sexta-feira, 8 de junho de 2012

Via Email: SARAIVA 13

SARAIVA 13


Posted: 07 Jun 2012 04:32 PM PDT



Nem Machado de Assis escreveria roteiro tão insólito.
Um Ministro do Supremo Tribunal Federal enlouquece. Passa a distribuir declarações cada vez mais alucinadas, trasformando o Supremo em circo ou hospício. O presidente do STF nada faz, porque é um poeta apartado das coisas vãs do mundo real.
Os demais Ministros percebem estar convivendo com um louco, mas não querem se meter na questão, porque loucos são imprevisíveis. E se o louco se volta contra eles? E se o louco convoca seu "personal aaponga"? Cada qual trata de se debruçar sobre seus próprios processos e ignorar o Ministro louco.
Sem saber o que fazer com o louco, o reino continua sua vida normal, fingindo que não existe o Ministro louco que desmoraliza o Supremo. De tempos em tempos, colunistas com dificuldade para preencher sua cota de notas, entrevista o Ministro louco. Ele dá uma declaração louca envolvendo algum colega.
No dia seguinte, burocraticamente os jornais procuram o colega que desmente a nota.
E o reino vai tocando sua vida, procurando ignorar que existe um Ministro louco na mais alta corte.
Só no dia em que o surto se tornar irreversível e o Ministro sair carregado em camisa de força o Supremo tomará alguma atitude.
Luis Nassif
No Advivo


Posted: 07 Jun 2012 03:44 PM PDT



A 13ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro condenou ontem, por improbidade administrativa, o ex-prefeito Cesar Maia (DEMo). Ele é acusado de ter financiado com verba pública a construção da Igreja São Jorge, em Santa Cruz. A condenação inclui a suspensão dos direitos políticos do líder demo por cinco anos. Ele não poderá concorrer a cargos públicos até as eleições de 2017. A Justiça considerou procedente a ação movida pela 5ª Promotoria de Tutela Coletiva da capital do Rio de Janeiro.
Também foram condenados três diretores da Empresa de Urbanização (RioUrbe), a Mitra Arquiepiscopal e a empresa responsável pela obra, Studio G Construtora. Todos foram acusados de enriquecimento ilícito e terão que ressarcir aos cofres do município R$ 149 mil (valor da construção da igreja). Para a 13ª Vara, os réus violaram a moralidade administrativa, já que Constituição não admite o uso de dinheiro público para essa finalidade.

TV Globo e Mitra

Em nota, o ex-prefeito já informou que recorrerá da decisão. Lembrou que obras de recuperação de igrejas são bancadas por vários governos. O demo até apelou para a ajuda da TV Globo. Fez questão de citar que "eu mesmo, na prefeitura, através da Fundação Roberto Marinho, fiz a restauração da Igreja Nossa Senhora do Carmo ex-Sé Imperial. E foram R$ 12 milhões, muito mais que os R$ 150 mil da capelinha de São Jorge, em Santa Cruz".
Com aliados tão importantes, como a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro e as Organizações Globo, o demo tentará se livrar de mais esta acusação por improbidade administrativa. Ele já foi citado em outros casos suspeitos e sempre conseguiu se safar. Mesmo assim, a decisão da Justiça desgasta a imagem de mais um demo - e respinga no seu filhote, que é candidato a prefeito do Rio de Janeiro.
Dois demos já foram para o inferno: José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, e o senador Demóstenes Torres, o "mosqueteiro da ética", segundo a Veja. Outro está na berlinda: o senador Agripino Maia, presidente nacional do DEMo, suspeito de várias maracutaias no Rio Grande do Norte. Cesar Maia agora reforça o time. Será que sobrará tanto espaço no inferno?

Posted: 07 Jun 2012 03:05 PM PDT



Neoliberais ignoram a pobreza e a fome em nome de "medidas de crescimento" com redução de gastos públicos (?).  analista do Morgan Stanley condena programas sociais brasileiros e propaga receita (falida) de crescimento


Abaixo publicamos texto do portal Carta Maior, destaques de nossa autoria daquilo que seria o pensamento contraditório do analista neoliberal, o indiano Ruchir Sharma do Banco Morgan Stanley.

Neoliberais condenam programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria, rotulam-nos como pecados que impedem o "crescimento sadio" da economia.

O seu pensamento, e daqueles que os defendem como baluartes da grande imprensa e os principais partidos da oposição como o PSDB e o DEM, pode ser sintetizado na frase a seguir:

"O indiano escreve como um analista de banco, cujo objetivo é lucrar e não administrar um país.
Defende a aplicação de um receituário de corte de gastos a qualquer preço, mesmo que isso sacrifique a população de baixa renda".

Simples assim, felizmente o governo brasileiro não se dobra ao receituário falido do neoliberalismo e tem implementado políticas públicas para incluir dezenas de milhões de pessoas esquecidas pelo Estado, aliando crescimento com redução de pobreza a qualquer custo.

Para não esquecer: os anos 1990 foram (in)férteis para as experiências neoliberais no Brasil e na América Latina, a pobreza cresceu vertiginosamente, os estados foram desmontados e os povos ficaram a mercê dos caprichos do deus mercado, sob a complacência e cumplicidade dos governos.

