança circunstancial com o empresariado brasileiro. Graças a essa visão instintiva do processo histórico, Lula pôde realizar uma política, ainda que tímida, de distribuição de renda, com estímulo à economia. Mediante a retomada do desenvolvimento econômico, com a expansão do mercado interno, podemos prever a formação de uma classe operária numerosa e consciente, capaz de conduzir o processo de libertação.

Não importa se o grande homem público brasileiro vê assim a sua ação política. O importante é que esse é, conforme alguns lúcidos marxistas, começando pelo próprio Marx, o único caminho a seguir.

Como Getúlio e Juscelino, cada um deles em seu tempo, Lula é símbolo do povo brasileiro. Acusam-no hoje de ajudar os empresários brasileiros em seus negócios no Exterior. O grave seria se ele estivesse ajudando os empresários estrangeiros em seus negócios no Brasil.(Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)

Lula não é uma figura sagrada, sem erros e sem pecados. É apenas um homem que soube aproveitar as circunstâncias e cavalga-las, sempre atento à origem de classe e fiel às suas próprias idéias sobre o povo, o Brasil e o mundo.

Mas deixou de ser apenas um cidadão como os outros: ao ocupar o seu momento histórico com obstinação e luta, passou a ser um emblema da nacionalidade. Qualquer agressão desatinada a esse símbolo desatará uma crise nacional de desfecho imprevisível.


Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.
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Do Blog ContrapontoPIG

Posted: 08 Apr 2013 04:19 AM PDT


A verdade é que muita árvore foi derrubada à toa pelo jornal dos Mesquitas.
Bye
Bye
O Estadão está virtualmente morto.
Está cumprindo todas as excruciantes etapas da agonia dos jornais (e das revistas) na era da internet: demissões, demissões, demissões. Menos páginas, borderôs menores.
E futuro nenhum.
Pode ser que, em breve, o Estadão circule duas ou três vezes por semana, como está acontecendo com tantos jornais no mundo.
A Folha, em outras circunstâncias, vibraria. Na gestão Frias, um dos dogmas na Barão de Limeira era que apenas um jornal sobreviveria em São Paulo.
Semimorto o Estado, ficaria a Folha, portanto.
Mas os problemas da Folha são exatamente os do Estado. Pela extrema má gestão dos Mesquitas, eles apenas estão levando mais cedo o Estadão ao cemitério.
Isso quer dizer que não vai sobrar nenhum.
Lamento, evidentemente, cada emprego perdido por jornalistas que tiveram o azar de estar na hora errada na redação errada sob a administração errada derivada da família proprietária errada. (Os demitidos, importante que eles se lembrem disso,  terão a oportunidade de respirar ares mais enriquecedores, sobretudo na mídia digital.)
Mas o jornal, em si, não deixará saudade.
Qual a contribuição do Estadão ao país?
O golpe de 1964, por exemplo. O Estadão, como o Globo, tem um currículo impecável quando se trata de abraçar causas ruins e misturar genuínos interesses privados com interesses públicos fajutos. No mundo perfeito, segundo o Estadão, os brasileiros serviriam basicamente de mordomos para os Mesquitas.
Ainda hoje, moribundo, gasta suas últimas reservas na defesa de um país em que o Estado (governo)  deve servir de babá para uma minoria que, no poder, fez do Brasil um dos campeões mundiais em desigualdade.
Que colunista se salva? Quem oferece uma visão alternativa? Quem quer um país melhor, menos injusto?
Dora Kramer? Pausa para risada.
Os editorialistas mentalmente decrépitos que davam conselhos à Casa Branca mas jamais conseguiram cuidar do próprio quintal? Nova pausa.
Articulistas como Jabor? Pausa mais longa, porque é gargalhada.
O Estadão pertence a um mundo em decomposição, e cujo passamento não deixa ninguém triste.
Combateu o mau combate. Perdeu, e se vai. Poderia ter ido antes. Muitas árvores teriam sido poupadas
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo



Posted: 08 Apr 2013 04:07 AM PDT
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Francisco Almeida 





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