segunda-feira, 4 de março de 2013

Via Email: SARAIVA 13: A procura desesperada por um candidato


SARAIVA 13


A procura desesperada por um candidato

Posted: 03 Mar 2013 01:18 PM PST


Rodolpho Motta Lima

Nos últimos dias, tem havido grande efervescência política com o lançamento, claro ou velado, de diversas candidaturas à Presidência da República, inclusive a da própria Presidenta. A profusão de prováveis candidatos de oposição a Dilma – estimulados pela mídia - deixa evidente, de cara,  que o pessoal do PIG não acredita que Aécio ou qualquer outro tucano seja capaz de vencer a eleição. E a direita experimenta seus sonhos de consumo nas figuras de Marina Silva (nem de direita nem de esquerda, porque tudo que cai na REDE é peixe...), Eduardo Campos (cujo avô, Miguel Arraes, deve tremer no túmulo com certos entusiasmos de ocasião destinados ao neto) e até uma outra, que merece aqui observação mais  atenta.

Recentemente – entre os dias 20 e 26.02 -, vimos surgir, nas charges do Chico, cartunista/chargista de presença diária no "Globo" junto a figuras de "presidenciáveis" – como Marina, Aécio e Eduardo – a do ministro, Joaquim Barbosa. Nada a objetar, se ele não estivesse aparecendo, como os outros e com os outros, no estilo "mocinho que invade o saloon", em atitude acintosa de oposição à presidenta Dilma. Em uma delas, a que me parece mais grave, a charge vem acompanhada da mensagem/fala atribuída aos quatro personagens – Joaquim Barbosa inclusive -  e dirigida à Dilma: "- Eu vou tirar você desse lugar".

Chico costuma seguir, em suas charges,  a  linha editorial do jornal onde trabalha. Nada contra: ele tem todo o direito de possuir o posicionamento político-ideológico da mídia a que serve. Isso não se discute. E é igualmente óbvio que ele pode fazer humor com as coisas e pessoas que bem entender, assumindo, claro, suas responsabilidades éticas.  Mas é  obrigação cidadã  não deixar passar em branco aquilo que – com humor ou sem ele – cheira a desvio antidemocrático.

No campo político, a charge envolvendo personagens do nosso dia a dia corresponde a uma tradição e deve ser saudada como manifestação da liberdade de comunicação e da expressão de ideias. Isso é ponto pacífico. Creio mesmo que, apesar de pouco republicana, a colocação do Presidente do Supremo ao lado de políticos oposicionistas mandando mensagens contrárias à Presidenta é um direito do chargista. Lá no fundo, ele pode estar desejando a candidatura do Ministro Joaquim Barbosa a Presidente do país. Ou pode, o que seria postura lastimável, estar torcendo pela monitoração do poder executivo pelo  poder judiciário.

Sabemos todos que os humoristas são sempre os primeiros a ser perseguidos por sistemas repressores de poder. É só lembrar, na história recente do país, a turma do Pasquim... No Brasil de hoje, felizmente, é livre a comunicação.  Mas é igualmente  livre a interpretação que se possa fazer das intenções de quem atua na mídia, humorista ou não. O episódio das charges do Chico pode ser irrelevante para muitos. E ele pode nem ter percebido o sentido que se poderia dar à sua criação. Mas assim como "de grão em grão a galinha enche o papo", de pequenos golpes em pequenos golpes pode-se chegar a um grande ataque  às instituições.

De qualquer forma, nada tenho contra o cartunista, apenas estou divergindo de suas ideias. Tenho certeza de que ele não se importará nem um pouco com os meus gostos, mas, entre os diversos Chicos brasileiros, ideologicamente prefiro o Chico Buarque de Holanda – pela coerência ao longo da vida – e o Chico Mendes – morto em defesa dos seringueiros massacrados pelo poder. E quanto ao humor, minha predileção vai para o Chico Anysio, pela sua criatividade não pautada...

Provoca estranheza, isso sim, que o Presidente do STF se deixe retratar dessa forma, sem qualquer palavra a respeito. Não é por falta de espaço na mídia,  onde ele, seguidamente, vem opinando sobre diversos problemas da sociedade. Não por acaso, no dia 01.03, ele foi personagem central da coluna do Merval Pereira, com considerações do colunista sobre a possibilidade de vir a ser candidato à Presidência da República. E é claro que ele tem direito a postular o cargo, como qualquer cidadão brasileiro. Mas, em nome da independência entre os poderes constituídos, obtida a duras penas pela democracia brasileira, e considerada, fundamentalmente, a sua condição de magistrado -  julgador, inclusive de feitos em que o poder executivo está envolvido -,  ele deveria contestar claramente uma possível inferência, extraída da charge, de que – como presidente do Supremo que é - estaria "fazendo o jogo" da oposição ao atual Governo, eleito, diga-se, pela expressiva maioria do povo brasileiro.

