sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Via Email: SARAIVA 13: Fernando Morais: O outro Brasil, de Lula e Dilma



SARAIVA 13


Posted: 22 Feb 2013 03:22 PM PST

Do Diário do Centro do Mundo - 21 de fevereiro de 2013 



O editor do site Opera Mundi brilhou no debate sobre Yoani.

Waldvogel
Waldvogel


 Paulo Nogueira
Jamais assistiria a Entre Aspas, ou a qualquer programa da Globonews, não fosse em circunstâncias especiais. O tempo é escasso e tenho que administrá-lo.

Mas elas, as circunstâncias especiais, se apresentaram.

Mauro, do site Causa-me Espécie, postou um comentário no Diário no qual falou de Entre Aspas sobre Yoani Sanchez. A jornalista Moniva Waldvogel intermediava, aspas, as opiniões conflitantes entre Breno Altman, editor do site Opera Mundi, e Sandro Vaia, ex-diretor do Estadão.

Link à minha frente, cliquei. Não sabia se resistiria aos 25 minutos, mas sim, fui até o fim, por causa de uma surpresa: Breno Altman.

Não o conhecia. É um jornalista articulado, inteligente, bem preparado e elegante ao debater. Com todos estes atributos, não admira que tenha dado um monumental baile em Sandro Vaia e Monica.

Breno defendeu o óbvio: o direito à livre expressão dos que vaiaram Yoani em Feira de Santana.

Não houve agressão física, e sim vaias – a meu ver merecidas e previsíveis, dada a antipatia que Yoani desperta entre praticamente todas as pessoas que não sejam de direita.

Altman
 Altman



Democracia é assim: você pode vaiar e pode aplaudir. Onde, em Feira de Santana, as pessoas que aplaudem Yoani?

Se ela estivesse falando em Miami, seria intensamente aplaudida pelos fanáticos anti-Cuba. E os que eventualmente a apupassem ali seriam suplantados e silenciados pelas palmas da maioria. Mas Feira de Santana não é Miami.

Breno estava certo em tudo que disse. Clap, clap, clap. Ao ver Monica com seus argumentos tão simplórios, me ocorreu a possibilidade de que trabalhar na Globonews – a palavra é dura, mas é a que mais claramente traduz a impressão que tive — emburrece. 

Você troca ideias com intelectuais, aspas, como Jabor, William Waack, Ali Kamel.

Breno ganhou fácil o debate, e depois tentaram desqualificá-lo no tapetão. Escreveram que ele foi “deselegante”, ou que “gritou”.

Ora, ele foi lhano todo o tempo. Dirigiu-se pelo nome aos dois oponentes e só falou quando lhe foi pedida a palavra. Sorriu sempre, ao contrário de Sandro Vaia e Monica, que pareciam transbordar de raiva.

Breno tentou, no final, dar um presente a Sandro Vaia, mas Monica, grosseiramente, impediu.

Ele arejou por alguns minutos a Globonews, mas é claro que, se alguém ali voltar a ser convidado para participar de debates, não haverá de ser ele.

Leia mais: Por que falam tanto de Yoani
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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 22 Feb 2013 03:14 PM PST


Ao denominar de "13 fracassos petistas" o discurso com que saiu, ontem, em campanha ao Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) bem poderia chamá-lo, também, de "13 erros tucanos", já que seu pronunciamento não passa de um amontoado de equívocos em relação à realidade brasileira nestes 10 anos de governos federais petistas. É, ao mesmo tempo, miragem-confissão da maioria das falhas cometidas, de fato, pelos próprios tucanos nos oito anos em que estiveram no poder.
Tão fácil rebater ponto por ponto as colocações do senador que eu chego a ficar em dúvida se ele quis mesmo, com esse discurso, sair em campanha para o pleito do ano que vem. E, principalmente, rebater as comparações que temos feito entre governos tucanos e os nossos. O senador fala de um comprometimento do desenvolvimento, responsabilizando-nos por isso.
Aos fatos. Na era Lula o PIB cresceu em média o dobro da era FHC: 4,06% X 2.29%. Mesmo com o biênio 2011-2012, inicial do governo Dilma Rousseff, o país cresceu mais 3,6%. Mas, aqui, o indicador que interessa é o PIB per capita. Vejam, era R$ 8,4 mil na era tucana, saltou para R$ 19,5 mil na era Lula e com a presidenta Dilma já chega a R$ 21,2 mil.
Paralisia no país? Onde?
O senador insiste em ver uma paralisia no país. Esquece, de propósito como estavam as estradas, os portos, os aeroportos e as ferrovias em 2003 quando assumimos. Esquece que aumentamos em 50% a produção de energia do país e que tocamos o PAC. Apenas um dos nossos programas, como o Minha Casa Minha Vida, que já tem nada menos que 1 milhão de casas construídas e mais 1,3 milhão já contratadas. E esquece o pré-sal, as concessões e o que já reconstruímos em estradas e ferrovias, portos e aeroportos...
E essa história dele, de "tempo perdido, a indústria sucateada..."? A indústria foi sucateada na era FHC, quando era proibido falar em política industrial nacional e o câmbio era fixo: 1 dolar = 1 real. Talvez ele fale de "tempo perdido" porque os tucanos querem apagar essa época e agora esconder que o governo Dilma faz política industrial e defesa comercial, reduzindo os juros, realinhando o câmbio, desonerando impostos e energia e investindo como nunca em educação e inovação.
Hoje os bancos públicos são instituições financeiras de fomento da indústria, da agricultura, da infraestrutura e da inovação e não candidatos, eles próprios, à privatização, ou instrumentos desta privatização - ou da privataria, como foi denominado aquele processo comandado pelos governos tucanos. Hoje os investimentos públicos são o dobro da era FHC e as estatais retomaram os investimentos paralisados nos governos do PSDB.
Uma piada de Aécio
Já essa história do parlamentar-presidenciável mineiro de inflação em alta e que a estabilidade econômica está ameaçada só pode ser uma piada. Eles, sim, deixaram o país quebrado, com uma dívida pública dobrada; inflação em alta; desemprego nas alturas; dólar descontrolado; e um Brasil quase sem reservas externas. Elas eram de US$ 37 bi e hoje são US$ 378 bi - dez vezes maior.
Deixaram o Brasil endividado com o FMI e com uma dívida externa alta. Hoje o pais é credor do Fundo. Já eles foram duas vezes de pires na mão pedir socorro ao FMI e ao governo norte-americano, que salvaram FHC nas vésperas da reeleição em 1998. E ainda têm a coragem de falar em estabilidade!

