terça-feira, 25 de setembro de 2012

Via Email: SARAIVA 13



SARAIVA 13


Posted: 25 Sep 2012 03:15 PM PDT


Em entrevista à Carta Maior, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos alerta o país sobre o perigo do julgamento do "mensalão" se transformar em um julgamento de exceção, a partir de uma reinterpretação da lei para atender a conveniência de condenar pessoas específicas. "Me chama a atenção o preconceito de alguns juízes contra a atividade política de partidos populares. Minha preocupação é quando a opinião dos magistrados coincide com a dos motoristas de táxi, que têm opiniões péssimas sobre todos os políticos".
Najla Passos
Nenhum preconceito contra os taxistas e nenhum problema quanto ao fato deles manifestarem suas opiniões. A comparação só se faz pertinente porque estudos sociológicos sérios demonstram que a categoria, mais do que outras, é muito suscetível a opiniões extremadas, eivadas de preconceitos, como a defesa da pena de morte e a propagação do lugar-comum de que todo político é corrupto. "A minha preocupação é quando a opinião dos juízes coincide com a dos motoristas de táxi", afirma o analista político Wanderley Guilherme Santos, que alerta para o perigo do julgamento do "mensalão" se tornar um julgamento de exceção.
Embora considere bem justificados os votos apresentados até agora pelos ministros do Supremo, o decano das Ciências Sociais no Brasil se insurge contra o "discurso paralelo" em construção na corte, tão eivado de preconceitos quanto o cientificamente observado entre os taxistas, que poderá servir a conveniência de condenar pessoas específicas. "Me chama a atenção o preconceito contra a atividade política de partidos populares. O que, obviamente, reflete o preconceito contra a universalização do direito à participação política, que é recente no Brasil", afirma.

Confira a entrevista na Carta Maior
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Posted: 25 Sep 2012 03:10 PM PDT
A repetição da história 
Luis Nassif

São significativas as semelhanças entre os tempos atuais e o período pré-64, que levou à queda de Jango e ao início do regime militar e mesmo o período 1954, que levou ao suicídio de Getúlio Vargas.
Os tempos são outros, é verdade, e há pelo menos duas diferenças fundamentais descartando a possibilidade de um mesmo desfecho: uma economia sob controle e uma presidência exercida na sua plenitude, sem vácuo de poder.
***
Tirando essas diferenças, a dança é a mesma.
A falta de perspectivas da oposição em assumir o poder, ou em desenvolver um discurso propositivo, leva-a a explorar caminhos não-eleitorais.
Parte-se, então, para duas estratégias de desestabilização – ambas em pacto com a chamada grande mídia.
Uma, a demonização dos personagens políticos. Antes do seu suicídio, Vargas foi submetido a uma campanha implacável, inclusive com ataques à sua honra pessoal – que, depois, revelaram-se falsos.
No quadro atual, sem espaço para criticar a presidente Dilma Rousseff, a mídia – especialmente a revista Veja – move uma campanha implacável contra Lula. Chegou ao cúmulo de ameaçar com uma entrevista supostamente gravada (e não divulgada) de Marcos Valério, como se Valério tivesse qualquer credibilidade.
Surpreendente foi a participação de FHC, em artigo no Estadão, sustentando que o julgamento do "mensalão" marca uma nova era na política. Até agora, o único caso documentado de compra de votos foi no episódio da votação da emenda da reeleição – que beneficiou o próprio FHC.
***
A segunda estratégia tem sido a de levantar o fantasma da guerra fria. Mesmo sabendo que Jango jamais foi comunista (aliás, o personagem que mais admirava era o presidente norte-americano John Kennedy) durante meses e meses levantou-se o "perigo vermelho" como ameaça.
Grande intelectual, oposicionista, membro da banda de música da UDN, em 1963 Afonso Arino escreveu um artigo descrevendo o momento. Nele, mencionava o anacronismo de (em 1963!) se falar de guerra fria, logo depois de Kennedy e Kruschev terem apertado as mãos. E dizia que, mesmo sendo anacronismo, esse tipo de campanha acabaria levando à queda do governo pelo meio militar, devido à falta de pulso de Jango, na condução do governo.
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O modelo de atuação da velha mídia é o mesmo de 1964, com a diferença de que hoje em dia não há vácuo de poder, como com Jango.
Primeiro, buscam-se personalidades, pessoas que detenham algum ativo público (como jornalistas, intelectuais, artistas etc.). Depois, abre-se a demanda por comentaristas ferozes. Para se habilitar à visibilidade ofertada, os candidatos precisam se superar na ferocidade dos ataques.
Poetas esquecidos, críticos de música, acadêmicos atrás de visibilidade, jornalistas, empenham-se em uma batalha similar às arenas romanas, onde a vitória não será do mais analítico, ponderado, sábio, mas do que souber melhor agredir o inimigo. É a grande noite do cachorro louco, uma selvageria sem paralelo nas últimas duas décadas.
Com sua postura de não se restringir ao julgamento do "mensalão" em si, mas permitir provocações à presidente da República e a partidos, o STF não cumpre seu papel.
Aliás, o STF do pós-golpe foi muito mais democrático do que o atual Supremo.

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Posted: 25 Sep 2012 02:17 PM PDT
AGIOTAGEM EXPLÍCITA NÃO RESISTE ÀS MEDIDAS ECONÔMICAS
O BRADESCO fez cair pela METADE a taxa de juros que cobra dos seus CARTÕES DE CRÉDITO no chamado ROTATIVO. Nessa modalidade, quem paga apenas o mínimo da fatura vê a sua dívida dobrar em menos de seis meses. HSBC e SANTANDER, além de ITAÚ devem fazer o mesmo, pois, não dá para competir com o BANCO DO BRASIL e CEF que já tinham feito movimento nesse sentido.
O governo "apostou" na REDUÇÃO DA SELIC, mexeu na remuneração da Poupança sem quebrar contratos e forçou via as Instituições Oficiais a redução das TAXAS de juro cobrados em empréstimos, tudo isso dentro da maior normalidade. Nada do que os analistas de mercado e jornalistas de economia de aquário previram (o caos), como descontrole da inflação, aumento da inadimplência ou desvalorização acentuada dos papéis das instituições bancárias, aconteceu.
Está comprovado que nada, além da USURA E GANÂNCIA dos BANQUEIROS justifica as TAXAS DE JUROS praticadas no Brasil. Já caíram, mas, podem cair ainda mais, e é necessário uma redução do preço das TARIFAS BANCÁRIAS.
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Posted: 25 Sep 2012 02:10 PM PDT


O ex-presidente Lula em um comício recente, disse que o Brasil não seria o mesmo sem o PT no governo nos últimos 10 anos. 

