quarta-feira, 5 de março de 2014

Via Email: SARAIVA 13: INTERPELAÇÃO DE DOADORES A GILMAR GANHA FORÇA




SARAIVA 13



Joaquim Barbosa é uma chaga social violenta e malcheirosa

Posted: 05 Mar 2014 04:50 PM PST




Do Cartas e reflexões proféticas - 02/03/2014


Querida amiga Lohayne

Muitos autores, pensadores, jornalistas, cientistas políticos e sociais, juristas, partidários sérios da justiça, artistas e teólogos pensam e escrevem sobre as diatribes e falta de respeito de Joaquim Barbosa, acentuadamente desde que  à frente do Supremo Tribunal Federal e principalmente quando o Ministro Barroso descascou toda a trama montada em torno das mentiras e desvios do chamado "mensalão do PT."

Vivemos a impressão de que um temporal ético se armava em forma de carnaval quando de repente a máscara cai e mostra que o reizinho veste-se de nudez e má fé. 

O que fica é desfaçatez de um malandro golpista que constrói um falso circo de condenações sem provas para prender inocentes. O objetivo é atender a sede de golpe de uma elite e de uma mídia acostumadas a manter esse povo cego, calado e escravizado. 

Depois que o arbitrário, violento batedor em mulher, em velho e socador da poltrona da sala de seções do STF quando viu sua falsa tese condenatória cair aos cacos e cair a máscara começam a aparecer as pontos dos cabos que o ligam aos golpistas. Quem acompanha os noticiários televisivos,  lê os jornalões e revistas mentirosas sabe que todos os meios mediáticos foram utilizados para pressionar os ministros e para impressionar a chamada opinião pública a constrangê-los a fazer sujeira, a sujeira comandada pelo fracassado Joaquim Barbosa. 

Mas não foi somente através da mídia que a elite domesticadora e dominante agiu. Como diz o meu amigo jornalista Altamiro Borges, essa elite é competente e inteligente. Eu não acho isso, em todo o caso vamos lá. 

Organizações como o escritório Borges e Strübing Müller Advogados, de Adriano José Borges Silva - ex-genro de Ayres Britto, que saiu direto do STF para outra organização golpista - dono de imensa mansão em Brasília, frequentada por Joaquim Barbosa para tratar de "investimentos" no exterior, sempre cuidadosamente sem a presença dos funcionários da mansão e sem testemunhas. Adriano publicou documento de teor claramente golpista contra o que classificou de caos político no País [1]. Adriano é um dos mentores do mistificador e golpista da justiça. 

O senhor Ayres Britto, com aquela voz mansa e com fama de poeta, "depois de sair do STF virou presidente do Instituto Innovare, um dos braços políticos da Rede Globo e que até pouco tempo atrás (sic)  dava prêmios em dinheiro para magistrados e promotores"[2]. Essa ligação já é bastante promíscua e indicativa de orientação de dicas políticas a Joaquim Barbosa e a Gilmar Mendes. É fácil entender que as armações para condenar Dirceu, Delúbio, Pizollato, Genóino e João Paulo Cunha visavam desmoralizar os que a direita entendia como elaboradores da vitória eleitoral da esquerda e do governo de Lula. A decisão de caluniar o grupo da cúpula do governo e de enganar o povo se esclarece cada vez mais. 

O jornalista Paulo Nogueira[3] conta que a Innovare é claramente uma empresa da Globo. Sua função é fazer a mente da justiça em todo o País. Essa empresa paga altos valores a palestrantes. Quem ganha muito dinheiro em palestras são exatamente Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. Este ministro é um dos mais suspeitos de ligações escusas desde que era advogado de Fernando Henrique Cardoso.  O site de Nogueira mostra fotos desses ministros em encontros na Innovare juntamente com os donos da Globo. 

Luiz Nassif identifica a conduta grosseira e o discurso de Joaquim Barbosa com o clima "de radicalização, de criminalização da política, do denuncismo desvairado que a oposição levantou a partir de 2006 e, especialmente, a partir da era José Serra.

Trouxeram de volta para a cena política o macartismo, abusaram da religiosidade, despertaram os piores demônios existentes no tecido social brasileiro, aqueles que demonizam as leis e propõem o linchamento, transformaram a disputa política em um vale-tudo.

Não valia denunciar aparelhamento da máquina, a política econômica, apontar erros na gestão pública, como em qualquer disputa política civilizada.

Repetiram nos mínimos detalhes a radicalização da política norte-americana, o movimento da mídia e do Partido Republicano dos Estados Unidos adotando o discurso virulento de ultra-direita do Tea Party."[4]. 

Não tenho dúvidas de que Joaquim Barbosa, vestido de imensa hipocrisia e cara de pau, era porta voz de organizações políticas das mais perversas da direita golpista e fascista brasileira. Tanto suas ligações reais quanto seu discurso e comportamento toscos, intenso em desrespeito e falta de civilidade, sinalizam o uso do Supremo Tribunal Federal como aparelho para a prática de golpes contra o País e a democracia.

Já escrevi aqui sobre a traição que esse homem representa para os negros e para os pobres. 
Carrega a tintura de nossa origem africana em uma mente colonial embranquecida e imperialista na realização dos interesses dos escravocratas. Quando empossado no cargo de presidente do STF apresentou sua mãe sofrida pelos tempos de trabalho duro de trabalhadora doméstica e mencionou seu pai pobre. Porém, Joaquim os desonra ao trair os pobres no acercamento dos ricos e poderosos com o objetivo de obter vantagens financeiras e da ver o mundo a partir da ideologia dominante. Vergonhoso e mau exemplo para o povo.  

Joaquim Barbosa ao servir aos interesses mesquinhos dos poderosos que odeiam o povo e a revolução libertária encarna o espírito de porco e se torna chaga social malcheirosa, carente de ser extirpada de onde indignamente está. 

Poxa, Joaquim Barbosa causa estragos na consciência informe e ingênua de nosso povo. Na tarde em que saiu o resultado que condenou à prisão os tais "mensaleiros" fui a uma farmácia comprar refis para minha bombinha contra a asma. Relaciono-me bem com o balconista. Mas o mal joaquiniano atingiu o rapaz que disse achar muito "bão" prender aqueles "ladrões". Esse é o serviço de Joaquim Barbosa ao levar os cegos sociais a cegueira rancorosa e odiosa, imersas em tremendas injustiças. Um aluno meu de um curso de pós-graduação ao se encontrar comigo me perguntou o que achei da prisão dos mensaleiros. 