O novo século trouxe o sentimento de rejeição às desigualdades e tais políticas foram varridas do continente americano, com algumas exceções.

Confira o texto e repare nos destaques:

Analista do Morgan Stanley sugere que Brasil construa pontes em vez de eliminar pobreza


Artigo do indiano Ruchir Sharma na revista Foreign Affairs diz que Bolsa Família reduziu desigualdades à custa de crescimento

O Brasil tem a tendência de limitar seu próprio crescimento por ser "viciado" em proteger seus cidadãos com benefícios sociais custosos, como o Bolsa Família, o que torna o país vulnerável à inflação. A polêmica análise é do economista indiano Ruchir Sharma, chefe de mercados emergentes do banco de investimentos Morgan Stanley, em um recente artigo publicado na revista norte-americana Foreign Affairs. O texto, uma adaptação do livro Breakout Nations — In Pursuit of the Next Economic Miracles (Nações em Ascensão — Em Busca dos Próximos Milagres Econômicos, em tradução livre), mostra como, mesmo em meio à grave crise provocada pelos exageros do neoliberalismo, esta ideologia continua sendo difundida.

Em seu texto, Sharma afirma que durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) o Brasil se tornou um exemplo de mercado emergente responsável no campo financeiro e capaz de incluir 30 milhões de pessoas classe média, reduzindo a desigualdade de renda com programas como o Bolsa Família. O dinheiro destas iniciativas veio, prossegue Sharma, da alta nos preços das commodities e, com a tendência de queda nos valores destes itens, os programas sociais se tornaram inviáveis, passando a sacrificar o crescimento do País. "O Brasil precisa entender que poderia bancar essa iniciativa [a redução da pobreza e da desigualdade] somente graças a um período de vasto crescimento global que começou em 2003″, diz em um trecho do artigo. Em outra parte, o economista é mais incisivo (chega a definir o Bolsa Família como, talvez, o mais generoso programa de bem-estar social entre os países emergentes): "A assistência reduziu a desigualdade, mas à custa do crescimento."

A análise neoliberal do indiano atrela os gastos do governo na área social (40% de acordo com seus critérios) com os problemas da indústria. Segundo Sharma, a verba usada para gastos sociais é oriunda do aumento de impostos que deixa as empresas com menos dinheiro para investir em treinamento, tecnologia e equipamentos, comprometendo assim a produtividade da indústria. Para Sharma, até mesmo políticas como acesso gratuito à educação e saúde, além do "alto" salário mínimo do país, fazem do Brasil um país "muito conservador", sendo necessário cortar gastos com o bem-estar social, simplificar os impostos e modernizar o sistema de pensão e de segurança social.

Sharma conclui seu pensamento dizendo que é preciso aproveitar o capital estrangeiro que entra no País por causa das altas taxas de juros para investir em infraestrutura crítica para a exportação e não para sustentar programas de distribuição de renda. Segundo o analista, o Brasil deve seguir o exemplo da China: abertura para o comércio global, com baixos níveis de juros para fornecer capital barato e financiar rodovias, pontes e portos. Ou seja, fica a mensagem de que é mais importante construir ferrovias e pontes, por exemplo, que eliminar a pobreza.

Textos como o de Ruchir Sharma mostram a resiliência da ideologia neoliberal, apoiada, em grande parte, na desfaçatez de muitos de seus adeptos. O Morgan Stanley, para quem Sharma trabalha, foi um dos gigantes do sistema bancário norte-americano fortemente afetado pela crise de 2008. No auge da crise, o banco chegou a registrar queda acima de 50% em suas ações da bolsa. O Morgan Stanley só foi salvo graças a um procedimento considerado um pecado pelos neoliberais, a intervenção do estado. Afundada, a instituição precisou deixar o status de banco de investimento e virar uma "holding de bancos" para ter acesso aos empréstimos concedidos pelo FED (Banco Central dos EUA). No total, recebeu empréstimos de mais de 100 bilhões do governo americano. A última trapalhada do Morgan Stanley foi ser subscritor da oferta pública do Facebook, cujas ações sofreram vertiginosa queda dias depois do IPO.

Para entender o texto de Sharma, é preciso compreender a natureza de seu autor. O indiano escreve como um analista de banco, cujo objetivo é lucrar e não administrar um país. Por isso, como boa parte dos neoliberais, defende a aplicação de um receituário de corte de gastos a qualquer preço, mesmo que isso sacrifique a população de baixa renda e não leve em conta que o dinheiro injetado na economia por programas de redistribuição de renda contribua para incentivar o comércio, a gerar empregos e movimentar a economia.
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Postado por Palavras Diversasàs 09:37 
Do Blog Palavras Diversas
Posted: 07 Jun 2012 02:21 PM PDT


Sereno, porém, firme, Ministro Fux rebate mais uma impropriedade de Gilmar Mendes

O Ministro Gilmar Mendes fez novas acusações de que Ministros do STF estariam sendo pressionados e até extorquidos por integrantes do PT. 

Gilmar, segundo a imprensa, classificou como coisa de gângster, de fascista, vazar para a Mídia o conteúdo de escutas da Polícia Federal. E disse que a intenção do PT de divulgar um documento sobre o fato, tinha a intenção de "EXTORQUIR" - "OPRIMIR", Luiz Fux e Dias Toffoli.

