terça-feira, 2 de julho de 2013

Via Email: SARAIVA 13: Para não esquecer: Protesto na porta da Rede Globo mobiliza o Rio nesta quarta-feira



SARAIVA 13


Para não esquecer: Protesto na porta da Rede Globo mobiliza o Rio nesta quarta-feira

Posted: 02 Jul 2013 05:00 PM PDT


APOSENTADO INVOCADO

Protesto na porta da Rede Globo mobiliza o Rio nesta quarta-feira

2/7/2013 12:23
Por Redação - do Rio de Janeiro

As ruas do Jardim Botânico, elegante bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro, estarão tomadas no final da tarde desta quarta-feira. Acostumados com os desfiles carnavalescos do Monobloco, que entopem o bairro de foliões, no carnaval, os moradores das cercanias entre a avenida principal e as transversais, até a Rua Von Martius, verão uma manifestação mais concisa. Confirmados na página Ocupe a Rede Globo, em uma rede social, mais de 2 mil manifestantes realizarão, em frente à entrada da emissora, um ato público contra a cartelização da mídia no país.

A manifestação em frente à Globo tem milhares de pessoas confirmadas na página do Facebook
A manifestação em frente à Globo tem milhares de pessoas confirmadas na página do FacebookPouco antes, coordenadores do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé irão protocolar, na portaria da Rede Globo, "o documento da Receita Federal que comprova a sonegação" de impostos da empresa, em um processo que corria em segredo de Justiça até ser vazado ao jornalista Miguel do Rosário, editor do blog O Cafezinho. Convocado pelas organizações da sociedade civil Fale-Rio, Cidadania Sim! Pig nunca mais e Barão de Itararé, o ato público também inclui a realização da Assembleia Temática Democratização da Mídia, que tratará das medidas populares a serem adotadas contra o cartel midiático liderado pela emissora fundada por Roberto Marinho, aliado de primeira hora do golpe de Estado aplicado por militares, em 1964, contra o regime democrático brasileiro.
Processo federal
A Rede Globo, ao contrário do que afirmou em nota distribuída na segunda-feira, ainda deve perto de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, segundo afirmou o jornalista Miguel do Rosário. Na matéria intitulada "Mensalão da Globo: se pagou, mostra o DARF!", Rosário afirma que a mesma fonte de onde vazaram os documentos sobre a fraude fiscal que deu origem ao processo contesta "a informação divulgada pela Globo, via UOL, de que ela quitou a dívida de R$ 615 milhões com a Receita Federal".
"A dívida é a soma do impostos mais juros e multa, resultantes de um auto de infração no qual a Receita detectou a intenção da Globo de fraudar o fisco. Em valores atualizados, chegaria perto de R$ 1 bilhão.
"Se ela pagou, então mostra o Darf, o povo quer saber' diz o garganta profunda deste humilde blogueiro. Darf, como todo bom pagador de impostos sabe, é o documento da receita onde o contribuinte registra o pagamento de uma dívida tributária.
"Se tivesse pago, o processo não estaria constando como 'em trânsito', conforme se pode verificar com uma Consulta Processual no site da Receita Federal", afirmou a fonte ao jornalista.
Leia, adiante, a íntegra da notícia
"Eu, um simples blogueiro leigo em assuntos tributários, que não trabalho na Receita, posso apenas repetir os garotos que protestam na rua e dizer à Globo: desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil: mostre o DARF.
"Eu consultei o site da Receita e, de fato, consta lá "em trânsito" no processo que investiga a fraude da Globo. O leitor mesmo pode acessar o site da Receita e checar:
Situação do processo na Receita Federal
Outra coisa, na matéria do UOL, o número do processo está errado. O número é de uma etapa anterior. O processo mais atualizado, com o assunto " representação fiscal para fins penais", é o que reproduzimos acima.
De qualquer forma, nos consideramos parcialmente satisfeitos por saber que a Globo admitiu a sua estrepolia. A Receita concluiu que houve uma gravíssima e comprovada fraude tributária e aplicou multa à empresa. O que está em aberto é se a Globo pagou ou não. A Globo diz que sim, mas minha fonte diz que não. Se pagou, diz ela, porque o processo consta ainda "em trânsito"?
Um detalhe: quem responde pela Globo, na matéria do UOL, é uma "assessoria particular". Não é a assessoria oficial da empresa, nem nenhum funcionário autorizado. "Isso está me cheirando a bucha. Jogaram um verde, pra ver se cola", diz minha fonte.
Bem, talvez a emissora esteja correndo contra o tempo, juntando as economias aqui e ali, para pagar logo o débito. Para uma família cuja fortuna é estimada em mais de R$ 20 bilhões, uma dívida de R$ 1 bilhão não é nada de outro mundo. Para o povo brasileiro, contudo, é muito dinheiro. Suficiente para dar passe livre a estudantes de todo o Brasil, por um ou dois anos.
A minha fonte pergunta: "por que, após a procuradora da receita dar um voto dela – está lá no slideshare – recomendando que o processo fosse criminalizado, o Ministério Público não entrou em campo? Por que a Globo não foi inscrita na Dívida Ativa da União? A Globo é detentora de uma concessão pública, de maneira que o MP tem obrigação constitucional de investigar minuciosamente qualquer irregularidade."
À guisa de conclusão, algumas observações importantes.
1. Mesmo que a Globo tenha pago a dívida, o que ela terá de provar mostrando o Darf, isso não a exime do crime contra o fisco. Quando um ladrão de galinha é flagrado com a galinha em sua panela, o fato de devolvê-la ao dono não lhe tira a desonra de ter roubado. A gente fica imaginando quantas vezes isso não aconteceu antes, quando sua influência junto às autoridades era ainda maior do que hoje. Sendo que sonegação fiscal é o menor crime da Globo. Seus crimes políticos são piores: mensalão dos EUA pra jogar contra o Brasil e apoiar um golpe de Estado; edição de debates em favor de Collor; tentativa de fraudar eleições no Rio de Janeiro, contra o Brizola; tentativas sucessivas de aplicar um golpe em Lula e agora em Dilma. A sonegação e o Darf são o menor problema. Vale um cartaz: não é só o Darf.
2. O Barão de Itararé, núcleo Rio de Janeiro, estará, segunda-feira, protocolando esses documentos junto ao Ministério Público, para que investigue a tentativa dos platinados de desviar dinheiro público.
3. No dia 03, quarta-feira, movimentos sociais farão uma manifestação em frente à Globo, no Jardim Botânico. Começa às 17 horas, com entrega do documento da fraude fiscal na portaria da empresa. Às 17:30, haverá assembléia popular no local, para discutir regulação da mídia; e às 18:00 começará um protesto, no mesmo local, contra o monopólio da Globo.
Postado há 5 hours ago por
 

A prostituta platinada

Posted: 02 Jul 2013 04:14 PM PDT

"Eis que a nossa Vetusta atriz passou a receber propinas mais polpudas e convites indecorosos e, rapidamente, passou a ser chamada de "a deusa platinada", a prostituta de prata que se deitava com aquele que melhor pagasse seu peso em ouro
Lula Miranda, Brasil 247

Numa das calçadas das ruas do centro da fabulosa Nenhures(*) expunha-se, de modo despudorado, aquela criatura "escultural". Era Vetusta, uma atriz amadora de teatro, de talento questionável, que ganhava alguns trocados posando como estátua-viva no centro decadente daquela cidade candente, feérica.