A frase foi ironizada por diversos jornalistas/colunistas. O deboche de uns e a contestação de outros, evidencia como parte da elite e dos poderosos do nosso país é incapaz de ver as mudanças que estão ocorrendo. Pior é que eles não se dão conta, ou não querem admitir, que essas mudanças estão intimamente ligadas com a forma como o governo Lula e agora o governo Dilma, enfrentam as crises econômicas (INTERNACIONAIS) que a ganância tem produzido, e implantam programas de governo na área social. 

A combinação de geração de EMPREGO, melhoria da renda, fortalecimento do mercado interno e proteção da nossa indústria, contribuíram para que milhões de brasileiros deixassem a pobreza extrema. Falta muito, sem dúvida, mas, se o povo brasileiro tiver 'juízo' e der mais tempo para que essa visão de que é preciso governar priorizando os mais pobres continue em vigor, nós chegaremos mais rápido ao Brasil que queremos e temos direito.


Ipea: desigualdade nunca foi tão baixa no país

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, analisou hoje os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNADs), divulgados na última sexta-feira, e disse que o Brasil tem hoje o menor nível de desigualdade desde que as estatísticas começaram a ser documentadas, em 1960. 

Neri frisou que a desigualdade ainda é alta no país, mas a queda ocorreu entre a pesquisa de 2009 e a atual.

"A queda da desigualdade aconteceu durante dez anos consecutivos, sem interrupção, o que é algo inédito. De junho de 2011 a junho de 2012, a desigualdade está caindo tanto quanto estava caindo antes, ou seja, não está desacelerando. Nos últimos 12 meses terminados em junho de 2012 a desigualdade caiu 3,2%, que é uma média muito forte", acrescentou o presidente do Ipea.

Ele afirmou que a meta do milênio é diminuir a pobreza à metade em 25 anos, mas o Brasil fez mais que isso, reduziu mais de 50% em dez anos.

Segundo os dados do PNADs, de 2003 a 2011, 23,4 milhões de pessoas saíram da pobreza – sendo que 3,7 milhões só entre 2009 e 2011.
Posted: 25 Sep 2012 02:04 PM PDT
Posted: 25 Sep 2012 01:45 PM PDT




Em pronunciamento neste sábado (22), o presidente Rafael Correa determinou aos seus ministros que não concedam mais entrevistas para jornais, revistas e emissoras de rádio e tevê "indecentes". No mês passado, o governo do Equador já havia anunciado a suspensão da publicidade oficial nos veículos monopolizados. "Por que temos de dar informação aos meios que nada mais querem do que encher os bolsos de dinheiro?... Não vamos beneficiar empresas corruptas que não pagam impostos", justificou em seu discurso.
Rafael Correa garantiu que seu governo respeita a liberdade de expressão e estimula a pluralidade de ideias, mas advertiu que não vai tolerar a "liberdade para a extorsão exercida pelos meios de imprensa privados". Para ele, os meios de comunicação do seu país e da América Latina "abusam do poder midiático" e colocam em risco a própria democracia. "Não vamos dar mais força a essas empresas", concluiu. A decisão do presidente equatoriana evidencia o acirramento das relações com os donos da mídia na nação vizinha.
Eleição presidencial e oposição midiática
Com a proximidade das eleições presidenciais no país, marcadas para fevereiro de 2013, os veículos monopolizados intensificaram seus ataques ao governo. Na prática, como afirma Rafael Correa, eles hoje são os "principais partidos da direita" no Equador. Para conter a sanha oposicionista da mídia, o Congresso Nacional aprovou recentemente uma lei que proíbe a propaganda eleitoral nos jornais e nas emissoras de TV e rádio 90 dias antes do pleito. Ela já foi batizada pelos barões da mídia de "lei da mordaça".
Pelo artigo 230 do "Código da Democracia", a partir de 17 de novembro os veículos jornalísticos deverão "se abster de fazer promoção direta ou indireta, seja por meio de reportagens especiais ou qualquer outra forma de mensagem que tenda a incidir a favor ou contra determinado candidato". Para Rafael Correa, a lei tornou-se necessária "para conter os abusos de uma oposição não eleita. Ela deterá a promoção descarada que os meios de comunicação faziam para posicionar candidatos que lhes convinham".
Marco regulatório da comunicação
Além desta lei, o parlamento equatoriano ainda discute o novo marco regulatório das comunicações no país. O projeto, que está em debate há três anos e já foi aprovado em primeira votação no plenário da Assembleia Nacional, divide o espectro radioelétrico em três fatias – 33% para as emissoras privadas, 33% para as estatais e 34% para os canais comunitários. Ele também prevê financiamento e isenção de impostos para as emissoras comunitárias se equiparem na disputa pela audiência.
O projeto em debate proíbe o monopólio e oligopólio no setor, garante a igualdade de acesso à publicidade oficial e cria o Conselho de Comunicação – composto por representantes do governo, universidades, comunidades indígenas e movimentos sociais. Caberá a ele a palavra final sobre a concessão de frequências e sobre as denúncias de violação de direitos estabelecidos na mídia. Diante da reação dos barões da mídia, os movimentos sociais equatorianos decidiram intensificar a pressão pela aprovação do projeto.
Já no Brasil...
Enquanto os equatorianos participam ativamente do debate sobre a democratização da comunicação e conquistam avanços neste setor estratégico, no Brasil tudo continua como dantes. O governo Dilma até hoje não apresentou para a sociedade o projeto de novo marco regulatório, continua concedendo generosos anúncios publicitários para os veículos monopolizados e manipuladores e ainda asfixia os meios alternativos. Os barões da mídia agradecem e intensificam seus ataques ao governo...

Posted: 25 Sep 2012 01:01 PM PDT

 
Wanderley Guilherme dos Santos
Da Carta Maior - 25/09/2012
 
Em entrevista à Carta Maior, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos alerta o país sobre o perigo do julgamento do "mensalão" se transformar em um julgamento de exceção, a partir de uma reinterpretação da lei para atender a conveniência de condenar pessoas específicas. "Me chama a atenção o preconceito de alguns juízes contra a atividade política de partidos populares. Minha preocupação é quando a opinião dos magistrados coincide com a dos motoristas de táxi, que têm opiniões péssimas sobre todos os políticos".