A RESPOSTA DE LUIZ FUX É A SEGUINTE:

"Eu nunca fui extorquido por ninguém do PT. Eu nunca fui procurado por ninguém do PT para tratar de mensalão" 

A CONDUTA INACEITÁVEL DE GILMAR MENDES

Gilmar diz que procurar a imprensa para "vazar" escutas da Polícia Federal é coisa de gângster. É como se o Ministro não soubesse que esses vazamentos são inevitáveis, feitos pelas mais diversas fontes, e ao sabor muitas vezes do interesse de uns contra outros. Gilmar parece acreditar, e aí deixa uma forte má impressão de que não está equilibrado, que ele é o único "SER" honesto, incorruptível, correto e que está acima de suspeição. 

Suas afirmações deixam, no "frigir dos ovos", os demais membros do STF muito mal, pois, Gilmar os coloca como Ministros que sofrem pressão, são extorquidos, procurados para conversas inconfessáveis e nada fazem, nada dizem, nada denunciam. 

Está muito claro, que se há um Ministro que não tem mais condições de participar do julgamento do Mensalão, esse Ministro é Gilmar Mendes. Sua conduta nesse momento, e a forma como se portou no caso da suposta conversa com Lula, são absolutamente inaceitáveis para um membro do STF. 

O Ministro Gilmar Mendes, vote como votar no referido processo, julgando ou absolvendo, terá seu voto observado e criticado, não será um voto em que se acredite que foi feita justiça por parte dele. 

Se condenar, todos dirão, nós já sabíamos que ele votaria assim, ele odeia o PT. Se absolver, a afirmação será de que votou dessa forma para se mostrar "magnânimo" e acima do bem e do mal.

Convenhamos, um Ministro do STF que procura uma REVISTA para fazer acusações sem prova, que é desmentido à toda hora por ex e atuais colegas do Supremo Tribunal,  que ataca o Presidente da República de um país amigo, e que se apresenta suarento e gaguejante quando confrontado, não tem mais condição de permanecer naquela Corte.

Posted: 07 Jun 2012 01:40 PM PDT



Wálter Fanganiello Maierovitch, Terra Magazine / Sem Fronteiras
"Ninguém fala mais nada sobre o escândalo protagonizado pelo ministro Gilmar Mendes e o ex-presidente Lula. A  mídia, sobre o escândalo, preocupa-se em informar e analisar novos e diferentes fatos.
O estranho foi ter passado batido uma ocorrência assustadora, ou seja, o uso político da toga.
A propósito, minha opinião foi parar no sítio do Conselho Nacional de Justiça e é a seguinte:
Na manhã de 26 de abril houve em Brasília, especificamente no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, uma reunião de cunho privado com a participação de três personagens da vida político-partidária brasileira. Atenção: da vida político-partidária. O anfitrião Jobim recebeu Gilmar Mendes, fora de função pública e em encontro particular e reservado, e Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República. 
Os três admitem o encontro e divergem no restante. Frise-se: nem Jobim nem Lula ocupam cargos públicos. Portanto, Mendes é o problema. Aliás, um grande problema ainda não exposto pela mídia. Tudo por causa da sua proibida, frequente e intensa atividade política. Pela Constituição, "aos juízes é vedado dedicar-se à atividade político-partidária" (art. 95, parágrafo único, II). 
Leia também: Andante mosso: Mexa-se, Supremo Paulo Lacerda: "Gilmar Mendes está exaltado, sem controle" Lula: "Preciso tomar cuidado com quem não gosta de mim".
Além de noticiadas incursões eleitorais em Diamantino (a família domina a política em sua terra natal e o ministro participa de campanhas), não deve ser esquecido o fato de Mendes, em setembro de 2010, ter sido flagrado a atender telefonema de José Serra, então candidato à Presidência pelo PSDB. Isso quando presidia no STF uma sessão que analisava as exigências de documentos de apresentação necessária para o exercício do direito de voto. Pelo noticiado, Serra estava interessado em adiar o julgamento. 
Segundo Jorge Bastos Moreno, colunista de O Globo, Mendes saiu da reunião do escritório de Jobim em abril e rumou para outra com integrantes do Democratas e o seu líder maior, José Agripino Maia. Por ter deixado o partido, não estava presente o senador Demóstenes Torres. Nos últimos dias, Torres tem sido tratado por Mendes como um mero conhecido. Amizade, jamais. Pelo ministro do STF ao certo o senador não seria avisado nem sobre o último trem de Berlim."
Artigo Completo, ::Aqui::
Enviada por: Nogueira Junior/ 21:182 Comentários
Também do Blog BRASIL! BRASIL!
Posted: 07 Jun 2012 01:35 PM PDT

"O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira, 6, que nunca sofreu nenhum tipo de extorsão ou foi pressionado por petistas por causa do julgamento do mensalão, que deve se iniciar em 1.º de agosto. Em nota publicada na coluna Panorama Político, do jornal O Globo, Fux atribuiu ao ministro Gilmar Mendes a informação sobre a extorsão.
"É coisa de canalha, de gângster mesmo. Passar isso (conteúdo de escutas) para mídia é coisa de fascistas. Eles (os petistas) estavam extorquindo o Toffoli e o Fux, oprimindo os dois. Estou indignado com essa estória de Berlim. Não vamos tratar como normal o que não é normal. Estamos lidando com bandidos", teria dito Mendes. Procurado pelo Estado, ele não quis se manifestar. O ministro Dias Toffolli estava em viagem. 