Uma grande bobagem tucana

A acusação que nos fazem os adversários pela voz do senador Aécio Neves (PSDB-MG), de termos provocado perda da credibilidade do país, é outra grande bobagem tucana. O 1º governo FHC (1995-1998) foi um desastre fiscal e o 2º (1999-2002) fez um superávit médio de 1,5%. Foi o governo Lula que reduziu a proporção dívida pública/PIB e fez superávit de 3% para consertar a irresponsabilidade fiscal tucana.
Tivemos que pagar alto preço nos anos 2003-04 com uma política monetária e fiscal para reduzir a inflação herdada e a dívida pública que dobrou na era tucana, mesmo com um aumento de imposto de 7% do PIB patrocinado por eles. Agora, francamente, a gente lê, mas não dá para acreditar que o senador-presidenciável de Minas teve a coragem de falar em "destruição do patrimônio nacional, a derrocada da Petrobras e desmonte das estatais..."
É muita cara de pau! Eles quiseram privatizar a Petrobras e, com as privatizações, desmontaram o setor elétrico até levar o país a um apagão (2001) e a uma queda do PIB nunca vista. De propósito - só pode ser -, agora escondem que nos governos do PT aumentamos em 50% a produção de energia e que a Petrobras é um sucesso como empresa.
Fingem-se de mortos ao escamotear que o pré-sal (a maior conquista do país em termos de fronteira energética e tecnológica), com o nosso modelo regulatório que destinará para a educação, inovação e meio ambiente os recursos da renda do petróleo (antes apropriado pelas empresas e capital estrangeiro), é uma fonte de recursos para o desenvolvimento do país.
A questão da autossuficiência
O senador Aécio Neves incursionou, também, pela questão da autossuficiência e a implosão do etanol. Esquecido de que o pais é e será autossuficiente em petróleo e que o etanol - abandonado no governo FHC como, aliás, abandonaram, também, a Petrobras - continua sendo uma prioridade nacional. Ele simplesmente evita afirmar que a crise econômica global, esta sim, em 2008-09, levou o setor do agronegócio do açúcar e álcool a uma crise sem precedentes.
O principal candidato presidencial da oposição hoje falou, também, de ausência de planejamento e risco de apagão. Pois bem, tinha que ser honesto e dizer que os problemas na área de energia precisam ser explicados lembrando, também, a tentativa tucana de sabotar a iniciativa do governo Dilma Rousseff, apoiada pela indústria e pela maioria esmagadora do povo, de reduzir os custos das contas de luz.
E essa história do senador de desmantelamento da Federação e que os interesses do país estão subjugados a um projeto de poder? Errado. Outro equívoco. Foi no nosso governo que os Estados receberam investimentos como nunca da União. Nós acabamos com a guerra dos portos e agora com a guerra fiscal. E a reforma tributária, do ICMS, não avança pela oposição dos governos tucanos nos Estados.
Nós estamos solucionando a questão federativa
Como "desmantelamento da Federação" se estamos equacionando a questão do Fundo de Participação dos Estados e Municípios (FPE e FPM) e da divida dos Estados, que os tucanos ignoraram? Aumentamos o teto de endividamento dos Estados, tocamos os PAC I e II, autorizamos investimentos nas áreas de habitação, saneamento, transportes, segurança pública, saúde e educação. E estamos solucionando a questão dos royalties do petróleo.
Somos, nós do PT, um partido municipalista e pró-federação, exatamente o contrário dos tucanos, que impuseram aos Estados um ferrolho de ajuste fiscal e de privatizações. Aécio fala de insegurança pública e flagelo das drogas. Fala de corda em casa de enforcado. O Estado de São Paulo governado pelos tucanos há 20 anos não é nenhum exemplo de segurança pública. Tampouco Minas Gerais.
Ao contrário dos governos FHC, na era petista o governo federal reconheceu que a segurança pública não é uma atribuição apenas dos Estados, como está na Constituição, mas de todos, das três instâncias institucionais de poder - municípios, União e Estados. A ação integrada e solidária no Rio de Janeiro - e que São Paulo e Minas não aceitaram - é um exemplo vivo e bem sucedido da cooperação e integração do governo federal e estadual na questão da segurança pública.

O presidenciável mineiro esquece que eles extinguiram a CPMF

Ao falar da tribuna do Senado, ontem, em saúde e educação o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez autopropaganda enganosa. Os tucanos foram contra a redução da conta de energia, o Bolsa Família, o ProUni, a política de cotas raciais e sociais no ensino superior e contra a expansão das universidades. Esquecem de propósito - eles e o senador Aécio principalmente - o piso nacional dos professores (que seus governos e o DEM contestaram no STF).
Esquecem, também, o Fundo para o Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB); a extraordinária criação do PRONATEC; a construção de quase 250 escolas técnicas; a expansão das matrículas no ensino superior; e a criação de novas universidades - as existentes foram sucateadas e abandonadas na era FHC.
Agora rejeitam e não acreditam nos programas de saúde do governo; nos de construção de creches; de unidades básicas de saúde (UBS); na farmácia popular; no SAMU - Serviço de Atendimento Médico de Urgência; nos programas de defesa da saúde da mulher; na expansão, como nunca, do programa médico da família; e na consolidação dos programas de combate à AIDS e da indústria de genéricos.
Justo eles, que tiraram da saúde os recursos da CPMF (R$ 40 bi no ano em que a extinguiram, 2007) na promoção de uma fraude que só favoreceu a sonegação fiscal e a uma minoria da população, a de alta renda que pagava a contribuição. Tiraram bilhões da saúde a partir daquele ano sem indicar uma nova fonte de recursos.
Aécio governou por leis delegadas, um sistema da ditadura
Pela voz do senador mineiro, os tucanos acusam o governo de mau exemplo, estímulo à intolerância e ao autoritarismo, de tornar o Congresso homologador de medidas provisórias (MPs), de limitarmos a criação de CPIs... Por falar em MPs, Aécio Neves governou Minas oito anos com leis delegadas (como na ditadura), enquanto em nosso governo as MPs foram regulamentadas segundo proposta da oposição.
Já quanto à liberdade de imprensa, disso o senador e ex-governador de Minas entende. Tanto que lá nas Minas Gerais a imprensa toda o apoia com a farta publicidade oficial que a alimenta. Realmente o cinismo do tucano falante não tem limites! Já sobre ódio e intolerância, dos quais ele também falou, somos as vítimas e os tucanos e sua mídia, os carrascos.
Basta ver como tratam o PT e nosso governos. A indignação e os protestos do parlamentar mineiro, jogo de cena, não escondem a realidade de que em Minas e em São Paulo as Assembleias Legislativas são dominadas pelos governadores tucanos e o rolo compressor palaciano garante suas maiorias em legislativos que não fiscalizam e nem têm CPIs.
O momento em que o senador mineiro se superou
E o senador das Minas Gerais conclui sua fala com a acusação de que o governo defende maus feitos e tem complacência com os desvios éticos. Aqui Aécio decididamente se supera. Eu não vi nenhum combate à corrupção nos oito anos em que ele governou Minas, e nem nos oito anos de FHC.
Foi no governo Lula e a partir daí que o Brasil construiu instituições para fiscalização, transparência e controle do poder público. Aliás, na era tucana o procurador-geral da República era chamado de engavetador-geral e a corrupção não era combatida. Era simplesmente negada. Isso sem falar que os tucanos continuam a se opor à reforma política...

Posted: 22 Feb 2013 02:42 PM PST
Da Carta Capital - 21.02.2013 14:58

 

Gabriel Bonis


Finalizado há cerca de dois meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento do “mensalão”, que condenou 25 dos 37 réus do esquema – entre ex-ministros, deputados e empresários – ainda não tem prazo para a publicação do acórdão. A demora é compreensível: foram 53 sessões durante cinco meses do mais longo julgamento da história da Corte. Mesmo assim, as editoras não esperaram a análise dos embargos para transformar  o caso em História.


O ministro-revisor Ricardo Lewandowski e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante o julgamento do "mensalão" no STF. Foto: José Cruz/ABr



O ministro-revisor Ricardo Lewandowski e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante o julgamento do “mensalão” no STF. Foto: José Cruz/ABr

Até o momento, foram lançados ao menos três livros relatando ou analisando o caso, que teve extensa cobertura diária na televisão, rádio, internet, jornais e revistas. Os trabalhos chegaram com grande alarde e, não por acaso, são indicados como possíveis best-sellers.
O primeiro livro da safra a ser lançado foi Mensalão – O Julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira (Editora Leya, 392 págs., R$ 39,90), do historiador Marco Antonio Villa. Com tiragem inicial de 10 mil cópias, vendeu 15 mil e a expectativa é que o número ainda dobre.

Um patamar que pode ser considerado acima da média no mercado editorial brasileiro, onde as tiragens por edição ficam entre 3 e 5 mil cópias.
 
Lançado há cerca de duas semanas, Mensalão – O Dia A Dia do Mais Importante Julgamento da História Política do Brasil (Record, 288 páginas, R$ 34,90), de Merval Pereira, também chegou com alarde, embora a editora não informe o número de cópias da edição inicial.

Outro que apresenta números expressivos é A outra história do Mensalão – As contradições de um julgamento político (Geração Editorial, 353 págs., R$ 34,90), do jornalista Paulo Moreira Leite, lançado na terça-feira 19. O livro saiu com tiragem inicial de 8 mil exemplares, aumentada para 18 mil cópias devido à alta procura. Isso sem contar as vendas em formato digital.


Foto: Divulgação




Foto: Divulgação
Apesar da semelhança nas tiragens, os livros trazem perfis e abordagens diferentes sobre o “mensalão”. Os dois primeiros seguem um tom mais agressivo contra os réus, presente em grande parte da mídia durante o julgamento. O último aborda a análise do STF de um ponto de vista crítico.

O livro de Villa surpreende pela data de lançamento: 10 de dezembro, sete dias antes de o julgamento terminar.

O trabalho, inclusive, estava em pré-venda 15 dias antes da data, devido à “grande expectativa dos livreiros”.

Ou seja, o historiador da Universidade Federal de São Carlos concluiu a história sem saber a dosimetria das penas atribuídas a todos os réus daquele que chama de “o julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira”.

