domingo, 19 de fevereiro de 2012

Fwd: SARAIVA 13




SARAIVA 13


Posted: 18 Feb 2012 04:29 PM PST


Sent: Saturday, February 18, 2012 12:10 PM
Subject: Partido




Sent: Saturday, February 18, 2012 12:10 PM
Subject: Partido
HUMOR.
Do e-mail enviado por Beatrice.Lista

Posted: 18 Feb 2012 04:19 PM PST

Recife (PE) - No primeiro deles, era domingo de carnaval 1958 em Água Fria. Ali, em frente ao Cinema Império, no largo do bairro, passavam mulheres, meninos, homens, piratas, colombinas, vedetes, palhaços, toureiros, zorros, ursos, lança-perfumes, bisnagas, perfumes, promessas de corpos nus que não podíamos pegar. Havia um suor bom onde se colavam os confetes, umas peles abrasadas, uns sovacos mal raspados que eram em si mesmos fetiches do sexo feminino, esbarrando-se num fogo que desejava a tudo queimar, ardendo até a alma pobre da gente.
Era uma explosão de braços e pernas no frevo, uma multidão revolta, uma humanidade negra, mulata, branca, revoltada, que se anunciava, e não sabíamos: atenção, menino, atenção, infância: "nós passaremos". Acaso sabíamos que nem sombra de sêmen e amor restaria no corpo imperioso, flamante daquela mulher endemoninhada? Que suas coxas não seriam eternas, sabíamos? Ah, mas pressentíamos, e sem ciência aprendida, somente com o saber da urgência do nosso sangue, com a percepção transmitida de gente a gente, que corria a multidão, que vem de gerações desde que o homem se fez na terra, gritávamos:

"Felinto, Pedro Salgado,
Guilherme, Fenelon,
Cadê teus blocos famosos?
Bloco das Flores, Andaluzas,
Pirilampos, Apois-Fum,
Dos carnavais saudosos?

Na alta madrugada
O coro entoava
Do bloco a marcha-regresso
Que era o sucesso
Dos tempos ideais
Do velho Raul Morais:
'Adeus, adeus, ó minha gente,
que já cantamos bastante..'
E Recife adormecia
Ficava a sonhar
Ao som da triste melodia...." 

Então vinham os acordes, letais. Que em letras de fogo deveriam estar gravados. Ouçam ( Veja o vídeo )
No segundo dia, é segunda-feira de carnaval em 2005. Eu me recupero de uma cirurgia, que se não foi ruim, fora rim semdúvida. Sentado espiono os blocos que passam na rua.  O som dos metais, o chamamento à desordem é uma ordem lá fora. As fantasias e os mascarados passam como os navios e os trens passam, como o gozo proibido e negado passa. A música do frevo estoura em todo o ar e paisagem como uma perseguição. Assim sentado, sinto-me como o personagem de Hitchcock, o fotógrafo Jeff, de Janela Indiscreta.
 A vida é irônica. No fim de 2004, eu havia dito à mulher e aos filhos, como todos os anos repito e reclamo: "O próximo carnaval eu não brinco. Chega! Quero distância desse barulho", e a trincar os dentes acrescentara, como todos os anos: "eu não suporto mais tamanha agitação. Chega!". Deus me ouviu. À sua maneira me ouviu: aqui estou, longe da folia, conforme o desejo inicial, mas sob estrita recomendação médica, incapaz absoluto de pular, de saltar, tão frágil quanto o homem de vidro, aquele em que se transformou O licenciado Vidraça, de Cervantes. "Este ano eu não brinco", dissera, e os deuses me ouviram. Então ouço uma canção na rua, "neste carnaval, quá-quá-quá-quá, meu prazer é gargalhar".
 Ouvia isso e o paradoxo vinha: agora que não podia sair, brincar, pular, beber, beber até cair, agora que estava na paz do recolhimento, agora que ganhava o privilégio de ser evitado pelos alegres foliões, justamente agora sentia uma falta extraordinária de carnaval. No momento em que podia ficar em casa a ler e a ouvir música suave, ah, como desejava "Olinda, quero cantar", como me acendia o desejo de estar na multidão, com os metais a gritar o mais alto frevo, ah, como desejava receber cotoveladas e empurrões à altura do rim, da cicatriz no ventre! Ah, como e quanto desejava mergulhar de cabeça no álcool, na cachaça, no sol quente, no azul luminoso, mergulhar até virar éter, lança-perfume, porque forte era a consciência do quanto breve e estúpida era, é a  nossa existência.   
 Agora, hoje, no terceiro dia são vésperas do carnaval de 2012. A casa se enche de máscaras, coroas de pano de rei, coroa de latão de rainha. E mais licor de jenipapo, de caju e de laranja-cravo. Um filho chega do Rio, louco e ansioso por Olinda, a filha vai para um bloco de jovens na Cidade Alta. À minha revelia, a senhora esposa é toda preparação para os urgentes, alegres e felizes três próximos dias. Por mim, não, eu não brincava,  sem dúvida. Por mim, eu  me recolhia para altos estudos, leituras, silêncio e meditações. Mas como vou decepcioná-los? É coisa muito feia atrapalhar a felicidade dos outros. E depois, não sou mais, como antes, um convalescente sem câmera a imitar o fotógrafo de Janela Indiscreta. Chega. Por enquanto, a fantasia é outra.

No DIRETO DA REDAÇÃO.

Posted: 18 Feb 2012 03:51 PM PST


Folha só serve para limpar a cloaca de seus donos, seus sabujos e seus leitores.


"Menos de uma semana depois de noticiar que Fernando Haddad usou jatos da FAB para transportar família, a Folha de S. Paulo volta a mirar Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Reportagem publicada neste domingo, 19, faz um balanço de todos os percalços no Exame Nacional do Ensino Médio. O Enem é considerado o calcanhar de Aquiles da candidatura do ex-ministro da Educação.
A Folha relembra a realização do exame em 2009 por uma empresa inexperiente - o consórcio Connase. O teste acabou vazando e precisou ser aplicado novamente. O problema foi, na verdade, da gráfica Plural, de propriedade do Grupo Folha. Um ano depois, foram as provas e cartões que saíram com erros. O MEC precisou reaplicar os testes para 0,1% dos candidatos.


No ano passado, alunos de uma escola de Fortaleza tiveram acesso a 14 questões do exame. O MEC fez o possível para tratar o problema como pontual e até contou com a ajuda da Advocacia Geral da União para "localizar" no Ceará o "desvio".


Segundo a Folha, Haddad "terá de vender a imagem de um administrador eficiente, o que não combina com o histórico de problemas do Enem". O candidato do PT a prefeito de São Paulo deve, contudo, ressaltar como os problemas foram pontuais em um modelo de avaliação bem-sucedido no exterior e que, aos poucos, vai se consolidando no Brasil.


Qual imagem de Haddad deve sobressair?


A apontada pela Folha, de administrador que não foi eficiente por causa do "histórico de problemas do Enem", ou de gestor ousado por acreditar no potencial inclusivo do Enem?
Da redação, com informações do Brasil 247
Posted: 18 Feb 2012 01:27 PM PST

Nosso querido Aposentado Invocado está certo.

Dispensa qualquer comentário.

É triste!!!.