O grave de tudo é que as pessoas a cabresto da dominação que insensibiliza e bestifica se sentem alimentadas pelo desserviço da besta fera. Repentinamente as pessoas se mostram armadas e prontas para a guerra, sem a menor criticidade e questionamento sobre as forças que movem pessoas tão degradadas como Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. 

Penso que a verdade começa a mostrar sua face em meio a toda a borrasca. Nosso desafio é suspeitar sempre do que a mídia "anuncia" e de suas calúnias. O poderio da classe dominante se traduz sempre em tentar influenciar os que comandam os poderes. Desgraçadamente o Supremo Tribunal Federal está nas mãos da pior orientação, a mais injusta possível. 


Sinto enorme tristeza com o fato Joaquim Barbosa. Ele é uma amargura estúpida e egoísta, uma completa frustração da justiça. Sua origem negra e pobre lhe deu a grandiosa oportunidade e raízes robustas para escolher o caminho mais justo a seguir. Poderia inspirar-se em Marthin Luther King e somar-se aos que vivem sob condições desumanas e oprimidas. Poderia orientar-se por Nelson Mandela e lutar pela defesa e libertação do povo negro e pobre de nosso País e do mundo, como o grande líder sul africano fez virando um santo canonizado por seus irmãos de luta. Poderia exemplificar-se em Mahatma Gandhi na luta contra a violência e a opressão imperialista. Teve a oportunidade de entender Zumbi e Tiradentes na luta contra as brutais causas da opressão que desumaniza. 

Mas não, que pena, Joaquim Barbosa optou pelas ilusões dos traidores e oportunistas ladrões da justiça e do povo. Preferiu virar de costas para o povo em busca do falso prestígio, próprio dos traidores. Deve pagar esse custo!

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.

Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano, em todas as situações. 
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Do Blog ContrapontoPIG

INTERPELAÇÃO DE DOADORES A GILMAR GANHA FORÇA

Posted: 05 Mar 2014 04:46 PM PST

Cerca de 200 pessoas que contribuíram financeiramente para pagar as multas dos condenados do PT na Ação Penal 470 já enviaram os documentos necessários para entrar com uma interpelação judicial contra o ministro do STF Gilmar Mendes, que sugeriu lavagem de dinheiro" na 'vaquinha'; mobilização está sendo organizada por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania
5 DE MARÇO DE 2014
247 - A interpelação judicial contra o ministro do STF Gilmar Mendes, que sugeriu o crime de "lavagem de dinheiro" nas arrecadações dos condenados do PT na Ação Penal 470, está prestes a ser concretizada. O idealizador da mobilização, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, informou nesta quarta-feira 5 que cerca de 200 contribuintes já enviaram os documentos necessários para a procedimento.
Após as críticas de Gilmar à iniciativa de militantes e familiares de José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu, o presidente do PT, Rui Falcão, entrou com o mesmo procedimento no Supremo a fim de questionar as declarações do ministro. A interpelação judicial é um pedido formal para questionar se as afirmações da outra parte foram ou não ofensivas.
O ministro Luiz Fux, no entanto, arquivou o caso alegando que, se houve ofensa, não seria contra o partido, mas contra os doares. Deu-se início então à mobilização dos contribuintes. Leia abaixo o post de Eduardo Guimarães sobre o assunto.
Interpelação e Churrascão
Prezados (as),
Aproveito a entressafra do noticiário político gerada pela folia que paralisou o país nos últimos dias para atualizar os companheiros sobre duas iniciativas propostas por este blog ao longo de fevereiro.
Em primeiro lugar, a interpelação do ministro do STF Gilmar Mendes.
Informo que, dos 411 leitores que se dispuseram a patrocinar a interpelação do ministro por ter acusado de "lavagem de dinheiro" os que fizeram doações aos petistas condenados no julgamento do mensalão, cerca de metade já enviou os documentos necessários ao prosseguimento da ação. Com isso, já temos metade dos recursos para pagar o escritório de advocacia que levará a cabo a iniciativa.
Algumas dezenas de pessoas chegaram depois aos posts que tratam da interpelação pedindo para ser incluídas. Quem já havia se manifestado aqui no blog nesse sentido antes, recebeu e-mail em nome do Blog da Cidadania com as instruções. Quem chegou depois de sábado, 22 de fevereiro, ainda não recebeu, mas irá receber.
A demora para concluir a iniciativa se deve ao trabalho que estou tendo – apesar de ter uma pequena equipe de três leitores me ajudando na logística – para "planilhar" para o escritório de advocacia os dados dos proponentes da ação, além de ter que fazer conciliação dos depósitos para pagamento da ação e ver se todos enviaram todos os documentos pedidos.
Quem está cuidando do e-mail do Blog da Cidadania criado exclusivamente para esse processo não sou eu, mas uma das pessoas que está ajudando. Assim, essa pessoa não está respondendo várias mensagens que chegam àquele endereço de e-mail com assuntos que não dizem respeito ao processo, pois fazê-lo inviabilizaria o trabalho, que já é muito.
Reitero algumas orientações:
1 – Todo aquele que doou a qualquer um dos petistas condenados pode participar. Não precisa ter doado a todos ou a mais de um.
2 – Ainda há tempo para participar. Se você não deixou comentário neste Blog nos posts sobre Gilmar Mendes deixando muito claro que quer participar, não será incluído. Se quiser, pode deixar neste post.
3 – A conta que foi aberta para receber as cotas para pagamento da ação é de poupança, aberta no Banco do Brasil em nome de duas das pessoas que estão me ajudando. É uma conta não solidária, portanto é preciso que as duas pessoas assinem para movimentá-la. Quem tem conta no Banco do Brasil, quando for depositar será perguntando se é conta-corrente ou poupança. É poupança e haverá que informar o código 51, mas só se for correntista do BB.
4 – Quem já enviou os documentos só receberá alguma informação após a ação ser protocolada. A saber, será enviada prestação de contas a quem ajudou a pagar o advogado e participará da ação como proponente, bem como cópia integral da peça protocolada no STF. Mas só após a ação ser protocolada.
Como metade dos que disseram que participariam da ação ainda não respondeu o e-mail enviado em nome do Blog da Cidadania, não temos, ainda, os recursos para pagar o que o escritório de advocacia pediu, mas vamos tentar negociar para que aceite o que tivermos.
Se você não respondeu o e-mail enviado em nome do Blog mas ainda pretende participar, peço que responda com os documentos pedidos o quanto antes. Estabelecemos um prazo limite, até o fim da semana que vem, ou seja, até sexta-feira 14 de março de 2014. Após esse dia, não poderemos esperar mais. Iremos ao STF com os que tivermos, que serão centenas.
Churrascão com os amigos do Blog
Devido ao trabalho com a interpelação de Gilmar Mendes o churrascão não será feito no dia 15, como pensado anteriormente. Ficaria muito em cima para os que não são de São Paulo e querem participar.
A boa notícia é que um companheiro conseguiu espaço no clube Banespa. Não fica em uma região tão central de São Paulo, mas há condução farta para lá.
Acredito que poderemos fazer no dia 22 de março.
Quem deixou comentário no post sobre o churrascão dizendo que gostaria de participar, será informado através do meu e-mail pessoal ao longo desta semana, no máximo até o próximo domingo.
Um grande e fraterno abraço a todos e todas,
Eduardo Guimarães
Postado há 4 hours ago por
 