No momento em que o julgamento do Mensalão, aplaudido por muitos, é considerado por outros um episódio de cartas marcadas, político em sua essência, onde terá faltado a observância a princípios básicos do direito, com casuísmos e inversões doutrinárias, Joaquim Barbosa deveria ser, no mínimo, por sagacidade e prudência, o primeiro a rejeitar tal postura a ele atribuída, porque ele representa o poder maior da justiça neste país e não pode, em hipótese alguma, deixar que se sobreponha a essa posição a interpretação de que age politicamente, seja atrelado a um grupo, seja a serviço de seus interesses pessoais. A não ser, é claro, que concorde com a insinuação, hipótese em que deveria afastar-se do Supremo e dedicar-se aos  projetos de um candidato oposicionista. Afinal, de todas as autoridades maiores dos poderes do país – que não valem pelo que são individualmente, mas pelo que encarnam como representantes dos interesses do  povo -, esperam-se, permanentemente e sem cochilos,  posturas  condizentes  com os ideais republicanos que se obrigam a  defender.

De Recife - PE. Diógenes Afonsoàs 17:520 comentários 

Do Blog TERRA BRASILIS.

JOAQUIM BARBOSA E A SUPREMA ARROGÂNCIA - MAGISTRADOS DO BRASIL REAGEM AS ILAÇÕES DO "REI" DO STF

Posted: 03 Mar 2013 01:11 PM PST


DEFINITIVAMENTE O PODER SUBIU À CABEÇA DESSE HOMEM - Pelo visto, ele deseja criar "jurisprudência", e que os juízes de todo o Brasil, façam com os RÉUS,o que foi feito no julgamento do MENSALÃO - CONDENAR SEM PROVAS.


"Os juízes brasileiros têm mentalidade "mais conservadora, pró status quo, pró impunidade".
Joaquim Barbosa



A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da magistratura, a propósito de declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista a jornalistas estrangeiros, na qual Sua Excelência faz ilações sobre a mentalidade dos magistrados brasileiros, vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:

1. Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro.

2. Partindo de percepções preconcebidas, o ministro Joaquim Barbosa chega a conclusões que não se coadunam com a realidade vivida por milhares de magistrados brasileiros, especialmente aqueles que têm competência em matéria penal.

3. A comparação entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público, no que toca à "mentalidade", é absolutamente incabível, considerando-se que o Ministério Público é parte no processo penal, encarregado da acusação, enquanto a magistratura – que não tem compromisso com a acusação nem com a defesa – tem a missão constitucional de ser imparcial, garantindo o processo penal justo.

4. A garantia do processo penal justo, pressuposto da atuação do magistrado na seara penal, é fundamental para a democracia, estando intimamente ligada à independência judicial, que o ministro Joaquim Barbosa, como presidente do STF, deveria defender.

5. Se há impunidade no Brasil, isso decorre de causas mais complexas que a reducionista ideia de um problema de "mentalidade" dos magistrados. As distorções – que precisam ser corrigidas – decorrem, dentre outras coisas, da ausência de estrutura adequada dos órgãos de investigação policial; de uma legislação processual penal desatualizada, que permite inúmeras possibilidades de recursos e impugnações, sem se falar no sistema prisional, que é inadequado para as necessidades do país.

6. As entidades de classe da magistratura, lamentavelmente, não têm sido ouvidas pelo presidente do STF. O seu isolacionismo, a parecer que parte do pressuposto de ser o único detentor da verdade e do conhecimento, denota prescindir do auxílio e da experiência de quem vivencia as angústias e as vicissitudes dos aplicadores do direito no Brasil.

7. A independência funcional da magistratura é corolário do Estado Democrático de Direito, cabendo aos juízes, por imperativo constitucional, motivar suas decisões de acordo com a convicção livremente formada a partir das provas regularmente produzidas. Por isso, não cabe a nenhum órgão administrativo, muito menos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a função de tutelar ou corrigir o pensamento e a convicção dos magistrados brasileiros.

8. A violência simbólica das palavras do ministro Joaquim Barbosa acende o aviso de alerta contra eventuais tentativas de se diminuírem a liberdade e a independência da magistratura brasileira. A sociedade não pode aceitar isso. Violar a independência da magistratura é violar a democracia.

9. As entidades de classe não compactuam com o desvio de finalidade na condução de processos judiciais e são favoráveis à punição dos comportamentos ilícitos, quando devidamente provados dentro do devido processo legal, com garantia do contraditório e da ampla defesa. Todavia, não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros.

10. A Ajufe, a AMB e a Anamatra esperam do ministro Joaquim Barbosa comportamento compatível com o alto cargo que ocupa, bem como tratamento respeitoso aos magistrados brasileiros, qualquer que seja o grau de jurisdição.

Brasília, 2 de março de 2013.

NELSON CALANDRA 

Presidente da AMB 




NINO OLIVEIRA TOLDO 



Presidente da Ajufe 

RENATO HENRY SANT'ANNA

Presidente da Anamatra

Merval narra seu contato imediato de 3o. grau com o povo

Posted: 03 Mar 2013 11:39 AM PST

Editor de "O Globo" não reconheceu "operários e estivadores" na manifestação porque esperava ver maltrapilhos (como nos quadros retratando o passado).

Chega a ser hilária a coluna de Merval Pereira no jornal "O Globo" narrando seu contato com um grupo de populares que manisfestavam em frente ao Museu de Arte do Rio de Janeiro, inaugurado na sexta-feira.

A narrativa é de quem acha o contato com o povo tão estranho quanto um encontro com ET's (extra-terrestres). Parece um contato imediato de 3o. grau com alienígenas, com medo de ser abduzido.