Postado porAPOSENTADO INVOCADO 1às18:150comentáriosLinks para esta postagem
Posted: 18 Feb 2012 01:18 PM PST



Em seu segundo jogo desde o retorno, Vagner Love marcou o gol da virada sobre o Resende. Foto: Fábio Castro/Gazeta Press Em seu segundo jogo desde o retorno, Vagner Love marcou o gol da virada sobre o Resende
Foto: Fábio Castro/Gazeta Press

NOTA DO BLOG DO SARAIVA:
Mesmo tendo que fazer a semifinal com o Vasco, time de melhor aproveitamento até agora, o MENGÃO já garantiu o título, e, o Vasco, mais uma vez, o VICE.
No sábado de Carnaval, o enredo da decisão direta à vaga nas semifinais na Taça Guanabara entre Flamengo e Resende parecia remeter à 2009, quando a zebra entrou em campo e o time do Vale do Paraíba fluminense havia vencido, se classificado e eliminado o grande carioca em condições semelhantes. Porém, desta vez, Ronaldinho e Vagner Love evitaram nova surpresa e garantiram o time da Gávea na fase decisiva do primeiro turno do Campeonato Carioca, ao marcarem na virada sobre o então algoz por 3 a 1, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, neste sábado.
Com o placar, o Flamengo avança às semifinais desta Taça Guanabara como segundo do Grupo A, com os mesmos 15 pontos do Botafogo - que leva vantagem no saldo de gols. Com isso, o clássico entre Vasco (primeiro lugar garantido do Grupo B) e o time rubro-negro está garantido. Já o Resende, com 12 pontos, está eliminado e fica com o terceiro posto da chave.
O jogo
Iniciando a rodada decisiva da fase de grupos com os mesmos 12 pontos, Botafogo, Resende e Flamengo brigavam pelas duas vagas. Caso o Flamengo não triunfasse neste sábado, dependia de um tropeço do Botafogo contra o Macaé para se classificar.
Mesmo, teoricamente, tendo que ficar mais resguardado para obter um dos resultados favoráveis, o Reserde deu um susto aos flamenguistas presentes em Volta Redonda logo no primeiro minuto de jogo. O cruzamento veio da esquerda, à meia altura, na marca do pênalti. Tranquilamente, Marcel cabeceou com estilo e acertou o travessão do goleiro Felipe, que só ficou olhando a bola.
O perigo parce ter acordado os rubro-negros, que reagiriam sete minutos depois. Ronaldinho fez cruzamento na direção de Deivid, mas a bola acabou nos pés de Welington, que chutou torto e perdeu boa chance. Aos 12min, o lateral Léo Moura fez boa infiltração pela direita, mas acabou travado por Filipe Machado quando armava o chute, desviado pela linha de fundo.
Após as duas chances perdidas e com a volta da parada técnica, a partida perdeu oportunidades de gol e o Fla sucumbia ante ao calor e a marcação do adversário, que tentava explorar alguns poucos contra-ataques. Para dificultar ainda mais a misssão do Fla, chegava a notícia do gol anotado pelo Botafogo diante do Macaé, resultado desfavorável .
Diante da pouca efetividade da equipe, Joel Santana sacou o meia Luiz Eduardo para a entrada do argentino Bottinelli. Porém, quem começou pressionando foi o time mandante, com Iuri, que aproveitou escanteio e cabeceou para boa defesa de Felipe, logo a 1min.
Mas o perigo que havia se amenizado com a primeira chance do Resende no início da primeira etapa não se repetiu no segundo tempo. No minuto seguinte, a zaga do Fla voltou a falhar pelo alto e Marcelo Regis cabeceou livre, em bola erguida pouco depois do meio campo. A bola ainda tocou no poste de um estático Felipe, que nada pôde fazer para evitar o 1 a 0. Com resultado desfavorável também do rival Botafogo, restava ao Fla se mandar ao ataque para não repetir o enredo de 2009.
Com o gol, Ronaldinho começou a aparecer mais e liderar o ataque do Fla. Logo após o gol do Resende, ele finalizou com perigo à direita de Mauro. E o time acordaria de vez aos 13min, quando Bottinelli cobrou escanteio na cabeça do camisa 10, que subiu com estilo e cabeceou no chão: 1 a 1.
O empate incendiou os rubro-negros, fazendo o Resende se encolher ainda mais na defesa para garantir a passagens às semifinais. Porém, novamente o argentino entrou em ação. Em jogada pela direita, ele cruzou na direção de Vagner Love, que se antecipou a Mauro no primeiro pau e virou o marcador, aos 17min. Decisivo, este é o primeiro gol desde que o atacante voltou ao clube, já em sua segunda partida após a reestreia pelo clube.
Com o revés, o Resende teve poucas chances para marcar o gol salvador, visto que a virada encheu o time do técnico Joel Santana de confiança. O golpe final e a vingança da eliminação de 2009 saíram após lançamento de Léo Moura para Negueba, que livre, apenas deu leve toque na saída de Mauro e sacramentou o placar aos 38min, garantindo também o clássico diante do arquirrival Vasco na semifinal da Taça Guanabara e um Carnaval "sem ressaca" à torcida rubro-negra.


Do Site do Terra.com.br
Posted: 18 Feb 2012 12:45 PM PST



fevereiro 18, 2012 2 comentários

A intolerância social, sexual e política que experimentamos nos dias de hoje ainda é a herança imposta a várias gerações que cresceram e se formaram sob as mordaças da ditadura militar. Está presente na direita, na extrema esquerda e, mais ainda, nos que garantem ser apolíticos ou apartidários.
Os intolerantes de direita continuam sendo os mesmos: aquele percentual que não chega a dois dígitos do conjunto social há um bom tempo. Seus ícones-gurus são, por assim dizer, adversários honestos. Como nós, dão a cara a tapa; você sabe onde estão, para quem trabalham e como manipulam a opinião pública. Já os desmascaramos várias vezes e continuaremos a fazê-lo.
Imagine o espectro político como um círculo. Nele, os extremos ideológicos se encontram e muitas vezes descobrem interesses comuns. É o caso do PSOL e do DEM. Não se pode afirmar que Heloísa Helena seja uma fascista. Saiu do PT porque o PT se aproximou ao centro, fez alianças e, assim, viabilizou seu projeto de governo. Heloísa não gostou da mistura e cuspiu no prato que comeu.

DEM e PSOL se encontram nos extremos e derrubam a CPMF. Heloísa Helena vibra ao lado dos "colegas"
A associação do PSOL e DEM no combate ao "inimigo" comum resultou, por exemplo, na extinção da CPMF em 2008. Minorias estagnadas ou em franca decadência, seus eleitores não representam perigo algum para o projeto de governo encabeçado por Dilma Roussef.
Perigosos mesmo, são os que se dizem apolíticos ou apartidários. Gente que está, consciente ou não, a serviço da ultra-direita fascista. Estes, sim, estão em franca ascenção nas redes sociais e portais da Internet. Usam diversas máscaras. Repare naquele tipo cético, indignado, decepcionado com tudo à volta. Entra em qualquer roda – e o papo é mais ou menos o mesmo: "político é tudo ladrão, tem que fuzilar todos", o clássico "este país não tem jeito – acorda Brasil" etc. Não conseguem formular uma frase que não tenha palavras como "corruptos" e "corrupção". O curioso em relação ao estigma da corrupção é que não se interessam pelo sujeito oculto: o corruptor. Não mencionam nomes, generalizam para não revelarem seu propósito. Quando se referem ao passado com discreto saudosismo, recuam de 2002 direto para ditadura – sem escalas no mandato de FHC. Lamentam reconhecer que sob o regime militar "político ladrão não tinha perdão: morria em vala rasa". Para não parecerem completos alienados, têm pequenos surtos de informação política e se aventuram em citar Fidel Castro ou Hugo Chavez em suposta conspiração comunista sob a "conivência da nossa imprensa" – como quem acha pouco ou nenhum o golpismo diário do PiG.  Leia mais…


Do Blog O que será que me dá?
Posted: 18 Feb 2012 12:28 PM PST
Posted: 18 Feb 2012 12:01 PM PST




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Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution


NOTA DO BLOG DO SARAIVA: 


Sempre vale a pena ler os comentários.
Veja abaixo o que disse o Henrique:


Henrique disse...
A FICHA LIMPA DO SERRA E A LAVAGEM CEREBRAL DE SÃO PAULO:
Processo 2002.34.00.007485-9 ==15ª Vara==22/03/2002
Processo 94.00.11899-6==7ª Vara==02/081999
Processo 2000.34.00.033429-7==5ªVara==22/09/2000
Processo 2009.34.00.030112-0==5ª Vara==15/09/2009
Processo 2003.34.00.039140-7==5ª Vara==17/11/2003
...
Um destes processos o Serra é condenado por improbidade, quando o Serra assinou o PROER, e tem um recurso exótico fora do Código de Processo e o STF sustando as consequências disto, entre elas a inelegibilidade. É um recurso que não está nos Códigos de Processo brasileiro. Ele está 'sub judice'. (Revista Caros Amigos de maio/2006)
....
A nossa justiça é lenta, mas já houve uma decisão da juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, aceitando que houve dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso.
É o José Serra na lista dos fichas sujas, caso se confirme uma condenação por juízes, em colegiado.
...
Um dia SP acorda.