Vestia-se com roupas e um longo manto prateados; pintava a pele com uma tinta brilhante, também na cor prata. E ficava ali numa pose estática, por minutos que escorriam preguiçosos como se fossem horas, até que alguém colocasse uma moeda, ou, quem sabe, uma cédula de menor valor, num vaso feito de papel machê que imitava uma ânfora de prata.

Quando então, ato contínuo, mexia-se e soltava um beijo estalado estendendo as mãos em concha para entregar, com gestos delicados, um pequenino papel aos passantes onde se podiam ler singelos poemas ou mensagens "edificantes" tais como: "O amor vale mais que a prata; vale mais que o ouro".

Pois essa frase "lapidar", longe de lhe parecer um lugar comum de gosto duvidoso, serviu-lhe como suposta e inarredável crença, como um "impulso poético". O que em verdade viria se revelar uma espécie de farol maldito, uma sina, algo que viria a lhe iluminar os (des)caminhos e selar o seu destino: O amor vale mais que a prata; vale mais que o ouro.

Ah, a sedução... O valor da sedução!

Quanto vale o amor? Quando vale a verdade para além daquela sua fantasia prateada? Nunca havia lhe ocorrido fazer perguntas como essas.

Aos olhos de alguns passantes, aquela mulher ali, pintada de prata, mais parecia um fetiche, um objeto do desejo. Eis que a nossa Vetusta atriz passou a receber propinas mais polpudas e convites indecorosos e, rapidamente, passou a ser chamada de "a deusa platinada", a prostituta de prata que se deitava com aquele que melhor pagasse seu peso em ouro.

Mas ela não perdeu a pose "escultural" dos tempos de estátua ou de atriz. Tampouco deixou de se vestir com roupas "de prata" e de tingir a pele com maquiagem da mesma cor. Supunha que o fulgor da sua majestade prateada lhe daria, como sempre até então, uma aura de poder que sempre desejara.

Deitou-se com militares. Deitou-se com empresários. Deitou-se com religiosos. Deitou-se com magistrados. Deitou-se com políticos. Deitou-se com a hipocrisia.

Fulgurante, encantadora, jovial a todos seduzia e servia. Sem sequer se dar conta, perdera completamente seu propósito inicial de ser uma artista; de servir à arte.

Desencaminhara-se completamente e agora servia apenas aos interesses daquele que melhor lhe pagasse.

Assim selou-se o seu destino. Assim costurou a sua fortuna e o infortúnio de muitos.

Tal criatura ainda pode ser vista por aí, impávida, impoluta e ainda desejada por alguns incautos, respeitada e cortejada pelos poderosos de sempre, a quem sempre serviu como uma gueixa, com sua fantasia prateada, de gosto duvidoso.

Mas, já sem o "Ibope" de antanho, hoje poucos a procuram. Alguns já até lhe gritam impropérios nas ruas.

Sim, hoje, aos olhos de muitos, tornou-se apenas uma criatura caquética, grotesca e decadente, com seus risíveis espetáculos de cabaré ordinário.
Tornou-se apenas uma prostituta platinada esquecida nas ruas lúgubres e sombrias do baixo meretrício de Nenhures.

(*) Nenhures é uma cidade-país de caráter "fabuloso". Lugar inexistente criado(a) pelo autor, inspirado, possivelmente, na Macondo, fantástica aldeia de Cem Anos de Solidão.

N.A.: Qualquer semelhança com fatos ou pessoas reais terá sido mera coincidência."

É amanhã dia 03/07, ÀS 18:00H: OCUPE A REDE GLOBO. TODOS EM FRENTE A PORTA DA GLOBO!

Posted: 02 Jul 2013 03:35 PM PDT


A manifestação em frente à Globo tem milhares de pessoas confirmadas na página do Facebook

Como em 64. Sem por nem tirar.

Posted: 02 Jul 2013 03:30 PM PDT


Golpe: a gente vê por aqui. Plin Plin!

Não é o povo – no sentido mais abrangente da palavra – que está nas ruas. Quem verdadeiramente usa os serviços públicos tem mais o que fazer. Não está nas passeatas. E quem protesta, protesta de barriga cheia. Pobres, negros e trabalhadores das periferias não foram convocados. Porque são invisíveis para a elite. Sujeira social.

Além dos engolidores de manchetes panfletárias que odeiam o PT gratuitamente – no que, aliás, se resume sua "consciência política" -, há a "tropa de elite" mascarada que se infiltrou no movimento do MPL e tomou-lhe as rédeas. São aqueles mercenários que Serra ajuntou em 2010.

Não confio em mascarados. Qualquer fã do MMA, UFC e similares, pode tornar-se um autêntico Anonymous. Basta comprar a máscara, que custa R$ 9,99 no site Mercado livre e sair por aí mordendo bandeira vermelha. Intolerância, fanatismo, preconceito racial/social, homofobia – são sentimentos que contagiam fácil os distraídos de carteirinha.

Sem partido é o mesmo que sem cabeça. 50 mil aqui, 60 mil ali, 80 mil, 100 mil. O antipetismo obteve 44 milhões de votos em 2010. Hoje, algumas dezenas de milhares desses eleitores pegaram carona nas manifestações e foram para as ruas "trabalhar" o golpe.

A Globo convoca os protestos diariamente. Dá data, horário e local. Depois manda cobrir. O repórter escolhe uma família branca, bem vestida, escadinha de filhos básica. Serão os "manifestantes pacíficos que estão nas ruas". O material coletado por suas câmeras vai para a central de jornalismo golpista. Lá editam a injeção que o JN vai aplicar no telespectador. Tomam o cuidado de separar o trigo do joio – como as faixas anti-Globo e qualquer faixa que fale mal do PSDB.

A Globo pinta os manifestantes como uma espécie de juventude-68, porém higienizada, esvaziada de qualquer sentido político. Falsificação barata de quem é expert em fazer novela pra boi dormir. A juventude de 68 – ano de turbulências no mundo inteiro – tinha bandeiras autênticas. A consciência política os levou às ruas. O fim da guerra do Vietnã, a igualdade de direitos da mulher, a libertação sexual, anarquismo… Aqui, hoje, a Globo edita como quer. Seleciona imagens e "narra os fatos" direcionando toda a energia das ruas contra Dilma.

Se o governo atual fosse do PSDB, esses manifestantes seriam acusados de comunistas – já que levantam as mesmas bandeiras que a esquerda levanta há mais de um século. A começar pelo MPL. Onde já se viu passagem de graça? Vagabundo quer passear de metro o dia todo? É coisa de petista, querendo instalar o comunismo castrista no Brasil.

Para uns, ir à passeata tornou-se uma alternativa de programa familiar dominical. Para outros virou balada noturna. Quando gritam suas palavras de ordem sem contexto político algum, ficam parecendo zumbis andando em círculos. Não fazem a menor idéia de que o processo em andamento hoje é similar ao que nos levou à 21 anos de ditadura militar.