Os manifestantes não foram lá por causa do Merval, obviamente, e sim por causa das autoridades presentes. Havia um grupo reivindicando solução para o problema dos teatros fechados no Rio após o incêndio na boate de Santa Maria, cujo alvo era o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) e o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), e outro contra a Medida Provisória dos Portos, cujo alvo era a presidenta Dilma.

Em resumo, Merval narra que manifestantes o reconheceram, chamaram-no de 'FDP' e fecharam o trânsito em frente a seu carro, batendo no vidro e gritando palavras de ordem . Disse que foi seu momento 'Yoani Sanchez'. Sua narrativa, apesar de querer horrorizar, deixa claro que não sofreu nem viu nenhuma agressão física, nem dano material (o que seria condenável e anti-produtivo como protesto). Mesmo querendo se fazer de vítima, acaba por mostrar seu distanciamento e incompatibilidade com o povo das ruas. E tem gente que ainda crê que ele expressa a "opinião pública".

Mas o que é mais hilariante são as impressões de Merval sobre os manifestantes. A certa altura, ele escreveu:

"Aparentemente, não havia no grupo nenhum estivador ou operário. Eram todos jovens estudantes com máscaras e cartazes..."

Rárárá... rárárá... Impossível não rir.

Como Merval imagina que seja um trabalhador portuário de hoje? Será que imagina que seja igual aqueles do século XIX, sem camisa, descalço, maltrapilho, com uma calça rústica rasgada, carregando 2 sacos de 60Kg de uma vez?

E será que imagina que "operários", hoje, não tem dinheiro suficiente para comprar roupa e se vestir como qualquer pessoa de classe média, quando anda na rua e vai a protestos?

Esse é o retrato do jornalismo das Organizações Globo. As "notícias" são esteriótipos do passado e delírios preconceituosos e ideológicos dos donos dos jornais e seus feitores. Os "formadores de opinião" dos jornalões sequer reconhece o povo brasileiro nas ruas.

Um editor como Merval, diante do fato noticioso ali na sua frente, não apura e não manda um repórter apurar. E noticia o fato debaixo de seu nariz como "apararentemente", em vez de ouvir os manifestantes e noticiar as coisas como elas aconteceram.

Detalhe: o sindicato dos estivadores do Rio fica a cinco quadras do local da manifestação. Até para um jornalista estagiário, é difícil concluir que "aparentemente não havia nenhum deles ali".
Por: Zé Augusto0 Comentários  
 

Em nome de Kevin, Corinthians deveria lutar contra a escravidão dos bolivianos em São Paulo

Posted: 03 Mar 2013 10:28 AM PST


Excelente ideia de luta sugerida pelo Lúcio Castro em seu blog. O Corinthians e todo corinthiano deveriam encampá-la. Temos de combatar a escravidão aqui, mas também há de se exortar o governo brasileiro a fazer uma ampla campanha de esclarecimento na Bolívia em parceria com o governo boliviano, para que os traficantes escravagistas  não tenham sucesso em arregimentar bolivianos iludidos com promessas mentirosas.
Milhares de bolivianos são escravos em SP. Em nome de Kevin, Corinthians podia gritar por eles
Por Lúcio de Castro, ESPN
A óbvia ideia de que a morte de alguém muito jovem é uma aberração, algo absolutamente sem propósito, absurdo, veio pela primeira vez lá atrás para mim de forma pouco usual. Pelos versos de Ednardo, com seu belo "Pavão Misterioso", parei pra pensar naquele pedido. "Me poupe do vexame/de morrer tão moço". O complemento do verso é absolutamente arrebatador: "Muita coisa ainda quero olhar".
A estupidez de poucos e a omissão de muitos (ou quem sabe de todos nós) não pouparam Kevin Espada de morrer tão moço. Catorze anos. Muita coisa ainda pra olhar…
Nem é preciso repetir o chavão de que nada a ser feito traz essa vida de volta. Mas é possível que muita coisa se faça em nome de Kevin.
Aqui já não estão em questão eventuais decisões da justiça, o destino do Corinthians em uma competição, uma eventual punição para o San Jose. Tudo isso deve ser exemplar. Mas é possível ir além, muito além.
Alguns pronunciamentos foram exemplares e transpiravam sentimento de nobreza no dia da tragédia. Ainda que a vida e a profissão tenham me ensinado a desconfiar muito de tudo o que se fala diante das câmaras e de bons moços do pau oco com os quais cruzei por esses anos todos e me ensinaram a preferir os gauches, não dava para não se impressionar ou não acreditar nas palavras e posicionamento de Tite, Edu Gaspar e outros. E ainda também que jamais me pareça correto cobrar de alguém gestos que devem ser espontâneos ou naturais, tais posturas me inspiram a pedir algo mais para eles, muito além das decisões esportivas. Junto a eles o zagueiro Paulo André, sujeito de ideias claras e sempre disposto a boas causas, poderia se engajar nisso.
Desde que a notícia explodiu, não paro de pensar na estação de ônibus de El Alto, perto de La Paz. Os ônibus partindo para Oruro, Cochabamba…Kevin deve ter passado naquele pedaço esquecido de mundo quando ia em busca do sonho em ver seu time.
Passei por lá quando fiz o documentário "Escravos do Século XXI", para mostrar onde eram arregimentados os bolivianos que vinham para o Brasil, onde viram escravos. É isso mesmo, trabalho em regime análogo à escravidão, em pleno século XXI. Em São Paulo. Milhares de bolivianos no auge de sua força. Escravizados. Em Itaquera, no Braz, na Mooca, Pari, Liberdade. Na cara de onde teremos uma Copa do Mundo. Ladeado por escravos. Vi tudo isso e digo: que ninguém pense que falar em escravidão é exagero.
         