Reportagem da revista Veja desta semana revelou a existência de um documento preparado pela liderança do PT para orientar as ações dos parlamentares do partido na CPI do Cachoeira no Congresso."
Matéria Completa, ::Aqui::
Posted: 07 Jun 2012 01:27 PM PDT

Do Conversa Afiada - Publicado em 07/06/2012

Ufa !, finalmente o decano Celso de Mello e o presidente Ayres Brito – aquele que abriu as janelas do Supremo para o sol entrar, depois de seis anos de sombra – marcaram o julgamento do mensalão para 1º de agosto.

Isso tem muitas vantagens, amigo navegante.

Primeiro, abre espaço para o STF, ainda na gestão de Ayres Britto, validar de forma inequívoca a Satiagraha e devolver Daniel Dantas ao nicho que o aguarda.

Segundo, dá bastante tempo para o resultado do julgamento ter um forte impacto sobre as eleições municipais.

Assim, como este ansioso blogueiro quer ver o STF e o Ministro Peluso condenarem o José Dirceu sem provas, dará tempo para o José Dirceu entrar no horário eleitoral gratuito do Haddad e mandar "cordiais saudações" ao Cerra.

O amigo navegante se lembra de o Cerra, na derrotada campanha de 2010, tentar aplicar um estigma na Dilma: o "estigma" Zé Dirceu.

Ele receberá a menção de volta.

O portador pode ser o Paulo Preto.

É impressionante, amigo navegante, como o PiG (*) comemora a fixação da data para agosto a tempo de pegar a eleição.

O Globo é o mais feliz.

Anteontem, exigiu a fixação da data num editorial.

Hoje, o "Merval Global e o Melhor do Carnaval", diria o Boni, parece mais feliz do que quando soube que o sucessor do Evandro na TV Globo não seria ele.

Merval se considera um dos vencedores da batalha bem sucedida: STF, vote já !

E conseguiu o que mais desejava: dar tempo de Cezar Peluso votar.

Na suposição de que Cezar Peluso, na véspera de recolher-se à aposentadoria, levará para casa um voto que condene alguém sem provas.

O PiG (*) e o Merval também subestimam o caráter dos ministros do Supremo.

A faca nos dentes funcionou na hora de votar a abertura da investigação – quando, em dúvida, contra o réu – mas não vai funcionar na hora de julgar – quando, em dúvida, a favor do réu.

O ansioso blogueiro se lembra, por exemplo, da relatoria do Ministro Lewandowiski na histórica decisão em que as cotas raciais ganharam de 10 a 0 da Globo e do Ali Kamel.

O ansioso blogueiro tem certeza de que a revisão de Lewandowski no mensalao estará à altura da revisão nas cotas.

Nenhum juiz do Supremo vai condenar sem provas, só porque teme o PiG (*).

O PiG (*) passa – e falta pouco para extermínio – mas a biografia fica nos livros.

O acusador, o brindeiro Gurgel, chegará ao julgamento com a faca no pescoço empunhada pelo Collor: a acusação de prevaricação.

No julgamento, quem mais vai se defender – ao acusar o Dirceu – será o brindeiro Gurgel, ao longo de cinco horas.

Por enquanto, só quem pôs a mão no fogo pelo brindeiro foi a Globo – clique aqui para ver vídeo inacreditável.

Mas, se a mão da Globo decidisse no STF …

A mão da Globo não decide mais nem medição da audiência na tevê.

A acusação do brindeiro Gurgel terá o peso de um chip em Las Vegas.

Os juízes decidirão por si, independente da oratória flamejante do brindeiro Gurgel.

O PiG (*) considera que ganhou a batalha subsequente, que foi impor a "versão Gilmar Dantas" sobre a versão do Nunca Dantes e do Nelson Johnbim sobre aquele encontro.

O PiG (*) acredita piamente que o Nunca Dantes, desprovido de qualquer inteligência, ia pedir ao Gilmar – ao Gilmar !!! – para adiar o julgamento !

(Quando a Catanhêde fará a entrevista-bomba com o Nelson Johnbim ?)

Ledo engano.

A batata do Gilmar Dantas (**) já assou.

E já tinha assado quando o Nunca Dantes foi àquele inútil encontro.

Gilmar não consegue explicar os vôos.

Não consegue explicar aquela frase inesquecível do Demostenes, "o Gilmar mandou subir".

Gilmar Dantas (**) também estará em julgamento no mensalão.

Ele terá a chance de se livrar da "maldição do Dantas".

Quem encosta no Dantas degenera.

Não é isso, Padim ?


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas (**) ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…"

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Também do Blog ContrapontoPIG
Posted: 07 Jun 2012 01:21 PM PDT
Do Blog do Emir - 7/5/2012
Emir Sader*
A um mês das eleições presidenciais mexicanas, o resultado está em aberto, depois que a queda do até então favorito, Pena Nieto, do PRI, se acentuou, assim como a subida do candidato da esquerda, Lopez Obrador, do PRD, enquanto a candidata do PAN, Josefina Vazquez, ficou definitivamente relegada ao terceiro lugar.