O conformista inconformado

Posted: 05 Mar 2014 04:42 PM PST

"O surgimento do PT e a vitória de um operário em 2002 e 2006, que fez a sucessora em 2010, causaram um ruído insuportável no escopo biográfico e político de FHC
Saul Leblon, Carta Maior
Resgatar  o legado de Fernando Henrique Cardoso é tido como o  grande trunfo da campanha conservadora em 2014.

O escrutínio eleitoral desse patrimônio, como se sabe, não contabiliza  um saldo favorável.

'Por acanhamento do próprio tucanato' --alega o PSDB, que agora estaria disposto a redimir a herança de seu maior quadro.

Nas derrotas presidenciais de 2002, 2006 e 2010 a coalizão conservadora preferiu, ao contrário,  guardar essa carta  na manga do esquecimento.

Havia respaldo nas estatísticas sociais e econômicas, bem como nas enquetes de prestígio popular, à conveniência da decisão.

Talvez tenha chegado a hora de voltar a Fernando Henrique Cardoso, de fato,  não propriamente pelo seu legado presidencial.

Mas pela atualidade que a tensão da história latino-americana  –e brasileira, claro—veio adicionar à coerência do seu percurso intelectual, da sociologia à Presidência da República.

O próprio tucano ensaia esse aggiornamento das linhas estratégicas do projeto conservador, do qual ele se tornou uma referência.

Em artigo recente ('Diplomacia inerte'), FHC faz a atualização do quadro analítico que desenvolveu como sociólogo, depois adotou como presidente, para responder aos desafios do desenvolvimento na periferia do capitalismo.

"(...) houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional", diz o ex-presidente.

O cabo eleitoral número um do PSDB reafirma o fatalismo implícito no festejado texto de 1967, 'Dependência e desenvolvimento na América Latina', escrito com Enzo Falletto, no Chile, quatro anos depois do golpe no Brasil, e publicado em 1973, ano da queda de Allende.

Os dois acontecimentos trágicos pareciam dar razão à analise sociológica sobre a inviabilidade de um modelo de desenvolvimento soberano na região.

O artigo do último domingo reitera essa inexorabilidade diante do que aponta como sendo  'as forças que predominariam no mundo' na última década.

"Nossa diplomacia guiou-se pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente (NR Lula), em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências que objetivamente se foram configurando (...)  A convicção implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase hegemonia dos Estados Unidos, (dos) equívocos da política externa daquele país...assistiríamos a uma correção de rumos. (essa visão)  encontra eco nos sentimentos de boa parte dos brasileiros, inclusive de quem escreve este artigo. Sempre sonhamos com um mundo multipolar (...)  Nisso é que o governo Lula calculou mal.(...)  o Brasil faz reuniões com países árabes (...) abre embaixadas nas mais remotas ilhas,(enquanto) a Petrobras é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular em Honduras, além de calar diante de manifestações antidemocráticas quando elas ocorrem nos países de influência 'bolivariana'. Noutros termos: escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma a relação Sul/Sul seja desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais condutores da agenda global (...)"

 Desguarnecido dos préstimos da toga colérica, que de herói da ética se confessou um delinquente jurídico ao manipular  a dosimetria na AP 470,  o conservadorismo renova  assim o martelete do suposto anacronismo geopolítico dos projetos progressistas.

A dependência é estrutural, dizia FH em 1967; a dependência é virtuosa, adicionaria FH presidente; a dependência é inexorável e o Brasil do PT perdeu seu tempo ao afrontá-la, diz o redimido patrono do PSDB.

O ponto de partida repisado no artigo de domingo encontrou suas bases empíricas em um texto que antecede o  livro de 1967 da dupla FHC/Faletto.

Em 1964, dois meses antes do golpe de Estado,  seria publicada uma pesquisa premonitória, 'Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico', coordenada pelo então sociólogo da USP.

Nela,  Fernando Henrique encontraria o fundamento da futura  visão sobre a dependência.

A pesquisa  desnuda o  equivoco de boa parte da esquerda, então, que via na burguesia nacional um aliado dos trabalhadores do campo e da cidade na luta pelo desenvolvimento industrial, contra o imperialismo e o atraso  agrário.

O levantamento coordenado por FHC não apenas desmentia o idílio.

Ele  antecipava a vontade predominante no empresariado industrial brasileiro de se aliar ao capital estrangeiro, ao largo de Jango, dos sindicatos e das reformas de base.

Em síntese, as bases burguesas do projeto nacional e popular eram tão sólidas quanto se revelaria o dispositivo militar de Jango.

O esquematismo importado das sociedades europeias viveu seu teste do pudim dois meses depois de publicado o diagnóstico e deu razão ao sociólogo.

Três anos mais tarde, com Faletto, ele ampliaria essa constatação, dando-lhe o escopo de uma matriz de validade latino-americana.

Focado na realidade efetiva dos interesses das classes dominantes, que opunha o capital às massas populares na disputa pela destinação do excedente econômico na região, 'Dependência e Desenvolvimento na América Latina', sinalizava a complementariedade de propósitos entre o capital local e o estrangeiro.

Tal convergência, antes de levar à estagnação pela atrofia do mercado interno, em decorrência do arquivamento das reformas de base, permitiria um padrão de desenvolvimento associado e dependente.

Ao privilegiar os conflitos de interesse no interior da sociedade à margem de idealizações ideológicas, o livro representou um avanço, sem  todavia definir um novo marco histórico.

Faltava-lhe abordar o essencial: a problematização dos conflitos inerentes à endogamia entre o capital local e o internacional  e o seu custo social.

