sábado, 10 de agosto de 2013

Fwd: SARAIVA 13: Tucanos da Siemens e Alstom - Globo acha o povo bobo


SARAIVA 13


Collor envia 16 perguntas a Gurgel sobre 16,4 mil grampos

Posted: 09 Aug 2013 05:04 PM PDT


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E pede a lista completa de autorizações judiciais para a realização de escutas; senador quer saber quem grampeia, onde, como e por que; com o fim do seu mandato marcado para a sexta-feira 15, procurador Roberto Gurgel deverá continuar a dar explicações sobre sua atuação à frente da PGR mesmo depois de deixar o cargo
 



Cantanhêde "paz e amor" é sinal de Datafolha "cheirosa"?

Posted: 09 Aug 2013 02:16 PM PDT


9 de Aug de 2013 | 13:41
Não sei se a coluna de hoje de Eliane Cantanhêde foi motivada por alguma "inside information" da pesquisa Datafolha programada pra sair este final de semana.
Mas que tem toda a pinta, tem.
A colunista da "massa cheirosa" já se sai com explicações para uma eventual recuperação de prestígio para Dilma Roussef.
Afinal, a Presidenta:
  1. "não sai da TV, do rádio, dos jornais, da internet, ocupando todos os espaços que a oposição não tem como disputar" (meu Deus, como alguém consegue dizer uma coisas destas, sendo a mídia brasileira o que é, a verdadeira oposição, como admitiu, não faz muito, a presidente da Associação de Jornais, da mesma Folha da Cantanhêde!);
  2. "As guerras da presidente parecem bem marqueteiras: são polêmicas e geram reações, mas têm ressonância na maioria da população –ou do eleitorado–, que aprova um plebiscito, a reforma política, os royalties para a educação e a queda de braço com os médicos para que mais municípios sejam atendidos.";
  3. "Dilma também passou a conversar (dizem que está até aprendendo a ouvir) com o PMDB e os partidos aliados. "
  4. "Ela até liberou uma bolada para os parlamentares";
  5. "começa a ser interrompida a sequência, que parecia interminável, de notícias ruins na economia.";
  6. "os protestos das ruas refluíram de um lado e a rede da internet recrudesceu de outro, querendo arrancar o sangue dos tucanos no escândalo da Siemens."
Cantanhêde termina sua coluna dizendo que "não se sabe o que acontecerá com os ventos e com Dilma nas próximas pesquisas, mas a mudança de clima na política já dá para sentir".
Dá sim, sobretudo quando uma colunista tão tucana e parcial começa a admitir que as coisas não vão tão bem para os adeptos do "quanto pior, melhor".
Por: Fernando Brito

Tucanos da Siemens e Alstom - Globo acha o povo bobo

Posted: 09 Aug 2013 02:12 PM PDT




Blog Palavra Livre  09/08/2013

 

 
Por Davis Sena Filho   
Há mais de dez anos, os partidos políticos, à frente o PT, que formam a coalizão para fortalecer a base política e partidária do Governo trabalhista no Congresso Nacional, bem como no que diz respeito ao controle administrativo dos ministérios tem sido acusados e denunciados, sistematicamente, pela mídia burguesa de todo o tipo de corrupção, sendo que incontáveis vezes as acusações se perderam por si próprias, porque, na verdade, não passavam de ilações e maledicências, que tinham a força de um tiro nas águas de um rio ou lago.

Entretanto, tais acusações infundadas e denúncias vazias causaram grandes transtornos e prejuízos profissionais, políticos e pessoais a muitas pessoas, que tiveram suas vidas devassadas e que moralmente sofreram com toda ordem de escárnio, deboche, e humilhação, ao tempo em que a imprensa de mercado se negava a dar o mesmo espaço nas diferentes mídias que tal sistema privado de comunicação controla aos políticos, às autoridades e a muitos dos assessores para poderem ao menos dar explicações ou se defender.

Ministros caíram, a exemplo de Orlando Silva, dos Esportes, e Carlos Lupi, do Trabalho, dentre outros, bem como a chefe da Casa Civil da presidenta Dilma Rousseff, Erenice Guerra, que desde os tempos do presidente trabalhista, Luiz Inácio Lula da Silva, sofria com as acusações de uma imprensa irresponsável, facciosa e indiscutivelmente partidária e ideologicamente de direita, que, indisposta a ouvi-la, a combateu sistematicamente, até que Dilma a afastasse do cargo para que a ministra pudesse se defender no Judiciário e, consequentemente, dar uma resposta à sociedade brasileira quanto às acusações.

Erenice foi acusada, em reportagem da revista Veja, que depois foi repercutida pelos jornais Estadão, Folha de S. Paulo e O Globo, além do Jornal Nacional, de montar, no Palácio do Planalto, uma central de propinas que cobrava de empresários 6% para fazer os projetos tramitar com celeridade. O filho de Erenice, Israel Guerra, era apresentado pela imprensa corporativa como "consultor de negócios".

Depois de dois anos afastada do Palácio do Planalto, Erenice Guerra teve seu processo arquivado pelo Tribunal Regional Federal. As acusações de a ministra ter cometido tráfico de influência e seu filho ser considerado lobista foram consideradas improcedentes. O juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Souza Oliveira, afirmou em sua decisão não haver nenhuma prova contra a ex-Chefe da Casa Civil. O advogado criminalista, Mário de Oliveira Filho, disse na época que as provas que foram exibidas na investigação levaram à conclusão de que a ex-ministra não praticou crime nenhum. E enfatizou: "Eram acusações absolutamente infundadas, sem nenhum lastro de prova real e concreta contra ela".