18 de fevereiro de 2012 00:57


Também do Blog O Esquerdopata.
Posted: 18 Feb 2012 11:47 AM PST




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Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution


Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 18 Feb 2012 12:05 PM PST


Lula agradece a homenagem da gaviões da Fiel - Foto: Ricardo Stuckert
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou ontem uma mensagem para a escola de samba Gaviões da Fiel, cujo enredo faz uma homenagem a Lula.
(leia mais…)






Postado em 18/02/2012


Do Instituto Lula.
Posted: 18 Feb 2012 11:37 AM PST
Posted: 18 Feb 2012 11:34 AM PST


O declínio dos Estados Unidos entrou, há algum tempo, em uma nova fase: a do declínio autoinfligido. Desde os anos 70 tem havido mudanças significativas na economia dos EUA, à medida que estrategistas, estatais e do setor privado, passaram a conduzi-la para a financeirização e à exportação de plantas industriais. Essas decisões deram início ao círculo vicioso no qual a riqueza e o poder político se tornaram altamente concentrados, os salários dos trabalhadores ficaram estagnados, a carga de trabalho aumentou e o endividamento das famílias também.
Aniversários significativos são comemorados solenemente – o do ataque japonês à base da Marinha norteamericana de Pearl Harbor, por exemplo. Outros são ignorados, e podemos sempre aprender importantes lições que eles nos dão de como é possível seguir mentindo adiante. Na verdade, agora.
No momento, estamos errando em não comemorar o 50° aniversário da decisão do presidente John F Kennedy de promover a mais assassina e destrutiva agressão do período pós-Segunda Guerra: a invasão do Vietnã do Sul, e depois de toda a Indochina, deixando milhões de mortos e quatro países devastados, com perdas ainda crescentes causadas pela exposição do país aos carcinogênicos mais letais de que se tem conhecimento, que comprometerem a cobertura vegetal e a produção de alimentos.
O primeiro alvo foi o Vietnã do Sul. A agressão depois se espalhou para o Norte, e então para a sociedade remota do nordeste do Laos, até finalmente chegar ao rural Camboja, que foi bombardeado de tal maneira que chegou ao nível impressionante de ser alvo de todas as operações aéreas aliadas da região do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo as duas bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. Aí, as ordens de Henri Kissinger estavam sendo obedecidas – "qualquer coisa que voe ou se mova"; uma rara convocação para o genocídio na história.
Pouco disso tudo é lembrado. A maior parte desses massacres é escassamente conhecida para além dos estreitos círculos de ativistas.
Quando a invasão teve início, há cinquenta anos, a preocupação era tão pouca que havia poucos esforços de justificação; dificilmente iam além do impassível apelo do presidente de que "estamos nos opondo, ao redor do mundo, a uma conspiração monolítica e brutal que opera principalmente em meios disfarçados de expansão de sua esfera de influência" e se a conspiração consegue realizar seus objetivos no Laos e no Vietnã, "os portões estarão amplamente abertos".
Em outro lugar, ele alertou em seguida que "as sociedades leves, complacentes e autoindulgentes estavam para ser varridas para os escombros da história [e] só a força... pode sobreviver", neste caso refletindo a respeito do fracasso da agressão e do terror estadunidenses para esmagar a independência cubana.
Quando os protestos começaram a crescer, meia dúzia de anos depois, o respeitado historiador militar e especialista em Vietnã Bernard Fall, nenhum pacifista, previu que "o Vietnã como uma entidade histórica e cultural...está ameaçada de extinção...[enquanto]...a sua área rural literalmente morre sob as explosões da maior máquina militar jamais em operação numa área deste tamanho". Ele estava, mais uma vez, referindo-se ao Vietnã do Sul.
Quando a guerra acabou oito horrendos anos depois, a opinião dominante estava dividida entre aqueles que a descreviam como uma "causa nobre" que poderia ter sido vencida com mais dedicação e o extremo oposto, os críticos, para quem se tratou de "um erro" que se provou altamente custoso. Por volta de 1977, o Presidente Carter chamou pouca atenção quando explicou que "não havia dívida" nossa com o Vietnã porque "a destruição foi mútua".
Há lições importantes em tudo isso para hoje, mesmo deixando de lado os fracos e derrotados que são chamados para responder por seus crimes. Uma lição é que para entender o que está acontecendo devemos buscar não apenas criticar os acontecimentos no mundo real, frequentemente dispensados pela história, mas também aquilo em que os líderes e a opinião da elite acreditam, mesmo que com tintas de fantasia. Uma outra lição é que, ao lado dos frutos da imaginação fabricados para aterrorizar e mobilizar o público (e talvez acreditados por aqueles enganados pela própria retórica), há também planejamento geoestratégico baseado em princípios que são racionais e estáveis em longos períodos, porque estão enraizados em instituições estáveis e na agenda destas. Isso também é verdade no caso do Vietnã. Eu voltarei a isso, só destacando aqui que os elementos persistentes na ação estatal são geralmente bastante opacos.
A guerra do Iraque é um caso instrutivo. Ela foi vendida para um público aterrorizado com as ameaças usuais da autodefesa contra uma formidável ameaça à sobrevivência: a "única questão" que George W. Bush e Tony Blair declararam foi se Saddam Hussein iria encerrar o seu programa de desenvolvimento de armas de destruição em massa. Quando a única questão recebeu a resposta errada, a retórica do governo mudou rapidamente para o nosso "anseio por democracia", e a opinião pública educada seguiu devidamente o curso; o de sempre.
Mais tarde, à medida que a escalada da derrota no Iraque se tornou difícil de esconder, o governo quietamente concedeu o que estava claro para todo mundo. Em 2007-2008, a administração anunciou oficialmente que um acordo final deve assegurar a permanência de bases militares dos EUA e o direito de operações de combate, no país, e deve privilegiar os investidores estadunidenses na exploração de seu rico sistema energético – demandas que mais tarde foram relutantemente abandonadas diante da resistência iraquiana. E tudo ficou bastante escondido da maioria das pessoas.
Padronizando o declínio americano
Com essas lições em mente é útil dar uma olhada ao que é destacado na manchete dos maiores jornais de política e opinião, hoje. Peguemos a mais prestigiada das publicações do establishment, Foreign Affairs. A manchete estrondosa da capa de dezembro de 2011 estampava em negrito: "A América acabou?".
O artigo da capa pedia "corte de gastos" nas "missões humanitárias" no exterior, que estavam consumindo a riqueza do país, para impedir o declínio americano, que é o maior tema nos discursos do ambiente de negócios, que frequentemente vem acompanhado do corolário de que o poder está mudando para o Leste, para a China e (talvez) a Índia.
Agora os principais artigos são a respeito de Israel e Palestina. O primeiro, de autoria de dois altos oficiais israelenses, é intitulado "O Problema é a Rejeição Palestina": o conflito não pode ser resolvido porque os palestinos se recusam a reconhecer Israel como Estado Judeu – então em conformidade com a prática diplomática padrão: estados são reconhecidos, mas não seus setores privilegiados. A demanda é dificilmente outra coisa que um novo dispositivo para deter a ameaça de solução política para os assentamentos ilegais que minaria os objetivos expansionistas israelenses.
A posição oposta é defendida por um professor estadunidense tem o título "O Problema é a Ocupação". No subtítulo se lê: "Como a Ocupação está Destruindo a Nação". Qual nação? A de Israel é claro. Ambos os artigos aparecem com o título, em cache: "Israel sitiado".
A edição de janeiro de 2012 lança ainda um outro chamamento para o bombardeio do Irã, agora, antes que seja tarde demais. Alertando contra "os perigos da dissuasão", o autor sugere que "céticos com relação à ação militar falham em avaliar o verdadeiro perigo que um Irã com armas nucleares imporia aos interesses dos EUA no Oriente Médio e além. E em suas previsões sombrias imaginam que a cura pode ser pior do que a doença – quer dizer, que as consequências de um ataque estadunidense ao Irã seriam tão ruins ou piores do que se o país conseguisse levar a cabo suas ambições nucleares. Mas essa é uma suposição falsa. A verdade é que um ataque militar visando a destruir o programa nuclear iraniano, se for feito com cuidado, poderia significar para a região e para o mundo uma ameaça muito real e melhorar dramaticamente a segurança nacional dos Estados Unidos no longo prazo".
Outros argumentam que os custos seriam altos demais e no limite alguns chegam a dizer que um ataque [ao Irã] violaria o direito internacional – como o fazem os moderados, que regularmente fazem ameaças de violência, em violação à Carta das Nações Unidas.
Vamos rever cada uma dessas preocupações dominantes
O declínio americano é real, embora a visão apocalíptica reflita a percepção bastante familiar da classe dominante de que algum controle menor ou total implica o desastre total. A despeito desses lamentos piedosos, os EUA persevera como poder dominante mundial por larga margem, e não há competidores à vista, não apenas em dimensões militares, a respeito das quais os EUA reina supremo.
A China e a Índia registraram crescimento rápido (embora altamente desigual), mas permanecem países muito pobres, com problemas internos enormes não enfrentados pelo Ocidente. A China é o maior centro industrial do mundo, mas majoritariamente como uma linha de montagem para as potências industriais avançadas em sua periferia e para as multinacionais ocidentais. É provável que isso mude com o tempo. A indústria em regra provê as bases para a inovação e a invenção, como vem ocorrendo às vezes, na China. Um exemplo que impressionou os especialistas ocidentais foi a tomada chinesa da liderança no mercado crescente de painéis solares, não apenas com base na mão de obra barata, mas no planejamento coordenado e, crescentemente, na inovação.
Mas os problemas que a China enfrenta são sérios. Alguns são demográficos, reportados na Science, o líder dos semanários estadunidenses de divulgação científica. O estudo mostra que a mortalidade caiu bruscamente na China durante os anos maoístas, "principalmente um resultado do desenvolvimento econômico e das melhorias nos serviços educacionais e de saúde, especialmente ao movimento de higiene pública que resultou num golpe drástico à mortalidade por doenças infecciosas". Esse progresso acabou com o início das reformas capitalistas no país, há 30 anos, e a taxa de mortalidade desde então tem aumentado.
Além disso, o crescimento econômico chinês recente contou substancialmente com um "bônus demográfico", uma grande população em idade economicamente ativa. "Mas a janela para o uso desse bônus pode fechar logo", com um "impacto profundo no desenvolvimento": "o excesso de mão de obra barata, que é um dos maiores fatores de condução do milagre econômico chinês não estará mais disponível". A demografia é apenas um dos muitos problemas sérios pela frente. No que concerne a Índia, os problemas são ainda mais graves.
Nem todas as vozes proeminentes anteveem o declínio americano. Na mídia internacional, não há nada mais sério e respeitável que o Financial Times. O jornal recentemente dedicou uma página inteira às expectativas otimistas de que nova tecnologia para extrair combustível fóssil norteamericano pode fazer com que os EUA se torne energeticamente independente, mantendo portanto sua hegemonia por um século. Não há menção ao tipo de mundo que os EUA comandará nesse acontecimento feliz, mas não por falta de evidência.