A ausência desse olhar dialético e engajado o levaria a amplificar aquilo que corretamente criticava nos esquematismos de uma parte da esquerda: trocava-se a materialidade da luta de classes por um fatalismo alheio às contradições transformadoras do processo.

Até que ponto seria viável um desenvolvimento que alijava a grande maioria da sociedade das decisões relativas ao seu destino e à destinação do excedente econômico?

A visão de FH, de certa forma, repetia o tropeço dos que viam no desenvolvimento periférico quase que  uma atividade reflexa do centro hegemônico.

A dinâmica interna estaria assim previamente dada; independente da prática política, ela orbitaria como um lubrificante, sem nunca alterar o núcleo duro da engrenagem.

Com a exacerbação da lógica financeira, a partir da desregulação propiciada pelas derrotas da esquerda mundial nos anos 70/80, esse enredo mecanicista ganha a robustez de um sujeito histórico hegemônico.

 Os mercados autorreguláveis, seus agentes racionais e as agencias de risco assumem o rosto genérico de um interlocutor dotado de mando e ubiquidade.

Esse determinismo  inquestionável, sob a ótica conservadora,  daria estofo ao  projeto político do sociólogo que exerceu  a Presidência da República de 1995 a 2002, disposto a  personificar sua teoria.

E assim o fez.

A saber: com as privatizações, o desmonte do Estado ('sepultar a Era Vargas') , o descompromisso  estatal com as grandes obras de infraestrutura, a renúncia a uma política industrial, a redução do Itamaraty a um anexo do Departamento de Estado norte-americano, a desmoralização do planejamento econômico,  a terceirização do interesse público a agentes privados, a corrosão do poder aquisitivo dos trabalhadores, a desqualificação dos sindicatos e das organizações sociais, o sopão à pobreza (cuja sorte seria entregue à transição demográfica), a derrisão de tudo o que remetesse ao interesse público e, finamente, o deslumbramento constrangedor de um cosmopolitismo provinciano, festejado no Presidente que falava 'línguas' e era bajulado no exterior pelo bom comportamento.

Aquilo que em princípio era só  uma constatação  histórica, que desmentia o flerte da elite local com a agenda do desenvolvimento soberano,  transformar-se-ia na determinação política de fazer da servidão uma virtude.

O surgimento do PT e a vitória desconcertante do líder operário em 2002 e 2006 –que fez  a sucessora em 2010--  introduziu um ruído insuportável no escopo desse conformismo estratégico com a sorte do país e de sua gente.

Para revalidar a teoria  –e os interesses aos quais ela consagra uma dominância irreversível, era preciso desqualificar a heresia de forma exemplar.

Não apenas  derrotá-la nas urnas.

Quando a realidade teima,  a redenção requer o açoite inapelável da moral.

E parecia que Joaquim Barbosa seria o anjo negro de origem humilde, desfrutável em mais de um sentido, capaz de executar a purga saneadora  da história maculada pelo 'voluntarismo petista', como espicaçou FH em outro artigo ('Estadão', 03-03-2014).

Não foi assim que se deu.

O artigo deste domingo retoma então os marcos analíticos de uma biografia em rota de colisão com a realidade e exorta o país a aceitar o seu confinamento no tabuleiro geopolítico que os vencedores manejam à revelia das ilusões multipolares.

Como em 1967, não se cogita discutir os requisitos para disputar a hegemonia do processo.

Não há atores e interesses capacitados a operar essa difícil disputa, sugere o ex-presidente.

Nem no Brasil, nem em outras latitudes da  América Latina, onde hereges  verão  igualmente  fracassar  uma agenda social desprovida de sustentação econômica e inserção mundial.

A demonização das experiências venezuelana, boliviana e argentina faz parte desse tour de force  que transforma o noticiário internacional em uma extensão da guerra interna contra a ingerência do Estado e da democracia nas diretrizes do desenvolvimento.

FHC e assemelhados tem razão ao apontar a espiral de desequilíbrios introduzida na matriz econômica brasileira desde 2003.

De fato, mais de 50 milhões de novos consumidores aportaram no mercado em apenas dez anos; 17 milhões de empregos foram criados no período; o salário mínimo registrou um aumento real superior  a 60%.

O conjunto não apenas invadiu o mercado, mas a teoria de 1967 e com ela asfixiou o espaço politico e eleitoral d conservadorismo.

Um novo protagonista histórico, imprevisto e improvável na mecânica fatalista da dependência conservadora exige seu espaço na democracia depois de tê-lo conquistado no mercado:  o consumo das famílias brasileiras cresce ininterruptamente há 120 meses; tempo suficiente para uma geração nascer, crescer e completar dez anos.

Como devolver essa pasta de dente ao tubo estreito da dependência se a disputa se acirrou com demandas crescentes por infraestrutura, serviços de qualidade, habitação, participação, segurança, lazer etc?

O conformismo de 1967  esgotou o prazo de validade e com ele a pertinência da agenda conservadora abrigada no PSDB e assemelhados?

Não, sugere FHC, se o caos urbano --e o constrangimento externo decorrentes de desequilíbrios na capacidade de pagar importações crescentes-- fizer regredir os avanços da última década. 

Não se o torniquete financeiro internacional  –ancorado nas agencias de risco e na potencial fuga de capitais--  tanger a pasta  com a  chibata dos juros altos, o estalo do arrocho fiscal, a volta do desemprego e reversão dos ganhos salariais.
A hora do acerto de contas chegou, brada o conservadorismo latino-americano de olho na reversão do ciclo mundial de liquidez que, de fato, restringe a   margem de manobra progressista para mitigar a disputa pelo excedente.

É um pedaço da verdade. Mas a exemplo do que constatou o livro de 1967, não é toda a verdade.

O Brasil  dispõe dos requisitos objetivos para um salto industrializante que irradie a produtividade necessária aos novos avanços em direção à cidadania plena de sua gente.

A saber: 

1) as empresas instaladas no país dispõem de uma massa de capital monetário suficiente,  hoje alocado na roleta rentista (que inclui a dívida pública; e em repouso em paraísos fiscais, onde Brasil figura como o 4º país com maior volume de depósitos: US$ 520 bi, ou mais de R$ 1 trilhão, segundo a organização inglesa "Tax Justice Network);

 2) o mercado de massa brasileiro forma hoje, sozinho, o 16º maior país do mundo em movimento econômico;

3) a economia dispõe de sólidas bases de recursos naturais, incluindo-se o impulso industrializante inerente à exploração das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta neste século. 