Najla Passos
São Paulo - Nenhum preconceito contra os taxistas e nenhum problema quanto ao fato deles manifestarem suas opiniões. A comparação só se faz pertinente porque estudos sociológicos sérios demonstram que a categoria, mais do que outras, é muito suscetível a opiniões extremadas, eivadas de preconceitos, como a defesa da pena de morte e a propagação do lugar-comum de que todo político é corrupto. "A minha preocupação é quando a opinião dos juízes coincide com a dos motoristas de táxi", afirma o analista político Wanderley Guilherme Santos, que alerta para o perigo do julgamento do "mensalão" se tornar um julgamento de exceção.

Embora considere bem justificados os votos apresentados até agora pelos ministros do Supremo, o decano das Ciências Sociais no Brasil se insurge contra o "discurso paralelo" em construção na corte, tão eivado de preconceitos quanto o cientificamente observado entre os taxistas, que poderá servir a conveniência de condenar pessoas específicas. "Me chama a atenção o preconceito contra a atividade política de partidos populares. O que, obviamente, reflete o preconceito contra a universalização do direito à participação política, que é recente no Brasil", afirma.

Confira a entrevista:

- Em recente entrevista ao jornal Valor Econômico, o senhor disse que o julgamento do "mensalão" poderá vir a se transformar em um julgamento de exceção. Por quê?

Ele pode vir a se transformar em um julgamento de exceção, na medida em que viole as leis vigentes no país, especificamente para atender ao que eu já chamei de "condenatório ad hominem", ou seja, que permita uma interpretação da lei para atender a conveniência de condenar pessoas específicas. Se isso ocorrer, a implicação que eu imagino que aconteça é que esses argumentos não venham a ser utilizados em relação a mais ninguém.

- Nesta mesma entrevista, o senhor disse também que, até agora, o julgamento tem apresentado um caráter técnico. Como o senhor avalia essas inovações de jurisprudências, essas mudanças de procedimentos poucos habituais que têm ocorrido?

Eu não sou especialista em direito. Eu não estudo os códigos penais. Como analista político, estou me guiando pelo que é apresentado na televisão. Mas a lógica é um patrimônio genético. Em qualquer área de conhecimento, a lógica tem que ser obedecida. E, até agora, embora pareça que nunca houve tanta reinterpretação em um julgamento só, quando os ministros votam, para mim que não sou especialista, mas estou dotado de alguma lógica, parece que eles buscam fundamentar bem, apontar bem os pontos dos códigos vigentes, do Código Penal em particular, que dão sustentação aos juízos, de condenação ou absolvição, que têm proferido.

Essa fundamentação, essa justificativa com base em códigos, em artigos, em incisos, parágrafos, dá a impressão de que eles estão utilizando a legislação vigente no país, ainda que, em alguns pontos, a estejam reinterpretando de forma inédita. Por este motivo, a minha capacidade lógica não foi agredida até agora pelas justificativas dos votos dos ministros. Mesmo quando eles interpretam contrariamente, divergem em interpretações de fatos, me parecem que todos tem tido cuidado em compatibilizar os votos com as regras e normas vigentes nos códigos do país.

- Então, por que falar em julgamento de exceção?

O me chama a atenção é uma diferença muito grande entre a argumentação que justifica o voto e um "discurso paralelo" que nada tem a ver com o que tem sido usado para fundamentá-lo. É como se fossem dois julgamentos: um invisível, que faz parte de um discurso, de uma retórica paralela à discussão oficial, e outro fundado nos autos, ainda que com discrepâncias de interpretações. A minha preocupação é com este "discurso paralelo" que vai se materializar em algum momento do processo.

- Este discurso paralelo se desvela na própria dinâmica do julgamento ou é uma construção mais reverberada pela mídia?

Sem dúvida, esse discurso está sendo reverberado pela imprensa, pela corrente política de oposição e, também, pelas opiniões de certas camadas populares. É normal que casos de grande repercussão, de grande mobilização da opinião pública ou da opinião publicada, afetem a opinião das pessoas. Isso ocorre não apenas neste julgamento, mais em qualquer tipo de crime desses mais escandalosos. As pessoas têm sua opinião, o que é absolutamente normal, embora nem sempre seja opinião mais correta. Nós temos grandes exemplos de julgamentos, feitos não pela justiça, mas pelos jornais, revistas e grupos de opinião, que, na verdade, se revelaram como grandes erros de avaliação.

- O senhor pode citar um exemplo?

Eu citaria o exemplo da Escola de Base, em São Paulo. Já tem muito tempo, mas o que houve foi um julgamento fora do Judiciário, na verdade um linchamento da reputação de um grupo de educadores, com acusações de pedofilia e abusos, e a justiça posteriormente registrou que nada disso existia. Só que, até lá, essas pessoas foram destruídas moralmente, profissionalmente. Mas isso acontece não só no Brasil. Essa divergência de entendimento ocorre no mundo inteiro. E é por isso que é fundamental um judiciário isento, que não aja de acordo com a emoção.

- Então o problema central não é a imprensa ou a opinião manifesta de determinados grupos sociais, mas o próprio Judiciário?


Que exista este juízo diferente na sociedade, nos órgãos de imprensa, é natural. É bom que exista esta liberdade de pensar, ainda que com base em um conjunto de informações às vezes não muito precisa. É assim que o mundo anda, no Brasil e nos outros países. Não vejo nisto nada de patológico. A forma com que essas opiniões se manifestam em atores políticos como a imprensa, a televisão – que são atores políticos, devido à capacidade de liderança – às vezes não é algo positivo, devido à intensidade e à precipitação. Mas não atribuo a essas agências à responsabilidade pelo andamento do caso específico da ação penal 470.

Atribuo a uma coisa, a meu ver, muito menos defensável, que é um sistema de valores e preconceitos dos próprios juízes, que são seres humanos, que às vezes concordam muito mais com valores emitidos pela imprensa, ou por motoristas de táxi, que são sabidamente pessoas que reagem com posições sempre muito extremadas. E isso não é preconceito contra os taxistas, é uma informação de sociologia. Há estudos que apontam que essa categoria é muito vulnerável às posições extremadas. Em pesquisas sobre pena de morte, por exemplo, os taxistas são os mais extremados, tem um percentual altíssimo favorável a pena de morte. Eles têm opiniões péssimas sobre todos os políticos, sobre os que estão aí e os que estão por vir. Pois bem, a minha preocupação é quando a opinião dos magistrados coincide com a dos motoristas de táxi.