Quando uma tragédia dessas acontece, ficamos sempre a pensar no absurdo da morte aos 14 anos. No que um menino desses podia se transformar. Médico, engenheiro, jogador, advogado. Não conheço a história pessoal de Kevin, se é de uma minoria que tem alguma condição para tanto. Assim, sem conhecer, pensando em milhares de jovens de seu país, digo que uma imensa possibilidade para Kevin era tragicamente virar um escravo numa fétida confecção clandestina de São Paulo. Que revenderia o produto de seu trabalho ilegalmente tomado para uma grande corporação. Que em busca dos lucros fingiria não saber de onde vem os frutos da "flexibilização laboral" que alimentam. Milhares de meninos e meninas de La Paz, Cochabamba, Oruro viram escravos aqui. Em pleno século XXI.
Como está no impressionante depoimento de Maria Eugenia (que segue com parte transcrita abaixo) , que conseguiu fugir de uma dessas senzalas e chegou até a Pastoral do Migrante, (cujo trabalho tão maravilhoso nos faz ainda acreditar na espécie) são de jovens do interior como Oruro que os escroques que escravizam mais gostam, pela ingenuidade deles. (O depoimento parece cena de novela das oito e denúncias de tráfico humano mas estão no nosso nariz).
É claro que o exercício de falar em tal destino para Kevin é algo torto. Mas aqui se justifica. Porque me ocorre que algo que daria um pouco de sentido ao que não tem sentido ("nem nunca terá…"), é que alguns desses corintianos tão lúcidos como Tite, Paulo André, Edu Gaspar, viessem a se mobilizar contra a escravidão de bolivianos em São Paulo. Tenham certeza de que muitos deles a essa hora nos porões do Braz, Bom Retiro, Mooca, Pari, Itaquera, se apegaram ao Corinthians. Kevin poderia acabar ali. Cada voz que se levante contra isso, uma faixa entrando em campo contra o trabalho escravo de bolivianos em São Paulo, uma entrevista contra essa aberração… Seria em nome de quem morreu tão moço e não pode olhar muita coisa que queria, como ensinou Ednardo.
Kevin não volta. Mas há muito para se fazer por ele. No futebol e muito além dele.
TRECHOS DO DEPOIMENTO DE MARIA EUGENIA – BOLIVIANA VÍTIMA DE TRABALHO ESCRAVO EM OFICINA DE ITAQUERA
"Eu trabalhava na cozinha em Bolívia, e veio uma senhora, 2, 3 vezes se fez de amiga. Eu ganhava uns 100 reais lá. Ela falou que ia pagar 300 dólares no Brasil. Eu achei que era boa oportunidade. Tenho seis filhos, falei com eles, era boa oportunidade."
"disse que ia pagar 350 dólares pra uma filha que viesse, são 650 dólares ao mês. Ela pagou a vacina de febre amarela"
"pagou as passagens de La Paz"
"quando entramos na sua casa, apenas passamos pela porta, ela passou o cadeado na porta. Botou o cadeado e eu perguntei. Ela disse que entra muitos ladrões, eu disse tá bom…"
"uma semana, sábado, não podíamos sair, estávamos presa. Trabalhávamos desde as 7 da manha até meia-noite, uma da manhã, quando tinha que se entregar o trabalho. Eu cozinhava pra muitas pessoas. "
"quando se cumpriu 1 mês, ela não quis me pagar, a despeito deu ter trabalhado. A comida era muito ruim, não me dava coisas pra cozinhar. Me dava um pouco de carne pra 20 pessoas"
"você tem que ficar 2, 3 meses pra que paguem a passagem, mas fechadas, sem ir a nenhum lugar."
"passou o segundo mês, agora me pague. Não que você não tem direito."
"em total era 400 reais, que nos devíamos. Como não podíamos pagar em dois meses?"
"é escravidão; você acorda as 6h30, toma café, as 7h está nas máquinas de costura, ate as 12h. das 12 as 12h30, almoço, meia-hora. Na máquina te trazem o café as 17h. E das 17 a meia-noite, está na maquina. Diga-me: o que se chama isso?
"é escravidão. Não pode imaginar que existem pessoas que vão na Bolívia, botem anúncios na radio, jornal: 'viaje para Brasil, 400 dólares," e quando chega aqui com essa ilusão, te põe a chave. Isso é muito ruim"
"eles fechavam o telefone. Abaixo era a oficina, em cima os quartos"
"onde eu trabalhava em Itaquera, as mulheres ficavam aqui, os homens aqui. "
"Um banheiro pra 20 pessoas. Um lugar pequeno, você não sabe como é, sofri muito"
"quando um se resfria, se adoece, todos adoecem. E as trabalhando até meia-noite, as costas doem…voce não sabe, é muito doloroso pros bolivianos. Eu vi muita dor ali"
"imagina quem vem do interior, Oruro, outros estados, chegam a La Paz. A esses são os que buscam, os donos de oficinas, os que não estão integrados, por isso eles se calam, abaixam a cabeça"
"nos trouxeram nós duas. No outro ônibus, trouxeram 5 meninos, 17, 18 anos, 15 anos. Vieram até santa cruz com a gente, depois passaram por Paraguai. Mas os menores passaram por Paraguai."
"muita gente sofrendo, presa. Mais do que tudo, eles procuram meninos, o que me mais me dói é que eles procuram meninos de 15 anos, 18 anos, 17, 15 anos. É muito ruim, não pode ser…Quando eu voltar a Bolívia, vou fazer uma denúncia, a todos…Eles anunciam nas rádios, na tv, nos jornais, oferecendo 400, 500 dólares…"

Quem será o maior adversário de Dilma em 2014?