Quase ao mesmo tempo, a Agência Internacional de Energia reportou que, com o aumento rápido das emissões de carbono dos combustíveis fósseis, o limite de uso seguro será atingido por volta de 2017, se o mundo continuar no atual curso. "A porta está fechando", disse o economista-chefe da AIE, e em muito breve "fechará de vez".
Pouco antes, o Departamento de Energia dos EUA informou que as imagens mais recentes das emissões de dióxido de carbono, com "a elevação para o maior índice já registrado", chegaram num nível mais elevado do que os piores cenários antecipados pelo Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC). Isso não é surpresa para muitos cientistas, inclusive os do programa do MIT para mudança climática, que por anos alertou que os prognósticos do IPCC eram conservadores demais.
Esses críticos das previsões do IPCC receberam virtualmente atenção pública nenhuma, ao contrário dos grupos denegadores do aquecimento global, que são apoiados pelo setor corporativo, juntamente a imensas campanhas de propaganda que tem levado os americanos para fora do espectro internacional dessas ameaças. O apoio das corporações também se traduz diretamente no poder político. A denegação é parte do catecismo que deve ser entoado pelos candidatos republicanos na ridícula campanha eleitoral em curso, e no Congresso eles são poderosos o suficiente para abortar até investigações sobre o efeito do aquecimento global, deixando de lado qualquer ação séria a respeito. Numa palavra, o declínio americano pode talvez ser interditado se abandonarmos a esperança pela sobrevivência decente, prognóstico também bastante real, dado o equilíbrio de forças no mundo.
"Perdendo" a China e o Vietnã
Deixando de lado essas coisas desagradáveis, um olhar de perto para o declínio americano mostra que a China na verdade joga um grande papel nele, tanto como o jogava há 60 anos. O declínio que agora gera tanta preocupação não é um fenômeno recente. Ele remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando os EUA tinha metade da riqueza do mundo e dispunha de níveis globais de segurança incomparáveis. Os estrategistas políticos estavam naturalmente bastante conscientes dessa enorme disparidade de poder e pretendiam mante-la assim.
O ponto de vista básico foi apresentado com admirável franqueza num grande documento de 1948. O autor era um dos arquitetos da Nova Ordem Mundial da época, o representante da equipe de Planejamento Político do Departamento de Estado dos EUA, o respeitado estadista e acadêmico George Kennan, um pacifista moderado, dentre os estrategistas. Ele observou que o objetivo político central era manter a "posição de disparidade" que separava a nossa enorme riqueza da pobreza dos outros. Para alcançar esse objetivo, advertiu, "nós deveríamos para de falar de objetivos vagos e... irreais, como direitos humanos, a elevação do padrão de vida e a democratização", e devemos "lidar com conceitos estritos de poder", não "limitados por slogans idealistas" a respeito de "altruísmo e o benefício do mundo".
Kennan estava se referindo especificamente à Ásia, mas as observações dele se generalizam, com exceções, aos participantes do atual sistema de dominação global dos EUA. Ficou bastante claro que os "slogans idealistas" deveriam ser apresentados sobretudo quando dirigidos aos outros, inclusive às classes intelectualizadas, das quais se esperava que os disseminassem.
O plano de Kennan ajudou a formular e a implementar a tomada de controle dos EUA do Hemisfério Oeste, do Extremo Leste e das regiões do ex-império britânico (incluindo os incomparáveis recursos energéticos do Oriente Médio), e o quanto foi possível da Eurásia, sobretudo seus centros comerciais e industriais. Esses não eram objetivos irreais, dada a distribuição do poder. Mas o declínio foi então definido de vez.
Em 1949, a China declarou independência, um evento conhecido no discurso do Ocidente como "a perda da China" – nos EUA, com algumas recriminações amarguradas e o conflito interpretativo a respeito de quem tinha sido o responsável por essa perda. A terminologia é reveladora. Só é possível perder o que em algum momento se teve. A assunção tácita era que os EUA tinham a China, por direito, juntamente à maior parte do resto do mundo, tanto como os estrategistas do pós-guerra pensavam.
A "perda da China" foi o primeiro grande passo do "declínio americano". Foi o que teve grandes consequências políticas. Uma delas foi a decisão imediata de apoiar o esforço francês de reconquista da sua ex-colônia da Indochina, para que esta também não fosse "perdida".
A Indochina mesma não era motivo de preocupação maior, a despeito das afirmações de suas riquezas naturais por parte do presidente Eisenhower e outros. A preocupação maior era antes com a "teoria do efeito dominó", a qual é frequentemente ridicularizada quando os dominós não caem, mas permanece um princípio regulador da política, porque é bastante racional. Para adotar a versão Henri Kissinger dele, uma localidade que cai fora do controle pode se tornar um "vírus" que irá "contagiar", induzindo outros a seguirem o mesmo caminho.
No caso do Vietnã, a preocupação era que esse vírus do desenvolvimento independente pudesse infectar a Indonésia, que de fato é rica em recursos. E isso pode levar o Japão – o "superdominó", como o proeminente historiador da Ásia John Dower chamava – a "acomodar" uma Ásia independente como seu centro tecnológico e industrial num sistema que escaparia do alcance do poder dos EUA. Isso significaria, com efeito, que o EUA tinha perdido a fase Pacífico da Segunda Guerra, na qual lutou para tentar impedir que o Japão estabelecesse uma Nova Ordem na Ásia.
O modo de lidar com um problema desse é claro: destruir o vírus e "inocular" aqueles que podem ser infectados. No caso do Vietnã, a escolha racional era destruir qualquer esperança de desenvolvimento independente bem sucedido e impor ditaduras brutais nos arredores. Essas tarefas foram levadas a cabo com sucesso – embora a história tenha sua própria astúcia, e algo similar ao que foi temido desde então tenha se desenvolvido no Leste da Ásia, a maior parte para consternação de Washington.
A vitória mais importante das guerras da Indochina deu-se em 1965, quando um golpe de estado militar, com o apoio dos EUA, liderado pelo general Suharto significou crimes massivos comparados pela CIA aos de Hitler, Stalin e Mao. A "assombrosa matança massiva", como descreveu o New York Times, foi acuradamente reportada nos meios dominantes, e com euforia desenfreada.
Foi um "brilho de luz na Ásia", como observou o comentarista liberal James Reston, no Times. O golpe encerrou as ameaças à demoracia ao demolir o partido político de massas, dos pobres, estabelecendo uma ditadura que registrou as piores violações aos direitos humanos no mundo, e deixou as riquezas do país abertas aos investidores ocidentais. Poucos questionaram que depois de tantos horrores, inclusive a quase genocida invasão do Timor Leste, Suharto ter sido bem recebido pela administração Clinton, em 1995, como "nosso tipo de cara".
Anos após os grandes eventos de 1965, o Conselheiro para Assuntos de Segurança Nacional de Kennedy e Johnson, McGeorge Bundy refleteria que teria sido sensato acabar com a guerra do Vietnã a tempo, com o "vírus" virtualmente destruído e, o principal, o dominó solidamente no lugar, no esteio de outras ditaduras apoiadas pelos EUA pela região.
Procedimentos similares são rotineiramente seguidos em outros lugares. Kisssinger estava se referindo especificamente à ameaça da democracia socialista no Chile. Essa ameaça acabou em outra data esquecida, que os latino-americanos chamam de "O Primeiro 11 de Setembro", que em violência e efeitos nefastos excedeu em muito o 11 de Setembro comemorado no Ocidente. Uma ditadura viciosa foi imposta ao Chile, como uma parte da praga de repressão brutal que se espalhou pela América Latina, chegando até a América Central, nos anos Reagan.
Esse vírus tem gerado preocupações profundas aqui e ali, inclusive no Oriente Médio, onde a ameaça de um nacionalismo secular tem consternado os estrategistas britânicos e estadunidenses, induzindo-os a apoiar o fundamentalismo islâmico a opor-se a isso.
A concentração da riqueza e o declínio americano
Mesmo com essas vitórias, o declínio americano continuou. Por volta de 1970, a parte da riqueza do mundo dos EUA saltou para 25%, basicamente onde está hoje, concentração ainda colossal, mas bastante inferior àquela de fins da Segunda Guerra. Nessa época, o mundo industrial era "tripolar": a base norte americana, dos EUA, a europeia, da Alemanha, e a do Leste da Ásia, já a região industrial mais dinâmica, naquele tempo com base no Japão, mas hoje incluindo as ex-colônias japonesas de Taiwan e o Sul da Coreia, e mais recentemente a China.
Nesse período o declínio americano entrou numa nova fase: a do declínio autoinfligido. Desde os anos 70 tem havido mudanças significativas na economia dos EUA, à medida que estrategistas, estatais e do setor privado, passaram a conduzi-la para a financeirização e à exportação de plantas industriais, levada a cabo em parte pelo declínio da taxa de lucro na indústria doméstica. Essas decisões deram início ao círculo vicioso no qual a riqueza se tornou altamente concentrada (dramaticamente nos 0,1% da população), levou à concentração de poder político, e então a uma legislação que o levou adiante, no que concerne à tributação e outras políticas fiscais, à desregulação, às mudança nas regras da administração corporativa - o que permitiu imensos ganhos para os executivos - e por aí vai.
Enquanto isso, para a maioria, os salários reais foram majoritariamente estagnados e ao povo só restou aumentar a carga de trabalho (muito além da europeia), a dívida insustentável e as repetidas bolhas, desde os anos Reagan; criando riquezas de papel que desapareceram inevitavelmente quando a bolha estourou (e os perpretadores foram resgatados pelos contribuintes). Em paralelo a isso, o sistema político foi cada vez mais fragmentado, enquanto ambos os partidos mergulharam cada vez mais nos bolsos das corporações, com a escalada do custo das eleições (os republicanos ao nível do absurdo e os democratas – agora majoritariamente os "ex-republicanos moderados" – não ficaram muito atrás).
Um estudo recente do Instituto de Política Econômica, que tem sido a maior fonte de dados respeitáveis sobre o desenvolvimento, intitula-se Failure by Design [no contexto, algo como Fracasso por Ecomenda]. A frase "by design" é acurada. Outras escolhas eram certamente possíveis. E como mostra o estudo, o "fracasso" tem um corte de classe. Não há fracasso para os "designers". Longe disso. Antes, as políticas fracassaram para a imensa maioria, os 99% na imagem dos movimentos Occupy – e para o país, que tem declinado e irá continuar a fazê-lo, sob essas políticas.
Um fator que o explica é a transferência das plantas industriais. Como ilustra o exemplo do painel solar, mencionado acima, a industrialização tem a capacidade de promover as bases e o estímulo para a inovação, levando a estágios mais avançados de sofisticação na produção, no design e na invenção. Isso, também, está sendo terceirizado, o que não é um problema para os "mandarins do dinheiro", que cada vez mais mandam na política, mas é um sério problema para o povo trabalhador e as classes médias, e um desastre real para os mais oprimidos, os afroamericanos, que nunca escaparam do legado da escravidão e de sua mais feia consequência, cuja magra riqueza desapareceu virtualmente depois do colapso da bolha imobiliária, em 2008, originando a mais recente crise financeira, a pior até agora.
Noam Chomsky é professor emérito do Departamento de Linguística e Filosofia do MIT. É o maior linguista do mundo e um dos mais, senão o mais rigoroso e consequente anarquista vivo.
Tradução: Katarina Peixoto
No Carta Maior