- E isso está acontecendo? Os ministros do STF estão pensando como os motoristas de táxis?

Isso aparece precisamente no discurso paralelo: o preconceito contra a atividade política profissional, o preconceito contra os políticos populares, o preconceito contra atividades cotidianas ou generalizadas da política, que eles preferem considerar como sendo gerada por uma conspiração maligna de certos tipos de pessoas, e não, muitas vezes, pelos posicionamentos legais que fazem com que as pessoas ajam de certa maneira.

- O senhor se refere, mais especificamente, ao caixa dois de campanha?

Sim, e eu tenho chamado a atenção para isso, para a origem do caixa dois que todos os partidos fazem. A justiça eleitoral brasileira faz uma sucessão de normas que, embora todas elas de boa fé, criaram uma confusão, um sistema que condiciona à prática do caixa dois, que é simplesmente um fluxo clandestino de financiamento de campanha. Mas, exatamente porque é clandestino, favorece o cometimento de vários crimes, como subornos, apropriações indébitas, desvios de dinheiro, que nada tem a ver com o ilícito inicial, que é o processo de financiamento ilegal de campanhas. E quando a gente diz financiamento ilegal, as pessoas já ficam muito indispostas quanto a isso, por conta da palavra ilegal. Mas só é ilegal porque existe uma norma contrária. Se acabar a ilegalidade, tudo isso passa a ser do bem.

É o que acontecerá quando se legalizar o uso de maconha, que é algo defendido, por exemplo, elo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Hoje, pessoas que compram, que estão envolvidas com drogas, são chamadas de quadrilheiros, de criminosos, uma série de adjetivos muito pesados, porque a lei impõe isso. Como era até recentemente com quem praticava o aborto de anencéfalos. Porque até este próprio STF decidir que não era crime, as grávidas que se submetiam ao aborto em virtude desta tragédia eram consideradas assassinas, com agravantes. Os médicos que procediam a defesa da saúde dessas mulheres eram outros assassinos, porque é esta a terminologia jurídica.

Bastou uma decisão do mesmo STF que falava em assassinos para que eles passarem a ser protegidos e defendidos, por exemplo, da opinião religiosa que proíbe isso. Veja como o preconceito transforma pessoas normais em assassinos e, de repente, as retransforma e as tornas pessoas normais outra vez. Então, no caso do caixa dois, meu medo é em relação a este discurso paralelo, que tem embasamento em preconceitos pré-democráticos contra a atividade política, sem examinar a origem de certos processos ilícitos, que não está na atividade política porque ela seja maligna, mas sim condicionados por legislação que pode mudar de uma hora para outra.

- O senhor falou em preconceitos pré-democráticos contra a atividade política. Mas me parece que, neste julgamento, há outros fatores. No caso do "mensalão" do PSDB, por exemplo, os deputados que receberam dinheiro do "valerioduto" não foram sequer denunciados pelo MPF, que entendeu que se tratava de mero caixa dois de campanha. No mensalão do PT, os deputados que sacaram dinheiro do mesmo "valerioduto" não só foram denunciados como, ao que tudo indica, serão também condenados. Não haveria também um preconceito de classe?

Esse preconceito de classe contra a atividade política de partidos de origens populares existe, sem dúvida. Então, há atividades que são piores consideradas para determinados partidos que têm origem popular, até porque isso é uma novidade na história do Brasil e fere a sensibilidade de quem ainda não digeriu isso bem. E leva tempo mesmo para digerir a participação de grandes massas na vida política. Eu acho que existe um descompasso grande entre o comportamento do Supremo em causas sociais em geral, nas quais ele tem se mostrado modernizador, e em relação a um caso como este, em que alguns juízes manifestam um preconceito contra a atividade política de partidos populares. Sem dúvida.

E, certamente, isso pode ajudar a entender a diferença de comportamento entre a ação penal 470, contra partidos populares, e fundamentalmente o principal deles, o PT, e as que envolvem os demais. Eu não sou militante de partido nenhum, mas é óbvio que a política brasileira mudou com o surgimento do PT, dentro de um contexto em que mesmo os partidos mais de esquerda, os mais avançados, representavam a classe média ilustrada, como o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e até o Partido Democrático Trabalhista (PDT). O ponto fundamental é que preconceito de classe pode haver. Mas é algo para ser investigado cm um pouco mais de cuidado. O que tem me chamado a atenção é o preconceito contra a atividade política de partidos populares. O que, obviamente, reflete o preconceito contra a universalização do direito à participação política, que é recente no Brasil.
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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 25 Sep 2012 08:46 AM PDT

Na ONU, Dilma pede urgência na construção de um amplo pacto pela retomada do crescimento global


A presidenta Dilma Rousseff pediu hoje (25), ao discursar na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, urgência na construção de um amplo pacto pela retomada do crescimento global. Segundo ela, não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os esforços de cooperação entre os países e os organismos internacionais.
"Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países e os organismos multilaterais como o G-20, o FMI e o Banco Mundial. Esta coordenação deve buscar reconfigurar a relação entre política fiscal e monetária para impedir o aprofundamento da recessão, controlar a guerra cambial e reestimular a demanda global (…) É urgente a construção de um amplo pacto pela retomada coordenada do crescimento econômico global, impedindo a desesperança provocada pelo desemprego e pela falta de oportunidades", afirmou.
Dilma criticou os países desenvolvidos por implementarem uma política monetária que prejudica os países em desenvolvimento. De acordo com a presidenta, a valorização artificial das moedas dos países desenvolvidos agrava ainda mais o quadro recessivo global.
"A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando a recessão nas economias desenvolvidas com reflexos nos países emergentes, inclusive o Brasil. As principais lideranças do mundo desenvolvido ainda não encontraram o caminho que articula ajustes fiscais apropriados e estímulos ao investimento e à demanda indispensáveis para interromper a recessão (…) Os Bancos Centrais dos países desenvolvidos persistem em uma política monetária expansionista que desequilibra as taxas de câmbio. Com isso, os países emergentes perdem mercado devido à valorização artificial de suas moedas, o que agrava ainda mais o quadro recessivo global", disse.
No discurso, a presidenta disse ainda ser inaceitável que a defesa comercial praticada pelos países em desenvolvimento seja injustamente classificada como protecionismo.
"Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo. Devemos lembrar que a legítima defesa comercial está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio. O protecionismo e todas as formas de manipulação do comércio devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta", afirmou.