"Queremos saúde de qualidade", repetem. Mas pagam convênio médico. Nunca puseram os pés num posto de saúde. Aliás, são reféns da máfia dos planos de saúde.

"Queremos educação de qualidade". Mas estudam ou tem filhos estudando em escola particular. Não fazem idéia de como é uma sala de aula de escola pública.

"Transporte de qualidade" – mas deixaram o carro na garagem e vieram de metrô, narizes tampados, nojo de pobre.

A Globo homenageia: acordaram, estão fazendo revolução, história. Mas certamente a história lhes fará justiça. Serão lembrados como mais um rebanho conduzido pela mídia que devolveu o país à condição de vira-latas internacional. Como em 64. Sem por nem tirar.


De Recife - PE. Diógenes Afonsoàs 16:550 comentários
Do Blog TERRA BRASILIS.
 
 

Rede Globo, o povo não é bobo

Posted: 02 Jul 2013 03:25 PM PDT


Assustada com as mobilizações populares que romperam duas décadas de marasmo político e letargia social, após um momento de perplexidade e desorientação, a ordem estabelecida deu uma primeira resposta à revolta social que toma conta do Brasil. Seu ponto de vista aparece na estética e no discurso da grande mídia falada e escrita. Não por acaso, as grandes redes de televisão tornaram-se um dos alvos preferenciais da fúria popular, ao lado de outros símbolos do poder burguês e da modernidade fútil - os prédios públicos, os bancos, as concessionárias de automóveis.
Por representar o que há de mais comprometido com o capitalismo selvagem, a perspectiva da Rede Globo é emblemática de como a plutocracia enxerga as mobilizações populares que ameaçam seus privilégios seculares. As imagens da Rede Globo são quase que invariavelmente feitas a partir de duas perspectivas: do alto das coberturas dos prédios e dos helicópteros ou atrás da tropa de choque. É uma metáfora de como a burguesia lida com o conflito social: distante dos problemas da população e em oposição frontal a quem luta por direitos coletivos.
Preocupados com a possibilidade de que a revolta popular se transforme numa revolução política, a grande mídia martela dia e noite palavras de ordens que têm como objetivo neutralizar o potencial subversivo das ruas. No "fim da história", as rebeliões não podem ter causa. Daí a insistência em instrumentalizar a ira contra os partidos da ordem – PT, PSDB, PMDB, PSB, etc. – para estigmatizar todo e qualquer partido e para banir toda e qualquer bandeira política que possa dar um horizonte revolucionário à energia humana que brota de baixo para cima.
Consignas e bandeiras da contra-revolução
Bonner à frente, as consignas reacionárias são repetidas ad nauseam nos jornais, rádios e televisão. "As manifestações não podem ter partido". Na verdade, disputam desesperadamente a direção das manifestações. Na falência dos partidos convencionais, tomam para si, com o beneplácito da burguesia, o papel de verdadeiro partido da ordem. "As manifestações não podem ter bandeiras". Na verdade, enaltecem, exaltam e estetizam as bandeiras da paz (social) e da ordem e progresso (do nacionalismo chauvinista). Na falência das políticas convencionais, apelam para o moralismo e buscam desesperadamente resolver a quadratura do círculo, encontrando uma saída dentro da ordem. A manobra mal esconde o pânico com o despertar do povo para a política. Tentam desesperadamente conter a energia vulcânica que clama por mudanças radicais, transformando as manifestações em uma grande catarse nacional.
O levante popular coloca em xeque um dos nós fundamentais do padrão histórico de dominação da burguesia brasileira: a intolerância em relação à utilização do conflito social como forma legítima de conquista de direitos coletivos. Daí o esforço para estigmatizar os manifestantes que enfrentam violenta repressão. Sem distinção, todos que enfrentam a tropa de choque – manifestantes, provocadores infiltrados e simples marginais - são tachados de "vândalos" – uma minoria violenta que perturba a ordem e que se contrapõe à maioria que se manifesta pacificamente. Mal disfarçam a intenção de instigar a polícia e atiçar a classe média remediada contra a vanguarda das manifestações. Os jornais atuam de maneira orquestrada para saturar a opinião pública com imagens de destruição patrimonial – repetidas cansativamente para provocar a rejeição da população. O objetivo é criar um clima de histeria coletiva que venha, mais adiante, a justificar o massacre da revolta. Suspeitamente, não se escuta um pio sobre a ação escancarada de provocadores infiltrados, liderados por agentes dos órgãos de repressão do Estado e por grupos de extrema direita. Os pescadores de águas turvas apostam na única solução que a classe dominante brasileira conhece para tratar o conflito social: o pelourinho. Precisam ser contidos.
O partido da revolução democrática
A avassaladora mobilização da juventude contra as péssimas condições de vida da população polarizou a luta de classes entre mudança e conservação – revolução e contra-revolução. Se a esquerda não conseguir dar uma resposta ao contra-ataque das forças da reação, as mobilizações sociais podem simplesmente se exaurir sem condensar a energia política necessária para abrir novos horizontes. O desafio exige que as organizações de esquerda se unifiquem, lutem ao lado da juventude nas trincheiras avançadas do levante popular e portem a bandeira da revolução democrática – a essência do que está sendo exigido pelos manifestantes - como única alternativa à barbárie.
Plínio de Arruda Sampaio Jr.
No Justiceira de Esquerda

Bomba! Não é só o Darf!