Posted: 18 Feb 2012 11:19 AM PST
Posted: 18 Feb 2012 11:15 AM PST
Fernado Porfírio _247 - Lá vem o contra-ataque. A advogada Verônica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois, estão costurando a reação ao jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor do livro "A Privataria Tucana". Amaury acusa a filha do tucano José Serra, ex-governador de São Paulo, de se beneficiar de esquemas durante a privatização do setor de telecomunicações no Brasil.
Esta semana, Verônica e o marido se reuniram com um destacado advogado paulista, especialista na área de imprensa, para discutir detalhes da ação judicial que será movida contra o jornalista. O processo deverá ser distribuído a uma das varas cíveis centrais da capital, que funcionam no fórum João Mendes, bem no coração de São Paulo.

Ainda não está confirmado o valor que a advogada vai pedir como indenização por dano moral. Verônica Serra entende que sua honra foi abalada com as revelações feitas no livro.
"Posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça", havia escrito a filha do ex-governador José Serra em nota publicada no site veronicaserra.com.br. "Resta-me confiar na Polícia e na Justiça do meu país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes", completa.
O livro é resultado de 12 anos de investigação jornalística sobre a chamada "Era das Privatizações", ocorrida no governo FHC, sob o comando do então ministro do Planejamento José Serra.
Amaury Jr. sustenta no livro que amigos e parentes de Serra criaram empresas em paraísos fiscais e as usaram para movimentar milhões de dólares entre 1993 e 2003. O jornalista afirma ainda que Verônica Serra foi sócia de Verônica Dantas na empresa Decidir, que atuava na prestação de serviços financeiros na internet. Verônica Dantas é irmã do banqueiro Daniel Dantas, que controlou a antiga Brasil Telecom até o início de 2005,
Verônica é o ponto frágil das pretensões políticas de José Serra. Ex-funcionária da Editora Abril, na revista Exame, como assistente da área comercial, sua vida começou a mudar quando ela ganhou uma bolsa na Universidade de Harvard, paga pelos donos da Ambev.
Em Harvard ela conheceu o futuro marido, Alexandre Bourgeois. Na era da internet, Verônica também abriu a empresa Decidir.com, de leilões eletrônicos, que recebeu R$ 10 milhões em investimentos da empresa JVN. Seus negócios, no entanto, jamais prosperaram. Ela e o marido, no entanto, se tornaram prósperos administradores de um fundo de investimentos sediado em Trancoso, na Bahia.
O livro também relata que o marido de Verônica Serra usou uma empresa chamada IConexa para injetar R$ 7 milhões na filial da mesma firma no Brasil.
Relembre nota escrita por Verõnica Serra dias depois do lançamento do livro:
Nos últimos dias, têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 — ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez — e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E, agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais são os fatos?
- Nunca estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos.
- Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
- Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
- Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração.
Faço uma breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como conseqüência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa "ponto.com", provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
6. Em conseqüência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu Conselho de Administração (ou, na língua inglesa, "Board of Directors"), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) – administrado, no âmbito da América Latina, desde Nova Iorque – liderou a operação.
8. Como o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.
9. Nessa época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11. Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires.
12. Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo, da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que "Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma."
13. Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 – cinco anos após minha saída da empresa – são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são citados.
14. Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação.
Encerro destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça. Resta-me confiar na Polícia e na Justiça do meu país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes.
Posted: 18 Feb 2012 11:05 AM PST