Posted: 03 Mar 2013 10:22 AM PST

 

Diário do Centro do Mundo 3 de março de 2013 

Para os leitores Diário, a resposta é clara: a mídia.
Novos atentados de bolinha de papel podem vir por aí

 Paulo Nogueira
 
Novos atentados de bolinha de papel podem vir por aí
Já disse algumas vezes quanto é caro ao Diário ouvir os leitores.


O que eles têm a dizer sobre 2014?

Foi o tema de uma enquete que se encerra hoje. Dado o favoritismo com que Dilma inicia a campanha pela reeleição, a pergunta quis identificar, na visão dos leitores, quem seria o maior adversário dela.

Foram colocadas quatro alternativas.

Aécio, isso caso Serra não dê um jeito de concorrer ainda uma vez.

Não, disseram os leitores.

Marina, com seu novo partido.

Não, disseram os leitores.

Eduardo Campos.

Não, disseram os leitores.

Os três somados obtiveram apenas 20% das respostas.
Então quem?

Claro. Batata, como escrevia Nelson Rodrigues. Ela, a mídia.
Os leitores do Diário entendem que a mídia vai ser, de longe, o maior adversário de Dilma em 2014.

Minha opinião interessa?

Concordo.

Tinha pensado, como escrevi ontem, que Joaquim Barbosa poderia surgir como um Beppo Grillo brasileiro, o antipolítico que arrebata corações de eleitores frustrados com os políticos tradicionais.

Mas não. Grillo é um legítimo heroi para milhões de italianos das ruas, e JB é desprezado, detestado ou simplesmente ignorado pelo brasileiro que faz ou desfaz governantes.
Ele seria eleito talvez presidente da Hípica do Rio, ou do Instituto Millenium, mas vamos parando por aí.

A mídia vai tentar tirar Dilma. Provavelmente aparecerão provas contundentes, como fez o Jornal Nacional, de coisas como o atentado da bolinha de papel que sequer arranhou a amplidão oceânica da testa de Serra.

Por quê?

Porque, lamentavelmente, as grandes empresas de mídia representam hoje o atraso do atraso. Funcionam não como guardiãs do interesse público, mas de seus próprios privilégios.

Por isso mesmo perderam influência: ninguém está muito interessado em ouvir alguém que defende apenas a si próprio dizendo defender a sociedade.

O Diário sonha com um Brasil escandinavo: libertário, feliz, próspero, em que o impulso imprescindível ao ato de empreender é contrabalançado por um fortíssimo sentido de responsabilidade social nas corporações.

Independente e aparditário, o Diário apoia e apoiará quem mostrar planos mais consistentes para encurtar o longo caminho rumo à Escandinávia. Nosso compromisso é com a causa, e não com partidos ou com políticos.

A grande mídia vai no sentido contrário ao sonho do Diário.

E é por isso, ainda mais que pela disrupção trazida pela internet, que ela vai se tornando pequena.
Paulo Nogueira. Jornalista baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
Do Blog ContrapontoPIG

MERVAL PEREIRA É XINGADO DE F.D.P. - A YAONI SANCHES DE BIGODE

Posted: 03 Mar 2013 10:17 AM PST

O jornalista (?) Merval Pereira reclamou hoje através de sua coluna no jornal (?) O Globo, que ao sair do evento de inauguração do Museu MAR (de lama ?) foi ofendido, após ser reconhecido por manifestantes que ali estavam para apresentar protesto de diversas motivações.

Chamaram o Merval de FDP e ainda chutaram seu carro. Segundo o jornalista (?) ele só conseguiu sair do local após intervenção da PM. Ainda segundo o jornalista (?) ele se sentiu a própria Yoani. De fato, os dois se parecem, pois, ao seu modo, tirando o bigode, a cara de embuste e armação de ambos é a mesma.

Vindo de Merval Pereira eu não acredito sem fazer como São Tomé, mas, digamos que o que ele afirma ter acontecido seja verdade.

Primeiro, é um erro chama-lo de FDP. Nem toda a mãe tem culpa naquilo que o filho se transforma. Não há que se ofender, portanto, terceiros. O segundo erro, se de fato isto aconteceu, é o de ter chutado o carro do jornalista (?). Nada justifica ou legitima ações dessa natureza. Agressões verbais e físicas são inaceitáveis e, os líderes e organizadores destes protesto, precisam exercitar o sagrado direito de se manifestar, aí incluído palavras de ordem, cartazes, passeatas, sem permitir que atos violentos aconteçam.