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Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 25 Sep 2012 08:37 AM PDT
  
Do Brasil 247 - 25 de Setembro de 2012 às 09:11

Edição 247:

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu o arquivamento do caso que envolve o repasse de R$ 175 mil do bicheiro para o deputado Stepan Nercessian; no entanto, o ministro Ricardo Lewandowski não deve aceitar o pedido, em razão da nova jurisprudência que vem sendo criada pelo STF no caso do mensalão

247 – Algoz do PT na Ação Penal 470, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já demonstrou ter a mão mais leve no que diz respeito à Operação Monte Carlo. Além de ter engavetado durante dois anos a investigação contra o ex-senador Demóstenes Torres, ele agora pediu o arquivamento do caso que envolve o deputado Stepan Nercessian, que recebeu R$ 175 mil do bicheiro Carlos Cachoeira.

Gurgel alegou que não ficou demonstrado o envolvimento de Nercessian com os crimes atribuídos a Cachoeira, que está, há mais de seis meses, preso na Papuda, em Brasília. "Não tenho envolvimento com nenhum tipo de esquema e a sensação é de alívio com essa decisão do procurador", disse o parlamentar, que, no auge do escândalo, falou até em renunciar.

Ocorre que o caso caiu nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski, que não parece disposto a aceitar o pedido de arquivamento. Segundo ele, a nova jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que vem sendo aplicada no julgamento do mensalão, pode caracterizar o dinheiro recebido pelo deputado como corrupção passiva. Nercessian alega que recebeu um empréstimo de seu amigo Cachoeira e que já o quitou.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Este gordinho procurador deveria fazer liipoaspiração. 
Começando pelo cérebro. 
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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 25 Sep 2012 04:39 AM PDT




Se, conforme o personagem de Guimarães Rosa, cada um de nós tem os seus seis meses, com as sociedades nacionais ocorre a mesma coisa. Em tempos recentes, e as causas são conhecidas, o Brasil passou por momentos amargos, e centenas de milhares de brasileiros se dispersaram pelo mundo – do Japão à Irlanda, de Portugal ao Canadá. Era a diáspora econômica, depois da diáspora política dos anos de chumbo.
Uma onda de xenofobia nos atingiu, principalmente na Península Ibérica. Em Portugal, país de que jamais poderíamos esperar uma atitude dessas, fomos rechaçados como leprosos morais. Foi necessária uma combinação diplomática hábil, entre firmeza e paciência, conduzida, nos momentos mais agudos, pelo Embaixador José Aparecido de Oliveira, que contou com as personalidades políticas mais responsáveis daquele país – entre elas e, em primeiro lugar, Mário Soares – a fim de que o repúdio aos brasileiros se amenizasse.
Dos espanhóis, a quem não nos ligavam os mesmos sentimentos afetivos, recebemos tratamento igual, mas que não nos doeu, naquele momento, tanto quanto o daqueles de quem herdamos a língua e a nossa forma de sentir o mundo.
Na época, muitos brasileiros lembraram, menos como cobrança histórica, mas com perplexidade, da acolhida que o nosso país sempre deu aos europeus, nas épocas de crise, principalmente aos portugueses, mesmo tendo sofrido, como havíamos sofrido, a brutalidade do colonialismo. Em toda a Europa, a situação foi semelhante. Registremos, com justiça, que - mesmo com o rigor de suas leis a respeito do assunto - nos Estados Unidos, no Japão, e no Canadá, os brasileiros não foram vistos com o mesmo desprezo que sofríamos na Europa.
Os ventos históricos movem as nossas velas, neste momento. As circunstâncias internas e externas, aproveitadas com inteligência pelo governo e pela sociedade brasileira, nos permitiram, até agora, fazer frente à crise internacional, e assegurar relativo crescimento ao país. Os que têm bom senso se esquivam de considerar essa situação como adquirida para sempre. Também contraria a nossa índole transformar os êxitos atuais em manifestações grosseiras de desforra. As lições da História não podem ser desprezadas.
Todos os povos são iguais. O sentimento de patriotismo é positivo, mas não pode ser exercido na xenofobia, no chauvinismo, no preconceito étnico. A nossa diplomacia sempre tratou com cautela o problema dos brasileiros no Exterior. Por um lado, em alguns governos, como os de Fernando Collor e Fernando Henrique, fomos conduzidos pelo complexo de inferioridade, e tentávamos entrar no convívio dos países maiores - como fazem os servidores contratados para as festas – pelas portas dos fundos.
Pelo outro, temíamos, ao tratar de tema tão delicado, que o nosso endurecimento pudesse provocar situações ainda mais difíceis aos nossos compatriotas no exterior. Depois que o Tratado de Schengen foi alterado pelos acordos de Lisboa, de 2007, a situação dos chamados extracomunitários na Europa se tornou ainda mais dramática. A Espanha, Portugal e a Itália exacerbaram o controle da entrada, em suas fronteiras, dos visitantes latino-americanos em geral - e dos brasileiros, em particular. E, convém registrar: o Aeroporto de Barajas, em Madri, destacou-se na brutalidade em reter os turistas brasileiros em suas instalações, principalmente os mais jovens, antes de devolvê-los, sob o látego da humilhação. Muitos eram algemados, e assim mantidos nas dependências policiais, sem comer, nem beber. Ao mesmo jejum eram submetidas as crianças retidas.
Em 2007, mais de 3.000 brasileiros já haviam sido repatriados dos aeroportos espanhóis, com um prejuízo, só em passagens, de mais de 6 milhões de dólares. Em 2008, foram 2.196. Em 2009, 1.714. Em setembro de 2010, ocorreu a segunda Reunião Consular de Alto Nível entre os dois países, mas nada mudou. Naquele ano foram expulsos mais 1.695 brasileiros.
O governo atual, que procura solucionar problemas antigos, entre eles, os da corrupção no Estado, decidiu reexaminar a questão. O Itamaraty vinha tentando, com a paciência tradicional da Casa, resolver o problema com as autoridades espanholas, sem qualquer êxito. Reuniões se fizeram em Madri e foram feitas promessas, nunca cumpridas.
Diante de tudo isso, a Chancelaria decidiu exercer, na defesa de nossos compatriotas, o direito e o dever da reciprocidade. A partir de dois de abril, os espanhóis que vierem ao Brasil deverão cumprir as mesmas exigências que as autoridades espanholas exigem dos visitantes brasileiros. Nenhuma a mais, nenhuma a menos.
Em conseqüência, um movimento de ódio, insuflado pela extrema-direita espanhola, ocupou a internet, com insultos chulos contra o povo brasileiro. Voltaram aos estereótipos: todo jovem brasileiro que chega a Madri é um travesti; toda jovem, uma prostituta. Travestis e prostitutas existem em todas as sociedades, e se essas pessoas mudam de país é porque encontram em seu destino mercado para as suas atividades. E há mais: as organizações internacionais humanitárias denunciam essa mobilização como tráfico internacional da escravidão branca. Moças e rapazes são seduzidos com falsos contratos de trabalho, ou sob enganosas promessas de casamento, para serem submetidos ao cárcere privado, em prostíbulos.
Em princípio, qualquer estado soberano tem o direito de fechar suas fronteiras a qualquer estrangeiro, negando-lhe a entrada, sem explicar sua atitude. Mas é da boa norma, nas relações internacionais, que trate com dignidade o recusado, favorecendo seu contato com as autoridades consulares de seu país, se as houver, e de prestar-lhe a assistência recomendada nas circunstâncias, como alimentá-lo e dar-lhe alojamento decente, enquanto durar a custódia. Não era o que ocorria aos brasileiros em Madri.
Temos sido muito complacentes – em nome dos interesses dos negócios do turismo – com os estrangeiros. Em certo momento, e já no governo Lula, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, propôs que revogássemos, unilateralmente, a exigência de vistos de turismo para os cidadãos norte-americanos. Felizmente, prevaleceu, na ocasião, o bom senso e a ponderação do Itamaraty de que não devíamos fazê-lo. Agora, o mesmo complexo de inferioridade se manifesta. Em programa de televisão, certa senhora de São Paulo, apresentada como analista de não sabemos bem o quê, criticou a posição brasileira. Somos humilhados e ofendidos pelos espanhóis e devemos, conforme essa senhora, tratá-los com o pão, o sal e as flores da velha hospitalidade. Não só devemos oferecer a outra face aos que nos estapeiam, mas, também, beijar as mãos agressoras.
Vamos receber, com o devido respeito, a partir do segundo dia de abril, todos os espanhóis que chegarem às nossas fronteiras, marítimas, aéreas e terrestres, munidos da mesma documentação que nos exigem em seu país, e submetê-los aos mesmos trâmites imigratórios, mas sem nenhum arranhão aos direitos humanos.
O povo de Cervantes e de Picasso, de Goya e de Lorca, é muito maior do que a facção dos Torquemadas e Francos, e merece o nosso respeito. Mas, até mesmo para que dêem valor à nossa acolhida, os espanhóis honrados sabem que devem cumprir as mesmas normas que cumprimos quando visitamos o seu país. Não merece respeito o povo que não respeita os outros povos, nem lhes exige, em troca, o mesmo comportamento.