Posted: 02 Jul 2013 02:35 PM PDT

Enviado por Miguel do Rosário


Ontem eu tomei uns chopes com um fera do jornalismo investigativo, na área de finanças. Eu comecei a explicar a ele que eu acho até engraçado a gente detonar a Globo por causa de sonegação fiscal. Acho que me senti como Eliot Ness, quando um de seus subordinados diz que a melhor maneira de pegar Al Capone é através do fisco. Caramba, tanta coisa contra essa empresa: levou mensalão dos EUA para participar do golpe de 64; tentou fraudar eleições no Rio; editou debate entre Collor e Lula; manipula diariamente informações; etc. E a gente vai pegá-la por sonegação?
A figura, experiente em tempestades políticas, olhou para mim e sorriu: "Não é apenas sonegação, Miguel. É crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, além da tentativa de enganar o fisco".
Nossa senhora! Aí deixei de me sentir um Eliot Ness tupiniquim e passei a me sentir um daqueles garotos do Movimento Passe Livre, que foram às ruas contra o aumento de 20 centavos nas tarifas de ônibus, e viram milhões vir atrás por causa de todos os problemas do Brasil.
A situação da Globo nessa história é a seguinte: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A emissora diz que pagou, mas não mostra o documento. No entanto, se mostrar o documento, ela confirma o seu crime contra o sistema financeiro. Se não mostrar, pior ainda: deixa no ar que está devendo mais de 1 bilhão de reais ao povo brasileiro; neste caso, deveria estar inscrita na Dívida Ativa da União e não receber mais recursos públicos.
Aí temos uma contradição incrível: segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais, o Brasil perde, por ano, mais de R$ 400 bilhões em sonegação. A legislação brasileira é condescentente, em alguns casos quase conivente em relação aos crimes contra a Receita. Por que, então, os protestos "populares" nunca se lembram de mencionar a "sonegação", que é um ralo bem maior de recursos públicos do que a corrupção? Pior, ainda vemos alguns coxinhas imbecis, senão mercenários, indo às ruas pedindo redução de impostos. Eu até concordaria com redução de impostos para setores estratégicos, como pesquisa, tecnologia, para os mais pobres, para setores da classe média. Mas aí teríamos que aumentar a tributação sobre os mais ricos: é assim que se faz nos países desenvolvidos.
Se queremos ver o Brasil mudar mais rápido, temos que arrecadar mais. A única maneira de aumentar a arrecadação sem aumentar os impostos é endurecendo contra a sonegação. Uma lei mais dura contra a sonegação de impostos seria muito mais eficiente, para os cofres públicos, do que uma lei mais dura contra a corrupção. Corrupto de verdade, em alta escala, não vai deixar de roubar porque a Constituição aumentou de 3 para 5 anos a penalidade. Na sua cabeça, ele nunca vai ser pego. Mas um sonegador, se for espremido, será obrigado a pagar, senão quiser fechar as portas de seu negócio.
Para uma empresa de concessão pública, como a Globo, a coisa é mais fácil: não pagou, então não recebe mais recursos públicos, e se insistir no calote, perde a concessão.
Independente dos crimes financeiros da Globo, todavia, não podemos perder de vista que o maior mal que a emissora causa ao país é ser a cabeça de um cartel midiático que trabalha dia e noite contra os interesses nacionais.
Ontem, no mesmo jantar com o grande jornalista investigativo, topamos com um grande colunista político da… grande mídia. Conversamos educadamente por um bom tempo, ele defendendo a sua empresa, nós ouvindo e discordando. Lá pelas tantas, quando se viu em apertos na questão do monopólio, ele lembrou que é difícil haver vários grandes jornais num país, e citou o New York Times. Eu rebati lembrando a Guerra do Iraque: matou mais de 1 milhão de iraquianos, e continua matando, e fez os EUA gastarem mais de 1 trilhão de dólares (dinheiro que foi para o bolso da indústria da guerra, que assim ficou mais poderosa e mais golpista), cavando o buraco onde o mundo iria submergir alguns anos depois. A guerra no Iraque aconteceu, entre outras razões, porque o New York Times chancelou a mentira do governo Bush de que Saddam tinha armas de destruição em massa. Um outro colunista da grande imprensa à mesa tentou me atacar, enquanto eu estava no banheiro, com o argumento de que eu defendia Saddam Hussein. Aí começou uma gritaria danada, entre os colunistas e os amigos que me defendiam. Quando voltei, estava instalado o caos. Achamos melhor nos despedirmos, e cada um foi para um lado.
O fato é o seguinte: em todas as grandes manifestações que vimos no país, havia muita crítica à mídia. No entanto, essa informação não chega à TV, não entra na pauta do congresso, nem no discurso da presidenta. Se há uma crise do modelo representativo, há uma crise muito maior do modelo midiático. As empresas de mídia, ainda mais em países em fase de consolidação democrática, caso do Brasil, tem características alarmantes: concentração em poucos proprietários; um poder enorme para desestabilizar governos; acobertam a corrupção de seus aliados; têm uma disposição ideológica profundamente anti-trabalhista, anti-nacional e anti-popular. E agora ficamos sabendo de uma outra face da mídia tupi: sonega impostos, comete crimes contra o sistema financeiro, lava dinheiro em paraísos fiscais.
Vivemos numa democracia aberta onde a liberdade de imprensa é um valor quase absoluto. Queremos continuar assim. Mas democracia também em implica em respeitar o poder soberano do povo de se autogovernar e fazer leis que o beneficiem. Então voltamos mais uma vez à necessidade de democratizarmos a mídia brasileira, através de uma lei moderna, que nos torne menos dependentes dos caprichos de meia dúzia de herdeiros da ditadura.
Repetindo: não é só o Darf. Não é só a sonegação. Queremos que o governo pare de injetar recursos públicos na conta dos bilionários da Globo. A Globo é concessão pública. Tem que botar os anúncios públicos de graça. O dinheiro que o Estado brasileiro gasta com a Globo deveria ir para a educação, para ensinar nossos jovens a pensarem com suas próprias cabeças, a não se tornarem massa de manobra dos golpistas da grande imprensa. Se o governo do PT quiser sobreviver ao "gigante", terá que ouvir sua voz, que tem gritado forte nas ruas: "a verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura!"
PS: A Globo afirma em nota, agora oficial, que pagou a Receita, mas não mostra o Darf, e ainda deixa um rabo do lado de fora, ao mencionar dívidas "discutidas" no Conselho do Contribuinte…