Já o trabalho de Merval reúne uma coletânea de artigos publicados durante o julgamento pelo jornal O Globo, entre 2 de agosto a 18 de dezembro.

Alguns textos trazem ataques contra os réus e os ministros do STF que não os condenaram.


Foto: Divulgação

Foto Divulgação

O prefácio é assinado por Carlos Ayres Britto, ex-presidente do STF, que participou de grande parte do julgamento antes de se aposentar ao completar 70 anos de idade.

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O livro de Moreira Leite, por sua vez, reúne textos de seu blog, então hospedado no site da revista Época, postados antes e durante a análise do STF. O jornalista, ex-diretor de Época, Veja e Diário de S.Paulo, acompanha o caso desde 2005 sem deixar de apontar a gravidade das acusações enquanto busca uma abordagem mais crítica à atuação do Supremo.

O prefácio é de Jânio de Freitas, da Folha de S.Paulo. 

Em seu texto de apresentação, Freitas critica o pré-julgamento realizado pela mídia antes mesmo de o STF começar a julgar os 37 acusados.

“Os comentaristas, com exceções raras, enveredaram por práticas que passaram do texto próprio de comentário jornalístico para o texto típico da finalidade política, foram textos de indisfarçável facciosismo.”


mensalão leite



                              Foto: Divulgação
Leite avança na temática na introdução para destacar que a maioria dos meios de comunicação “cobriu o julgamento em tom de celebração e cobrança”.

“Quase todos consideravam que a culpa dos réus já fora demonstrada [...] A versão dos acusados, que sempre se declararam inocentes, raramente foi levada em consideração.”

O jornalista aponta, entre outras coisas, que uma das maiores “incongruências” do STF foi a decisão de rejeitar o desmembramento do caso entre os três parlamentares com foro privilegiado e os demais que poderiam responder a cortes inferiores. Antes, o tribunal havia concedido esse direito aos réus do “mensalão tucano”, esquema também comandado por Marcos Valério que teria irrigado a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. Eram casos semelhantes, tratados de forma distinta.

Na dosimetria das penas, diz o autor, ficou evidente a preocupação, principalmente do relator Joaquim Barbosa, em impedir que determinados réus se beneficiassem do direito à prescrição ou do regime semiaberto. “Atitude estranha diante da isenção e do equilíbrio que se espera de uma decisão da Justiça.”

Segundo Leite, outro resultado do “mensalão” criado pela mídia precisa ser desmistificado. Como o caso envolvia ministros, políticos e banqueiros, a condenação foi associada a uma vitória contra a corrupção e os poderosos. Mas a Procuradoria-Geral da República deixou de lado empresas e grupos econômicos que contribuíram com mais de 200 milhões de reais para as empresas de Marcos Valério. Nenhum de seus executivos foi indiciado no processo.

“Elas são tão condenáveis, do ponto de vista legal, como os primeiros, pois em todos os casos pode‑se alegar que se buscava comprar favores e atenções especiais do governo”, diz o texto.

O jornalista ainda analisa a polêmica decisão do STF em cassar os mandatos dos deputados condenados João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry. Para ele, a Constituição reserva ao Congresso esse direito.

“O debate sobre a perda de mandato envolve uma questão política. Diz respeito à separação entre poderes, a organização do Estado. Envolve o respeito ao voto. A Constituição não um documento produzido pelo Supremo, mas obra de uma nação inteira.”
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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 22 Feb 2013 02:37 PM PST


 

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Em texto exclusivo para o 247, o escritor Fernando Morais relata um episódio pessoal, de quando concorreu ao governo de São Paulo, e diz que o país sonhado no poema "O outro Brasil que vem aí", escrito por Gilberto Freyre, em 1926, pregando a esperança contra o medo, começou com Lula e continua com Dilma; leia

Por Fernando Morais


 
A festa de celebração dos 10 anos de governo do PT, realizada nesta quarta-feira, me fez lembrar de um episódio ocorrido em 2002, durante a vitoriosa campanha de Lula.
No começo de junho daquele ano fui chamado para um encontro com o ex-governador Orestes Quércia, presidente do Diretório Estadual do PMDB, partido ao qual eu era – e sou – filiado. Sem muitos prolegômenos, ele foi direto ao assunto: o partido me convidava para ser candidato a governador de São Paulo. Ele, Quércia, disputaria uma das duas vagas de senador em jogo naquelas eleições.
Mal refeito do susto, respondi que era uma honra etc etc, e que eu aceitava – mas havia uma questão que certamente inviabilizaria minha candidatura. Eu estava decidido a fazer a campanha de Lula e votar nele para presidente, a despeito da decisão da direção nacional do partido de apoiar José Serra.
A aliança com os tucanos havia sido cimentada com a indicação da senadora Rita Camata, do PMDB capixaba, para vice de Serra. Para minha surpresa, Quércia topou, mesmo sabendo que sua decisão poderia implicar em uma intervenção da direção nacional na Executiva paulista. Estendeu-me a mão a anunciou: “Então está fechado. E você não vai sozinho com o Lula. O PMDB paulista, como um todo, vai apoiá-lo para presidente.”
Durante dois meses eu acordava todos os dias às seis da manhã, chovesse ou fizesse sol, pegava um avião e saía pelo Estado pedindo votos. Nesse período devo ter percorrido mais de cem municípios. Participei de um único debate, na TV Bandeirantes – do qual saí com um processo movido contra mim pelo governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin, do PSDB. Minha pele foi salva pelos craques Manuel Alceu Afonso Ferreira e Camila Cajaíba, meus defensores. Derrotado na Justiça, o governador ainda teve que pagar as custas do processo – os tais “honorários de sucumbência” – dinheiro que eu pretendia que fosse doado ao MST, mas que acabou sendo destinado ao Fundo Social de Solidariedade de São Paulo. Anos depois recebi um polido telefonema de Alckmin, sugerindo que puséssemos uma pedra sobre o assunto. Mas isso é outra história.
Minha campanha foi muito difícil. Embora tivesse que enfrentar pesos-pesados com máquinas poderosas, como Alckmin, Maluf e Genoíno, eu contava com pouquíssimos recursos e estrutura muito precária. Com índices miseráveis nas pesquisas (acho que nunca passei dos 5%), eu apostava no grande trunfo do PMDB: no horário eleitoral eu iria dispor de cinco minutos diários – que na verdade eram dez minutos, já que o programa era exibido duas vezes por dia. Quem quer que tenha elementar noção do poder da televisão sabe que cinco minutos diários na TV são uma eternidade. E era na TV que eu pretendia virar o jogo.
No dia 15 de agosto, quando faltavam duas semanas para a estreia do horário eleitoral, liguei para o marqueteiro contratado pelo PMDB para sugerir que começássemos a gravar meus pilotos para o programa de televisão. Para meu espanto, o publicitário respondeu que na primeira semana o horário do partido seria integralmente ocupado por Quércia – que já dispunha dos três minutos destinados ao candidato ao Senado. “São ordens do próprio Quércia”, reiterou, “e eu obedeço ordens de quem paga as minhas contas”. Para encurtar a conversa, no dia seguinte denunciei a tramoia publicamente e retirei minha candidatura.
Entrei na campanha do PT e passadas algumas semanas fui convidado a participar de um ato de artistas e intelectuais em apoio a Lula no Rio de Janeiro. Ao chegar ao salão apinhado de gente (acho que era na churrascaria Porcão), fui informado de que eu falaria “em nome dos escritores”. Apanhado de surpresa, eu não sabia direito o que dizer. Foi então que me lembrei que trazia na mochila uma preciosidade: um poema escrito em 1926 por Gilberto Freyre que me fora mandado dias antes por e-mail por uma amiga de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Na verdade eu ignorava que o autor de “Casa Grande e Senzala” era dado à poesia. Mas não tinha dúvidas de que aqueles versos septuagenários de pouco mais de trezentas palavras caíam como uma luva para o momento vivido pelo Brasil, na iminência de eleger pela primeira vez um operário para a Presidência da República. O poema parecia atual também pela circunstância de que dias antes a atriz Regina Duarte aparecera no programa de TV de José Serra afirmando “ter medo” – medo, claro, de que Lula ganhasse a eleição. Enquanto Regina falava em medo, Gilberto Freyre semeava esperança.
Quando chamaram meu nome, subi ao palco e anunciei que, em vez de fazer um discurso, eu leria uma ode à esperança, o poema de Freyre:
O outro Brasil que vem aí
 
Gilberto Freyre, 1926
 
Eu ouço as vozes
 
eu vejo as cores
 
eu sinto os passos
 
de outro Brasil que vem aí
 
mais tropical
 
mais fraternal
 
mais brasileiro.
 