Adolf Hitler (foto: Gety Images)
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Estimados leitores, não é todo dia que a gente tem o privilégio de ver uma mente como a do deputado Anthony Garotinho em funcionamento, talvez devido à baixa frequência com que esse fenômeno ocorre, quem sabe.
Agora, por exemplo, nosso bravo deputado, vem dizer em alto e mau tom que nossa presidente pode ser comparada a Hitler. Dilma Rousseff? Hitler?
Segundo o deputado, assim como Dilma é popular, Hitler também o foi. O que eu imagino, a favor do deputado, é que com os eventuais neurônios atordoados por citações bíblicas nas vinte horas por dia que ele se dedica aos seus afazeres de evangélico, ele não faça ideia do que esteja dizendo. E, com a intenção de contribuir para com a formação, digamos, intelectual, do deputado, vamos tentar explicar a ele por que, se se pode comparar Hitler com alguma coisa, isso jamais seria possível ser feito com relação à nossa presidente.
Por exemplo, deputado, Dilma é uma mulher humanista, democrata, e culta. Ela seguramente é uma pessoa de convicções, mas soube trocar as que talvez tivesse aos 19 anos por teses mais de acordo com as ideias libertárias que foram se impondo ao longo do século 20. Hitler nunca mudou, nunca evoluiu, nunca deixou de acreditar no que acreditava, por mais insano e insensato que fosse - no que se parece sabe com quem, deputado?
A popularidade de Dilma e de Hitler vêm de origens absolutamente distintas e inversas. A origem da popularidade de Hitler não pode ser comparada com a de Dilma, mas pode sim ser comparada sabe com qual tipo de popularidade, estimado deputado Garotinho? Ora, com a sua, vejam só!
Hitler se tornou popular por oferecer promessas irrealizáveis a pessoas desesperadas. Ele também se tornou popular por propor a repressão a minorias indefesas. Não eram apenas os judeus, estimado deputado, mas os ciganos, por exemplo. Por quê? Quem entende a mente de um Hitler, caro deputado? Eu, por exemplo, não entendo. Assim como não entendo o ódio dele pelos homossexuais. Aliás, isso o senhor deve entender muito melhor do que eu, não é mesmo? Isso o faz popular junto aos públicos tomados pela ignorância e pelas trevas, casualmente o mesmo público que Hitler adorava. Viu que coincidência?
Hitler era um populista e prometia simplicidades. Soa familiar?
O senhor se diz cristão. Ora, veja que maravilha! Hitler também! Mas, e aqui vai a opinião singela deste colunista que definitivamente não é cristão: nem Hitler, nem o senhor me parecem minimamente parecidos com o que Cristo, o próprio, dizia que esperava dos cristãos. Ele esperava amor ao próximo, caridade, tolerância para com os diferentes, a busca incessante por justiça.
Quem lutou por justiça, foi presa e barbaramente torturada foi a Dilma, não foi? Que nunca usou isso para nada, nem a seu favor nem contra ninguém. Me parece muito digno, e talvez por isso ela seja popular, quem sabe?
Já o senhor, na relação com a justiça, pelo menos a federal, foi condenado por formação de quadrilha, não foi? Quem se aproxima mais dos ideais cristãos?
Cristo apoiaria gente que se torna popular promovendo a intolerância e a perseguição a inocentes? Pois eu, no meu não-cristianismo, acho que não.
Quem se tornou e busca a popularidade por esses métodos, caro deputado? A Dilma é que não. Ela nos impressiona talvez pelo jeito sério com que conduz a sua vida e a sua presidência. Todos temos nossos medos em relação às intenções dos políticos, mas creio que acreditamos na sinceridade dela, mesmo os que não concordam com as suas teses. Ela pode não ser de muitas palavras, mas lembra como ela beijou a bandeira do Brasil durante a sua posse? Nem eu, nem ninguém esperávamos por aquele gesto, talvez porque nós, brasileiros, e com bons motivos, suspeitamos de demonstrações exageradas de patriotismo. Mas ela estava nos dizendo a que tinha vindo e o que fazia ali, o que a movia. E enquanto não acreditamos em um só fio de cabelo seu, nobre deputado, acreditamos nela. Por isso ela é popular junto a todos, e o senhor, bom...
Já Hitler se tornou popular por ser um monstro e cativar os monstros que vivem nas sociedades. Ele foi popular por explicar que todos os problemas eram causados pelos judeus, pelos ciganos, pelos eslavos, pelos homossexuais. Tão simples! O senhor nos diz que os problemas são causados pela falta de valores cristãos na sociedade, que basta eliminar os ímpios e pfffui, estaremos bem. Claro que, diferentemente dele, o senhor não quer eliminar ninguém pra valer, basta que eles sumam da vida pública e social e pronto, a paz reinará.
O nazismo era horrível porque se acreditava resultado de uma vontade praticamente divina, à qual todos deveriam se render, caro deputado. Nisso, o nazismo encontra similares sabe onde? Nas teocracias, onde o senhor se sentiria tão à vontade, desde que fosse a sua. Olhem o Irã, a Arábia Saudita, o Paquistão. Igual a eles. Uma teocracia evangélica, deusnoslivre, seria algo muito parecido e feliz, não? Não foi no seu governo que se propôs que o estado passasse a pagar pela recuperação de gays?
Hitler era um dinossauro, carnívoro. Não foi durante o seu governo do pobre estado do Rio de Janeiro que quiseram ensinar nas escolas públicas o estúpido criacionismo, no qual o senhor deve acreditar? Que diz que dinossauros, nós, todos vivemos juntos, livres e felizes há menos de 6 mil anos, mesmo que isso seja tão maluco que ninguém sério possa levar a sério?
Nas escolas do Hitler se ensinava que os judeus não eram gente como a gente. O senhor se opõe a que as nossas escolas ensinem que todos somos igualmente gente. Qual a diferença? Explique aí.
Senhor deputado Garotinho, foi um prazer vê-lo tão bem disposto e fazendo tais declarações que mostram, mais do que tudo, que o senhor fica muito melhor quando fala somente do que entende. O que talvez demonstre, se não mais muita coisa, o quanto ficar calado lhe faz bem.
Posted: 18 Feb 2012 11:01 AM PST




O amigo Apio Gomes, de cujo olhar atento nada escapa, recolheu esta preciosidade aí ao lado na coluna "Há 50 anos" de O Globo.
Como se diz no recorte, a Companhia Telefonica Nacional, controlada pela americana IT&T – International Telephon and Telegraph – tinha o contrato de concessão vencido e exigia um novo prazo e  subsídios para investir na rede de comunicações gaúchas.
Ao contrário do que muitos pensam, a encampação não foi um ato de força de Leonel Brizola. Ele tentou um acordo, com a criação de uma empresa de economia mista, dividida em 25% para o Estado do Rio Grande do Sul, 25% por cento para a IT&T e 50% para os usuários – a linha telefonica dava ações da empresa, para quem se recorda.  A ITT não aceitou.
Foi nomeada, então, uma comissão arbitral, para apurar o valor da empresa. A ITT indicou um e Brizola indicou outro avaliador, o professor Luis Leuseigneur de Faria, diretor da Faculdade de Engenharia da UFRGS e seu adversário político. A IT&T recusou-se a aceitar o laudo arbitral e exigiu nova avaliação.
Só  então Brizola ajuizou uma ação judicial, desapropriando a empresa pelo valor arbitrado, do qual se descontou o valor dos investimentos do Estado na rede telefônica e as remessas de lucro obtidas fora do período da concessão. E foi naquele fevereiro de 1962 que, imitido na posse da empresa, o Governo gaúcho assumiu o controle do que seria a CRT, hoje.
Apesar de negociada e judicialmente amparada, a atitude de Brizola soou, para a direita, como um ato "revolucionário". Já marcado pela desapropriação da elétrica Bond and Share, dois anos antes, Brizola foi transformado por isso, num perigoso "Fidel Castro" brasileiro, como se vê nos trechos do The Washington Post publicados no Jornal do Brasil de 27 de fevereiro daquele 1962, que recolho da dissertação do professor César Rolim.