Este texto foi publicado também nos seguintes sites:




Postado por Mauro Santayanaàs 13:55 
Do Blog do Mauro Santayana.
Posted: 25 Sep 2012 04:28 AM PDT




Um dos livros mais polêmicos e vendidos do ano, "A Privataria Tucana" (Geração Editorial), do jornalista Amaury Ribeiro Junior, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria Reportagem. "Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti é ver que meu trabalho de mais de 10 anos investigando dezenas de pessoas valeu a pena. O Brasil está em um momento que é necessário investigar, escrever e publicar obras sérias que sirvam para tirar as máscaras de pessoas que usurparam e ainda usurpam o nosso país", diz o autor.
Redação
Um dos livros mais polêmicos e vendidos do ano, "A Privataria Tucana"
(Geração Editorial), do jornalista Amaury Ribeiro Junior, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria Reportagem. Esse é o prêmio mais prestigiado da literatura brasileira.
Na avaliação da Geração Editorial, este livro-reportagem ou livro-denúncia "trouxe – com provas robustas e documentos inéditos – à tona para a sociedade brasileira mais um caso emblemático de corrupção e lavagem de dinheiro público que lesou milhares brasileiros, na chamada Era das Privatizações". Os desvios aconteceram durante o governo Fernando Henrique Cardoso, envolvendo seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra.
A Geração Editorial acreditou no trabalho jornalístico do premiado jornalista Amaury Ribeiro Junior, vencedor das maiores honrarias da imprensa brasileira, como por exemplo, três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog.
Ainda segundo a editora, "A Privataria Tucana" vendeu no dia do seu lançamento cerca de 15 mil exemplares. Em dois meses foram mais de 100 mil cópias e permaneceu por mais de quatro meses em diversas listas de livros mais vendidos do país.
"Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti é ver que meu trabalho de mais de 10 anos investigando dezenas de pessoas valeu a pena. O Brasil está em um momento que é necessário investigar, escrever e publicar obras sérias que sirvam para tirar as máscaras de pessoas que usurparam e ainda usurpam o nosso país. A corrupção é um mal, mas com coragem e trabalho sério é possível mostrar quem são os corruptos e corruptores", diz Amaury.
"A Privataria Tucana" foi lançado em mais de 10 capitais, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Belém, Porto Alegre e Curitiba. Os eventos ficaram conhecidos como a "Caravana da Privataria Tucana", e em todos os lugares compareceram centenas ou milhares de pessoas.
"Os lançamentos mostraram que fiz uma obra séria e relevante para a população em geral. Em diversas situações fiquei emocionado com os depoimentos das vítimas da Era das Privatizações. São pessoas que perderam o emprego em estatais de um dia para outro, viram as suas vidas se arruinarem e ouvi relatos que muitas cometeram suicídio ou ficaram depressiva e até hoje não conseguiram se reerguer. A sequela deixada por esse roubo é muita maior do que imaginam. Por isso, espero que a CPI da Privataria siga em frente e mostre a real face desses usurpadores de dinheiro público", complementa Amaury.
O Prêmio Jabuti é promovido pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e está na 54ª edição. Os três vencedores de cada categoria serão revelados no dia 18 de outubro. Na premiação, em 28 de novembro, serão conhecidos os dois melhores livros publicados em 2011 em Ficção e Não Ficção, cada um ganhará R$ 35 mil.
Concorrem com A Privataria Tucana os seguintes títulos:
Os Últimos Soldados da Guerra Fria – Fernando Morais
Saga Brasileira: a Longa Luta de Um Povo Por Sua Moeda – Miriam Leitão
Cofre do Dr. Rui – Tom Cardoso
Perda Total – Ivan Sant'anna
O Espetáculo Mais Triste da Terra – Mauro Ventura
O Rio: Uma Viagem Pelo Amazonas – Leonencio Nossa
Guerras e Tormentas – Diário de Um Correspondente Internacional – Rodrigo Lopes
Um Escritor No Fim do Mundo: Viagem Com Michel Houellebecq à Patagônia –Juremir Machado da Silva
Entretanto, Foi Assim Que Aconteceu: Quando a Notícia É Só o Começo de Uma Boa História – Christian Carvalho Cruz