Caso semelhante e tão grave quanto aos episódios citados aconteceu com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT. O bicheiro, "diretor e pauteiro" de revista, Carlinhos Cachoeira, acumpliciado com a Veja do senhor Robert Civita e do jornalista Policarpo Jr., também conhecido pela alcunha de "Caneta", tentaram derrubar o mandatário brasiliense, ao incluí-lo em questões sobre corrupção, tráfico de influência e de ter formalizado negócios com o bicheiro parceiro do senador cassado do DEM de Goiás, Demóstenes Torres, além de ter influência no governo do tucano Marconi Perillo, político goiano que depôs na CPMI do Cachoeira e que até hoje é investigado pelo Ministério Público.
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Agnelo também depôs na CPMI, abriu o verbo, mostrou provas contundentes de que nunca se envolveu com o Cachoeira, "pauteiro" da Veja, bem como seu governo não participou de quaisquer tratativas, negócios ou acordos com tal personalidade, que ficou presa no presídio da Papuda em Brasília. Após sua emblemática participação na CPMI, Agnelo foi esquecido pela imprensa de negócios privados, que precisava de um bode expiatório, de preferência do PT, para se contrapor à lama, ao lamaçal em que ficaram atolados o governador Perillo, Carlinhos Cachoeira, a Veja e seu diretor, Caneta, além de Demóstenes Torres, até então considerado pela imprensa, de razão lacerdista, o arauto da família, da moral e dos bons costumes e quiçá da posteridade. Pois é... Não deu para concluir o golpe de joão-sem-braço, e o petista Agnelo saiu fortalecido ao tempo que a imprensa golpista teve de engoli-lo.
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Esses fatos que aqui narro nesta tribuna do Brasil 247 representam uma porcentagem ínfima em razão do que os donos do sistema midiático privado fazem e realizam para desestabilizar politicamente as instituições republicanas e desqualificar e desmoralizar os mandatários legitimamente e legalmente eleitos pelo povo brasileiro, ainda mais quando a autoridade a ser combatida atua no campo da esquerda.
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A imprensa alienígena e de caráter entreguista tergiversa, dissimula e distorce a verdade, os fatos e os acontecimentos. O faz em nome da liberdade de expressão e de imprensa, como forma de enganar os ingênuos, os desavisados, os ignaros, bem como se alia àqueles que se tornam seus cúmplices, pois eles sabem, até mesmo instintivamente, que a imprensa comercial combate os trabalhistas e a esquerda em geral.
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Por causa disso compram o "barulho", os interesses da imprensa burguesa, por serem ideologicamente conservadores, a exemplo da classe média coxinha, que certamente compreende o que faz quando sai às ruas de forma "apolítica" e "apartidária", quebra e queima tudo o que está à sua frente, porque são contra "tudo o que está aí", frase assertiva que significa Lula, Dilma, PT, esquerda e trabalhistas.
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Além disso, as manifestações desses indivíduos foram consideradas "pacíficas", palavra-chave usada pelos jornalistas da imprensa de negócios privados para amenizar a violência de quem cometeu violência e crimes, porque simplesmente para a mídia imperialista tais movimentos podem beneficiar os interesses políticos da oposição tucana, e, evidentemente, de seus patrões, proprietários, inclusive, de concessões públicas de meios de comunicação, como rádio e televisão.
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A verdade é a seguinte: concessão pública de comunicação sem fiscalização é doação. A Constituição de 1988 regulamenta os meios de comunicação, mas até hoje artigos importantes da Carta Magna sobre esse assunto não foram regulamentados. E deu no que deu: empresários bilionários que não respeitam a ordem constitucional e que, mesmo a disfarçar seus carateres golpistas por intermédio de opiniões de seus empregados escribas, odeiam a democracia e o estado democrático de direito. As seis famílias que controlam os meios de comunicação privados admiram mesmo o sistema de ditadura, se possível militar, como ocorreu no tempo de 1964 a 1985.
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Eis que para o desgosto e preocupação dos barões da imprensa as multinacionais Siemens e Alstom resolvem fazer denúncias, pois enfrentam dificuldades judiciais em seus países de origem — a Alemanha e a França, bem como nos Estados Unidos. As denúncias de formação de cartéis para vencer licitações das obras do metrô de São Paulo atingiram os governadores Mário Covas (falecido), José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. Os valores envolvidos são gigantescos (R$ 425 milhões) e mexem com o imaginário popular.








Os tucanos negam, como era de se esperar; e o governador Alckmin responde às acusações como se tivesse ensaiado na frente do espelho o que dizer para a grande imprensa, que, durante cerca de dez dias após as denúncias, resolveu dar o ar da graça e veicular alguma coisa sobre mais outro escândalo de políticos do PSDB, mas sempre dando voz ativa aos tucanos para eles darem explicações, bem como se defender, como o faz diariamente o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra, o vereador Andrea Matarazzo, dentre outros que integram ou integraram os governos paulistas controlados pelo PSDB há 20 anos.
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Aliás, a Rede Globo, diferentemente da Folha de S. Paulo, que, para a surpresa de muitos leitores tem colocado o dedo na ferida aberta, que atinge os interesses políticos da imprensa de mercado e do PSDB, tem buscado dar evidência negativa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que investiga a formação de cartel em licitações para a aquisição de equipamentos, construção e manutenção de linhas de metrôs e trens em São Paulo.
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Para amenizar e distorcer as evidências noticiosas que pegam os tucanos com as mãos nas botijas, a Globo e jornais, a exemplo do Estadão, citam o Distrito Federal, onde o governador é do PT, para causar confusão ao público, bem como desqualificar as investigações do Cade e da Polícia Federal, ao repercutir e dar credibilidade às acusações de que o Cade se transformou na polícia política do PT, como já afirmaram, "espertamente", alguns jornalistas da imprensa alienígena e políticos ligados ao PSDB. Um absurdo e maledicência as acusações tucanas, porque o Cade é órgão do estado brasileiro, independente, e que investigou inúmeros casos ligados aos petistas, que estão não poder ao tempo de 11 anos.
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Geraldo Alckmin solicitou ao Cade acesso aos processos, o que foi negado pelo órgão, evidentemente. A questão das denúncias da Siemens e da Alstom não se equivale a uma disputa política como quer fazer crer setores conservadores da imprensa privada e os políticos, empresários, secretários de estado e técnicos envolvidos com supostas corrupções e malfeitos conduzidos e efetivados por autoridades do PSDB.