A estratégia da Globo em Brasília

Posted: 02 Jul 2013 02:33 PM PDT




Enviado por luisnassif Da Revista Teletime
ENTREVISTA
Variável Globo
O maior grupo de comunicação brasileiro é sempre uma força decisiva (a favor ou contra) quando o assunto são políticas de comunicações discutidas em Brasília. Raramente, contudo, a Globo se posiciona sobre sua visão estratégica nas questões que envolvem as políticas setoriais. Nessa entrevista, o vice-presidente de relações institucionais das Organizações Globo, Paulo Tonet Camargo, abre o jogo e comenta sobre as principais preocupações que hoje balizam a estratégia do grupo em Brasília.
Samuel Possebon
samuca@convergecom.com.br
TELETIME  Recentemente você declarou no Congresso que não existe um problema de concentração no mercado de comunicação. Isso vale tanto para a quantidade quanto para a qualidade dos grupos?
PAULO TONET CAMARGO       O que eu disse no Congresso é que o sistema de comunicação social no Brasil é democrático, porque o fundamento legal é a Constituição, que foi produto de um amplo debate democrático. No mundo real brasileiro, a Anatel recentemente identificou 14 redes de TV aberta que ela classifica de caráter nacional. Na prática há cinco. Há outros em grandes centros, que trazem pluralidades de conteúdos locais. A questão é: como se remunera a TV aberta? Com o bolo publicitário, que em geral fica em torno de 1% do PIB. Nesse 1% tem que caber toda a comunicação social, não só a TV, e evidentemente não tem espaço para todo o mundo. Nos EUA não há cinco empresas de âmbito nacional no mercado de TV. Aqui tem SBT, Record, Bandeirantes, Globo e Rede TV! E tem gente que acha pouco. Quanto mais players nacionais, menor será a possibilidade efetiva de concorrência. Existe um teto que é 1% do PIB. O Brasil é uma economia de mercado. Não adianta querer olhar o mercado sob uma ótica ideológica que não seja a do mercado. Por isso o debate sobre uma nova e eventual regulamentação fica emparedado. Não é porque as empresas não querem discutir, mas porque o debate está colocado de forma ideológica, quando deveria se colocar pela lógica do mercado.
A discussão sobre um novo marco deveria, então, ser focada no mercado?
Os fundamentos da discussão têm que ser esses. Mas a coisa sempre se coloca na forma de intervenção do Estado no mercado, quando a Constituição já diz que não pode ser assim.
O grupo Globo vê a necessidade de discutir um marco regulatório?
Existe um mito de que a legislação de comunicação é obsoleta, é de 1962... Isso tem sido repetido a toda hora. Não é verdade. Depois de 1962, sem falar no último regulamento de radiodifusão, que foi revisto em2012, aregulamentação tem sido mexida seguidamente. Houve uma grande modificação em 1967, colocando restrições à propriedade dos meios. Tivemos a Constituição em 1988. Tivemos o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa do Consumidor, que mudaram sensivelmente a forma como a TV precisa trabalhar. Tivemos a Lei Geral de Telecomunicações e a Lei do Cabo na década de 90.  O que precisa de uma revisão, na nossa visão, é a convergência. Se examinarmos um novo marco regulatório sob a perspectiva da convergência, não somos contra. Aliás, nunca fomos contra discussão nenhuma, mas achamos que é muito mais eficiente discutir para frente. O Google é o segundo faturamento de publicidade no Brasil. E vamos nos preocupar com rádio AM?
Como resolver isso? Esses novos players devem seguir as mesmas regras dos players atuais?
Vamos clarificar alguns conceitos. Primeiro, não se falaem regular a Internet. Oque se fala é em regular as atividades de natureza empresarial que usam a Internet como plataforma. Por exemplo: bancos. Eles estão na Internet, fazendo transações bancárias, e ainda assim seguem as regras do Banco Central, pagam IOF etc. A atividade bancária independe do meio. Compra e venda de mercadoria é a mesma coisa. Você pode comprar, mas as regras de tributação, Código de Defesa do Consumidor, tudo continua valendo igual. Não se trata de regular Internet, mas a atividade econômica. Na comunicação social vai ser diferente? Temos que pensar em uma regulação que pense nessas atividades comerciais no Brasil que tenham a Internet como plataforma. Não pode haver atividade comercial sem um mínimo de regulamentação. A Constituição regulou os meios e também o conteúdo, porque achava que o conteúdo era relevante. Isso se aplicou a algumas plataformas, que eram as que existiam na época. Não dá para uma empresa jornalística que paga imposto aqui, que tem restrições de capital, que tem obrigações, competir com alguém que faz a mesma coisa pela Internet. Isso é o que tem que ser pensado para o futuro, porque a Internet é o ambiente do futuro. Vamos ter que desregulamentar tudo? É uma discussão. Só não pode ficar desequilibrado, com uma parte do mercado regulada e outra não, para a mesma atividade.
No passado, o setor de telecomunicações, dominados por grandes empresas estrangeiras, era visto como a grande ameaça aos grupos de comunicação. A Lei do SeAC estabeleceu uma fronteira entre quem produz e quem distribui. Mas isso não se aplica aos grupos de Internet. Deveria?
Sim. O modelo do SeAC foi um modelo vitorioso do ponto de vista de estabelecer quem é quem nesse mercado. Foi uma virtude da lei. Claro que, como em toda norma, há quem ganhou e quem perdeu com isso. Hoje, esse problema está resolvido. A Lei do SeAC é um divisor de águas. Mas ficou uma ponta solta, que é o ambiente da Internet, onde existem atividades empresariais. Ou se explicita em uma nova norma o que se quer fazer, ou se interpretam as normas existentes. Pode-se ler a Constituição e aplicar à Internet, ou buscar uma nova norma. Mas é fato que existe uma ponta solta. Empresas que eram provedoras de conteúdos, de plataformas de redes sociais, se tornaram empresas de mídia, e portanto de comunicação. Isso tem uma regra estabelecida na Constituição. Tem que aplicar.
Será que não é um problema de falta de um órgão regulador que acompanhe e fiscalize?
Qualquer órgão que venha a regular o setor tem que ter uma finalidade. O que o setor de comunicação precisa que já não esteja no âmbito da Anatel (e sempre achei que a presença da Anatel deveria ser maior)? Não é um problema de quem vai fazer, é problema de ter vontade de fazer. Não sei se uma nova agência vai resolver isso. Já temos uma agência. Basta que seja dado a ela o poder de fiscalizar o cumprimento dos contratos de concessão, que, aliás, já fiscaliza em muitos aspectos.
Ou a Receita, no caso de questões tributárias.
Deve fiscalizar.
E a Ancine?
Tanto faz. Acho que o Brasil tem órgãos demais, que precisam apenas de "empowerment", de vontade política. Acho que a Ancine talvez não seja aagência ideal, pois é uma agência mais voltada ao conteúdo, e isso pode gerar uma discussão política mais complicada. E a Anatel está mais aparelhada para analisar as questões, inclusive em relação a capital.
E esse "empowerment" viria de um novo marco regulatório?
A fiscalização do cumprimento de normas que já existem não precisa de novos órgãos nem de lei. Precisa de vontade política. Se um estrangeiro vem para o Brasil e compra um veículo de comunicação, existe regra para isso. O Ministério Público deve agir. OMinistério das Comunicaçõespode agir. A Anatel pode agir. Tem regra e tem órgão para fazer. O que não tem é vontade.
As empresas de comunicação já levaram isso à Justiça, ao Ministério Público...
Existe uma discussão jurídica que está parada. Mas falta vontade.
Nos EUA, recentemente, o setor de radiodifusão começou a enfrentar serviços que revendem os conteúdos abertos. Um exemplo é o Aereo, que vende os conteúdos das TVs em plataformas móveis. Isso pode acontecer no Brasil?
Os EUA são uma economia de mercado. Quem teve essa brilhante ideia de pegar um conteúdo aberto e revender via redes de telecomunicações para devices móveis viu que tinha um mercado para isso. Por que alguém no Brasil vai pagar por isso, se aqui nosso sistema, diferentemente dos EUA, já permite a mobilidade, de graça? Só não está funcionando porque não existe uma política pública que determine aos fabricantes de devices que incluam esse chip para receber a TV do ar. É simples. Isso do ponto de vista mercadológico. Porque do ponto de vista comercial haveria outros impedimentos de natureza autoral e propriedade intelectual.