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados

terá as cores das produções e dos trabalhos.
 
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças

terão as cores das profissões e regiões.

As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
 
terão as cores variamente tropicais.
 
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
 
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
 
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
 
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
 
lenhador
 
lavrador
 
pescador
 
vaqueiro
 
marinheiro
 
funileiro
 
carpinteiro
 
contanto que seja digno do governo do Brasil,
 
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
 
ouvidos para ouvir pelo Brasil,
 
coragem de morrer pelo Brasil,
 
ânimo de viver pelo Brasil,
 
mãos para agir pelo Brasil,
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e
norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
 
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,

de artistas
 
de escritores
 
de operários
 
de lavradores
 
de pastores
 
de mães criando filhos
 
de pais ensinando meninos
 
de padres benzendo afilhados
 
de mestres guiando aprendizes
 
de irmãos ajudando irmãos mais moços
 
de lavadeiras lavando
 
de pedreiros edificando
 
de doutores curando
 
de cozinheiras cozinhando
 
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.

Mãos brasileiras
 
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
 
tropicais
 
sindicais
 
fraternais.
 
Eu ouço as vozes
 
eu vejo as cores
 
eu sinto os passos
 
desse Brasil que vem aí.
 
Emocionado, e diante da emoção daquela multidão, não resisti e repeti o verso final:
Eu ouço as vozes
 
eu vejo as cores
 
eu sinto os passos
 
desse Brasil que vem aí.
 
À saída Lula me pediu uma cópia do poema, que passou a ler no encerramento de todos os comícios dali em diante. Na primeira entrevista depois de eleito, ele declarou aos jornalistas: “O mais importante é que a esperança venceu o medo” – expressão que o ágil marqueteiro Duda Mendonça havia transformado em bordão de campanha.
 
Seria arriscado afirmar que o poema de Gilberto Freyre tenha sido profético em relação à Revolução de 30 – até porque a primeira providência do grande sociólogo, após a chegada de Vargas ao poder, foi asilar-se em Portugal. Nem acredito que Freyre, se vivo fosse, estaria ao lado dos petistas. Mas ao reler “O outro Brasil que vem aí” é impossível deixar de pensar que o país sonhado no poema começou com Lula. E continua com Dilma.

 
Fernando Morais, jornalista e escritor, é autor, entre outros, dos livros “Olga”, “Chatô” e “Os últimos soldados da Guerra Fria”.


Posted: 22 Feb 2013 12:31 PM PST


Há cinco anos mostrei aqui no blog que ainda iria acabar bem a bateção de cabeças entre o cardeal Ratzinger e o papa Bento XVI. Simplesmente porque são a mesma pessoa.

(Para quem não está ligando os nomes, Ratzinger era o Bento antes de ser papa.)

Nesta postagem (http://bit.ly/VBt1kp) isso fica claro. Ratzinger protegeu, acobertou, agasalhou padres pedófilos e ainda ameaçou suas vítimas.

Só nos EUA, a igreja pagou US$ 2 bilhões para tentar acobertar o escândalo. Não deu.

Não adianta agora buscarem mil diferentes motivos ou conspirações para explicar a renúncia do papa.

Quem o derrubou foi o cardeal que ele foi.


Posted: 22 Feb 2013 12:27 PM PST


Enquanto parte da esquerda se preocupava com a vinda da blogueira da Cia ao Brasil, querendo mostrar sua indignação, nossa Liberdade de Expressão sofria duro golpe.

Transvestido em decisão judiciária que defendia 'direito de imagem', o judiciário paulista (sempre o paulista) reinventa a Censura.
Não atacam sites mais estruturados, como O Sensacionalista que tem link para a plim-plim, ou o Piauí Herald - ligado ao Estadão, que igualmente lhes fazem chacota, atacam blogueiros, como os da 'Falha', sem estrutura para defenderem-se de suas bancas de advocacias milionárias.
Na Universidade, lançamos o "Arreio no Ovo", ironizando o maior jornal à época que era o correio do povo, ultrapassado e quase extinto pela ZH que cresceu com a ditadura militar.
Também causamos polêmica naquela época e a notícia que circulou era que uma das muitas besteiras gráficas colocadas na edição tinha cachorrinhos, creio, e alguém contou e achou 11.
Pronto: surgiu o boato que fazíamos apologia do Grupo dos onze - do Brizolla.
Estávamos à época, em uma cruel e desumana ditadura.
O que impressiona hoje é que temos inclusive na constituição federal artigo que proíbe a censura, mas ela se disfarça e vem - de mãos dadas com um judiciário pouco transparente - e assume as rédeas novamente.
Nada contra ou a favor da blogueira subsidiada pelos barões midiáticos e a inteligência americana (ei, isto existe?? Kkk) - muito antes pelo contrário.
O que me preocupa é vermos a tal Liberdade de Expressão ser vilipendiada e a blogosfera ficar à mercê dos 'donos' da informação.


Nossa liberdade de colocar 'o outro lado' para ser avaliado como informação é recente e nos é muito cara.
Conclamo aos companheiros para que apoiemos o pessoal da 'Falha', para que possam recorrer desta sentença absurda.

Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA
Charges: Latuff & Lili
Postado por GUERRILHEIROS VIRTU@ISàs 16:01Nenhum comentário:  
Posted: 22 Feb 2013 12:13 PM PST



Por Michel Blanco

Nada poderia ser mais útil ao projeto que traz a militante cubana Yoani Sánchez ao Brasil do que as demonstrações de intolerância que a recepcionaram em Feira de Santana (BA). Serviu-se ali um prato cheio a quem difunde o discurso de crescente ameaça à liberdade de expressão no país.

Mas força a barra quem vê como uma atitude antidemocrática o protesto de grupos esquerdistas contra a militante cubana, por mais toscos que sejam. Antidemocrático seria impedir a manifestação – exagerada, é verdade – desse povo, capaz de tirar do sério até mesmo Eduardo Suplicy (PT-SP). A blogueira inclusive chegou a considerar o protesto como sinal de liberdade.

O que chama mesmo a atenção é a cobertura do tour nos principais veículos da mídia brasileira. É pouco se disser que há exagero. Sabemos de todos os passos de Yoani, mas nem uma linha sobre quem financia o rolê. Não é uma pergunta trivial para quem foi convertida em porta-estandarte da liberdade de expressão no continente.

Yoani não é uma opositora qualquer da ditadura cubana. Mais conhecida fora do que dentro da ilha, tem salário pago pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entidade que congrega as principais corporações privadas mídia regional. É correspondente do espanhol El País e, no Brasil, é colunista do “Estadão” e colaboradora do Instituto Millenium, que reúne os grandes da imprensa brasileira em defesa do direito de propriedade e da livre iniciativa.

Criado em 2007, o blog de Yoani Sánchez, o Generación Y, é traduzido em 20 línguas. Desde então, acumula prêmios internacionais que lhe renderam algo perto de 250 mil euros. Yoani é um empreendimento, com missão, visão e valores bem definidos.

Não deixa de ser curioso que na mesma semana em que a mídia brasileira saúda a blogueira cubana, a “Folha de S.Paulo” obteve nova vitória judicial para manter fora do ar o satírico blog “fAlha de S.Paulo”, num caso que põe a propriedade acima da liberdade. O ponto final da turnê de Yoani é a livre expressão comercial.