Até há pouco Pena Nieto tinha grande vantagem nas pequisas, com até mais de 20 pontos, apoiado por quase toda a grande mídia monopolista mexicana. Com o fracasso do governo Calderon - a começar pela "guerra ao tráfico", mas pelo conjunto do governo ortodoxamente neoliberal -, as elites dominantes se voltaram para o candidato do PRI como seu favorito para dar continuidade à mesma politica neoliberal e de subordinação externa aos EUA.

As manifestações de jovens de protesto contra o privilégio que a imprensa dá a Pena Nieto estão contribuindo para mudar as opções do eleitorado. A um mês das eleições começaram a aparecer pesquisas em que a diferença entre os dois diminui significativamente. A partir desse momento é uma corrida contra o tempo e contra a possibilidade de fraude.

A direita fará tudo para impedir que isso aconteça. Os EUA seriam pegos de surpresa, não apenas no país fronteiriço na América Latina, mas em um dos poucos países aliados de peso no continente. Um governo de Lopez Obrador não poderá simplesmente sair do Tratado de Livre Comércio da América do Norte mas, como faz o Peru, avançar na diversificação do comércio internacional, aproximar-se politicamente dos países da America do Sul, mudar a política econômica, bloquear a privatização da Pemex – a empresa mexicana do petróleo -, revitalizar o Estado mexicano, centrar a ação governamental em políticas sociais. Seria uma mudança interna muito importante e significativa no plano externo.

Desde que a vantagem folgada do candidato do PRI foi diminuindo e o apoio a Lopez Obrador foi aumentando, desatou-se com força a campanha contra o candidato da esquerda. Antes praticamente ignorado pela mídia privada, para não propiciar-lhe espaço, passaram a atacá-lo com falsas denúncias, buscando reativar um nível de rejeição que Lopez Obrador está conseguindo superar, enquanto as mobilizacoes estudantis fazem aumentar fortemente a rejeição a Pena Nieto.

O processo eleitoral mexicano é especialmente deformado, porque não há segundo turno e o presidente tem mandato de 6 anos, mesmo que ganhe com evidências de fraude, como foi o caso de Calderon. A disputa final deve ser acirrada. Se Lopez Obrador não conseguir abrir uma vantagem significativa, pode ser vítima, novamente, da fraude que lhe tirou a presidência há 6 anos. O grande fator de mudança a seu favor vem das belas manifestações estudantis, a que se opõem as campanhas de difamação da velha mídia mexicana.

*Emir Sader. Sociólogo e cientista político.
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Do Blog ContrapontoPIG
Posted: 07 Jun 2012 01:15 PM PDT
Supremo: circo ou hospício?
Luis Nassif

Nem Machado de Assis escreveria roteiro tão insólito.

Um Ministro do Supremo Tribunal Federal enlouquece. Passa a distribuir declarações cada vez mais alucinadas, trasformando o Supremo em circo ou hospício. O presidente do STF nada faz, porque é um poeta apartado das coisas vãs do mundo real.

Os demais Ministros percebem estar convivendo com um louco, mas não querem se meter na questão, porque loucos são imprevisíveis. E se o louco se volta contra eles? E se o louco convoca seu "personal araponga"? Cada qual trata de se debruçar sobre seus próprios processos e ignorar o Ministro louco.

Sem saber o que fazer com o louco, o reino continua sua vida normal, fingindo que não existe o Ministro louco que desmoraliza o Supremo. De tempos em tempos, colunistas com dificuldade para preencher sua cota de notas, entrevista o Ministro louco. Ele dá uma declaração louca envolvendo algum colega.

No dia seguinte, burocraticamente os jornais procuram o colega que desmente a nota.

E o reino vai tocando sua vida, procurando ignorar que existe um Ministro louco na mais alta corte.

Só no dia em que o surto se tornar irreversível e o Ministro sair carregado em camisa de força o Supremo tomará alguma atitude.

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Também do Blog O Esquerdopata.

Posted: 07 Jun 2012 01:09 PM PDT


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Posted: 07 Jun 2012 01:05 PM PDT

Deu na Folha de São Paulo, coluna da Monica Bergamo:

É Dilma Rousseff, e não o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o personagem que preocupa a campanha de José Serra (PSDB-SP) em São Paulo, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta quinta-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Na análise da equipe tucana, o ex-presidente pode levar seu candidato, Fernando Haddad, a um patamar de até 40% dos votos. Mas tem teto na cidade, onde nunca venceu eleição. Já Dilma poderia fazer a diferença na classe média.
Vamos fazer as contas.

Serra atingiu um teto em torno de 30% das intenções de votos (isso antes do Pagot falar dos "sessentinha pro Serra" no Rodoanel).

Lula pode levar Haddad a 40%, o que já o colocaria na frente.