De Recife - PE. Jussara Seixasàs 05:360 comentários 
Do Blog TERRA BRASILIS.
Posted: 25 Sep 2012 04:12 AM PDT

Da Carta Capital -  24/09/2012


 "Lula, considere-se ele intimimamente de esquerda ou não, socialista ou não, é, independentemente de sua vontade, tratado como um inimigo fundamental da elite". Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Roberto Amaral
  Quem quiser, no que resta de esquerda brasileira, que construa castelos de areia sobre a ilusão do fim da luta de classes, ou da conciliação dos interesses populares com a burguesia reacionária, rentista, quatrocentona, de nariz arrebitado e cartórios na Avenida Paulista. Nossas 'elites' conservadoras têm consciência de classe, mais aguda e mais profundamente que os dirigentes da Força Sindical. A classe dominante (vai a expressão em desuso como homenagem ao sempre saudoso Florestan Fernandes) conhece seus objetivos e sabe escolher os adversários segundo a 'periculosidade' que  atribui a cada um. Uns são adversários passageiros, ocasionais, outros são inimigos históricos, que cumpre o quanto antes eliminar.

Lula, considere-se ele intimimamente de esquerda ou não, socialista ou não, é, independentemente de sua vontade, esse inimigo fundamental: de extração operária (daí, contrário senso, a boa vontade da classe média com Dilma, pois não vem do andar de baixo) está, no campo da esquerda, no campo popular e no campo das lutas sociais. Para além, portanto, das reivindicações econômicas do sindicalismo, quando chegou a encantar certos setores da burguesia que nele viam então apenas uma alternativa sindical aos cartéis do "peleguismo", dóceis,  e do que restava de varguismo e comunismo. Hoje,  queira ou não, continua a ser o "sapo barbudo" que a direita foi obrigada a engolir, mas está sempre tentando regurgitar. A direita — impressa ou partidária (esta sob o comando daquela, ambas mercantis, desligadas do interesse nacional) –, ao contrário de certos setores pueris de nossa esquerda,  age em função de seus objetivos estratégicos e em torno deles se unifica. Recua, quando necessário, em pontos secundários em face de dificuldades conjunturais para avançar no fundamental, exercitando a lição leninista do "um passo atrás, dois à frente". Muitos de nós operam na inversão da frase.

No governo, cingido à realidade fática da "correlação de forças", nosso governo (o de coalisão liderado pelo presidente Lula, que abarcou todos os partidos de esquerda e mais os apêndices que foram do centro à direita assistencialista) não realizou as reformas políticas, da estrutura estatal, que poderiam, passo a passo, abrir caminho para uma efetiva, ainda que a médio e longo prazos, alternância de poder.

Neste ponto, conciliou com mais competência que Vargas e Jango (pois se manteve no poder e o conservou ao fazer sua sucessora), para realizar o que não conseguiram esses seus antecessores, atingidos que foram por golpes de Estado, do que Lula se livrou em 2005. O governo Lula realizou, porém, o inaceitável: transferir o centro ideológico dos interesses do Estado para as maiorias marginalizadas pelo capitalismo predador, o que o tornou inimigo estratégico da nossa carcomida direira. E, audacioso – rompendo com o complexo de vira-latas das 'elites' econômicas alienadas ao forâneo–,  construiu (salvas a Amorim-Samuel-Marco Aurélio) uma inserção soberana no cenário internacional, rompendo com décadas de submissão  aos interesses externos, cujo exemplo maior é oferecido pelas administrações dos dois Fernandos. Ao contrário de Jânio, que acenava no plano externo com uma política independente para no campo interno realizar uma política recessiva e anti-popular, Lula, que encontrou falido o país de FHC, rompe com a submissão recessivista para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros até então marginalizados.

Para a burguesia reacionária essa política soou como um rompimento com a "Carta aos brasileiros", e era o sinal para a tentativa de desestabilização do governo.

Tudo o que se segue é história recente, daí decorrente.

Nada de novo, portanto.

Últimos artigos de Roberto Amaral:
Impacto ambiental x Desenvolvimento econômico
Um Brasil industrial ou exportador de grãos?
A crise internacional e as concessões de Dilma

A direita brasileira foi sempre, é, e sempre será golpista. Não podendo derrotar Vargas, impos-lhe o golpe-de-Estado de agosto de 1954, consumado com a posse de Café Filho e o governo reacionário – leia-se anti-nacional -  de Eugênio Gudin-Eduardo Gomes-Juarez Távora. Derrotada pelo povo na tentativa de impedir a posse de Jango, impôs-lhe o golpe de Estado de 1964, abrindo as portas para a ditadura militar. O grande legado histórico da UDN e da "grande imprensa". Antes, por cinco anos, tentara, inclusive com insurreições militares e seguidos pedidos de impeachment (e a oposição dos jornalões de sempre) desestabilizar o governo JK. Ora, se o presidente era um quadro do pessedismo conservador, tinha como vice-presidente o inaceitavel  Jango e sua administração apoiada pelos comunistas. Em 1954, para fazer face ao nacionalismo de Vargas, a direita inventou um "mar de lama", que, como as armas de Saddam Hussein, jamais existiu. Em1964 a aleivosia foi uma "conspiração comunista" que a simples fragilidade do governo, derrubado sem resistência,  revelou fantasiosa. Agora, e como sempre, os herdeiros do golpismo, aprendizes medíores do lacerdismo anacrônico, investem na injúria e na mentira para tentar denegrir a honra do mais importante líder popular contemporâneo.

Eis um inimigo que precisa ser destruído, como a era Vargas que FHC prometeu apagar da história.