De Recife - PE. Diógenes Afonsoàs 15:520 comentários 
Do Blog TERRA BRASILIS.
Posted: 22 Feb 2013 11:34 AM PST


Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution
Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 22 Feb 2013 11:21 AM PST



De repente, há tanto o que celebrar entre os fatos marginalizados pela renúncia do papa, que só mesmo a conveniente bajulação ao Judiciário sugere por onde começar. É pela original proteção criada, para quem tenha ou venha a ter questões na Justiça, contra a influência de empresas e pessoas endinheiradas sobre as decisões de juízes.
Parte do Conselho Nacional de Justiça pretendeu proibir as comuns doações de dinheiro, passagens, hospedagens e brindes para congressos, outros eventos e turismo de magistrados. Não conseguiu. Mas os satisfeitos com a liberalidade fizeram uma concessão parcial e permitiram a adoção da proposta feita pelo presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa: os magistrados e seus eventos podem receber 30% do custo total.
Ou seja, empresas e endinheirados agora só podem influir 30% nas decisões dos magistrados influenciáveis. Ou também: 70% da ética dos magistrados estará protegida pela proibição, e 30% liberados para o quer e vier. Sobretudo o que der.
Por falar em Judiciário, os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, matadores do casal Richthofen, tiveram a esperteza de não encarar a bandidagem nem os agentes penitenciários onde estiveram presos. Assim cumpriram um sexto da pena de 38 anos. E em razão daquele "bom comportamento" estão livres, com a obrigação apenas de dormir em abrigo judiciário. É a Justiça que se faz mais uma vez, como um ato de celebração da igualdade de valores. Se as vidas de Marísia e Manfred von Richthofen valiam só três anos cada, conforme o estabelecido pelo Código Penal, celebremos nós outros o fato de estarmos vivos ainda, sendo nossas vidas brasileiras tão democraticamente baratas, sem distinção.
Código Penal, bem entendido, é nome fantasia. O nome verdadeiro, inusual como é próprio dos apelidos, é Código de Incentivo à Criminalidade. Elaborado pelo sentido de responsabilidade do Legislativo e praticado pelo sentido de justiça do Judiciário.
E quem no PT, PSOL, PSTU & cia. tiver um mínimo de lucidez, deixará de ser útil ao projeto que traz a também militante Yoani Sánchez, com as cenas estúpidas que a notabilizam. E a celebrará, recepcionando-a com faixas, por exemplo, de "Viva Yoani, símbolo da liberdade cubana de viajar", ou "símbolo da liberdade de criticar seu país no exterior". É, sem ser, o que é. Mas não pode parecer.
Janio de Freitas
No fAlha


Posted: 22 Feb 2013 11:17 AM PST



Não ter acompanhado mais de perto, não ter colocado mais recursos, não ter dado máxima prioridade em todos os sentidos, indo da fiscalização rigorosa de prazos, preços, material, qualidade e andamento da obra,  passando por mais atenção e devido respeito aos trabalhadores e Meio Ambiente, foi um erro gritante, tanto do governo Lula, quanto do governo Dilma. 

Felizmente agora as coisas estão sendo REcolocadas no seu devido lugar, e a obra ganha fôlego para ser concluída (com atraso) em 2015. Inadmissível que ocorram mais atrasos e imperdoável que desvios e "inconsistências" sejam as causas deles.

Pelo simbolismo que possui, visto que a transposição do São Francisco sempre foi considerada uma obra necessária e de grande impacto positivo para o NORDESTE e para o BRASIL, sonho de realização do Imperador Dom Pedro, prometida por vários governos  da República, mas, somente iniciada no governo Lula, a TRANSPOSIÇÃO pode ser considerada a "OBRA", e, portanto, deve ser encarada como prioridade máxima.


Transposição do São Francisco será concluída até o final de 2015, diz ministro
22/02/2013 - 13h29

Carolina Gonçalves e Pedro Peduzzi*
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, voltou a descartar qualquer alteração no calendário de conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco. Durante o balanço de dois anos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), ele disse que, mesmo com as investigações sobre supostas irregularidades em cinco trechos do projeto, o empreendimento estará “100% concluído até o final de 2015”.
O ministério encontrou inconsistências em medições nos contratos de obras e serviços nos trechos 1, 2, 9, 10 e 11. De acordo com representantes do órgão, os processos referentes a quatro desses lotes, todos iniciados em maio de 2012, estão em fase de conclusão. Um deles já foi concluído e encaminhado para a análise do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Bezerra informou que as obras continuarão inclusive nos trechos sob suspeita, e que as empresas envolvidas no caso já foram notificadas. “Vamos nos posicionar de forma aberta quando terminar o direito de resposta das empresas, quando apresentarão o contraditório”. A expectativa é que as empresas se manifestem até abril.
O ministro informou que 43% das obras de transposição já foram executadas e que 39% estão em curso. Há ainda obras que precisam ser licitadas. “Estamos vivendo novo momento nessas obras e concluindo o saldo remanescente. Temos hoje 4,5 mil pessoas mobilizadas e 1,2 mil equipamentos sendo usados”, disse o ministro. Segundo ele, até julho, mais 4 mil pessoas serão contratadas e 3 mil equipamentos serão integrados às obras.
*Colaboraram Danilo Macedo e Yara Aquino // Edição: Juliana Andrade // Matéria alterada às 14h46 para esclarecer informação
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Posted: 22 Feb 2013 06:37 AM PST



Dilma Rousseff chega a Malabo, capital da Guiné Equatorial, para cúpula da América do Sul-África (Roberto Stuckert Filho/PR)

Renata Giraldi, Agência Brasil
“A presidenta Dilma Rousseff destacou hoje (22) a importância do crescimento econômico nos países da América do Sul e da África e o passado comum entre as duas regiões. Dilma está em Malabo, na Guiné Equatorial, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-África (ASA). Segundo ela, o século 21 será um período de destaque para os países sul-americanos e africanos.
Posted: 22 Feb 2013 06:32 AM PST

Lula, durante o discurso dos dez anos de governo do PT, oito deles sob seu comando, faz uma observação a respeito do comportamento da velha mídia como partido de oposição:
“Na ausência de um partido de oposição, um setor da imprensa fazia oposição. Eu fico preocupado porque quando eu faço críticas à imprensa eles escrevem  ’Lula ataca a imprensa’, quando eles me atacam, eles falam: ‘fizemos uma crítica’.
Por volta dos 18 minutos do discurso Lula  fala da crise de 2005 e faz referência explícita ao grupo político da mídia velha, o Instituto Millenium que se reunia de modo informal para discutir a morte política de Lula e do PT.
Aos 36 minutos outra revelação do presidente mais popular da história do Brasil: a difícil aceitação do pacto com a direita conservadora para garantir a governabilidade com a assinatura da “Carta aos Brasileiros”. Lula afirma que passou 10 dias angustiado sem querer assiná-la.
Vale a pena ouvir com atenção, segue abaixo o discurso de Lula na íntegra durante o ato de comemoração dos 10 anos de governo democrático e popular no Brasil. O evento aconteceu no dia 20 de fevereiro de 2013, no Anhembi, em São Paulo, e contou com a presença da presidenta Dilma e de diversas autoridades. O encontro foi realizado pelo Partido dos Trabalhadores, pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.




Posted: 22 Feb 2013 06:26 AM PST

O Príncipe: 500 anos





Falem mal, mas falem de mim

Por Antonio Lassance* 

Há 500 anos (1513), Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu “O Príncipe”. O livro passou de proscrito a célebre. Seu autor, de renegado, passou a ser reverenciado, com direito a estátua na “Galleria degli Uffizi” (Galeria dos Ofícios), em sua cidade natal. Mais do que relembrar a ocasião do quingentésimo aniversário, é bom entender como o maquiavelismo eternizou Maquiavel.

“O Príncipe” não era um livro propriamente dito. Era um manuscrito. Livros eram ainda coisa rara e cara, em uma época em que a palavra impressa engatinhava e poucos sabiam ler. Não era destinado ao público em geral, mas a uma pessoa em particular, o governante de Florença, Lorenzo, chefe dos Médici, rica e poderosa família que havia retomado o domínio sobre a cidade, afastado seus adversários, dado fim à república e iniciado uma espécie de principado. Aproveitando a oportunidade, Maquiavel escreve sobre principados. Lorenzo di Piero de Medici era neto do Lorenzo a quem se conhecia como “O Magnífico”. Maquiavel não se fez de rogado e conferiu a mesma magnificência ao neto, o que ainda hoje dá margem a confusões sobre a qual dos Lorenzos ele se referia.

Maquiavel havia caído em desgraça. Por conta de seu anterior papel político proeminente de Segundo Chanceler daquela cidade-estado, sua figura estava nublada pela desconfiança. No cargo diplomático, ele era um informante e um negociador de conflitos e interesses decisivos. “O Príncipe” era uma carta de intenções pela qual Maquiavel mostrava suas credenciais de conselheiro qualificado e sua missão de servir ao poder.

Naquele momento, era improvável que Maquiavel ganhasse qualquer projeção maior que a de alguns de seus ilustres conterrâneos. Como literato, nunca seria um Dante, o autor de “A Divina Comédia”. Entre seus contemporâneos, havia o célebre Amerigo Vespucci, aquele que desfez a ideia de que as terras achadas por Cristóvão Colombo seriam as costas da Ásia, sendo na verdade um Novo Mundo - descoberta que renderia a “Américo” a homenagem de ter seu nome associado ao novo continente, a América. Maquiavel, ao contrário, arrastava-se para ser reabilitado.