Aí entra o fator Dilma, bem avaliada na classe média conservadora, mais refratária a Lula. E Serra encarna a figura do anti-Dilma em pessoa, depois da campanha de baixarias em 2010, e da insistência no discurso oposicionista até hoje, inclusive querendo nacionalizar a eleição paulistana. Então Dilma não vai apenas alavancar votos para Haddad, vai também retirar votos de Serra. E sem precisar fazer esforço, apenas pela própria imagem já consolidada do tucano.

Na verdade, os tucanos erraram na escolha do candidato. Escolheram o pior candidato possível, o mais desgastado, com maior rejeição e o mais vulnerável com a Privataria Tucana e com a CPI do Cachoeira, e com o fato de já ter ocupado a prefeitura e a ter abandonado sem ter feito nada em 15 meses.
Por: Zé Augusto0 Comentários 
Posted: 07 Jun 2012 06:14 AM PDT


Comissão Nacional: Excesso de Verdade Faz Mal à Saúde
Carlos Alberto Lungarzo
Prof. Tit. (r) Univ. Est. Campinas, SP, Br.
6 de junho de 2012
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) do Brasil, instalada oficialmente em maio de 2012, passou desde 2010 por diversas transformações. Todas elas foram impostas pelos militares que não queriam sentir-se "difamados".
Algumas dessas modificações mudaram totalmente o sentido do projeto. A mais grave foi eliminar o termo repressão e restringir o objetivo da CNV a "examinar" as violações aos DH ocorridas no país. Isto permite que alguns pretendam investigar "todos os lados", o que significa deixar tudo como está. Essa proposta abre a política do vale tudo, que pode ser expressada assim:
Alguns militares podem ter sido culpados de crimes, mas muito mais foram os guerrilheiros, os intelectuais, os sindicalistas, as mulheres estupradas, as crianças torturadas para coagir seus pais, e até os fetos de mulheres grávidas assassinadas.
Posted: 07 Jun 2012 04:36 AM PDT



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Do Blog O Esquerdopata.

Posted: 07 Jun 2012 04:16 AM PDT

por Conceição Lemes
Em entrevistas concedidas nos últimos dias, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes:
1. Disse que nunca voou em avião do bicheiro Carlinhos Cachoeira, mas que por duas vezes viajou em aeronaves cedidas pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
As duas viagens, segundo Mendes, foram de Brasília para Goiânia e realizadas em aviões de uma empresa de táxi-aéreo chamada Voar. Mendes afirmou ter viajado para participar de um jantar e de uma formatura, em 2010 e 2011.
3. Garantiu que não pegou carona de avião de São Paulo para Brasília com Demóstenes Torres, com quem se encontrou em Berlim e voltou para o Brasil.
Ligações  de 14 a 25 de abril de 2011,  interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, revelam que Cachoeira não só estava a par da agenda de Demóstenes no exterior como lhe providenciou avião de São Paulo para Brasília, quando retornou ao Brasil.
14 de abril: o próprio senador avisa Cachoeira que vai viajar e passa o número de telefone que vai usar.

18 de abril: Wladimir Garcez comunica Cachoeira que Demóstenes já estava em Berlim.


23 de abril: Foram três ligações à noite entre Wladimir Garcez e Cachoeira para tratar do avião para Demóstenes Torres. Primeiro,  Wladimir pede autorização à Cachoeira para buscar o "Professor" (um dos codinomes de Demóstenes, segundo a PF), em São Paulo, no jatinho de alguém chamado Ataíde. Diz que está ele e Gilmar. Na degravação, a PF questiona entre parênteses ("?Mendes?").


Depois, Wladimir diz a Cachoeira que não conseguiu falar com Ataíde e que mandaria o avião de Rossini, um jatinho King Air. 


Por fim, Wladimir informa Cachoeira que já avisou piloto para pegar Demóstenes na segunda-feira, 25 de abril.


25 de abril: Wladimir comunica Cachoeira que Demóstenes já chegou.


Wladimir Garcez, também preso na Operação Monte Carlo, foi assessor de Cachoeira, diretor da Delta no Centro-Oeste, ex-vereador (PSDB-GO) e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia.

Ataíde é Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), 1º suplente do senador João Ribeiro,  do Partido da República (PR-TO), empresário do ramo de construção civil, amigo de infância e ex-vizinho de Carlinhos Cachoeira. Foi incluído pela Polícia Federal (PF) na lista de políticos ligados ao bicheiro.

Ataídes é, ainda, o dono da Cielo Táxi Aéreo, empresa de Anápolis, terra de Carlinhos Cachoeira. Segundo informação prestada à Justiça Eleitoral, detém 80% das ações da Cielo Táxi Aéreo, cujo capital social é de R$ 5,9 milhões.