A teoria conspiratória em que o PT é o conspirador é uma farsa, um embuste e que não vai colar, porque até a questão do Distrito Federal já foi "esquecida" pela imprensa dos barões, que correu atrás para tentar esvaziar mais um escândalo tucano, mas percebeu rapidamente que os malfeitos ocorridos no DF são relativos aos governos de Joaquim Roriz, senador que renunciou ao mandato para não ser cassado, e José Roberto Arruda, governador cassado, que ficou preso durante meses. Agnelo Queiroz, do PT, não teve quaisquer envolvimentos com a Alstom e a Siemens, tanto é verdade que as ilações contra ele pararam e seu nome saiu das manchetes.

O Ministério Público de São Paulo está a apurar os envolvidos nesse escândalo de R$ 425 milhões, de acordo com o Cade e o MP. Investiga-se supostos enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro público de autoridades paulistas. Os contratos firmados entre as multinacionais e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô são da ordem de R$ 1,925 bilhão, ou seja, quase R$ 2 bilhões. Se a concorrência não fosse de cartas marcadas, os custos das obras e de manutenção seriam 30% menores, segundo os números repassados pela Siemens e também repercutidos pela "grande" imprensa.

O prejuízo para São Paulo e o contribuinte é de R$ 557 milhões, segundo documentos da empresa alemã. Enquanto isso, São Paulo e a capital oferecem um dos piores serviços de transportes do Brasil, com pouca oferta, sem competição empresarial e com os veículos (trens e metrô) abarrotados de cidadãos paulistas, paulistanos e brasileiros, que são carregados pior do que gado.

Até agora não se ouviu ainda com vigor o bordão "Vem pra rua"! E muito menos se leu ou se ouviu algum "especialista" de prateleira da Globo News, das televisões abertas ou jornalistas, comentaristas, colunistas e blogueiros a apagar o incêndio, que é esse escândalo, com gasolina. E foi, sem sombra de dúvida, que tais jornalistas e "especialistas" fizeram quando da ocupação das ruas pela classe média coxinha oportunista, que saiu às ruas a babar de ódio para contestar "tudo o que está aí", ou seja, a Dilma, o Lula, o PT e o governo trabalhista.

A verdade é que a quadrilha dos trilhos está a ser desvendada, porque a Siemens e a Alstom delataram autoridades dos sucessivos governos tucanos de São Paulo. Aliás, é salutar lembrar ou não esquecer: essas duas multinacionais também respondem a acusações, denúncias e são alvos de investigações em seus países de origem e nos Estados Unidos. Além disso, O Estadão revelou que o MP sabe que agentes públicos receberam subornos, que foram depositados em três empresas de offshore sediadas no Uruguai.

Contudo, insisto, a televisão aberta e principalmente a Globo tocam no assunto de forma tímida, o que, inegavelmente, não foi a postura jornalística que tiveram, por exemplo, com o PT, o Lula, a Dilma e principalmente com os petistas José Dirceu e José Genoíno nos últimos 11 anos. Não há termos de comparação; e até mesmo aqueles cidadãos que se tornam hidrofóbicos quando escutam ou leem as palavras socialista, trabalhista e petista hão de perceber que a imprensa de mercado tem lado, tem cor, tem ideologia, toma partido e combate a esquerda desde tempos idos,

Agem dessa forma sem ao menos se preocuparem em fazer jornalismo para toda a sociedade. Não se importam em ouvir os lados envolvidos, com o intuito de dar voz ativa a quem é alvo de denúncias, acusações e até mesmo de covardias, sendo que muitas delas previamente calculadas, pois tem o propósito de desconstruir aqueles que os donos do sistema midiático privado consideram os inimigos a serem derrotados ou destruídos.

Hoje, por exemplo, o Jornal Hoje, da TV Globo, cujos âncoras são os jornalistas Evaristo Costa e Sandra Annenberg, não tocou no assunto sobre a delação da Siemens e da Alscom ao Cade, que deixou as autoridades paulistas e tucanas em situação dificílima, pois acusadas de corrupção, que chega ao montante de R$ 425 milhões. É muito dinheiro em um só caso, que isto fique claro. O Jornal Hoje se dedicou a casos escabrosos relativos a crimes de sangue e roubo, a exemplo dos casos do garoto que supostamente matou quatro membros de sua família, sendo que dois são policiais; da menina Isabela Nardoni, morta pelo pai e madrasta, que estão presos há cinco anos; do Amarildo, que sumiu da Rocinha e policiais são acusados e investigados pelo sumiço; além do famoso caso do Trem Pagador, que teve como um de seus protagonistas o ladrão Ronald Biggs, que morou décadas no Brasil e roubou, em 1963, £$ 2,6 milhões.

Como se observa a Globo é um caso perdido de desfaçatez, incongruência, incoerência e péssimo jornalismo. Quer dizer que um escândalo dessa envergadura, que envolve duas multinacionais poderosas e europeias, políticos do PSDB paulista, que estão, indubitavelmente, entre os mais poderosos do País, além de liderarem a oposição aos governos trabalhistas, bem como atuam o poderoso Ministério Público de São Paulo e o Cade, do Ministério da Justiça, não é para a Globo assunto de pauta, relevante para a Nação e importante por causa dos indivíduos citados, dos valores monetários e das instituições envolvidas?