Vamos chamar Merval Pereira de jornalista (?) que deturpa fatos, divulga boatos como se fossem verdade, ofende pessoas chamando-as de "poste e laranja". Vamos dizer que Merval é um imortal que entrou pela porta dos fundos da ABL, que é um braço do tucanato na imprensa brasileira, que participou da armação da montagem do debate entre Collor e Lula. Vamos chamá-lo de MENTIROSO, LACAIO DE PATRÃO, IMPERIALISTA DE CARTEIRINHA, e outras coisitas mais... agora, nada de ofender e colocar a mãe no meio, nem de praticar qualquer violência física ou patrimonial.

Os MERVAIS e YOANIS da vida, no fundo gostam quando coisas assim acontecem. Eles, que são os ALGOZES, se colocam na condição de vítima. E não se pode dar munição para gente dessa laia.

Lewandowski recomenda livro sobre o outro lado do mensalão

Posted: 03 Mar 2013 10:11 AM PST

Brasil 247 – O minsitro Ricardo Lewandowski, que durante todo o julgamento do mensalão trocou farpas com Joaquim Barbosa, continua a "cucutcar" o hoje presidente de STF e relator do processo. Ele recomenda leitura de uma obra que considera o tratamento do caso como contraditório, político e injusto. Leia na coluna de Mônica Bergamo, da Folha:

HISTÓRIA

O ministro Ricardo Lewandowski enviou o livro "A Outra História do Mensalão", de Paulo Moreira Leite, para as bibliotecas do STF (Supremo Tribunal Federal) e da USP. Ele acha que o material, que critica a condução do julgamento e diz que ele foi contraditório, político e, em vários aspectos, injusto, será precioso para o estudo de historiadores no futuro.

HISTÓRIA 2

Lewandowski gostou especialmente do prefácio do colunista da Folha Janio de Freitas, de quem se diz "admirador". Entre outras críticas, o jornalista diz que a imprensa e seus analistas, "com exceções raras", passaram do comentário jornalístico para texto "típico da finalidade política" e de "indisfarçável facciosismo".
Share/Bookmark

Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

Livro sobre mensalão dispara no PiG

Posted: 03 Mar 2013 10:08 AM PST

 
Para começar bem a semana. A Outra História do Mensalão entrou na lista dos mais vendidos da Veja, na 7ª posição, e na da Folha de S. Paulo, na 4ª.
Os outros livros sobre o Mensalão, nem mesmo com cobertura gigantesca e o destaque impressionante dado nos últimos dias pela mídia, nem sequer apareceram entre os 20 títulos mais comercializados na última semana.
Acreditamos que o público queira algo sério, honesto, e, no mínimo, bem escrito. Afinal, os leitores encontraram na análise honesta do "maior julgamento da história do Brasil", do jornalista Paulo Moreira Leite, um ponto de vista que leva a pensar e refletir sobre o show em que foi transformado o julgamento da Ação Penal 470. Em A Outra História do Mensalão – As Contradições de um Julgamento Político, o leitor ainda tem a disposição o prefácio, assinado pelo mestre-jornalista Janio de Freitas e não de um, é melhor deixar pra lá…

Lula disse a Cabral para se conformar com Lindbergh

Posted: 03 Mar 2013 10:05 AM PST


"Embora tenha visitado as obras do Maracanã na companhia do governador do Rio, Sergio Cabral, e do vice, Luiz Fernando Pezão, ex-presidente sinalizou que o senador Lindbergh Farias não irá desistir da disputa ao Palácio Guanabara em 2014
Rio 247 / Brasil 247
A jornalista Tereza Cruvinel, uma das principais colunistas políticas do País, informa em sua coluna deste domingo, no Correio Braziliense, que o ex-presidente Lula avisou ao governador do Rio, Sergio Cabral, que Lindbergh Farias será mesmo candidato ao Palácio Guanabara e que ele terá que se conformar. Leia abaixo:
Guerras regionais
Dilma verá também se multiplicarem, faltando tanto tempo para o início da campanha, conflitos como o do Rio, entre petistas e peemedebistas. A "candidata energética", como se definiu, gastará energia administrando essas guerras, tarefa que pode também ficar com Lula. Ao governador Cabral, o ex-presidente praticamente disse para se conformar com os dois palanques pró-Dilma, recusando polidamente o pedido para obter a desistência de Lindbergh. Tendo o apoio de dois palanques, na campanha ela iria aos dois, não favorecendo nenhum, disse Lula. Mas, na prática, todo mundo sabe que isso não acontece. Não aconteceu em 2010, por exemplo.
Já tendo problemas com o PSB, o PDT e o PR, ao acelerar a campanha, Dilma abriu também a tampa da panela em que o PMDB cozinhava suas insatisfações e pretensões. Por isso muita gente do ramo se pergunta: o que ela ganhou com isso?
Por ora, desentocou um adversário, o tucano Aécio Neves, acirrou os conflitos com o PSB e despertou o instinto de auto-valorização do PMDB. Na economia e na administração, todas as medidas enfrentarão questionamentos sobre eventual caráter "eleitoreiro", reforçando a desconfiança que as manobras contábeis do ano passado suscitaram nos agentes econômicos. Se a antecipação não tiver uma forte razão ainda desconhecida, terá contrariado velho consenso político sobre os governos de quatro anos: o primeiro é para arrumar a casa, o segundo é para planejar e dar início aos projetos mais arrojados, e o terceiro para executá-los. O quarto será ano de campanha e de inaugurações, enquanto a lei deixar."