“O Príncipe” só se tornaria público em 1532, quando seu autor já estava morto. Não tardaria a se tornar um livro proibido pela Igreja Católica, entrando para o “Index Librorum Prohibitorum” (“Índice dos Livros Proibidos”). Maquiavel atribuía a Roma e ao Papa uma péssima influência sobre a Península Itálica, um fator de divisão, e citava o Papa Alexandre VI (Rodrigo Bórgia) como “exemplo” de como o baluarte da moral e dos bons costumes era capaz de usar a violência, o dinheiro e a manipulação para manter-se no poder.

“O Príncipe” sequer é a obra melhor estruturada de Maquiavel, comparada aos "Comentários" (“Discorsi”) que fez tendo por pano de fundo a história da República Romana (baseada no relato do historiador romano Tito Lívio), que, mesmo incompleto, se revela um tratado bem mais sistemático sobre a política.

Hoje, Maquiavel é mais conhecido do que Dante e Vespúcio. O feitiço agraciou o feiticeiro. A fama de proibido o ajudou a tornar-se popular, assim como seu sentido mais prático e menos erudito. Seu desvendamento dos métodos usuais da política tornou o livro obrigatório para a direita e a esquerda, para liberais e marxistas. A análise crua e dura tecida a respeito dos poderosos passou a ser um guia obrigatoriamente reconhecido pelos próprios poderosos e pelos que ousavam combatê-los. Napoleão leu “O Príncipe”, e suas anotações aparecem publicadas em uma edição muito popular nas bancas de jornais e revistas. Revolucionários, de Rousseau a Gramsci, atribuíram a Maquiavel revelar segredos que até então permaneciam entre quatro paredes.

A certidão de nascimento da ciência da política

Para além da fama, a grande questão é a de saber se Maquiavel permanece ou não atual. Pelo menos três atributos essenciais ajudaram à sua sobrevida.

O primeiro é que a obra maquiavélica contribuiu para que a política passasse a ser tratada como um objeto de investigação específica. “O Príncipe” acabou se tornando a certidão de nascimento de uma ciência da política. Gregos e romanos também têm obras fundamentais, mas sua política era indistinta da vida social (a “polis”) e pensada como um assunto da Filosofia e da História, e não como uma disciplina autônoma. Maquiavel tem uma visão filosófica e histórica, mas por suas mãos a política ganhou vida própria e regras particulares. Como renascentista, ele resgatou a tradição clássica, mas criou algo novo.

Seu grande embate não era com os clássicos, e sim com seus contemporâneos, principalmente, com o moralismo e a pregação religiosa. Os mandamentos de “não roubar”, “não matar”, “não usar o santo nome em vão”, “não levantar falso testemunho” (não mentir) eram bons para a imagem, mas não eram as regras da política. Aliás, tais mandamentos eram descumpridos por todos na luta pelo poder, a começar pela própria Igreja.

Em geral, se tem a ideia errônea de que Maquiavel prioriza os métodos cruéis, ardilosos, infames – e todos os demais adjetivos encontrados como qualificativos de “maquiavélico”, em qualquer dicionário. O pensador florentino deixava claro que eles eram usuais daquela época, dispensando sua recomendação. Cita inúmeros exemplos a esse respeito. Na verdade, propõe comedimento e se esforça por dizer que tais métodos não deveriam ser utilizados indiscriminadamente, pois poderiam se mostrar contraproducentes. Mesmo a violência tinha regras e deveria aguardar por sua ocasião.

Em um momento em que todos os poderosos e aspirantes a poderosos se comportavam como leões, até os Papas (o de 1513, por coincidência, se chamava Leão X), ele dizia que as ocasiões muitas vezes requeriam raposas. Portanto, menos violência e mais astúcia. Para a barbárie das disputas políticas da época, o livro tinha até um papel civilizatório.

Os fins e os meios

Em “O Príncipe”, não existe a frase de que os fins justificam os meios. Nem existe a ideia de que qualquer meio serve para se chegar à vitória. Maquiavel fez uma lista de recomendações sobre os métodos e apontou que alguns tinham um alto custo para o governante e poderiam gerar um ódio generalizado contra sua pessoa. Sendo assim, deveriam ser evitados, pois levariam à ruína, e não à glória.

É mais apropriado dizer que, para Maquiavel, o critério de certo e errado, na política, é o êxito. Não é o vale tudo. Se os métodos empregados não permitem chegar e se manter no poder, não são bons métodos.

“Trate o príncipe, pois, de vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados por todos”.

É esta última frase que deu origem à interpretação de que os fins justificam os meios. Interpretação errada. Para Maquiavel, o meio empregado faz toda a diferença para a vitória ou a derrota. É o emprego correto dos meios que ele define como virtude (“virtú”) na política. Fazer a coisa certa no momento certo (a “fortuna”, ou oportunidade) daria ao príncipe um destino grandioso.

Outro atributo importante do livro foi ter cravado o conceito de Estado e ter estabelecido uma distinção que, por muito tempo, foi decisiva para explicar grandes diferenças entre regimes políticos. “O Príncipe” abria suas explicações dizendo que, até então, todos os Estados (com maiúsculas) tinham sido ou repúblicas ou monarquias (principados). Depois que as monarquias foram derrubadas ou amainadas pela constitucionalização de seus poderes, a distinção entre presidencialismo e parlamentarismo passou a ser a mais usual.

O terceiro atributo genial de “O Príncipe” foi ter sido pioneiro na análise do poder como exercício da representação. A permanência no poder dependia de que o líder fosse a encarnação de uma vontade coletiva. Só conquistaria grandeza se seus projetos fossem ousados o suficiente para angariar respaldo entre suas elites e, mais relevante, apoio popular, inclusive contra elites que abrigavam seus adversários em potencial. “O mundo é formado por pessoas comuns”, dizia. É essa dimensão que deu a Maquiavel certa imagem de pensador democrático. Ele foi resgatado por Rousseau, no século XVIII, como aquele que ensinou ao povo como os príncipes governavam e que expôs a perversidade por trás do absolutismo.

A atualidade de Maquiavel

O que permanece atual em Maquiavel é sua compreensão realista da política. Sua lição fundamental é a de que o ofício do cientista político é o de desvendar. Para tanto, é preciso identificar os atores em disputa, apontar seus métodos de ação, evidenciar o papel e a orientação dada por suas lideranças políticas, desnudar os interesses envolvidos.

O pensador de Florença proporciona uma visão dinâmica do poder. O resultado da ação política depende não só da posição e dos recursos dos grupos sociais em luta, mas da correção das decisões tomadas por atores centrais e da reação que elas desencadeiam.

O povo reaparece em Maquiavel como o ator político fundamental, em torno do qual orbitam todos os demais. A sorte (ou “fortuna”) dos contendores depende de sua capacidade de dar voz e sentido de Estado às aspirações populares.

Podemos ainda nos servir de Maquiavel para apostar que toda crise aguda de regime é acompanhada de um processo de desmascaramento da velha política. Métodos perversos, bastante conhecidos, passam a gerar estranhamento e revolta popular quando seus resultados se mostram pífios e incapazes de garantir adesão em larga escala.

A alta dose de realismo oferecida por Maquiavel não deixa de ser um ingrediente básico para qualquer nova utopia política. Por isso, “O Príncipe”, 500 anos depois, ainda é uma leitura que vale a pena.