E a IT&T, que não era "suversiva" ajudou a financiar os golpes que deporiam os governos eleitos do Brasil, em 64, e do Chile, em 19743, claro.
O processo de modernização da telefonia brasileira, iniciado por JK com a nacionalização parcial da Companhia Telefônica Brasileira, recebia ali um imenso impulso e seria um brizolista, o Coronel Dagoberto Rodrigues, que criaria as bases para a criação da Embratel.
Hoje, sem ela, e com a Telebras neste "será-que-vai-será-que-não vai", o Brasil está desprovido de qualquer controle público sobre a atividade de telecomunicações, uma das mais importantes numa economia cada vez mais dependente dela.
Não, não está, porque temos a Anatel?
Bem, é carnaval, realmente é tempo de brincar.


Do Blog TIJOLAÇO.COM
Posted: 18 Feb 2012 10:56 AM PST


 


O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana, extraído do JB online:




Coisas da Política

A Espanha e o princípio da reciprocidade

Mauro Santayana

Se, conforme o personagem de Guimarães Rosa, cada um de nós tem os seus seis meses, com as sociedades nacionais ocorre a mesma coisa. Em tempos recentes, e as causas são conhecidas, o Brasil passou por momentos amargos, e centenas de milhares de brasileiros se dispersaram pelo mundo – do Japão à Irlanda, de Portugal ao Canadá. Era a diáspora econômica, depois da diáspora política dos anos de chumbo.

Uma onda de xenofobia nos atingiu, principalmente na Península Ibérica. Em Portugal, país de que jamais poderíamos esperar uma atitude dessas, fomos rechaçados como leprosos morais. Foi necessária uma combinação diplomática hábil, entre firmeza e paciência, conduzida, nos momentos mais agudos, pelo Embaixador José Aparecido de Oliveira, que contou com as personalidades políticas mais responsáveis daquele país – entre elas e, em primeiro lugar, Mário Soares – a fim de que o repúdio aos brasileiros se amenizasse.

Dos espanhóis, a quem não nos ligavam os mesmos sentimentos afetivos, recebemos tratamento igual, mas que não nos doeu, naquele momento, tanto quanto o daqueles de quem herdamos a língua e a nossa forma de sentir o mundo.

Na época, muitos brasileiros lembraram, menos como cobrança histórica, mas com perplexidade, da acolhida que o nosso país sempre  deu aos europeus, nas épocas de crise, principalmente aos portugueses, mesmo tendo sofrido, como havíamos sofrido, a brutalidade do colonialismo. Em toda a Europa, a situação foi semelhante. Registremos, com justiça, que – mesmo com o rigor de suas leis a respeito do assunto – nos Estados Unidos, no Japão, e no Canadá, os brasileiros não foram vistos com o mesmo desprezo que sofríamos na Europa.

Os ventos históricos movem as nossas velas, neste momento. As circunstâncias internas e externas, aproveitadas com inteligência pelo governo e pela sociedade brasileira, nos permitiram, até agora, fazer frente à crise internacional, e assegurar relativo crescimento ao país. Os que têm bom senso se esquivam de considerar essa situação como adquirida para sempre.  Também contraria a nossa índole transformar os  êxitos atuais em manifestações grosseiras de desforra. As lições da História não podem ser desprezadas.

Todos os povos são iguais. O sentimento de patriotismo é positivo, mas  não pode ser exercido na xenofobia, no chauvinismo, no preconceito étnico. A nossa diplomacia sempre tratou com cautela o problema dos brasileiros no Exterior. Por um lado, em alguns governos, como os de Fernando Collor e Fernando Henrique, fomos conduzidos pelo complexo de inferioridade, e tentávamos entrar no convívio dos países maiores – como fazem os servidores contratados para as festas – pelas portas dos fundos.

Pelo outro, temíamos, ao tratar de tema tão delicado, que o nosso endurecimento pudesse provocar situações ainda mais difíceis aos nossos compatriotas no exterior. Depois que o Tratado de Schengen foi alterado pelos acordos de Lisboa, de 2007, a situação dos chamados extracomunitários na Europa se tornou ainda mais dramática. A Espanha, Portugal e a Itália exacerbaram o controle da entrada, em suas fronteiras, dos visitantes latino-americanos em geral – e dos brasileiros, em particular. E, convém registrar: o Aeroporto de Barajas, em Madri, destacou-se na brutalidade em reter os turistas brasileiros em suas instalações, principalmente os mais jovens, antes de devolvê-los, sob o látego da humilhação. Muitos eram algemados, e assim mantidos nas dependências policiais, sem comer, nem beber. Ao mesmo jejum eram submetidas as crianças retidas.

Em 2007, mais de 3.000 brasileiros já haviam sido repatriados dos aeroportos espanhóis, com um prejuízo, só em passagens, de mais de 6 milhões de dólares. Em 2008, foram 2.196. Em 2009, 1.714. Em setembro de 2010, ocorreu a segunda Reunião Consular de Alto Nível entre os dois países, mas nada mudou. Naquele ano foram expulsos mais 1.695 brasileiros.

O governo atual, que procura solucionar problemas antigos, entre eles, os da corrupção no Estado, decidiu reexaminar a questão. O Itamaraty vinha tentando, com a paciência tradicional da Casa, resolver o problema com as autoridades espanholas, sem qualquer êxito. Reuniões se fizeram em Madri e foram feitas promessas, nunca cumpridas.


Diante de tudo isso, a Chancelaria decidiu exercer, na defesa de nossos compatriotas, o direito e o dever da reciprocidade. A partir de dois de abril, os espanhóis que vierem ao Brasil deverão cumprir as mesmas exigências que as autoridades espanholas exigem dos visitantes brasileiros. Nenhuma a mais, nenhuma a menos.

Em conseqüência, um movimento de ódio, insuflado pela extrema-direita espanhola, ocupou a internet, com insultos chulos contra o povo brasileiro. Voltaram aos estereótipos: todo jovem brasileiro que chega a Madri é um travesti; toda jovem, uma prostituta. Travestis e prostitutas existem em todas as sociedades, e se essas pessoas mudam de país é porque encontram em seu destino mercado para as suas atividades. E há mais: as organizações internacionais humanitárias denunciam essa mobilização como tráfico internacional da escravidão branca. Moças e rapazes são seduzidos com falsos contratos de trabalho, ou sob enganosas promessas de casamento, para serem submetidos ao cárcere privado, em prostíbulos.

Em princípio, qualquer estado soberano  tem o direito de fechar suas fronteiras a qualquer estrangeiro, negando-lhe a entrada, sem  explicar sua atitude. Mas é da boa norma, nas relações internacionais, que trate com dignidade o recusado, favorecendo seu contato com as autoridades consulares de seu país, se as houver, e de prestar-lhe a assistência recomendada nas circunstâncias, como alimentá-lo e dar-lhe alojamento decente, enquanto durar a custódia. Não era o que ocorria aos brasileiros em Madri.

Temos sido muito complacentes – em nome dos interesses dos negócios do turismo – com os estrangeiros. Em certo momento, e já no governo Lula, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, propôs que revogássemos, unilateralmente, a exigência de vistos de turismo para os cidadãos norte-americanos. Felizmente, prevaleceu, na ocasião, o bom senso e a ponderação do Itamaraty de que não devíamos fazê-lo. Agora, o mesmo complexo de inferioridade se manifesta. Em  programa de televisão, certa senhora de São Paulo, apresentada como analista de não sabemos bem o quê, criticou a posição brasileira. Somos humilhados e ofendidos pelos espanhóis e devemos, conforme essa senhora,  tratá-los com o pão, o sal e as flores da velha hospitalidade.  Não só devemos oferecer a outra face aos que nos estapeiam, mas, também,  beijar as mãos agressoras.

Vamos receber, com o devido respeito, a partir do segundo dia de abril,  todos os espanhóis que chegarem às nossas fronteiras, marítimas, aéreas e terrestres, munidos da mesma documentação que nos exigem em seu país, e submetê-los aos mesmos trâmites imigratórios, mas sem nenhum arranhão aos direitos humanos.