Então, a Globo (patrões, diretores e editores) em seu tradicional vespertino, o Jornal Hoje, "esquece" tal pauta ou faz política, às claras, na maior insensatez possível e, consequentemente, esconde um elefante debaixo da mesa e acha que ninguém vê e percebe o jornalismo partidário e ideológico que essa televisão de concessão pública apresenta para o povo brasileiro? A realidade é que essa empresa privada vive em um mundo surreal, onde ela determina que seus interesses e de seus aliados estão acima dos interesses do Brasil e dos 200 milhões de brasileiros que lutam dia a dia para terem acesso a uma vida de melhor qualidade.

O que é a Globo? Um estado dentro do estado nacional? Como pode uma empresa privada fazer a vez da oposição e mesmo assim as autoridades constituídas não fazem nada a respeito disso? Artigos da Constituição de 1988 até hoje não foram regulamentados e que dispõem sobre o marco regulatório foram "esquecidos" por quem tem a obrigação constitucional de regulamentá-los, como o Governo Federal e a sua bancada no Congresso Nacional. A Siemens e a Alstom querem se livrar de seus processos em diversos países e de inúmeros esqueletos guardados em seus armários. E vários desses esqueletos tem os DNA e as digitais dos tucanos, apesar dos rodeios e subterfúgios das Organizações(?) Globo e da imprensa em geral. A Globo acha o povo bobo. É isso aí. 

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Serra deu uma patada atômica nos paulistas

Posted: 09 Aug 2013 07:30 AM PDT


Serra em campanha em 2012

"Com cinco anos de atraso, a Folha coloca Serra na manchete no escândalo do metrô.
Serra está, enfim, na manchete da Folha no caso das propinas do metrô.
O único problema é que é com cinco anos de atraso.
Em 2008, ele era governador quando as denúncias surgiram, trazidas do exterior. A Siemens recebera uma multa bilionária nos Estados Unidos por causa de subornos em vários países, incluído o Brasil.
Diz a Folha hoje: "Serra sugeriu à multinacional alemã Siemens um acordo em 2008 para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação do metrô, de acordo com um e-mail enviado por um executivo da Siemens a seus superiores na época."
Serra nega.
No Brasil, as propinas da Siemens se dirigiam a autoridades do governo de São Paulo desde a gestão Covas para ganhar contratos no metrô paulistano.

Altos funcionários do metrô também foram subornados pela máquina corruptora da Siemens.
(Os corruptos brasileiros se abasteceram também dos subornos de uma outra grande empresa de engenharia multinacional, a francesa Alstom.)
Naqueles dias de 2008, Serra era governador de São Paulo e deveria estar no centro do furacão, uma vez que a alma da corrupção era o Palácio dos Bandeirantes.
Mas nem a imprensa o cobrou e nem a justiça o incomodou. Num espasmo de cinismo arrogante, ele disse a jornalistas na ocasião que as denúncias eram coisa do "kit PT".
Acrescentou que o caso, pausa para rir, já estava sendo devidamente investigado pelo governo paulista, pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo próprio metrô.
Ora, isso significava que as propinas estavam sendo investigadas, aspas, pelos que mamavam nelas.
Um dos integrantes do TCE, Robson Marinho, por exemplo, é acusado pela justiça suíça de ter uma conta na Suíça à base de subornos.
Marinho era o braço direito de Covas. Foi chefe da Casa Civil, o cargo mais importante da equipe, quando Covas era governador de São Paulo.
Depois, Covas conduziu Marinho ao TCE. Robson Marinho é, hoje, dono de um patrimônio que inclui uma ilha em Paraty, refúgio de luxo de outros Marinhos – os da Globo.
É um insulto aos paulistas que, ainda hoje, conhecida sua ficha, Marinho continue no TCE.
Não renunciou, e nem Serra e nem Alckmin o tiraram. Nenhum dos grandes jornais paulistas exerceu pressão para que Marinho fosse removido e o TCE reavaliado.
O TCE, acredite, é feito para fiscalizar os gastos do governo de São Paulo. Como Marinho, todos os seus integrantes são indicados politicamente.
Logo, quem acredita que o TCE cumpre seu papel acredita em tudo.
Fiquemos com a hipótese de que Serra não estimulou nenhum acordo entre concorrentes a licitações no metrô, ao contrário do que um executivo da Siemens afirma.
Ainda assim. É imperdoável a sem cerimônia com que ele, em 2008, descartou a importância de um foco monstruoso de corrupção no seio do seu governo.
Ao dizer que o metrô já investigava o metrô, e isso era o bastante, ele deu uma patada atômica em cada paulista. E tem que responder, ao menos, por isso."

Ô trem bom, sô!