A violência é a mais nova esperança da oposição

Posted: 03 Mar 2013 10:00 AM PST

 

:
 
 
Em 1954, um atentado contra o jornalista e político Carlos Lacerda, até hoje não esclarecido, precipitou o suicídio de Getúlio Vargas. Quase 60 anos depois, há um clima estranho no ar. Porta-vozes da oposição, como Marco Antônio Villa e Reinaldo Azevedo, antecipam que, em breve, serão agredidos por "petistas fascistas" e Merval Pereira conta que viveu seu "momento Yoani Sánchez" na última sexta-feira, ao ser xingado e ter seu carro cercado. Os três culpam o ministro Gilberto Carvalho. Será que buscam um novo caso Tonelero?
 
 
Brasil 247 - O jornalista Carlos Lacerda, o principal opositor de Getúlio Vargas, tinha uma grande vantagem em relação a seus imitadores atuais. Era também político e não escondia seu objetivo natural, que era a busca do poder. Em 5 de agosto de 1954, quando sua campanha contra o "mar de lama" getulista não surtia os efeitos desejados, um acontecimento mudou o curso da história: o atentado da rua Tonelero, em Copabacana, que matou um de seus seguranças, e lhe deixou ferido no pé. Com a responsabilidade atribuída ao Palácio do Catete, Getúlio avisou que só sairia morto do Catete. Dito e feito. No dia 24, ele foi encontrado morto, depois de suicidar-se. Ainda hoje, há interpretações divergentes sobre o atentado – alguns historiadores sustentam que tudo foi planejado para tirar Getúlio da presidência e as versões de Lacerda sempre foram contraditórias.
 
 
No Brasil de hoje, o principal líder da antiga UDN tem diversos seguidores. Não na política, mas no jornalismo. Eles fazem política 24 horas por dia, mas não assumem esse papel. Têm como principais inimigos o ex-presidente Lula e, por tabela, a presidente Dilma. Assim como em 1954, o discurso do mar de lama, a despeito do julgamento da Ação Penal 470, também não surtiu os efeitos desejados. Nas últimas eleições municipais, por exemplo, o PT se fortaleceu e o cenário para 2014 ainda indica o partido como franco favorito.
 
 
No entanto, uma nova linha de ataque começa a se desenvolver: a de que petistas trabalham para minar, por dentro, a democracia. Tudo começou no fim do ano passado, quando o ministro Gilberto Carvalho se dirigiu aos filiados do partido e, num vídeo, sugeriu aos militantes que fossem às ruas defender o legado dos governos de Lula e Dilma, diante dos ataques do principal adversário, que seria o chamado "Partido da Imprensa Golpista". Uma frase, a de que em 2013 "o bicho vai pegar", tem sido interpretada por opositores de Lula como uma prova de que o PT estaria incitando atos de violência contra seus opositores.
 
 
Neste domingo, o jornalista Merval Pereira relata que, na sexta-feira passada, viveu seu momento Yoani Sánchez, depois de ser xingado de "fdp" e de ter seu carro cercado. De quem é a culpa? De Gilberto Carvalho, segundo Merval Pereira (leia mais aqui).
 
 
Quando a cubana Yoani Sánchez veio ao Brasil, a revista Veja, de Roberto Civita, desenvolveu a tese de que diversos ataques a ela estariam sendo orquestrados dentro do Palácio do Planalto, também por Gilberto Carvalho. E a frase "o bicho vai pegar" foi novamente resgatada. "A ação dos fascistas petistas contra Yoani Sanchéz confirmou a "previsão" do ex-seminarista Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. Em dezembro, disse que "em 2013 o bicho vai pegar." Pelo que assistimos, o bicho já pegou", disse Marco Antonio Villa, que se apresenta como historiador, mas é apenas um militante político, além de representante do Instituto Millenium.
 
 
Quem foi ainda mais longe nessa tese foi Reinaldo Azevedo, blogueiro de Veja.com. "Gilberto Carvalho prometeu: em 2013 o bicho vai pegar! Hoje, eles só nos xingam; amanhã, começarão a nos espancar", antecipou. Não será surpresa se, nos próximos dias, os personagens de sempre, como Marco Antonio Villa, Augusto Nunes e próprio Reinaldo, se levantarem contra a agressão perpetrada pelo PT à "imprensa livre", representada pela figura de Merval Pereira.
 
 
Afinal, como disse o colunista do Globo, "a violência está no ar". E talvez ela, a violência, seja a esperança que resta à oposição.

Nem os juízes toleram Joaquim Barbosa

Posted: 03 Mar 2013 09:57 AM PST

 
 
 
Do Conjur - A Associação dos Magistrados Brasileiros, a Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho emitiram neste sábado (2/3) nota pública em que classificam de "preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa" a declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, a jornalistas estrangeiros.
 
 
Em entrevista coletiva concedida na quinta-feira (28/2) a correspondentes internacionais, Barbosa afirmou que os juízes brasileiros têm mentalidade "mais conservadora, pró status quo, pró impunidade". Já os integrantes das carreiras do Ministério Público seriam "rebeldes, contra status quo, com pouquíssimas exceções".
 