Falta a amarração política desses ingredientes, processo que guarda semelhança com a disputa de um gigantesco jogo de truco estratégico.

A iniciativa privada mantém o pé no freio do investimento e a emissão conservadora  exaspera a guerra de expectativas para desencorajar o capital privado a  apostar no país.

Derrotado o 'lulopetismo', o lucro será maior, sugere-se.

Quem pode induzir a  gigantesca escala de investimentos e o salto tecnológico que os oligopólios globais e seus associados locais – assim convertidos, como previa FHC em 1967--  se recusam a deflagrar?

Para escapar ao fatalismo conservador, e à  hipertrofia autoritária do Estado verificada  na ditadura, só existe um caminho:  encarar o fortalecimento da democracia participativa como um requisito indispensável à reordenação do desenvolvimento brasileiro.

Entenda-se por isso a criação dos instrumentos que forem necessários à ampla repactuação de metas e prazos  que tornem críveis as linhas de passagem entre as urgências da sociedade  e as possibilidades efetivas do crescimento.

Antes  que a crispação conservadora resulte em um endosso ao fatalismo embutido em 'Dependência e Desenvolvimento na América Latina', será preciso escrever na prática uma outra referência histórica que liberte a democracia da passividade a que foi condenada no arcabouço conservador.

 'Democracia Social e Desenvolvimento na América Latina' é um bom título para esse novo período à espera do seu autor coletivo.'

5 questões que desafiam a grande imprensa

Posted: 05 Mar 2014 04:36 PM PST

"A imprensa comercial joga contra o Brasil. No time da oposição, é a camisa 9 da propaganda anti-governo, se posicionando na grande área para as eleições 

Daniel Quoist, Carta Maior

1. O PIB do Brasil cresceu 2,3% em 2013. Numa lista de 13 grandes economias, incluindo China e Estados Unidos, o Brasil apresentou o terceiro maior crescimento. Esse crescimento é ruim para o país? Para o país não, mas para a oposição além de medíocre, é sofrível! É como se os bicos dos tucanos tivessem rachado ao colidir com a parede da realidade mundial. Qualquer país adoraria conviver com a mediocridade de um crescimento de sofríveis 2,3% em seu PIB. Mas, para a velha turma do quanto pior melhor, nem se o crescimento fosse superior a 13% seria considerado razoável.
2. Qualquer militante oposicionista pode infernizar a vida dos petistas presos na Papuda?Pode e é simples: basta um jornal qualquer publicar que José Dirceu se comunicou com alguém usando um celular e então ou o ministro Joaquim Barbosa ou seu preposto, o delegado da Vara de Execuções Penais, Bruno Ribeiro, o mantém em regime fechado e adia até não mais poder o prazo para decidir sobre seu pedido para trabalhar fora do presídio. Se um site instrumentalizado pela oposição difundir com algum sucesso a notícia de que Delúblio Soares ofereceu uma feijoada na Papuda, tal versão já será mais que suficiente para trazê-lo de volta ao regime fechado. Mais um pouco e o estagiário de uma revista dirá que José Genoíno começou uma briga ao estilo "Velozes e Furiosos" no pátio de sua casa. Resultado: em meia hora estará amargando o regime fechado no pátio da Papuda.
3. Qual a reação do colunismo político sobre os rompantes, diatribes e chiliques de Joaquim Barbosa ao vivo e a cores na TV Justiça quando insiste em mostrar indisfarçável repulsa ao voto proferido por Luiz Roberto Barroso? Consideram politicamente muito pertinente e juridicamente muito natural. Recebe até conselhos para se aposentar antecipadamente e se candidatar nas eleições de 2014. Os motivos oferecidos à guisa de conselhos ao irritadiço ministro estão a um passo da infâmia: porque amargar uma derrota no STF e se "submeter" à presidência de Ricardo Lewandowski dentro de mais alguns meses? O ministro faz intervenções abruptas e histriônicas sempre de olho no relógio da Corte – há que estar sincronizado com o início do Jornal da Nacional da Globo. Não lhe parece natural que a bancada do JN deixe de mencionar seu nome e de lhe reforçar a aura de justiceiro solitário sempre que é feita a escalada das matérias.
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4. Porque um jornal espanhol – o influente El País – afirma em sua capa que é praticamente unânime a avaliação de que a Petrobras é um sucesso no longo prazo e que a petrolífera brasileira será capaz de reduzir o endividamento este ano seguindo seu plano estratégico e, ao mesmo tempo, notícia como essa nem mesmo chega a ser considerada como nota de rodapé em qualquer dos tradicionais jornais brasileiros? Nossa imprensa tradicional só repercute no Brasil matéria publicada no exterior que diminua o prestígio do Brasil, ataque suas instituições econômicas a começar pela insistência na demissão do ministro Mantega ou que espinafre a organização da Copa 2014 e preveja a falência da Petrobras. Em síntese, repercussão apenas para o Brasil que não pode de modo algum dar certo. Porque o que dá certo levanta a bola do governo e levantando essa bola, mais água cairá no moinho da reeleição da presidenta Dilma. O risco para a grande imprensa é que o PT seja vitorioso e dessa vez... em primeiríssimo turno.
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5.  Luiz Roberto Barroso tem feito os mais brilhantes e bem fundamentados votos que um ministro do STF tenha proferido nos últimos anos sobre a AP-470, o dito mensalão, muito bem, porque então não recebe qualquer aplauso da grande imprensa? Porque o que interessa é manter o STF em seu viés máximo de partidarismo político, atuando como partido político de forma escancarada, transformando seu presidente Joaquim Barbosa em candidato à presidência da República e no único capaz de levar as eleições de outubro próximo para um hipotético segundo turno. Barroso é jurista, é professor de direito, é reconhecido nos meios jurídicos por um refinamento intelectual que destoa profundamente dos demais integrantes da Corte. Porque ao se posicionar sobre quaisquer temas jurídicos, Barroso tem mais é que ser escanteado para o banco de reservas. Sua postura, altivez e independência o tornam impossível de ser patrulhado e menos ainda de ser  "colonizado" pela grande imprensa."

VALE A PENA VER DE NOVO: ISTOÉ REVELA CONTA DE R$ 64 MILHÕES DO PSDB NA SUÍÇA

Posted: 05 Mar 2014 12:59 AM PST


Ela se chama "Marília" e foi aberta no Leumi Private Bank, em Genebra; por ela transitaram cerca de R$ 64 milhões das propinas que azeitaram os negócios da Siemens e da Alstom no Brasil; a conta foi também movimentada por homens da cozinha dos governos de Mario Covas, em São Paulo, e até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; documentos já estão em poder do Ministério da Justiça e parte dos recursos foi bloqueada por autoridades suíças; e agora: será que tucanos serão denunciados pelo Ministério Público?