*Antonio Lassance é cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto. ('pescado' do blog 'Com Texto Livre')
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Do Blog do Júlio Garcia.
Posted: 22 Feb 2013 05:33 AM PST


Posted: 22 Feb 2013 05:27 AM PST




FHC  fala em picuinha porque o PT critica seu governo e não reconhece os avanços  (1995-2002).  Vamos aos "avanços do governo FHC":
Miséria: em 2002  o país tinha 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza(IBGE 2002).  Não existia o Bolsa Família e os programas sociais eram mínimos, só para inglês ver.
Economia : o país  quebrou  três vezes  com as crises financeiras internacionais, os juros eram estratosféricos, não havia crédito, ninguém comprava, ninguém vendia. O FMI  mandava e desmandava na nossa economia.
Desemprego: o desemprego bateu recorde,  atingiu mais de 20% da PEA,  os salários eram baixos, as demissões ocorriam em massa, as greves eram frequentes.
Falta de investimento:  a falta de investimento em setores importantes, como as elétricas, levou ao apagão, ao racionamento de energia elétrica e à queda da produção. Afalta de investimento determinou  o afundamento da P36, a maior plataforma petrolífera do mundo, com 9 mortes e um prejuízo  que passou de R$ 1 bilhão. A falta de investimento na Petrobras era proposital, pois a intenção era criar clima para privatizar.
FHC também não investiu  em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos.
Educação:  não havia educação para os mais pobres, só  a classe abastada tinha como frequentar a universidade. Não existia o PROUNI.
INSS: as filas eram intermináveis, o segurado era tratado com  desprezo, FHC chegou a dizer que os aposentados eram vagabundos:São vagabundos, que se locupletam de um país de pobres e miseráveis". Notem que ele sabia que o Brasil  era um país  de pobres e miseráveis, mas não fez absolutamente nada para acabar com essa miséria. No entanto, FHC socorreu os banqueiros com o PROER dos Bancos.
Ele tinha um ótimo PGR,o Geraldo Brindeiro, que ficou conhecido como "engavetador geral da República", Nenhuma denúncia era apurada, nada era investigado em seu governo: a compra de votos para  a reeleição, as privatizações escusas (alguém sabe o que foi feito com o dinheiro das privatizações?).
Nas campanhas eleitoraispara  presidente (2002-2006-2010), Serra e Alckmin escondiam FHC, não tocavam no nome dele e muito menos em seu desastrado governo. Não havia obras, programas ou qualquer virtude para usar como referência  do governo de FHC.
O Plano Real: o plano Real  é  obra  do ex-presidente Itamar Franco, e FHC se apossou da fama indevidamente. Em vídeo, Itamar Franco esclarece que o Plano Real não é obra de FHC:

Itamar expressa sua mágoa por Fernando Henrique insistir em dizer-se autor do plano Real. Não era mais ministro, não assinou a medida provisória, não podia ter assinado a célula... mas foi eleito duas vezes insistindo nisso.
Itamar acabou conformando-se: "se ele quiser ficar com o plano Real pra ele, que fique."
E agora que Itamar morreu, FHC terá a dignidade de reconhecer quem são os verdadeiros autores do Plano em cima do qual fez sua carreira política?

Pronto FHC , está aqui  mostrado um pouco do seu governo, da sua obra, dos seus "avanços".
Jussara Seixas

Posted: 22 Feb 2013 03:38 AM PST





Em entrevista à Carta Maior, concedida na embaixada do Equador no Reino Unido, Julian Assange fala sobre seu novo livro, que está sendo publicado no Brasil, e analisa o atual momento da mídia mundial. “O abuso que grandes corporações midiáticas fazem de seu poder de mercado é um problema. Nos meios de comunicação, a transparência, a responsabilidade informativa e a diversidade são cruciais. Uma das maneiras de lidar com isso é abrir o jogo para que haja um incremento massivo de meios de comunicação no mercado”, defende.
Marcelo Justo – Direto de Londres / CartaMaior

O fundador de Wikileaks, Julian Assange, recebeu a Carta Maior em um escritório especial que a embaixada do Equador no Reino Unido preparou para que ele converse com a imprensa no momento da publicação no Brasil de seu novo livro “Cyberpunks. A Liberdade e o futuro da internet”. Veste uma camiseta da seleção brasileira, com o número sete e seu nome nas costas: a desenvoltura futebolística combina com seu bom bom humor. O cabelo branco e a pele quase translúcida lhe dá um ar de albino insone, mas os mais de seis meses encerrado nos confins da embaixada e o mais que incerto futuro ante à decisão do governo britânico de não conceder-lhe o salvo-conduto que permitiria que viajasse ao Equador, não parecem pesar muito.

É certo que ele em uma aparentemente merecida fama de recluso e que em seu pequeno quarto na embaixada deve fazer o mesmo que fazia a maior parte do tempo em sua vida livre: ficar grudado em seu computador e na internet. É difícil imaginar a vida de Julian Assange sem a tela do monitor e o ciberespaço. Por isso o livro que começa a ser vendido este mês no Brasil, publicado pela editorial Boitempo, contem algo tão inesperado como a camiseta brasileira: uma visão particularmente cética e mesmo negativa sobre o impacto da internet.”
Matéria Completa, ::AQUI::


Também do Blog BRASIL! BRASIL! 
Posted: 22 Feb 2013 03:35 AM PST



Mauro Santayana, Blog: MauroSantayana
“Duas notícias ocuparam os meios de comunicação ontem, e nessa ordem: a visita ao Brasil da dissidente cubana Yoani Sanchez, e o lançamento, pela presidente da República, do Programa Brasil sem Miséria.
Comecemos pela que ocupa maior espaço, e com uma dúvida não só do colunista: quem está pagando pelo tour internacional da bloguista de Havana, que se diz perseguida em seu país? Não é, evidentemente, o governo cubano, atacado, todos os dias, pela dissidente. É estranha a situação da nova musa revolucionária do Caribe. Ela passou dois anos na Suíça, quando – segundo se sabe – só as pessoas de estrita confiança do governo cubano podiam deixar o país.

Seria bom que ela revelasse como obteve o passaporte então. Como sabemos, Cuba é sempre um mistério. E no mistério cubano, é curiosa a situação dessa senhora que está zanzando pelo mundo, começando pelo Brasil, para denunciar o regime socialista em declínio na pátria de Maximo Gomez e José Marti.
Enfim, dentro de alguns dias, a senhora Sanchez seguirá para a Espanha onde, naturalmente, receberá as devidas homenagens do ínclito Rajoy e do sábio e magnânimo monarca, Juan Carlos, de seus filhos e do genro metido em falcatruas.
Cuba não é o melhor nem o pior país do mundo – mas seus líderes tiveram a coragem de enfrentar o poderoso vizinho e opressor histórico, com o apoio da maioria de seu povo. E coragem maior ainda de tentar criar uma sociedade sem ricos e sem pobres. Não conseguiram, e buscam reorganizar o país e o estado, depois do malogro. Seu projeto frustrou-se, mas os seus sacrifícios e o seu sonho devem ser respeitados.
A outra notícia é mais importante. Estamos, no Brasil, buscando construir  sociedade igualitária, mediante os processos políticos e administrativos de uma república democrática. É ação coerente com o velho programa da social-democracia européia, de busca da igualdade sem prejuízo da liberdade, mediante a luta política; da revolução sem armas e sem a ditadura partidária sobre o Estado. Não inovamos em nada. O programa de inclusão social mediante subsídios do Estado aos mais pobres tem, entre outros precedentes, o do New Deal, de Roosevelt, que salvou a economia norte-americana durante a Grande Depressão e, em conseqüência, ajudou o mundo, no esforço de guerra, a livrar-se da peste do nazismo.
Não devemos hostilizar a blogueira cubana. Ela tem o direito – e, como vemos, facilitado pelo governo de Havana – de exibir sua popularidade e gozar do aplauso dos setores da direita brasileira que, pelo que se informa, ajudam a subsidiar sua vida confortável em Cuba e no estrangeiro.
É melhor tratar de nossos próprios problemas, que não são poucos, e enfrentar, com prudência e sem arroubos, as dificuldades econômicas previstas para o tempo próximo.”