O governo deveria fomentar a mobilidade da TV aberta?
Deveria. Existe uma portaria interministerial que fala disso na fabricação de devices. Mas essa portaria praticamente não obriga a inclusão dos chips. O cidadão brasileiro não vê televisão através de seus aparelhos móveis por falta de política industrial do governo. Se houvesse, todo mundo ia pegar. Estamos levando formalmente ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações) um pedido para que seja revista essa política industrial. Isso e a recepção de FM, que está disponível mas vem desligada na maior parte dos dispositivos.
O fato de haver empresas como Apple, Microsoft e Google, que têm acesso ao sistema operacional, browser e conteúdos, coletando informações, e que ao mesmo tempo competem com empresas que só fazem o conteúdo e que não têm acesso a esses dados...
Claro que isso preocupa. Mas a questão não é um grupo ter acesso e outro não. É o que é feito com essa massa de informações. Primeiro, é preciso saber onde estão esses dados, onde essa informação fica armazenada. Depois, que uso é feito. Isso é estratégico para o país, por isso tem que ter um tipo de regulamentação. No limite, claro, pode criar uma distorção no mercado publicitário, que obviamente vai para onde está a informação mais precisa sobre o consumidor. O que não posso dizer é para o mercado publicitário não aproveitar essa oportunidade. Isso não existe.
A radiodifusão pode começar a se remunerar da venda de seu conteúdo? Isso está previsto, por exemplo, no mercado de TV paga, já que a regra do must carry deixa de existir com a transição do analógico para o digital.
A radiodifusão deve começar a se beneficiar dessas possibilidades. Quando se discutiu a Lei do SeAC, a possibilidade de os radiodifusores cobrarem pelo conteúdo foi uma janela de abertura para novas remunerações, não apenas pelo mercado publicitário, mas pela venda de seu conteúdo. O que entra dentro de uma lógica da distribuição dos canais pagos. Por isso brigamos por isso na lei da TV paga. Acredito que a plataforma de Internet pode vir a oferecer outras oportunidades, mas como tudo o que acontece na Internet, pouca gente está entendendo como rentabilizar esse conteúdo. A Globo vê a Internet como oportunidade, e acho que todo mundo enxerga assim.
O fato da Anatel ter visto como desnecessária a figura do provedor de acesso na nova regulamentação do Serviço de Comunicação Multimídia é preocupante para a Globo?
Temos essa atividade, ainda que seja marginal dentro das receitas do grupo na área de Internet. A pergunta que nós nos fizemos é se esse modelo era sustentável. Como fica o usuário diante desse modelo? Já acreditávamos que isso um dia ia acabar, ia marchar para o desfecho que houve. É uma tendência natural. Como ser contra isso? É a realidade da Internet.
A Globo está confortável para o encaminhamento dado pelo governo para a faixa de 700 MHz e a destinação desse espectro para a banda larga móvel?
Reconhecemos que essa faixa de espectro no mundo inteiro está sendo utilizada pela banda larga móvel. O problema no Brasil, especificamente, é que há três pontos preocupantes: primeiro, é que foi verificado por meio de trabalhos consistentes no Japão e na Inglaterra a interferência da banda larga 4G nas transmissões digitais do canal 51 para baixo. Nossa preocupação é que haja um estudo que aponte o que tem que ser feito para evitar esse problema. No caso japonês, o orçamento para mitigar o problema é de US$ 3 bilhões. Se o custo for esse no Brasil, é preciso saber quem vai pagar essa conta, como fazer isso. Outra preocupação é que, na nossa avaliação, há lugares no Brasil em que existe dificuldade de fazer caber a radiodifusão no espaço destinado a ela. Por conta justamente da pluralidade de players. Para assegurar essa pluralidade, precisa de espectro. E o terceiro ponto preocupante é que a solução de divisão de espectro proposta coloca duas questões políticas: na maioria das regiões do Brasil não haverá espaço para a expansão da radiodifusão, sejam canais públicos, comunitários, o que for. É um problema político. Outro aspecto político é que fique claro que, a partir da destinação da faixa de 700 MHz para a banda larga, o espaço restante, mesmo os chamados white spaces, não venham a ser ocupados pelas empresas de telecomunicações. Ou seja, até o canal 51, o espectro é da radiodifusão. Do contrário, ficamos sem espaço para a expansão tecnológica. Teremos 4k, multiprogramação. A destinação de faixa vai limitar o crescimento da radiodifusão.
E a proposta de antecipação do switch-off, acham boa?
Primeiro, é preciso que se tenha claro que o switch-off não depende das emissoras, mas de quem recebe. O governo tem que mirar, antes de tudo, nos receptores. E vivemos num país em que ainda há pessoas assistindo TV preto-e-branco. Há regiões muito pobres que não podem ficar sem TV, inclusive nos grandes centros urbanos. Trabalhar com dois transmissores, para nós, só acrescenta custo. Desligar um deles seria ótimo, mas tem que assegurar uma política pública para que cada brasileiro tenha sua TV digital, do contrário vamos tirar a TV do ar para muita gente. E não há uma política pública ainda, organizada, para essa questão.
Depois, é muito importante que se diga o seguinte: a designação de faixa que hoje é da radiodifusão para as telecomunicações só se justifica se você destinar a faixa e fizer o leilão. Porque se destinar a faixa e não fizer o leilão, entra-se em um terreno muito perigoso e não vamos aceitar isso. A destinação tem que estar atrelada ao seu uso. A destinação pressupõe que as telecomunicações precisam da faixa, então tem que leiloar. Não pode destinar e esperar para um dia abrir o leilão.
E em relação a políticas de fomentos às emissoras que ainda não conseguiram se digitalizar? Você entende que isso deve ser estimulado?
Acho que deveria. Se não houver incentivo, veremos muita gente em dificuldade. No caso da Globo, há um plano de digitalizar 70% da rede até a Copa do Mundo. Incluindo afiliadas e emissoras próprias. Os 30% que ficam faltando custarão mais do que os 70%. Esse é um problema. E já dissemos ao ministério que a retransmissão e a repetição dos sinais são feitas em muitos casos por prefeituras. Se o governo não tiver um plano, um fundo de financiamento, teremos uma parte do mercado que nunca vai se digitalizar. Falta essa política. O problema sempre foi analisado sob a ótica das empresas que querem o espectro. Agora tem que olhar o problema sob a ótica do cidadão que recebe o sinal.
Qual a expectativa em relação à aprovação do Marco Civil da Internet?
Nós esperamos, e temos manifestado reiteradas vezes, que o texto do deputado Alessandro Molon seja aprovado. Achamos que a redação é satisfatória. Sabemos que há uma fricção com as empresas de telecomunicações em relação à neutralidade de rede, mas acho que existe uma questão de interpretação apenas. Na nossa leitura do texto, não achamos que ele vá criar nenhum problema mercadológico. As empresas de telecom dizem que sim.
Mas vocês entendem o receio das empresas de telecomunicações?
Entendemos, mas achamos que o texto não traz os perigos que eles acham que traz. Eles querem ter a possibilidade de oferecer pacotes segundo conteúdo e velocidade, e achamos que o texto que está lá não impede isso. O que o texto impede, e impede bem, é que algum player do lado de cá, do lado do conteúdo, possa comprar das teles uma forma privilegiada para chegar do lado de lá.
Inclusive você já declarou que a Globo, como player de conteúdo, abre mão dessa possibilidade de negócio.
Perfeitamente. Não queremos, porque é uma questão estratégica impedir isso. A tele tem o direito de monetizar, e a possibilidade de customização de pacote tem que ser feita na banda da distribuição. Se eu quero ver muito vídeo, eu vou comprar mais banda. Se eu quero só acessar e-mail, vou pagar por menos banda. Como funciona na TV paga. É natural, é da economia de mercado. Só não pode tratar o tráfego de maneira discriminatória, porque o risco é muito grande. Hoje o conteúdo da Globo, UOL, do bar da esquina, tem a mesma oportunidade de chegar no outro lado. Mas se discriminar, o conteúdo do bar da esquina não chega nunca e aí a democracia está ameaçada.