23 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 21:41
247 - Uma conta bancária na Suíça, conhecida como "Marília", foi usada para movimentar as propinas que azeitaram os negócios da Siemens e da Alstom com governos do PSDB, em São Paulo. Por ela, transitaram cerca de R$ 64 milhões em propinas e os recursos foram gerenciados por homens da cozinha dos governos de Mario Covas, em São Paulo, e até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Este é o tema de uma reportagem bombástica da revista Istoé, que acaba de chegar às bancas. Até agora, o procurador Rodrigo de Grandis reluta em denunciar tucanos indiciados pela Polícia Federal (leia aqui). Será que vai manter a conduta?
Leia abaixo a reportagem de Istoé:
A conta secreta do propinoduto
Documentos vindos da Suíça revelam que conta conhecida como "Marília", aberta no Multi Commercial Bank, em Genebra, movimentou somas milionárias para subornar homens públicos e conseguir vantagens para as empresas Siemens e Alstom nos governos do PSDB paulista
Claudio Dantas Sequeira e Pedro Marcondes de Moura
Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista.
Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida "conta Marília", aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.
Uma análise preliminar da movimentação da "conta Marília" indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da "Marília" também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã.
O lobista Arthur Teixeira personifica o elo entre os esquemas Alstom e Siemens. Como ISTOÉ já revelou numa série de reportagens recentes, com base nas investigações em curso, Teixeira e seu irmão Sérgio (já falecido) foram responsáveis por abrir as empresas Procint e Constech, além das offshores Leraway Consulting e Gantown Consulting, no Uruguai, com o único objetivo de servir de ponte ao pagamento de comissões a servidores públicos e a políticos do PSDB. Teixeira tinha acesso privilegiado ao secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e ao diretor de Operação e Manutenção da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), José Luiz Lavorente, o encarregado da distribuição em mãos da propina.
Até 2003 conhecido como Multi Commercial Bank, depois Safdié e, a partir de 2012, Leumi Private Bank AG, a instituição bancária tem um histórico de parcerias com governos tucanos. Em investigações anteriores, o MP já havia descoberto uma outra conta bancária nesse banco em nome de Villas Boas e de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes Metropolitanos de SP (1994, gestão de Luiz Antônio Fleury Filho) e ex-diretor dos Correios (1997) e de projetos de ensino superior do Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão Fernando Henrique Cardoso. Apesar de estar fora da administração paulista numa das épocas do pagamento de propina, Fagali manteria, segundo a Polícia Federal, ascendência e contatos no governo paulista. Por isso, foi indiciado pela PF sob acusação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Fagali Neto também é irmão de José Jorge Fagali, que presidiu o Metrô na gestão de José Serra. José Jorge é acusado pelo MP e pelo Tribunal de Contas Estadual de fraudar licitações e assinar contratos superfaturados à frente do Metrô.
Para os investigadores, a "conta Marília" era usada para gerenciar recursos
de outras contas destinadas a abastecer empresas e fundações de fachada
Para os investigadores, a "conta Marília" funcionaria como uma espécie de "conta master", usada para gerenciar recursos de outras que, por sua vez, abasteceram empresas e fundações de fachada, como Hexagon Technical Company, Woler Consultants, Andros Management, Janus, Taltos, Splendore Associados, além da já conhecida MCA Uruguay e das fundações Lenobrig, Nilton e Andros. O MP chegou a pedir, sem sucesso, às autoridades suíças e francesas o arresto de bens e o bloqueio das contas das pessoas físicas e jurídicas citadas. Os pedidos de bloqueio foram reiterados pelo DRCI, mas não foram atendidos. Os investigados recorreram ao STJ para evitar ações similares no Brasil.
O MP já havia revelado a existência das contas Orange (Laranja) Internacional, operada pelo MTB Bank de Nova York, e Kisser (Beijoqueiro) Investment, no banco Audi de Luxemburgo. Ou seja, "Marília" é mais um nome próprio no dicionário da corrupção tucana. Sabe-se ainda que o cartel operado pelas empresas Siemens e Alstom, em companhia de empreiteiras e consultorias, usava e-mails cifrados (leia quadro).
RELAÇÃO COM FHC
Um dos beneficiários da propina oriunda da Suíça, Geraldo Villas Boas
mantinha uma conta conjunta com Jorge Fagali Neto, ex-diretor de projetos do
Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão de Fernando Henrique Cardoso
Os novos dados obtidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça dão combustível para o aprofundamento das investigações no Brasil. Além do processo administrativo aberto pelo Cade sobre denúncia de formação de cartel nas licitações de São Paulo e do Distrito Federal, outras duas ações sigilosas, uma na 6ª Vara Federal Criminal e outra na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, apuram crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Além de altos funcionários do Metrô, como os já citados Lavorente e Fagali, as investigações apuram a participação do ex-secretário de Energia e vereador Andrea Matarazzo, em razão de contratos celebrados entre a Companhia de Energia de São Paulo (CESPE) e a Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A. (EPTE).
Na documentação encaminhada pelo DRCI ao MP de São Paulo, a pedido do promotor Silvio Marques, também constam novos dados bancários de vários executivos franceses, alemães e brasileiros que tiveram algum tipo de participação no esquema de propinas. São eles os franceses Michel Louis Mignot, Yves Barbier de La Serre, André Raymond Louis Botto, Patrick Ernest Morancy, Jean Pierre Antoine Courtadon e Jean Marcel Jackie Lannelongue e os brasileiros José Amaro Pinto Ramos, Sabino Indelicato e Luci Lopes Indelicato, além do alemão Oskar Holenwger, que operou em toda a América Latina. Na Venezuela, Holenwger é citado junto a Mignot, La Serre, Morancy e Botto em investigação sobre lavagem de dinheiro, apropriação indébita qualificada, falsificação de documentos e suposta corrupção de funcionários públicos do setor de energia.
O apoio das autoridades de França e Suíça às investigações brasileiras não tem sido tão fácil, e a cooperação é mais recente do que se pensava. O Ministério da Justiça chegou a pedir o compartilhamento de informações ainda em 2008 – auge da investigação da Siemens e da Alstom. Mas não foi atendido. Os franceses lembraram que, nos termos do acordo bilateral, a cooperação só pode se desenrolar por via judicial. Dessa forma, foi necessário notificar o Ministério Público Federal para que oficiasse junto à 6ª Vara Criminal Federal e à 13ª Vara da Fazenda Pública. O compartilhamento só foi efetivado em dezembro de 2010.
A Suíça, ainda em março de 2010, solicitou a cooperação brasileira na apuração das denúncias lá, uma vez que parte do dinheiro envolvido nas transações criminosas teria sido depositada em bancos suíços. Os primeiros dados, relativos à empresa MCA e ao Banco Audi de Luxemburgo, chegaram ao Brasil em julho de 2011. Foram solicitadas ainda oitivas com determinadas testemunhas, o que foi encaminhado ao MPF em São Paulo e à Procuradoria Geral da República (PGR). Paralelamente, a Polícia Federal abriu o inquérito nº 0006881-06.2010.403.6181, mas só no último dia 25 de julho o procurador suíço enviou às autoridades os dados bancários solicitados, por meio de uma decisão denominada "conclusive decrees", proferida em 14 e 24 de junho. Foi com base nisso que a Suíça já bloqueou cerca de 7,5 milhões de euros que estavam na conta conjunta de Fagali e Villas Boas, no Safdié. Tratou-se de uma decisão unilateral suíça e a cifra não é oficial – foi fornecida ao Ministério da Justiça por fonte informal. A Suíça só permite o uso dos dados enviados em procedimentos criminais.
Postado há 24 minutes ago por
Também do Blog Justiceira de Esquerda