Posted: 22 Feb 2013 03:28 AM PST


Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, até tentou ofuscar a festa de comemoração dos dez anos do PT no governo. Com ampla cobertura midiática, ele usou a tribuna do Senado ontem para listar os “13 fracassos” de Lula e Dilma. Mas seu esforço foi um fiasco. Ele não convenceu nem seus simpatizantes. O discurso foi carregado de ataques, mas vazio de conteúdo e de propostas. Até na mídia privada, que está ouriçada na busca de uma alternativa viável para as eleições de 2014, o senador mineiro foi criticado.
Josias de Souza, o blogueiro oficial da Folha, foi taxativo: “Pode-se dizer que Aécio entrou, finalmente, em campo. Não é pouca coisa. Sobretudo quando se considera o curto-circuito cerebral que desligou a oposição... O mais relevante é notar que Aécio, o centroavante do tucanato, percorreu o gramado sem fazer gol. Não se deu conta de que, como alternativa presidencial, a sua obrigação é oferecer soluções e sonhos”. O discurso de Aécio Neves evidenciou, mais uma vez, que a oposição de direita está perdida, sem rumo.
Como aquele personagem que fica valentão após uma alta dose etílica, ele não reparou que dizia bravatas. Na sua listinha dos “13 fracassos”, ele criticou a área econômica do governo. “Tivemos um biênio perdido com o PIB per capita avançando o minúsculo 1%”; “A indústria [está] sucateada. O setor não tem gerado empregos e, agora, começa a desempregar”; “Destaco a destruição do patrimônio nacional, a derrocada da Petrobras e o desmonte das estatais”.
Quem é o valentão Aécio Neves para falar de PIB minúsculo? O ex-presidente FHC, o seu guru intelectual, quase destruiu o Brasil, com crescimento econômico medíocre durante os seus oito anos de mandato. O país ficou de joelhos para o FMI e quase quebrou. Qual o tucano que tem coragem de falar em geração de empregos e destruição do patrimônio nacional. Só mesmo muito embriagado. Afinal, no reinado de FHC o país bateu recordes de desemprego e as estatais foram entregues na orgia da privataria.
Já no terreno político, Aécio Neves criticou o autoritarismo do PT. Ele até citou a dissidente cubana Yoani Sánchez para alertar sobre o risco de atentados à liberdade de expressão. Logo ele que controla com mão de ferro a imprensa mineira através da sua toda poderosa irmã. Ele também afirmou que “setores do PT estimulam a intolerância como instrumento de ação política”, mas nada disse sobre a truculência dos governos tucanos, que sufocam os legislativos locais e abusam da violência contra as forças opositoras.
E, como não podia deixar de acontecer, Aécio Neves tentou explorar o julgamento do chamado mensalão, afirmando que o PT tem “complacência com práticas que afrontam a consciência ética do país”. Nada falou sobre a compra de votos na reeleição de FHC, sobre a privataria tucana ou sobre seus esquemas sinistros com as estatais de Minas Gerais. A plateia de demotucanos, composta por políticos mais sujos do que pau de galinheiro, aplaudiu sem muito entusiasmo o cada vez mais cambaleante presidenciável do PSDB.
Altamiro Borges

Posted: 22 Feb 2013 03:24 AM PST


Posted by on 22/02/13 • Categorized as Análise

Pena que não tenho como reproduzir aqui o vídeo do último programa “Entre Aspas”, da Globo News, em que a apresentadora Monica Waldvogel recebeu os jornalistas Sandro Vaia, ex-diretor do Estadão, e Breno Altman, editor do site Opera Mundi, a fim de debaterem os fatos que marcaram a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez. É divertidíssimo.
Mas você, leitor, não ficará sem assistir. Pode conferir a íntegra do programa por aqui ou, se quiser, pode apenas ler este post. A escolha é do freguês.
Sobre o programa, um de seus méritos foi o de revelar quão desvirtuado vem sendo esse debate, pois a discussão que ali se viu girou, em grande parte do tempo, em torno das manifestações contra a blogueira.
Apesar de ser elogiável a coragem de Monica em convidar um divergente “fera” como Altman, este deve ser eximido de culpa pelo desvirtuamento do debate. Foram ela e Vaia que o desvirtuaram ao tentarem impedir o rumo que tomava entoando um mantra sobre os protestos de que Yoani foi alvo.
Muito nervosos, Vaia e Monica agiram em dupla pondo Altman sob fogo cruzado. Todavia, este conseguiu manter a linha de pensamento. Antevendo que perderiam o debate se o deixassem falar – a cada vez que abria a boca, estremeciam –, recorreram ao velho recurso de quem não tem argumentos.
Vaia começou a comparar os protestos contra Yoani a movimentos do nazismo e do fascismo que, na aurora da ascensão daqueles regimes na primeira metade do século XX, espancavam pelas ruas da Europa os que pensavam diferente e ousavam dizer de público o que pensavam.
As expressões de incredulidade que se estampavam no rosto de Altman eram talvez mais demolidoras do que sua eloquente argumentação. Apontou a Vaia o “pequeno” detalhe de que os contrários de Yoani só exerceram o direito constitucional à liberdade de expressão em locais públicos e que não houve violência, ainda que possa ter faltado critério.
Aliás, vale explicar que se os protestos contra Yoani tivessem tido o menor resquício de violência – conforme tentaram vender Vaia e Monica – os manifestantes teriam sido reprimidos pela polícia, inclusive no último evento de que a blogueira participou, na Livraria Cultura, em São Paulo, no qual ocorreram novos incidentes e onde abundaram policiais.
Mesmo estendendo uma discussão menor e atuando de forma injusta, na base do dois contra um, Vaia e Monica ficaram vendidos. A apresentadora, acuada, decidiu fazer uso do poder de condução do programa e cassou a palavra de Altman em favor do outro entrevistado. E fez isso por mais de uma vez.
Quem assistiu ou vier a assistir ao programa constatará que Monica prejudicou um dos debatedores. Inclusive como é costume dela fazer nesse tipo de debate que promove, posicionando-se ao lado de um deles e, assim, reduzindo a possibilidade de argumentação do outro.
O mais interessante é que Vaia, sempre entoando mantra que comparava a garotada que vaiou (ops!) Yoani a vários movimentos autoritários europeus, em nenhum momento, ao falar naquelas ações autoritárias e antidemocráticas, citou as que mais fazem sentido aos brasileiros: as ações golpistas de 1964.
O entusiasta da “Revolução” tupiniquim fez isso porque a parte da direita que ele integra envolveu-se até os ossos com o estupro da democracia do país no século passado, razão pela qual foge de discutir aquele período de trevas. Assim, qualquer menção à única ditadura que todos conhecemos é logo respondida com frases pré-fabricadas sobre Cuba.
Esse escapismo do debate, porém, vai ficando cada vez mais frágil, sobretudo com uma Comissão da Verdade se preparando para contar ao Brasil uma história que já provoca suor frio e tremedeira nos adeptos de ontem e de hoje daquele regime de horror.
Não houve, então, uma parte interessante no programa? Houve, sim. E foi cortesia do editor do Opera Mundi.
Altman descartou que Yoani seja “agente da CIA”. Em sua opinião, é só uma ativista de perfil light que foi “abraçada” pelo conjunto de forças político-ideológicas que faz propaganda negativa contra o regime cubano e que viu nela oportunidade de “aggiornamento” da própria imagem pública, desde sempre identificada por uma face de ultradireita.
Além disso, o grande serviço que o jornalista progressista prestou à verdade foi o de desmontar a distorção que tentaram fazer de reunião em que o embaixador cubano ofereceu ao governo brasileiro material contendo a sua versão dos fatos e a sua visão sobre a natureza das ações de Yoani.
Monica tentou contrabandear insinuação descabida de que o governo brasileiro teria organizado os protestos contra a cubana, mas Altman a interpelou, de forma incisiva, cobrando explicações sobre a quem se referia, pois foi uma acusação velada.
O editor do Opera Mundi quis saber por que o governo cubano não poderia oferecer sua visão sobre a sua detratora e onde estaria a evidencia de que o governo brasileiro organizara os protestos contra ela. Monica abandonou a linha de argumentação em seguida devido à boa e velha falta de argumentos.
Não se pode deixar de reconhecer, entretanto, que a apresentadora prestou um serviço a esse debate mesmo dando espaço menor à opinião divergente. Afinal, apesar de ter tentado cassar a palavra de um entrevistado, o que ele conseguiu dizer por certo fez muita gente refletir que a blogueira de pés de barro tem excelente$ razõe$ para falar mal de seu país.
Altman deu, no ar, informação que a mídia nunca dá quando exalta Yoani: ela recebe fortunas de corporações – inclusive de mídia – que se opõem ferozmente ao regime cubano. Assim, sendo ou não agente da CIA, suas posições políticas a recompensam muito bem financeiramente, além da fama e da exaltação que as mesmas corporações fazem de si.
E o que é melhor: Yoani ganha tudo isso sem correr risco algum de retaliação pelo alvo de tanto ideali$mo, a terrível “ditadura” que a deixa sair pelo mundo detratando-a e que, em Cuba, nada faz para impedi-la.
Muito estranha a “ditadura” cubana, não? Se a tal Yoani fosse viva nos idos de 1964 e divergisse da “ditabranda” brasileira (by Folha de São Paulo) como diverge do regime cubano, a esta altura estaria vendo capim crescer pela raiz. Afinal, ditadura que é ditadura não permite uma palavra de quem diverge. Quanto mais verborragia como a dessa mocinha.

Do Blog da Cidadania.
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