Globo está colhendo o que plantou décadas a fio: rejeição ao seu jornalismo torpe

Posted: 02 Jul 2013 02:28 PM PDT

Durante os protestos que se espalharam no território nacional e ganharam repercussão entre a juventude residente no exterior, os manifestantes em Londres gritam: "Fora Rede Globo, o povo não é bobo"; "Rede Globo vai te embora, o povo não te quer aqui"; "Ninguém gosta de ti, Rede Globo, vai embora!"




Do youtube, o contexto
20/06/2013
Jornalistas da rede Globo foram hostilizados e impedidos de entrevistar os participantes das manifestações de Londres em apoio ao Brasil. Marcos Losekann tentou intimidar um manifestante mais exaltado, mas retrocedeu ao perceber que a maioria apoiava o último.
Uma outra jornalista da Globo News, Ana Carolina, também não conseguiu realizar sua matéria, sendo aconselhada por manifestantes a deixar a empresa onde trabalha para assim poder exercer livremente suas funções. O grupo se reuniu por alguns minutos, tempo em que Marcos aparentemente transmitiu sua entrevista via celular. Visivelmente desconfortáveis com a situação, o grupo não quis dar entrevistas e deixou o local.
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Do Maria Frô.

Bachelet tem vitória esmagadora nas primárias chilenas

Posted: 02 Jul 2013 02:24 PM PDT

 

Ex-presidente socialista deve disputar as eleições gerais de novembro contra o ultraconservador Pablo Longueira
 
Da Carta Capital por AFP — publicado 01/07/2013 18:05 
 
Martin Bernetti / AFP 
Ex-presidente socialista deve disputar as eleições gerais de novembro contra o ultraconservador Pablo Longueira
SANTIAGO (AFP) - A ex-presidente socialista Michelle Bachelet conquistou neste domingo 30 a indicação da oposição às eleições gerais de novembro no Chile, com 73,05% dos votos, enquanto no oficialismo a vitória ficou com o ultraconservador Pablo Longueira, em inéditas eleiçõs primárias.

Bachelet venceu com 73,05%, superando com facilidade o independente Andrés Velasco, que ficou com 13% dos votos.

No oficialismo, o ex-ministro da Economia Pablo Longueira, defensor do regime de Pinochet, surpreendeu e recebeu 51,37%, superando o moderado Andrés Allamand (48,62%), após a apuração de 99,9% das urnas, segundo dados oficiais do Serviço Eleitoral chileno.

A alta porcentagem de apoio recebido pela ex-presidente, juntamente com uma participação que foi o dobro da esperada, aumentam as chances de que Bachelet vença no primeiro turno em 17 de novembro, o que não acontece há duas décadas no Chile, segundo analistas.

As eleições primárias foram promovidas pelo governo de Sebastián Piñera, em uma tentativa de "democratizar" o sistema político - pouco representativo, e que consolidou o bipartidarismo -, baseado em um sistema eleitoral confeccionado durante a ditadura.

Leia mais em AFP Movel
.
 
Do Blog ContrapontoPIG

Faça o teste para saber se você é corrupto

Posted: 02 Jul 2013 02:20 PM PDT

Veja os 5 pontos que o governo propõe para o plebiscito sobre a reforma política

Posted: 02 Jul 2013 02:17 PM PDT


1) forma de financiamento de campanhas (público, privado ou misto). 
GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> EXCLUSIVAMENTE PÚBLICO

2) definição do sistema eleitoral (voto proporcional, distrital, distrital misto, "distritão", proposta em dois turnos):
GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> PROPORCIONAL

3) continuidade ou não da existência da suplência no Senado
GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> DISCUTIMOS UNI-CAMERAL OU BI-CAMERAL, mas enquanto isto XÔ SUPLENTES!

4) manutenção ou não das coligações partidárias:
GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> Proibição coligações Proporcionais

5) fim ou não do voto secreto no Parlamento:
GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> VOTO ABERTO

GUERRILHEIROS VIRTU@IS --> QUEREMOS MESMO É UMA CONSTITUINTE POLÍTICA EXCLUSIVA, COM  CLÁUSULA DE BARREIRA, E O FIM DOS 'REMENDOS'!

Protesto na porta da Rede Globo mobiliza o Rio nesta quarta-feira

Posted: 02 Jul 2013 11:44 AM PDT


APOSENTADO INVOCADO

Protesto na porta da Rede Globo mobiliza o Rio nesta quarta-feira

2/7/2013 12:23
Por Redação - do Rio de Janeiro

As ruas do Jardim Botânico, elegante bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro, estarão tomadas no final da tarde desta quarta-feira. Acostumados com os desfiles carnavalescos do Monobloco, que entopem o bairro de foliões, no carnaval, os moradores das cercanias entre a avenida principal e as transversais, até a Rua Von Martius, verão uma manifestação mais concisa. Confirmados na página Ocupe a Rede Globo, em uma rede social, mais de 2 mil manifestantes realizarão, em frente à entrada da emissora, um ato público contra a cartelização da mídia no país.