Posted: 09 Aug 2013 07:25 AM PDT


8 de Aug de 2013 | 17:42
Que não passe desapercebida a nota publicada hoje na coluna de Mônica Bergamo, na Folha:
TE CUIDA, AÉCIO
Emissários de José Serra (PSDB-SP) procuraram o Ibope e pediram que o nome dele fosse incluído nas próximas pesquisas eleitorais à Presidência da República. Deixaram claro: ele será candidato em 2014.
MAIS UM
Diante da movimentação explícita de Serra, o Ibope deve colocar o nome do tucano nas próximas sondagens.
A guerra de informações, através de colunas e notinhas, vai se acirrar.
Hoje, Merval Pereira "relativiza" o caso Siemens-Alstom e chega à surpreendente tese de que roubar para meter o dinheiro no próprio bolso é "menos grave" que desviar recursos para campanhas políticas:
"Para um leitor de boa-fé está claro que não tratava da corrupção em si, mas da maneira como ela fora praticada. Uma coisa são casos de corrupção de agentes políticos isolados, que acontecem em todos os países, outra bem diferente é a organização política se transformar em criminosa para garantir recursos ilegais para a manutenção do poder.
A ação individual de um político desonesto é menos danosa para a democracia do que a de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele. Foi o que aconteceu justamente no mensalão do PT.
Há quinze dias, o mesmo Merval tratava a candidatura Aécio Neves com um muxoxo e dizia que Marina Silva era "a candidata das ruas".
E vocês viram que há dois dias os jornalões diziam que o "PSDB enterra as prévias e consagra Aécio Neves".
O campo conservador está batendo cabeça, mas vai afinar um rumo só, não se iludam.
Nem achem, como diz o genial e gentil Luís Fernando Veríssimo, que a grande imprensa brasileira "se regenerou".
Eles são os mesmos e representam a mesma coisa: o Brasil do atraso.
Mas é bom para o país que isto esteja acontecendo.
Desde os tempos do "pó parar, Governador" a gente sabe como é sangrenta e dissimulada a guerra no campo de lá. E, também, que vão acabar se acertando.
Porque Serra e Aécio sabem que não têm nenhuma chance separados.
Enquanto isso, aproveitemos a "janela de oportunidade" para que fatos escabrosos que ficavam ocultos venham à luz.
Ô trem bão, essa tal de imprensa livre.
Nem que seja só por uns dias.
Foto: Revista Alfa
Por: Fernando Brito

Trensalão tucano: Andrea Matarazzo arrecadou junto à Alstom para campanha de FHC

Posted: 09 Aug 2013 07:21 AM PDT

08/08/2013
Andrea_Matarazzo06_FHC
Matarazzo e FHC: Corrupção e reeleição.
Empresa francesa, dona de contratos com governos tucanos, foi punida em vários países onde foi investigada por corrupção. No Brasil, foi blindada pela Assembleia Legislativa e a imprensa.
Helena Sthephanowitz, via Rede Brasil Atual
Candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), parece não se sentir constrangido em aparecer na imprensa com o discurso de "eu não sabia". Se houve cartel, diz ele, o estado é "vítima" e buscará o ressarcimento.
As investigações sobre a existência de propina denunciada pela Siemens apontaram que já existiam indícios de esquemas ilegais nos processos de fornecimento de equipamentos em 1998, na gestão do governador Mário Covas, também do PSDB.
Em 2008, o jornal norte-americano Wall Street Journal revelou que a Alstom estava sendo investigada na França e na Suíça por ter pagado propinas em vários países. Posteriormente, a empresa foi investigada e punida em quase todos os países. Menos no Brasil, graças à blindagem da Assembleia Legislativa e da imprensa.
Serra, Alckmin, Mario Covas… E se mexer mais um pouquinho o cordão de tucanos aumenta mais. Ontem (6), a Polícia Federal indiciou o vereador paulista Andrea Matarazzo (PSDB) por considerar que ele recebeu propina da Alstom quando foi secretário estadual de Energia, em 1998. A PF investigou negócios do grupo francês com o governo de São Paulo entre 1995 e 2003 – governos Covas e Alckmin.
Duas empresas do grupo Alstom foram citadas nas planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que teriam abastecido o caixa 2 da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998. As empresas são a Cegelec e a ABB. As planilhas atribuíam a Matarazzo, então secretário de Energia, a missão de buscar recursos junto a empresas.
As estatais de energia eram os principais clientes da Alstom no governo paulista. Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Cesp. O vereador nega.
Memorandos internos trocados em 1997 entre diretores da Alstom, na França, apreendidos por promotores da Suíça que investigam operações do grupo, diziam que seriam pagas "comissões" sobre contratos negociados com o governo paulista.
Num desses memorandos, um diretor da Cegelec em Paris se disse disposto a pagar 7,5% para obter um contrato de R$110 milhões da Eletropaulo. A Alstom comprou a Cegelec naquele ano. Os papéis citam que a comissão seria dividida entre "as finanças do partido", "o Tribunal de Contas" e "a Secretaria de Energia". A Eletropaulo era subordinada até abril de 1998 à pasta dirigida por Matarazzo.
O ano de 1998 foi marcado por eventos relacionados às investigações iniciadas na Suíça:
1) O contrato em que a Cegelec dizia estar disposta a pagar uma comissão de 7,5% foi firmado naquele ano;
2) Foram feitas duas transferências de dólares ordenadas pela Alstom francesa, que foram parar na conta da offshore MCA Uruguay Ltd., nas Ilhas Virgens Britânicas, controlada pelo brasileiro Romeu Pinto Júnior, no valor de US$505 mil, que seriam usados na propina.
Com a privatização da Eletropaulo, o contrato de R$110 milhões foi herdado pela Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE), outra estatal paulista. Com a reeleição de Fernando Henrique Cardoso em 1998, Matarazzo assumiu no ano seguinte o cargo de ministro-chefe de Comunicação da Presidência.
Com Fernando Henrique na presidência, a Alstom, um dos maiores grupos do mundo na área de energia e transportes, tinha contratos à época também com estatais da União, como Petrobras, Eletrobrás e Itaipu. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo de dezembro de 2000 mostrou que Matarazzo arrecadou ao menos R$3 milhões para o caixa 2 tucano. Na planilha com as metas de arrecadação, aparece o nome "Andrea Matarazzo – MM". Além da relação das empresas, a planilha menciona nomes de diretores ou contatos a serem procurados pelos arrecadadores de campanha.
Rombos e desvios praticados pelo PSDB e publicados pela mídia, ainda que sem citar os nomes dos políticos tucanos ou partido, são apenas a ponta de um icerberg. Se a Justiça aprofundar as investigações, provavelmente encontrará evidências de negociações também no Rodoanel, apelidado de "Rouboanel" nos bastidores.
E no meio da série de denúncias envolvendo o alto tucanato paulista, cabe a pergunta: por onde anda o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), o rei das CPIs contra os adversários políticos. Sumiu? Tirou férias?
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Vídeo: Em 2011, Alckmin foi informado sobre o propinoduto tucano. Em 2013, diz que não sabe de nada
Alstom: Os tucanos também se encheram os bolsos de propina francesa
Trensalão tucano: Serra sugeriu acordo em licitação, diz executivo da Siemens
Trensalão tucano: Portelinha fazia os cambalachos para FHC e José Serra
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Pivô do caso Siemens pode explicar reeleição de FHC