Uma notória revista de questionável padrão ético, alimentada por "segundo consta" e "segundo teria dito" um réu da ação penal 470, procura, uma vez mais e não pela última vez, politizar o julgamento do "mensalão", tentando aproximá-lo do ex-Presidente. Este objetivo é perseguido, incansavelmente, mediante, intrigas e futricas, desde 2005.

A imprensa levanta a tese, e, como respondendo a um reflexo condicionado, como o cão de Pavlov, os Partidos de direita  assumem a acusação leviana como bandeira de lutas.

Estranha história: são as atuais forças da reação – PSDB e DEM (e o penduricalho do PPS) — as fundadoras, no primeiro governo FHC, da grande fraude que foi a compra de votos para assegurar a imoral aprovação da emenda permissiva da reeleição.  Foi o PSDB que, no governo de Eduardo Azeredo, com os personagens de hoje, fundou o "mensalão". Foi  o DEM do "mosqueteiro" Demóstenes  quem deu sustentação à quadrilha de  Cachoeira e foi o DEM de Arruda quem instalou o "mensalão", no Distrito Federal.  São essas as forças que apontam o dedo sujo na direção do presidente Lula.

A história não se repete, sabemos (a não ser como tragédia ou farsa) mas no Brasil ela é recorrente: direita impressa, meramente mercantil ou partidária, ou seja, a direita em quaisquer de suas representações, reiteradamente derrotada nas urnas, está sempre em busca de uma crise política salvadora, que a leve ao poder, pelo golpe inclusive, já que pelo voto não o consegue.  A infâmia, a mentira, a calúnia, são, no caso,  preços moralmente irrelevantes que a reação brasileira está disposta a pagar para "varrer a era Lula".

O mundo está menor. Semana passada chegou a temida notícia da morte de Carlos Nelson Coutinho, certamente o mais importante filósofo de minha geração. Só nos resta chorar nossa solidão crescente.

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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 25 Sep 2012 04:05 AM PDT


No debate entre candidatos a prefeitura de São Paulo, na TV Gazeta, realizado na noite de segunda-feira, a candidata Soninha (PPS) entregou o ouro. Disse por três vezes que votará em Haddad (PT) no segundo turno contra Russomanno (PRB).

A declaração acaba "rifando" o tucano José Serra do segundo turno.

Outros pontos altos do debate morno:

Haddad já antecipou o que deverá acontecer no segundo turno e procurou o embate com Russomanno (PRB). Sem ataques pessoais, conseguiu estabelecer a diferença das candidaturas em duas perguntas.

Numa, Haddad mostrou que Russomanno prega o retrocesso ao propor cobrar passagem de ônibus de acordo com a quilometragem do trajeto, o que acaba com o bilhete único, e obrigaria a população que mora nos bairros mais distantes, geralmente de baixa renda, a pagar muito mais caro do que quem mora perto do centro, geralmente de renda mais alta. Noutra pergunta, Haddad mostrou que Russomanno não tinha noção dos custos com suas propostas para a guarda municipal.

Chalita (PMDB) pegou José Serra (PSDB) na mentira. Ao questionar a nomeação de 31 subprefeitos quando Serra ocupou a prefeitura por 15 meses, Chalita disse que Serra distribuiu os cargos a tucanos do interior que haviam perdido a eleição e que nunca moraram na região das subprefeituras. Serra disse que eram só uma meia dúzia de "ex-prefeitos" do interior. Chalita informou que o número correto de "paraquedistas" eram 13.

Paulinho (PDT) cobrou a atuação de Russomanno como deputado, por ter votado contra projetos que beneficiavam trabalhadores e aposentados.

Além da declaração de voto no segundo turno, Haddad conseguiu arrancar de Soninha uma crítica à Serra: ao projeto do tucano alugar 25% dos leitos dos hospitais públicos para planos de saúde privados, o que tiraria um de cada quatro leitos disponíveis para pacientes atendidos pelo SUS.

Serra foi chamado às falas por Giannazi (PSOL) e Chalita (PMDB), que cobraram o tucano pelos maus tratos aos funcionários públicos quando ocupou o governo.


No mais, notou-se que Serra deixou para Soninha atacar Haddad. Ela atacou o governo federal, Lula, Dilma, sem muita eficácia. Só que acabou virando fogo amigo contra Serra, principalmente quando ela declarou voto em Haddad.

Resumindo:

Haddad foi quem encaixou mais propostas, saiu com um inesperado apoio involuntário de Soninha, e mostrou as contradições de Russomanno.

Serra foi o pior. Foi pego na mentira e não convenceu sobre o que falava. Estava irritado, sem conseguir disfarçar o mau-humor, provavelmente nervoso com a pesquisa Vox Populi/TV Bandeirantes, onde ele caiu 5 pontos, e aparece empatado com Haddad. Evitou perguntar a Haddad, fazendo críticas ao petista em perguntas a outros candidatos.

Chalita foi bem articulado, como nos outros debates.

Giannazi aproveitou sua posição de franco atirador, e distribuiu críticas a todos. Paulinho foi o que sempre foi.

Soninha foi fraca nas críticas, começava a ir bem quando falava de propostas, mas não se aprofundou. Teve perguntas em que pareceu fazer jogo combinado com Serra, mas acabou surpreendo mesmo, foi com a declaração de voto em Haddad no segundo turno.
Por: Zé Augusto0 Comentários 
Posted: 24 Sep 2012 05:19 PM PDT


Do Blog: Amigos do Presidente Lula

"Pesquisa Vox Populi/TV Bandeirantes para prefeito de São Paulo mostra que Fernando Haddad (PT) arma um "X" de ultrapassagem em cima do tucano José Serra:

Russomanno (PRB): 34% (tinha 31% na Vox Populi/Band anterior de agosto)
Haddad (PT): 17% (tinha 14% em Agosto)
Serra (PSDB): 17% (tinha 22%)
Chalita (PMDB): 5% (tinha o mesmo)
Soninha (PPS): 2% (tinha 4%)
Paulinho (PDT): 1%
Levi Fidelix (PRTB): 1%

A margem de erro é 2,5%. A pesquisa foi feita com 2000 entrevistas, entre os dias 19 e 21 de setembro.

Mesmo com os números mostrando empate, a tendência de Haddad subindo e Serra caindo, confirma que, se a militância petista fizer a sua parte,  Haddad estará no segundo turno e Serra ficará de fora."

Enviada por: Nogueira Junior/ 21:000 Comentários
Do Blog BRASIL! BRASIL! 
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