Rossini é o empresário Rossine Aires Guimarães, apontado nas investigações da Operação Monte Carlo como uma espécie de sócio de Carlinhos Cachoeira.  Também é sócio majoritário da Ideal Segurança, comprada pelo delegado da Polícia Federal Deuselino Valadares, um dos denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento com Cachoeira.
Segundo inquérito do MPF e da PF, a Ideal seria usada para lavagem de dinheiro da máfia dos caça-níqueis. O empresário assumiu a maioria acionária da Ideal no ano passado. É dele o avião King Air, que transportou Demóstenes Torres de São Paulo a Brasília.
E a Voar?  Ela foi citada por Gilmar Mendes como tendo a sido a empresa de táxi-aéreo que o levou a Goiânia em 2010 e 2011.
Segundo  ofício encaminhado pela Voar à Comissão de Ética do Senado,  a empresa jamais prestou serviço de táxi-aéreo a Demóstenes Torres e a qualquer outra pessoa, pois ainda não tem autorização para exploração do serviço de táxi-aéreo.  Resumo dele foi lido pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), presidente da Comissão de Ética, nos minutos finais da sessão que ouviu o depoimento de Demóstenes Torres, na terça-feira 29.
Nós contatamos a Voar, em Goiânia. A atendente informou que a empresa não faz o serviço de táxi-aéreo, mas forneceu o telefone de Rogério Mendonça (chamou-o de Rogerinho), que poderia nos indicar nomes que atuam na área. A Voar faz manutenção de aeronaves e hangaragem.
Assim, já que a Voar contradiz a informação de Gilmar Mendes, afinal, sob que asas o ministro do STF voou de Brasília a Goiânia em 2010 e 2011?
Teria sido a bordo de alguma aeronave "hangarada" nos pátios da Voar? Quem seria o seu dono?
Considerando que, em se tratando de avião, Demóstenes recorria aos préstimos de Cachoeira, será que Gilmar viajou numa das aeronaves da Cielo, do Ataídes de Oliveira, ou no King Air, do Rossine, ligados ao esquema do bicheiro?
Ou será ainda pela Sete Táxi Aéreo?
Em conversa interceptada pela Polícia Federal, em 2009, Demóstenes pede que a Cachoeira  pague uma fatura da empresa Sete: "Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né?"
Cachoeira concorda: "Tá, tu me fala aí. Eu falo com o… com o Vilnei. Quanto foi lá?" Demóstenes informa: "R$ 3 mil".
Independentemente de ter sido pela Cielo, Sete, Voar ou no King Air,  quem pagou a conta da aeronave na qual Gilmar Mendes viajou de Brasília para Goiânia?  Terá sido o próprio senador? Ou o bicheiro?
Considerando que, "por economia", Demóstenes disse que usava o Nextel do Cachoeira, por que pagaria o aluguel  do avião que levou Gilmar  a Goiânia? Seria uma mão lavando a outra?
Considerando que Gilmar Mendes tinha o mesmo "personal-araponga" de Cachoeira, o Jairo Martins, como não sabia das "vinculações" de Demóstenes Torres com o bicheiro?
Considerando que a CPI do Cachoeira é para apurar as relações entre as instituições públicas e a organização criminosa comandada pelo bicheiro, seria possível oficiar a Cielo, Sete e o dono do King Air, para saber quem, nos últimos três anos, viajou nas suas aeronaves?  Foi para onde e quando?
A propósito.  A viagem que Gilmar Mendes  ganhou de Demóstenes em 2010 terá sido para assistir à formatura de Marconi Perillo e da esposa Valéria?
Em 2007, a Faculdade Alves Faria, em Goiânia, montou uma turma especial no curso de Direito com apenas dois alunos: o então senador Perillo e sua esposa. O Ministério Público Federal em Goiás (MPF) ajuizou ação civil pública contra eles por concessão de tratamento privilegiado a agente político.
De Recife - PE. Diógenes Afonsoàs 07:480 comentários

Do Blog TERRA BRASILIS.

Posted: 07 Jun 2012 04:09 AM PDT

 
 
Ninguém fala mais nada sobre o escândalo protagonizado pelo ministro Gilmar Mendes e o ex-presidente Lula. A  mídia, sobre o escândalo, preocupa-se em informar e analisar novos e diferentes fatos.
 
O estranho foi ter passado batido uma ocorrência assustadora, ou seja, o uso político da toga.
 
A propósito, minha opinião foi parar no sítio do Conselho Nacional de Justiça e é a seguinte:
 
Na manhã de 26 de abril houve em Brasília, especificamente no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, uma reunião de cunho privado com a participação de três personagens da vida político-partidária brasileira. Atenção: da vida político-partidária. O anfitrião Jobim recebeu Gilmar Mendes, fora de função pública e em encontro particular e reservado, e Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República. 
 
Os três admitem o encontro e divergem no restante. Frise-se: nem Jobim nem Lula ocupam cargos públicos. Portanto, Mendes é o problema. Aliás, um grande problema ainda não exposto pela mídia. Tudo por causa da sua proibida, frequente e intensa atividade política. Pela Constituição, "aos juízes é vedado dedicar-se à atividade político-partidária" (art. 95, parágrafo único, II). 
 
Leia também: Andante mosso: Mexa-se, Supremo Paulo Lacerda: "Gilmar Mendes está exaltado, sem controle" Lula: "Preciso tomar cuidado com quem não gosta de mim".
 
Além de noticiadas incursões eleitorais em Diamantino (a família domina a política em sua terra natal e o ministro participa de campanhas), não deve ser esquecido o fato de Mendes, em setembro de 2010, ter sido flagrado a atender telefonema de José Serra, então candidato à Presidência pelo PSDB. Isso quando presidia no STF uma sessão que analisava as exigências de documentos de apresentação necessária para o exercício do direito de voto. Pelo noticiado, Serra estava interessado em adiar o julgamento. 
 