 
Para as entidades que representam os juízes, as conclusões de Joaquim Barbosa partem de "percepções preconcebidas". Os juízes consideram "incabível" a comparação das carreiras da magistratura e a do Ministério Público, já que o MP é a parte responsável pela acusação no processo penal enquanto os juízes não têm obrigação nem com a defesa nem com a acusação, mas "a missão constitucional de ser imparcial" e garantir um processo justo.
 
As entidades afirmam que não têm sido ouvidas pelo presidente do STF e disseram que o "isolacionismo" de Barbosa "parte do pressuposto de ser o único detentor da verdade".
 
 
Assinam o documento o presidente da AMB, Nelson Calandra, o da Ajufe, Nino Toldo, e o da Anamatra, Renato Henry Sant'Anna.
 
 
Leia abaixo a íntegra da nota:
 
 
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da magistratura, a propósito de declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista a jornalistas estrangeiros, na qual Sua Excelência faz ilações sobre a mentalidade dos magistrados brasileiros, vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:
1. Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro.
 
 
2. Partindo de percepções preconcebidas, o ministro Joaquim Barbosa chega a conclusões que não se coadunam com a realidade vivida por milhares de magistrados brasileiros, especialmente aqueles que têm competência em matéria penal.
 
 
3. A comparação entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público, no que toca à "mentalidade", é absolutamente incabível, considerando-se que o Ministério Público é parte no processo penal, encarregado da acusação, enquanto a magistratura —que não tem compromisso com a acusação nem com a defesa— tem a missão constitucional de ser imparcial, garantindo o processo penal justo.
 
 
4. A garantia do processo penal justo, pressuposto da atuação do magistrado na seara penal, é fundamental para a democracia, estando intimamente ligada à independência judicial, que o ministro Joaquim Barbosa, como presidente do STF, deveria defender.
 
 
5. Se há impunidade no Brasil, isso decorre de causas mais complexas que a reducionista ideia de um problema de "mentalidade" dos magistrados. As distorções —que precisam ser corrigidas— decorrem, dentre outras coisas, da ausência de estrutura adequada dos órgãos de investigação policial; de uma legislação processual penal desatualizada, que permite inúmeras possibilidades de recursos e impugnações, sem se falar no sistema prisional, que é inadequado para as necessidades do país.
 
 
6. As entidades de classe da magistratura, lamentavelmente, não têm sido ouvidas pelo presidente do STF. O seu isolacionismo, a parecer que parte do pressuposto de ser o único detentor da verdade e do conhecimento, denota prescindir do auxílio e da experiência de quem vivencia as angústias e as vicissitudes dos aplicadores do direito no Brasil.
 
 
7. A independência funcional da magistratura é corolário do Estado Democrático de Direito, cabendo aos juízes, por imperativo constitucional, motivar suas decisões de acordo com a convicção livremente formada a partir das provas regularmente produzidas. Por isso, não cabe a nenhum órgão administrativo, muito menos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a função de tutelar ou corrigir o pensamento e a convicção dos magistrados brasileiros.
 
 
8. A violência simbólica das palavras do ministro Joaquim Barbosa acendem o aviso de alerta contra eventuais tentativas de se diminuírem a liberdade e a independência da magistratura brasileira. A sociedade não pode aceitar isso. Violar a independência da magistratura é violar a democracia.
 
 
9. As entidades de classe não compactuam com o desvio de finalidade na condução de processos judiciais e são favoráveis à punição dos comportamentos ilícitos, quando devidamente provados dentro do devido processo legal, com garantia do contraditório e da ampla defesa. Todavia, não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros.
 
10. A Ajufe, a AMB e a Anamatra esperam do ministro Joaquim Barbosa comportamento compatível com o alto cargo que ocupa, bem como tratamento respeitoso aos magistrados brasileiros, qualquer que seja o grau de jurisdição.
 
 
Brasília, 2 de março de 2013.
 
 
Nelson Calandra
Presidente da AMB
Nino Oliveira Toldo
Presidente da Ajufe
Renato Henry Sant'Anna
Presidente da Anamatra
Postado por às 09:00Nenhum comentário:  

Do Blog O TERROR DO NORDESTE.

Nota pública sobre declarações de Joaquim Barbosa

Posted: 03 Mar 2013 07:54 AM PST


http://www.amarr.com.br/site/images/stories/Materias/logos.jpg 
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da magistratura, a propósito de declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista a jornalistas estrangeiros, na qual Sua Excelência faz ilações sobre a mentalidade dos magistrados brasileiros, vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:
1. Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro.
2. Partindo de percepções preconcebidas, o ministro Joaquim Barbosa chega a conclusões que não se coadunam com a realidade vivida por milhares de magistrados brasileiros, especialmente aqueles que têm competência em matéria penal.
3. A comparação entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público, no que toca à "mentalidade", é absolutamente incabível, considerando-se que o Ministério Público é parte no processo penal, encarregado da acusação, enquanto a magistratura – que não tem compromisso com a acusação nem com a defesa – tem a missão constitucional de ser imparcial, garantindo o processo penal justo.
4. A garantia do processo penal justo, pressuposto da at
...

[Mensagem cortada]  



--
Francisco Almeida / (91)81003406

Nenhum comentário:

Postagens populares