Posted: 09 Aug 2013 03:19 AM PDT

Brasil 247 - Dezesseis de maio de 1997. O escândalo que chacoalha o Brasil diz respeito à compra de votos para a reeleição do ex-presidente FHC. O pivô é o ex-deputado Ronivon Santiago, que, numa conversa gravada, revela que parlamentares estariam recebendo R$ 200 mil para votar pela reeleição. Naquele dia, a Folha de S. Paulo, que havia revelado o caso, publica uma nova matéria, assinada por Fernando Rodrigues, Lúcio Vaz e Lucas Figueiredo, todos repórteres premiados. Assim ela começa:

O deputado Ronivon Santiago, expulso anteontem do PFL, diz em conversas gravadas que seus acertos com o governo na emenda da reeleição e em outras votações está baseado na liberação de dinheiro federal para empreiteiras realizarem obras rodoviárias.

Segundo o deputado, essas liberações são acertadas de forma satisfatória por causa da intervenção do governador Orleir Cameli (AC) e pela intimidade que ele, Ronivon, teria com o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, José Luiz Portella – pessoa de confiança do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mais adiante, os repórteres revelam bastidores da ação de Portella, conhecido no ninho tucano como Portelinha:

Em uma parte da conversa, o interlocutor de Ronivon -aqui identificado apenas como "Senhor X"- menciona o fato de Orleir Cameli ter sido recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 27 de janeiro passado, véspera da votação da reeleição. 

Eis o que responde Ronivon: "Foi. Esteve. Tem ordem lá para liberar a verba agora em abril". 

A verba não foi liberada. Mas Ronivon continuou confiante no governo. "Eu estive com o Portella, do Ministério dos Transportes, que é o cara que coordena as liberações, ele me falou que tem ordem superior já, recebeu ligação superior já pra dar a liberação do Acre", diz o deputado.


Corte para oito de agosto de 2013. O escândalo da vez diz respeito às propinas do metrô de São Paulo. Assim começa a reportagem da Folha de S. Paulo, assinada por Flavio Ferreira, Catia Seabra e Julianna Sofia:
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) sugeriu à multinacional alemã Siemens um acordo em 2008 para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação da CPTM, de acordo com um e-mail enviado por um executivo da Siemens a seus superiores na época.
  
A mensagem relata uma conversa que um diretor da Siemens, Nelson Branco Marchetti, diz ter mantido com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.
Ou seja: quinze anos depois da suspeita de compra de votos da reeleição, operada por José Luiz Portella, o Portelinha, o Brasil descobre que o mesmo personagem está no centro do escândalo Siemens. Da articulação de emendas para parlamentares, ele passou a operar a compra de trens e vagões, em encontros em Amsterdã.

A existência desse elo de ligação (leia mais aqui) torna remota a possibilidade de que a corrupção nos trilhos do metrô paulista seja fruto da ação isolada de funcionários corruptos – como parece ser a torcida de colunistas alinhados ao tucanato, como Merval Pereira e Reinaldo Azevedo. Ao contrário, os indícios apontam para um jogo da cúpula partidária, operado por uma pessoa da mais estrita confiança de homens como FHC e José Serra.

Assim, ganha força a tese levantada pela revista Istoé sobre a existência de um "propinoduto tucano", ou seja, de uma máquina de arrecadação destinada à conquista e à perpetuação do poder.
Exatamente aquilo que Merval Pereira parecia temer, como escreveu em sua coluna desta quinta:
A ação individual de um político desonesto é menos danosa para a democracia do que a de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele. Foi o que aconteceu justamente no mensalão do PT. Se as investigações do caso Siemens em São Paulo levarem à conclusão de que o PSDB montou um projeto de poder em São Paulo desde o governo Covas, passando por Geraldo Alckmin e José Serra, financiado pelo desvio de verbas públicas, estaremos diante de uma manipulação política com o mesmo significado, embora com alcance regional, enquanto o mensalão tentou manipular nada menos que o Congresso Nacional.
Parafraseando Merval, com José Luiz Portella, "fica clara a ação de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele".