Marqueteiro processa PSDB por calote

Posted: 05 Mar 2014 12:51 AM PST

Da revista Fórum:
O marqueteiro Luiz Gonzalez, da Campanhas Comunicação, acionou, no início deste mês, a 2ª Vara de Execução de Título Extrajudicial para tentar receber do PSDB parte do valor referente à campanha presidencial de José Serra, em 2010. O partido estaria devendo a Gonzalez 8,7 milhões de reais, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
A cinco meses do início da veiculação da propaganda eleitoral, o PSDB carrega essa pendência. Questionado, o deputado Rodrigo de Castro (MG), tesoureiro da sigla e aliado de Aécio Neves, provável candidato tucano à presidência este ano, evitou se comprometer. "Quem está com esse assunto é o próprio Aécio. É ele que está acompanhando desde o início", disse.
Procurado, Aécio preferiu não se manifestar sobre a questão e informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que quem cuida dela é João Almeida, diretor de Gestão Corporativa do partido. Almeida, por sua vez, mostrou preocupação com a campanha de 2014. "Não podemos paralisar o partido para atender a uma dívida do passado. Tem que continuar tocando. Tem uma campanha futura. O bom senso seria pagar depois", declarou.
Já Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente executivo da legenda à época da candidatura de Serra e hoje presidente do PSDB no Distrito Federal, afirmou que, apesar de assumir o débito, o partido não tem como pagá-lo neste momento. "Na prestação de contas, a gente reconheceu a dívida. Se a gente reconheceu a dívida, a gente vai pagar (…) quando tiver dinheiro".
Realmente, o PSDB já admitiu que deve ao marqueteiro, inclusive judicialmente. Em maio de 2013, o fez por meio de um documento apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral, na intenção de aprovar os gastos da campanha de Serra. O valor da dívida em nome de Gonzalez foi estipulado em 6 milhões, mas, com a correção da Justiça do DF, se transformou em 8,7 milhões.
Ainda de acordo com a matéria, o contrato firmado entre o partido e Gonazalez valia 45 milhões no primeiro turno e mais 12 no segundo. A direção do PSDB afirma que não repassará os custos a José Serra. "A campanha é do partido. Não tem por que o Serra pagar. O Gonzalez se precipitou. Nós iríamos fazer um acordo após pagar uma dívida ainda da campanha de 2006″, explicou João Almeida.
Postado há 3 hours ago por
 

Advogado denuncia incoerências na condenação de Dirceu: comprou deputados e nenhum senador?

Posted: 04 Mar 2014 05:25 PM PST


4 de março de 2014 | 17:37 Autor: Miguel do Rosário
gurgel e mensalão tucano
A Ação Penal 470 continua ruindo.
*
do Gestão Pública Social (Via Nassif)
Explicação a quem interessar possa sobre a Ação Penal 470
Por Luís Antônio Albiero
Não, José Dirceu não foi jamais condenado por ter "roubado" alguma coisa. Também Genoíno não foi sequer acusado de ter "roubado" algo. Nem Delúbio Soares.
Dirceu, Genoíno e Delubio também não foram condenados por serem "corruptos".
Ao contrário, todos eles foram condenados porque, segundo o Ministério Público, teriam "corrompido" deputados federais, dentre eles Roberto Jefferson, que só recentemente foi preso. Isso mesmo. É incrível, mas é a mais pura realidade. Foram condenados por "corrupção ativa", ou seja, porque seriam "corruptores".
Na corrupção, o corruptor normalmente é o empresário, o sujeito que tem dinheiro, que "compra", que corrompe um servidor público, para que este faça ou deixe de fazer alguma coisa, de modo a beneficiar o corruptor. É como quando você – você mesmo! – "molha a mão" do guarda para não levar uma multa.
E como foi a "corrupção ativa" de Dirceu? Como Ministro de Estado – portanto, na condição de servidor público (o que já é uma inversão do que ocorre normalmente…), ele teria "comprado" deputados. E só deputados federais. E para quê? Com qual interesse? Segundo os Ministros que o condenaram, era para que esses deputados votassem a favor do governo. Para quê? Para que o partido dele se "perpetuasse no poder".
Por aí já dá para ver o motivo político da condenação. Ora, como é que o PT poderia se perpetuar no poder sem obter a segurança de que continuaria obtendo o voto popular?
E mais: como poderia contar com o voto popular com medidas impopulares, embora necessárias para o futuro da Nação, como as reformas da Previdência e Tributária?
São necessários os votos de 3/5 dos deputados federais e 3/5 dos senadores para aprovar uma reforma constitucional. Então, como é que Dirceu poderia garantir a aprovação que exigia votos favoráveis de mais de 300 deputados e senadores "comprando" apenas meia dúzia de deputados e nenhum senador?
É preciso estar com a mente contagiada pelo bombardeio diário da TV ao longo dos últimos NOVE anos para acreditar numa trama fantasiosa como essa.
O que está por trás dessa história é o ódio de classe. As elites brasileiras não perdoam quem, vindo de baixo, trouxe dignidade ao povo pobre do Brasil, que hoje tem acesso a shoppings, faculdades, aeroportos, créditos etc.
Gilmar Mendes, de família tradicional de Diamantino (MT), onde sua família exerce o papel de "coronel" da política local; Marco Aurélio de Melo, primo de Fernando Color, cuja família domina a política de Alagoas; Celso de Melo, juiz conservador nascido em Tatuí, ex-braço direito de Saulo Ramos, ministro do governo Sarney; são os ministros do STF que hoje representam as elites naquele tribunal.
A eles, somou-se, por um erro de cálculo e ingenuidade de Lula, Joaquim Barbosa, que serviu a Golbery do Couto e Silva durante os governos militares. Depois veio Luiz Fux, outro erro de indicação, agora de Dilma.
Esses cinco ministros, conluiados com os PGRs anteriores, "compraram" a trama desenvolvida pela oposição, rotulada poir Jefferson (autor do título "Mensalão") e patrocinada pela mídia conservadora. E empreenderam a mais nefasta perseguição aos réus da AP470.
Razões politicas foram acintosamente utilizadas pelos ministros para condenar os réus. São, sim, presos políticos. Nada "roubaram", tampouco "compraram" deputados.
A absolvição por formação de quadrilha foi só o início do restabelecimento da justiça. A caminhada ainda será longa até que justiça efetivamente seja feita em sua plenitude.
Luís Antônio Albiero – Advogado na cidade de Americana/SP – laalbiero@yahoo.com.br