Segundo Jorge Bastos Moreno, colunista de O Globo, Mendes saiu da reunião do escritório de Jobim em abril e rumou para outra com integrantes do Democratas e o seu líder maior, José Agripino Maia. Por ter deixado o partido, não estava presente o senador Demóstenes Torres. Nos últimos dias, Torres tem sido tratado por Mendes como um mero conhecido. Amizade, jamais. Pelo ministro do STF ao certo o senador não seria avisado nem sobre o último trem de Berlim. 
 
Passado um mês da tal reunião no escritório de Jobim, Mendes resolveu contar à revista Veja a versão a respeito do transcorrido e destacou sua indignação com Lula, que teria tentado chantageá-lo ao propor o adiamento do julgamento do processo conhecido por "mensalão" em troca de uma "proteção" na CPI do Cachoeira. A "blindagem" seria sobre um encontro em Berlim, com a insinuação de que a viagem havia sido patrocinada pelo contraventor que dá nome à comissão parlamentar. Não tivesse o STF se colocado acima do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Mendes certamente responderia por comportamento ético incompatível com o cargo. Encontrar com Cachoeira, secundado por Torres, seria comprometedor em qualquer lugar. 
 
Jobim e Lula negaram qualquer pressão ou chantagem sobre o ministro. Até um bacharel em Direito não aprovado em exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sabe que o STF é um órgão colegiado e não monocrático. Trocando em miúdos e no popular, o Supremo não é só Mendes. Este, por suas trapalhadas, prejulgamentos e protagonismos incompatíveis com a conduta de um juiz togado, não possui apenas Joaquim Barbosa como opositor entre seus pares. Mas o ex-presidente do tribunal conta, desde o episódio das liminares dadas ao banqueiro Daniel Dantas e contra o previsto em súmula, com o apoio do decano Celso de Mello, que, em relação à suposta chantagem, conjecturou situações a condenar de antemão Lula, como se verdadeira fosse a versão do colega de corte e mendazes as duas outras. 
 
O atual presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que marca a pauta, já se comprometeu a colocar o mensalão em julgamento este ano e o revisor, Ricardo Lewandowski, de apressar o seu trabalho. Até o rito procedimental no dia do julgamento foi recentemente acertado. 
 
Na construção do espetáculo de circo mambembe promovido por Mendes não faltaram referências ao ex-ministro Sepúlveda Pertence e ao respeitado professor Bandeira de Mello, como se esses tivessem agido como laranjas. Até agora não se sabe se Lula cogita processar o ministro do STF, criminalmente por ofensa à honra e civilmente por dano moral. 
 
Objetivamente e referente à partida que quis jogar, Mendes perdeu por 2 a 1, ou seja, sua versão restou isolada. Apesar de se dizer indignado, o ministro silenciou por 26 dias. Um magistrado do STF, ou qualquer juiz, deve logo transmitir uma notícia-crime que o envolva à presidência do seu tribunal, ao Ministério Público e até à polícia. No STF, em nenhuma sessão administrativa, na parte reservada, ele relatou o sucedido na reunião. Conforme noticia CartaCapital nesta edição, ele só procurou o presidente Ayres Britto às vésperas da publicação da "reportagem" de Veja. 
 
Mendes diz ter comunicado o fato ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que, pelo jeito, colocou o relatado na mesma gaveta onde por mais de dois anos permaneceram os autos do inquérito policial relativo à Operação Vegas. 
 
Com a credibilidade posta outra vez em dúvida, o ministro começou a mudar a versão e a pressão de Lula virou uma "conversa normal". Segundo suas próprias palavras, "visões diferentes e sinceras. É natural que ele possa ter uma avaliação, um interesse de momento de julgamento". 
 
Nas 24 horas posteriores à nota de Lula e às declarações de Jobim, algumas estranhezas chamaram a atenção. Mendes usa de diversionismo ao procurar tirar de foco o encontro em Berlim com Cachoeira. Para isso, foca na questão do financiamento da viagem. Ele garante ter pago, mas o valor parece ter sido quitado pelo STF. E o pagamento por aulas ministradas em Granada, na Espanha, onde o ministro afirma ser professor, aponta para despesas de viagem de natureza particular e que deveriam ser pagas pela instituição de ensino espanhola ou pelo professor. Fora isso, existe a despesa da viagem da Espanha a Berlim para visitar a filha. Assim, nada pode ficar encoberto pelas sombras do Portão de Brandemburgo. 
 
As acusações de Mendes foram num crescer. Sem dizer nomes, o ministro sustentou que bandidos e gângsteres atuam em favor dos réus do mensalão. Com esse destempero, o ministro se colocou em situação de impedimento para julgar. Acabou por desqualificar os réus ao ligá-los a "gângsteres e bandidos que tentam melar o julgamento do mensalão". 
 
Numa obra clássica intitulada Essere Giudice Oggi (Ser Juiz Hoje), o jurista e magistrado Piero Pajardi define um juiz: "Consciência crítica da sociedade" que não pode "transigir com respeito à sua imparcialidade". Mendes, os ministros do STF e os interessados na verdade deveriam refletir a respeito.
 
Wálter Fanganiello Maierovitch
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