Escândalos do PSDB represados por 19 anos inundam o JN

Posted: 09 Aug 2013 03:16 AM PDT


Posted by on 09/08/13 • Categorized as Análise

A notícia dentro da notícia. O Jornal Nacional da última quinta-feira levar ao ar uma reportagem com quase oito minutos de duração tratando de escândalos envolvendo o PSDB de São Paulo foi mais importante do que o conteúdo da matéria, do qual quem se interessa por política já soubera pelos jornais impressos, pelo rádio e pela internet durante o dia.
Abaixo, a matéria lida por Willian Bonner e Patrícia Poeta durante longos minutos, possivelmente um recorde de veiculação de notícia incômoda para o PSDB desde que o partido chegou ao poder federal, em 1995. É longa, mas quem não assistiu deveria ao menos lê-la, pois é surpreendente tanto pela duração quanto pelo conteúdo.
Prossigo depois do texto reproduzido a seguir.
—–
Jornal Nacional
Edição de 8 de agosto de 2013
Empresa francesa é suspeita de pagar propina a servidores de governos do PSDB
Uma empresa francesa é suspeita de pagar propina para servidores do Governo de São Paulo em troca de benefícios em contratos.
O caso foi em 1998. Foram indiciadas 11 pessoas, inclusive secretários de estado na época.
O pagamento de propina teria ocorrido para viabilizar um contrato entre empresa francesa Alstom e a então estatal de energia do estado de São Paulo, a EPTE.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, a companhia de energia obteve um crédito no exterior, junto ao banco francês Societe Generale, de R$ 72,7 milhões para adquirir equipamentos do grupo Alstom.
A Polícia Federal ressalta que a contratação do crédito milionário foi feita sem licitação. E só foi possível porque a Alstom idealizou um esquema de pagamento de suborno para funcionários públicos paulistas para recompensá-los pela aprovação do contrato.
De acordo com o documento da Polícia Federal, o esquema de pagamento usava pessoas com empresas no exterior que recebiam recursos do grupo Alstom "para depois repassá-los aos beneficiários finais, servidores públicos do governo do estado de São Paulo, no primeiro semestre de 1998″.
Nessa época, o estado era governado por Mário Covas do PSDB. Uma das contas, segundo o inquérito, era de Jorge Fagali Neto. A Polícia Federal diz que naquela época, embora fosse diretor financeiro dos Correios, há evidencias de que ele tinha livre trânsito por todas as secretarias de Estado.
A Polícia Federal afirma ainda que Jorge Fagali Neto integrou na distribuição de valores para agentes públicos paulistas que ele mantinha conta não declarada no exterior e que ocultou a origem de valores recebidos em virtude de pagamento de propinas, também no exterior. Por isso, ele foi um dos indiciados.
Outra empresa no exterior utilizada para lavar o dinheiro da propina foi a MCA Uruguay.
De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (8) pelo jornal O Estado de São Paulo, "o dono da MCA, Romeu Pinto Junior, confessou a PF ter servido de intermediário do pagamento de propinas a funcionários públicos paulistas a mando da Alstom e por meio da MCA".
A Polícia Federal afirma que Andrea Matarazzo, na qualidade de secretário de energia e presidente do conselho administrativo da EPTE tinha o pleno conhecimento de tudo.
A investigação cita o depoimento do então presidente da EPTE, Henrique Fingermann. Henrique declarou que o secretário Andrea Matarazzo tinha conhecimento de todos os procedimentos que levaram á assinatura do contrato de crédito com o banco Societe Generale.
A Polícia Federal afirma que há indícios de que Matarazzo tenha se beneficiado juntamente com o partido político, o PSDB, das vantagens indevidas arquitetadas pelo grupo Alstom.
E usa isso como argumento para indiciá-lo por corrupção passiva. A Polícia Federal indiciou os dois ex-secretários e mais onze pessoas em agosto do ano passado.
O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público Federal, mas a denúncia ficou parada porque o MP considerou que era necessário obter mais informações sobre o caso.
O advogado que representa a estatal EPTE afirma que não conseguiu ter acesso ao inquérito da Polícia Federal e que o crime prescreveu.
"A prescrição conforme o Artid, já ocorreu e portanto caberia um pedido de habeas corpus em favor dos meus clientes", afirmou o advogado Pedro Iokoi.
O Ministério Publico Federal considera que o crime de lavagem de dinheiro ainda não prescreveu.
O ex-secretário de energia de São Paulo, Andréa Matarazzo, qualificou como um disparate ter seu nome ligado a supostos favorecimentos. E disse que no período em que foi secretário não teve conhecimento, não discutiu nem assinou qualquer aditivo ou contrato que esteja sendo investigado. Ele afirmou ainda que as atas das reuniões podem comprovar o fato. Andrea Matarazzo acrescentou que é com muita indignação e repulsa que vê seu nome envolvido nas denúncias.
Segundo o ex-diretor dos Correios, Jorge Fagali Neto, o Ministério Público nunca atribuiu a ele qualquer ato de violação à lei penal e que não interferiu em nenhuma das empresas citadas, nem celebrou contratos com a Alston ou a Siemens.
A empresa MCA Uruguay e o então presidente da EPTE, Henrique Fingermann, não foram localizados.
Em nota, o PSDB declarou que repudia veementemente a tentativa de alguns setores de envolver, sem provas, o partido e seus quadros em casos de corrupção. O PSDB disse ainda que não compactua com a corrupção e espera que os casos sejam investigados e, se houver, responsáveis que eles sejam punidos.
José Serra é citado em mensagens de diretores de empresa investigada por cartel
O jornal "Folha de São Paulo" publicou nesta quinta-feira (8) uma reportagem, em que afirma que o ex-governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, foi citado em uma troca de e-mails entre executivos da Siemens – uma das empresas investigadas por suposta prática de formação de cartel. Segundo o jornal, uma mensagem sugere que, para evitar atrasos, Serra teria se mostrado favorável a um acordo entre concorrentes, em uma licitação para a venda de trens ao estado. O ex-governador nega ter cometido irregularidade – e afirma que a empresa Siemens não recebeu qualquer vantagem.
Em reportagem publicada nesta quinta (8), o jornal Folha de S.Paulo reproduz um email enviado em 28 de março de 2008 por Nelson Marchetti, funcionário da Siemens, para outros colegas da empresa, entre eles o então presidente da Siemens no Brasil Adilson Primo.