O povo de Cervantes e de Picasso, de Goya e de Lorca, é muito maior do que a facção dos Torquemadas e Francos, e merece o nosso respeito. Mas, até mesmo para que dêem valor à nossa acolhida, os espanhóis honrados sabem que devem cumprir as mesmas normas que cumprimos quando visitamos o seu país. Não merece respeito o povo que não respeita os outros povos, nem lhes exige, em troca, o mesmo comportamento.



Franco saúda os brasileiros no aeroporto de Barajas




Também do Blog CONVERSA AFIADA.
Posted: 18 Feb 2012 10:35 AM PST







A foto é do amigo navegante Plínio:

Da série imagens emblemáticas!

Imagem colhida na Livraria da Travessa – Rio

Plínio Silveira Lima

Porto Alegre



Imagine, Plínio, se a pilha ao lado fosse

a do livro do Ali Kamel, aquele clássico 
da ficção, "Não somos racistas"…
Navalha





 Paulo Henrique Amorim

Do Blog CONVERSA AFIADA.

Posted: 18 Feb 2012 07:47 AM PST

Marchinha de autoria do compositor mineiro Flávio Henrique.
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Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution


Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 18 Feb 2012 07:44 AM PST

Como sempre, Mauricio Dias, na Carta Capital faz análise aguda do triste fim de Padim Pade Cerra.


Aos pontos principais:


Vai que é tua, Aécio, diz o titulo, que diz tudo.


Cerra tem a frieza de um frade de pedra.


Acuado, sem saída, não se renderia, porém, pacificamente, à derrota.


Mas, esse retorno à disputa eleitoral, pela Prefeitura de São Paulo, terá um preço.


O preço é: ele desistiu de ser candidato a Presidente em 2014 (que pena ! – PHA).


E com um gosto amargo na boca, diz "vai que é tua, Aécio !".


Por que Cerra daria essa oportunidade ao adversário ?, se pergunta Maurcio.


Porque ele não tinha saída.


Ele não poderia ficar parado (na mansão que a filha lhe deu de presenta, à espera de uma deterioração do Governo Dilma, ou do Sistema Solar, como prevê a Urubóloga – PHA).


Cerra teve que abrir mão do principal e se contentaar com o papel de coadjuvante, diz Mauricio.


Se ele trouxer o Kassab de volta, não adianta muito.


Porque, segundo o Ibope, Cerra e Kassab compartilham de ampla rejeição no eleitorado paulistano.


O impasse de Cerra é, segundo Dias: se for eleito prefeito, ganha uma sobrevida.


Se perder, encerra a carreira como deputado federal.


Não deixe de ler do também imperdível Fernando Brito, no Tijolaço, o artigo "Serra tem a unidade do ódio ".


Navalha
Pois é, amigo navegante, foi assim que acabou a persistente carreira de um político paulista que, não fosse o PiG (*), não passaria de Pinheirinho, na Via Dutra.


O "mais consistente", segundo a Eliane Catanhêde, especialista em AR.


Ou a "elite da elite", segundo o detrito de maré baixa, a revista Veja, especialista em SOM: foi ela quem criou o grampo sem áudio, que persegue o Corrêa, que foi eliminado da Copa, na companha do Mr Teixeira did you accept the bribe


Só tem um detalhe.


A candidatura do Cerra foi, primeiro, detonada pelo Farol de Alexandria, pois nem ele aguentava mais o Cerra.


E por que o Farol detonou o Cerra ?


Por causa da Privataria


Porque o Farol percebeu que no livro do Amaury – que tem uma pilha muito menor que a dele numa das maiores livrarias do Rio  que o clã Cerra, com as ações de Privataria, ia manchar a (curta) biografia dele.


Cique aqui para ler "Luciana Santos, lider do PC do B, diz que quer a CPI da Privataria. Logo, quem não quer é o PT "


Paulo Henrique Amorim


(*) PIG Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.



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Posted: 18 Feb 2012 07:40 AM PST







Os amigos navegantes Marcelinho e Fabiana foram de Salvador a Recife, para assistir ao carnaval de Olinda.


O que prova que Lucia Hipólito e Caetano Velloso tem razão: "aquilo" existe, o Circuito Barra-Olinda !


Marcelinho e Fabiana ficaram impressionados com a quantidade e a magnitude das obras que viram em oito horas na estrada.


Na estrada e à beira da estrada.


Aquilo – ou seja, a estrada que corta o Brasil de Norte a Sul, a BR 101 – aquilo ali vai ser é massa !


E não esquecer que a Ferrovia Norte-Sul é paralela à BR 101.


E as Ferrovias Transnordestina (do Piaui a Fortaleza, em Pecém, e a Recife, em Suape) e a Oeste-Leste (que deveria chamar-se Ferrovia da Gabriela, pois termina no Bar Vesúvio, em Ilhéus, vinda de Caitité, no Oeste da Bahia) essas cortam o Nordeste na horizontal.


Nem se deve esquecer da transposição das águas do São Francisco, já que, infelizmente, o PiG (*) de São Paulo não conseguiu interromper.
- Aquilo ali vai ser massa, não é isso, Marcelinho e Fabiana ?


O que fez o ansioso blogueiro telefonar ao Profeta.


Não o Barradas, que quase levou o Padre Antonio Vieira à forca da Inquisição.


O Profeta, aqui é o Tirésias, que se recolheu aos morros de Minas, para reler sermões do Vieira, na primorosa edição de Alfredo Bosi, na Companhia das Letras.
(O Inquisidor-Mor, como se sabe, deve ser candidato – derrotado – a prefeito de São Paulo, segundo a imperdível análise de Mauricio Dias.)


- Profeta, a Fabiana e o Marcelinho estão impressionados com as obras no Nordeste. Aquilo – não é assim, que se diz ? – aquilo vai explodir Tirésias !
- Será que avisaram ao Otavinho, pergunta o Tirésias, enigmático.
- E por que haveriam de avisar alguma coisa ao Otavinho, Tirésias ?
- Esqueça.
- O Nordeste é a China, Tirésias.
- Evite o lugar comum, meu filho.
- Desculpe, Profeta. Mas é que eu encomendei à Amazon uma biografia do Deng, escrita pelo Ezra Vigel.
- Engraçado, pensei que, no Brasil, só o Elio Gaspari tivesse acesso  à Amazon.
- Não, profeta, não é bem assim. Uns dois ou três outros brasileiros conseguem acessar a Amazon. Por acaso, sou um deles.
- Vamos ao que interessa. Agora o Marcelinho e a Fabiana , teus internautas …
- Amigos navegantes, por favor …
- Amigos navegantes … vão entender por que a Dilma não quer saber de marola.
- Não alcancei, Profeta.
- Eu sei, você é lento.
- Calma lá !
- Muito simples. O país bomba em obras. Vive um regime de pleno emprego.  Ela tem maioria confortável no Congresso.
- Mas, Profeta, se o senhor ler o PiG (*), parece que ela tem minoria.
- Meu filho, o maior risco que ela corre no Congresso é o DEM e o PSDB aderirem.
- Calma !
- Aderir na moita, meu filho. Na Diret Message do twitter. Ninguém fica sabendo.
- O Profeta está up to date …
- O perigo é ir todo mundo para o lado dela – e só deixar o Cerra – pode escrever com "C", que eu deixo …
- Aqui é sempre com "C", de Padim Pade Cerra …
- Eu sei. E deixar só o Cerra – e o Gilmar – com o pescoço de fora.
- Para o Haddad decepar.
- Veja bem, meu filho. Por que ela haveria de querer confusão ? Lei da Anistia ? Ley de Medios, CPI da Privataria. Você trocaria o Cerra na cadeia por um PAC ?
- Pôxa, Profeta, essa sua pergunta, dirigida a mim, num sábado de Carnaval, estando eu em São Paulo, considero uma descortesia…
- Meu filho, o Cerra se desfaz sozinho.
- Isso o Mauricio Dias já disse.
- Eu sei. Ele é atilado. Mas, deixa a Privataria engolir o Cerra. O Amaury já bateu o ultimo prego. Não tem volta.
- E o negócio dela é fazer o PAC.
- E os ministros já sabem disso: fez marola, deu alpiste ao PiG (*), dança.
- PiG não gosta de alpiste. É outra coisa. Deixa pra lá.
- Meu filho, quando os tucanos de São Paulo despertarem para dar um pulinho ao Nordeste, vão cair pra trás.
- Vão cair onde, caro Profeta ?
- Na cratera do Cerra !
(Risos)
Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


Tucano paulista na BR 101 cai numa certa cratera


(*) PIG Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Do Blog CONVERSA AFIADA.
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