Do Blog TIJOLAÇO.

FHC disse mas não falou

Posted: 04 Mar 2014 05:20 PM PST

Não satisfeito com a declaração infundada da elevação dos salários do Plano Real, FHC diz que o vigor da mobilidade social que se vê hoje iniciou com ele.

Por José Carlos Peliano*


Mais uma comemoração arranjada, modorrenta e cansativa, para o aniversário do longevo e enterrado Plano Real. Trouxeram de volta das trevas FHC ao Senado Federal com pouca pompa e circunstância, rodeado de velhos aliados, para buscar o encobrimento de recentes e descobertos desmandos, desfeitos e desviões tucanos, conforme escreve Antonio Lassance no Sarcófago do Real.

Como sempre fez, FHC tangencia os fatos, tamborila o que diz, conversa e desconversa da mesma maneira com que procura iludir e tergiversar para tentar se manter incólume, falastrão de suas elocubrações.

Em seguida à bajulação arranjada do Plano Real no Planalto Central, plano que nunca foi dele, mas de uma equipe, nem por ele liderada, mas por Itamar Franco, FHC concede entrevista à Rádio Jovem Pan onde prosseguiu com sua análise de seus feitos nos oito anos que esteve à frente do Palácio do Planalto. 

De cara sai com essa: "A grande consequência do Plano Real foi o aumento real dos salários. Houve um salto. Foi o começo dessa mobilidade social que estamos vendo com tanto vigor". (Trecho publicado no site da UOL de 28/02/2014). Bom, o comentário é como a charada dos personagens populares, o ovo e a galinha; esta diz que veio primeiro, enquanto aquele a contradiz postando-se em sua frente.

De fato, não foram somente os salários, mas as rendas reais tiveram um aumento imediato de 1994, início do Plano Real, a 1995. Em seguida, há uma queda silenciosa mas decidida até os anos de Lula e Dilma, quando à reversão do ritmo declinante segue-se uma tendência de elevação segura e progressiva. Os dados são fornecidos pelo IBGE.

O rendimento médio real mensal de todos os trabalhos soma os salários reais mais rendimentos obtidos de outros trabalhos temporários ou não pelos trabalhadores. Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: 1991-2007. Pois bem, os números abaixo perguntam a FHC de onde ele tirou que foi o Plano Real quem possibilitou o salto para cima dos salários?

Anos..............Rendimento
1994....................996
1995..................1023
1996..................1011
1997..................1003
1998..................  932
1999..................  921
2000..................  899
2001..................  831
2002..................  831
2003..................  869
2006..................  932
2007..................  960

Esqueçam, portanto, o que FHC disse. O que ele não falou foi que, fora o salto do rendimento médio real de 1994 a 1995, ocorrido ainda no governo Itamar Franco, de 1995 a 2002, seu período de governo, o rendimento veio de um valor médio real de 1023 para 831. Um decréscimo de 18,8%! 

Em todo o período de seu governo, menos de 2001 a 2002, os valores caem ano a ano. Ao contrário dos primeiros anos do governo Lula, onde há dados disponíveis pelo IBGE, quando o mesmo rendimento volta a subir, atingindo um acréscimo de 2003 a 2007 de 15,5%.

É provável que FHC tenha apostado na costumeira memória curta do brasileiro para se jactar da proeza do Plano Real, não lançado por ele mas por Itamar, de ter conseguido elevar os salários reduzindo todos os rendimentos do trabalho!

Pois bem, não satisfeito com a declaração infundada da elevação dos salários do Plano Real, FHC completa dizendo que o vigor da mobilidade social que se vê hoje teve seu começo lá mesmo ... na elevação dos salários! Se não houve elevação do salários como pode ter havido mobilidade social? Só se foi descendente.

Como demonstrado em textos anteriores, a grande marca da mobilidade social recente no Brasil está carimbada pelo Programa Bolsa Família que trouxe para o mercado cerca de 50 milhões de pessoas antes às voltas com atividades meia boca e ocasionais. De renda próxima de zero conseguiram obter renda que lhes garantem subsistência razoável especialmente em regiões mais pobres.

E o Programa Bolsa Família é do governo Lula encampado pelo governo Dilma. Não é, nunca foi, nem a história consignará como do governo FHC, embora ele mesmo já tenha dito e tentado pegar carona, juntamente com alguns de seus diletos seguidores, ao afirmar que o programa teve seus fundamentos elaborados por sua administração.

E a mobilidade recente no país veio também a reboque do aumento do rendimento médio de todo o período Lula e Dilma. A melhoria da renda possibilitou a redução da desigualdade social, esta sim a grande vitória da administração petista. Quem retirou milhões da pobreza, elevou os rendimentos do trabalho e reduziu a desigualdade não fez um Plano Irreal que reduziu os rendimentos, afetou a pobreza e não interferiu na desigualdade!

(*) Economista (doutor/Unicamp)



Três supostos ladrões são crusificados em ato públco

Posted: 04 Mar 2014 05:16 PM PST

Quinzão Barbosa cai na folia!

Posted: 04 Mar 2014 05:10 PM PST

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Francisco Almeida 




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