A mensagem do executivo da Siemens relata uma conversa que ele diz ter tido com o então governador de São Paulo, José Serra, e o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante um congresso, em Amsterdã, na Holanda.
O Jornal Nacional também teve acesso ao mesmo e-mail, que diz: "Gostaria de confirmar que conversei com o senhor Serra (governador do estado de São Paulo) e com o senhor Portella (secretário de Tranportes Metropolitanos de São Paulo), em Amsterdã, na semana passada, quando o senhor Serra confirmou que se a proposta da CAF não tiver condições de ser qualificada a concorrência será cancelada".
Segundo a Folha de São Paulo, na época, a Siemens disputava com a espanhola CAF uma licitação aberta pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos para compra de trens, e ameaçava questionar na Justiça o resultado da concorrência se não saísse vitoriosa.
Na mensagem, o executivo relata o motivo para um eventual cancelamento da concorrência. "A razão básica para este posicionamento é a diferença de preço entre a CAF e o nosso. Estamos pelo menos 15 % acima do preço líquido da CAF. Poderia ser um risco para o governo do Sr. Serra".
A "Folha de São Paulo" diz que o ex-governador Serra sugeriu a Siemens um acordo para evitar que uma disputa empresarial travasse a licitação da CPTM. No email do executivo da Siemens, a proposta seria detalhada. "Eles mencionaram que considerariam o fornecimento de algo em torno de 30% dos trens, por parte da Siemens. A "Folha de São Paulo" sugere que "eles" seriam Serra e o ex-secretário Portella.
O ex-governador José Serra divulgou uma nota dizendo que resultado da licitação quebrou a hegemonia de algumas empresas no mercado. Serra afirmou que a Siemens não foi subcontratada pela CAF, a empresa vencedora da concorrência. Ou seja, segundo Serra, a Siemens não obteve nenhuma recompensa. Ele afirmou que chegou a dizer publicamente que se a concorrência fosse anulada não contrataria a que estava em segundo lugar, pois a diferença de preços era grande. E que faria nova concorrência. José Serra disse ainda que o estado de São Paulo atuou contra a Siemens na Justiça, para garantir a licitação vencida pela empresa espanhola. A nota também é assinada pelo ex-secretário José Luiz Portella.
A empresa Siemens voltou a declarar que tem cooperado com as autoridades, mas que não pode se manifestar sobre investigações em andamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
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Ufa! Tudo bem que não foi uma reportagem como aquela de cerca de vinte minutos que uma única edição do mesmo Jornal Nacional apresentou contra o PT durante o julgamento do mensalão após meses de longas matérias como essa acima – ou maiores – sendo apresentadas todos os dias, de segunda a sábado. Mas pode-se dizer que, à diferença do de costume, todos os elementos que vão se avolumando contra os tucanos de São Paulo foram apresentados corretamente. Ou quase…
É claro que o que pesa contra Serra não é ele ter interferido numa concorrência em favor de um dos concorrentes a fim de "evitar atrasos". O que parece é que ele interferiu no processo instruindo concorrentes a "se acertarem", chegando a avisar a um deles de que seu preço estava 15% mais alto que o do outro e isso é uma ilegalidade que macula o próprio princípio da concorrência, que deveria justamente evitar acertos como esse em busca dos menores preços para o erário público.
Todavia, como ainda não há provas de que isso ocorreu, vá lá que o Jornal Nacional divulgue a explicação de Serra sem deixar muito claro que essa é só a versão dele, diferente do que as investigações sugerem.
Enfim, a matéria não foi má. Até se pode admitir a cautela usada em nome da presunção da inocência a que qualquer um – inclusive os políticos – tem direito.
Porém, algo ficou de fora. Parte desses fatos são conhecidos há muito tempo. O escândalo da Alstom ganhou as manchetes do mundo inteiro em 2008 e até a última quinta-feira jamais tinha aparecido na Globo dessa maneira. Aliás, mesmo nos grandes jornais da época não ganhou tanto destaque quanto tem recebido em toda a grande mídia nos últimos dias.
Dizer que um fenômeno dessa magnitude ocorreu devido à gravidade do caso não chega a ser apropriado, apesar de ser parte da verdade. Há outras causas.
Um escândalo dentro do escândalo é 45 inquéritos referentes às denúncias contra o PSDB paulista terem sido arquivados pelo aparelhado Ministério Público de São Paulo, que teve que desarquivá-los por pressão internacional, pois as multinacionais europeias corromperam políticos em outros países além dos que corromperam no Brasil e as notícias só estavam sepultadas aqui, no único dos países envolvidos no caso Alstom em que ninguém foi punido.
Paralelamente aos tucanos, portanto, a grande imprensa brasileira e o MP-SP têm responsabilidade pela impunidade de políticos que não estão sendo acusados de comprar votos no Congresso para aprovar projetos como os petistas envolvidos no mensalão, mas de roubar em benefício próprio, para enriquecerem.
Fiquemos, porém, no caso da imprensa – por enquanto.
A eterna blindagem de corruptos amigos pela Globo e companhia limitada vem despertando uma irritação crescente na sociedade que vem se voltando contra a grande imprensa em geral e que tem, inclusive, desencadeado violência, com depredação de unidades móveis de vários veículos e expulsão de repórteres da Globo das manifestações, além de depredação de imóveis da emissora.
Dessa maneira, a recente "imparcialidade" que a emissora abraçou pode derivar de medo de ter ultrapassado os limites após constatar a progressiva degradação de sua imagem, até por conta das denúncias de ter cometido crimes contra a ordem tributária que podem colocá-la, cedo ou tarde, no lugar em que o PSDB está hoje.
Recentemente, escrevi que a Ocultação dos escândalos Globo e PSDB-Siemens foi longe demais. Como se vê, a conversão global ao bom jornalismo das matérias acima – que talvez não seja tão bom, mas que é bem melhor do que a artilharia histérica que a emissora dispara todo dia contra o PT desde 1989 –, está longe de ser produto de mera crise de consciência.

Do Blog da Cidadania.
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Francisco Almeida 




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