A manifestação em frente à Globo tem milhares de pessoas confirmadas na página do Facebook
A manifestação em frente à Globo tem milhares de pessoas confirmadas na página do FacebookPouco antes, coordenadores do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé irão protocolar, na portaria da Rede Globo, "o documento da Receita Federal que comprova a sonegação" de impostos da empresa, em um processo que corria em segredo de Justiça até ser vazado ao jornalista Miguel do Rosário, editor do blog O Cafezinho. Convocado pelas organizações da sociedade civil Fale-Rio, Cidadania Sim! Pig nunca mais e Barão de Itararé, o ato público também inclui a realização da Assembleia Temática Democratização da Mídia, que tratará das medidas populares a serem adotadas contra o cartel midiático liderado pela emissora fundada por Roberto Marinho, aliado de primeira hora do golpe de Estado aplicado por militares, em 1964, contra o regime democrático brasileiro.
Processo federal
A Rede Globo, ao contrário do que afirmou em nota distribuída na segunda-feira, ainda deve perto de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, segundo afirmou o jornalista Miguel do Rosário. Na matéria intitulada "Mensalão da Globo: se pagou, mostra o DARF!", Rosário afirma que a mesma fonte de onde vazaram os documentos sobre a fraude fiscal que deu origem ao processo contesta "a informação divulgada pela Globo, via UOL, de que ela quitou a dívida de R$ 615 milhões com a Receita Federal".
"A dívida é a soma do impostos mais juros e multa, resultantes de um auto de infração no qual a Receita detectou a intenção da Globo de fraudar o fisco. Em valores atualizados, chegaria perto de R$ 1 bilhão.
"Se ela pagou, então mostra o Darf, o povo quer saber' diz o garganta profunda deste humilde blogueiro. Darf, como todo bom pagador de impostos sabe, é o documento da receita onde o contribuinte registra o pagamento de uma dívida tributária.
"Se tivesse pago, o processo não estaria constando como 'em trânsito', conforme se pode verificar com uma Consulta Processual no site da Receita Federal", afirmou a fonte ao jornalista.
Leia, adiante, a íntegra da notícia
"Eu, um simples blogueiro leigo em assuntos tributários, que não trabalho na Receita, posso apenas repetir os garotos que protestam na rua e dizer à Globo: desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil: mostre o DARF.
"Eu consultei o site da Receita e, de fato, consta lá "em trânsito" no processo que investiga a fraude da Globo. O leitor mesmo pode acessar o site da Receita e checar:
Situação do processo na Receita Federal
Outra coisa, na matéria do UOL, o número do processo está errado. O número é de uma etapa anterior. O processo mais atualizado, com o assunto " representação fiscal para fins penais", é o que reproduzimos acima.
De qualquer forma, nos consideramos parcialmente satisfeitos por saber que a Globo admitiu a sua estrepolia. A Receita concluiu que houve uma gravíssima e comprovada fraude tributária e aplicou multa à empresa. O que está em aberto é se a Globo pagou ou não. A Globo diz que sim, mas minha fonte diz que não. Se pagou, diz ela, porque o processo consta ainda "em trânsito"?
Um detalhe: quem responde pela Globo, na matéria do UOL, é uma "assessoria particular". Não é a assessoria oficial da empresa, nem nenhum funcionário autorizado. "Isso está me cheirando a bucha. Jogaram um verde, pra ver se cola", diz minha fonte.
Bem, talvez a emissora esteja correndo contra o tempo, juntando as economias aqui e ali, para pagar logo o débito. Para uma família cuja fortuna é estimada em mais de R$ 20 bilhões, uma dívida de R$ 1 bilhão não é nada de outro mundo. Para o povo brasileiro, contudo, é muito dinheiro. Suficiente para dar passe livre a estudantes de todo o Brasil, por um ou dois anos.
A minha fonte pergunta: "por que, após a procuradora da receita dar um voto dela – está lá no slideshare – recomendando que o processo fosse criminalizado, o Ministério Público não entrou em campo? Por que a Globo não foi inscrita na Dívida Ativa da União? A Globo é detentora de uma concessão pública, de maneira que o MP tem obrigação constitucional de investigar minuciosamente qualquer irregularidade."
À guisa de conclusão, algumas observações importantes.
1. Mesmo que a Globo tenha pago a dívida, o que ela terá de provar mostrando o Darf, isso não a exime do crime contra o fisco. Quando um ladrão de galinha é flagrado com a galinha em sua panela, o fato de devolvê-la ao dono não lhe tira a desonra de ter roubado. A gente fica imaginando quantas vezes isso não aconteceu antes, quando sua influência junto às autoridades era ainda maior do que hoje. Sendo que sonegação fiscal é o menor crime da Globo. Seus crimes políticos são piores: mensalão dos EUA pra jogar contra o Brasil e apoiar um golpe de Estado; edição de debates em favor de Collor; tentativa de fraudar eleições no Rio de Janeiro, contra o Brizola; tentativas sucessivas de aplicar um golpe em Lula e agora em Dilma. A sonegação e o Darf são o menor problema. Vale um cartaz: não é só o Darf.
2. O Barão de Itararé, núcleo Rio de Janeiro, estará, segunda-feira, protocolando esses documentos junto ao Ministério Público, para que investigue a tentativa dos platinados de desviar dinheiro público.
3. No dia 03, quarta-feira, movimentos sociais farão uma manifestação em frente à Globo, no Jardim Botânico. Começa às 17 horas, com entrega do documento da fraude fiscal na portaria da empresa. Às 17:30, haverá assembléia popular no local, para discutir regulação da mídia; e às 18:00 começará um protesto, no mesmo local, contra o monopólio da Globo.
Postado há 12 minutes ago por
 
Também do Blog Justiceira de Esquerda

Rede Globo, o povo não é bobo

Posted: 02 Jul 2013 11:32 AM PDT

Por Plínio de Arruda Sampaio Jr., no sítio Correio da Cidadania:
Assustada com as mobilizações populares que romperam duas décadas de marasmo político e letargia social, após um momento de perplexidade e desorientação, a ordem estabelecida deu uma primeira resposta à revolta social que toma conta do Brasil. Seu ponto de vista aparece na estética e no discurso da grande mídia falada e escrita. Não por acaso, as grandes redes de televisão tornaram-se um dos alvos preferenciais da fúria popular, ao lado de outros símbolos do poder burguês e da modernidade fútil - os prédios públicos, os bancos, as concessionárias de automóveis.
Por representar o que há de mais comprometido com o capitalismo selvagem, a perspectiva da Rede Globo é emblemática de como a plutocracia enxerga as mobilizações populares que ameaçam seus privilégios seculares. As imagens da Rede Globo são quase que invariavelmente feitas a partir de duas perspectivas: do alto das coberturas dos prédios e dos helicópteros ou atrás da tropa de choque. É uma metáfora de como a burguesia lida com o conflito social: distante dos problemas da população e em oposição frontal a quem luta por direitos coletivos.
Preocupados com a possibilidade de que a revolta popular se transforme numa revolução política, a grande mídia martela dia e noite palavras de ordens que têm como objetivo neutralizar o potencial subversivo das ruas. No "fim da história", as rebeliões não podem ter causa. Daí a insistência em instrumentalizar a ira contra os partidos da ordem – PT, PSDB, PMDB, PSB, etc. – para estigmatizar todo e qualquer partido e para banir toda e qualquer bandeira política que possa dar um horizonte revolucionário à energia humana que brota de baixo para cima.
Consignas e bandeiras da contra-revolução
Bonner à frente, as consignas reacionárias são repetidas ad nauseam nos jornais, rádios e televisão. "As manifestações não podem ter partido". Na verdade, disputam desesperadamente a direção das manifestações. Na falência dos partidos convencionais, tomam para si, com o beneplácito da burguesia, o papel de verdadeiro partido da ordem. "As manifestações não podem ter bandeiras". Na verdade, enaltecem, exaltam e estetizam as bandeiras da paz (social) e da ordem e progresso (do nacionalismo chauvinista). Na falência das políticas convencionais, apelam para o moralismo e buscam desesperadamente resolver a quadratura do círculo, encontrando uma saída dentro da ordem. A manobra mal esconde o pânico com o despertar do povo para a política. Tentam desesperadamente conter a energia vulcânica que clama por mudanças radicais, transformando as manifestações em uma grande catarse nacional.
O levante popular coloca em xeque um dos nós fundamentais do padrão histórico de dominação da burguesia brasileira: a intolerância em relação à utilização do conflito social como forma legítima de conquista de direitos coletivos. Daí o esforço para estigmatizar os manifestantes que enfrentam violenta repressão. Sem distinção, todos que enfrentam a tropa de choque – manifestantes, provocadores infiltrados e simples marginais - são tachados de "vândalos" – uma minoria violenta que perturba a ordem e que se contrapõe à maioria que se manifesta pacificamente. Mal disfarçam a intenção de instigar a polícia e atiçar a classe média remediada contra a vanguarda das manifestações. Os jornais atuam de maneira orquestrada para saturar a opinião pública com imagens de destruição patrimonial – repetidas cansativamente para provocar a rejeição da população. O objetivo é criar um clima de histeria coletiva que venha, mais adiante, a justificar o massacre da revolta. Suspeitamente, não se escuta um pio sobre a ação escancarada de provocadores infiltrados, liderados por agentes dos órgãos de repressão do Estado e por grupos de extrema direita. Os pescadores de águas turvas apostam na única solução que a classe dominante brasileira conhece para tratar o conflito social: o pelourinho. Precisam ser contidos.
O partido da revolução democrática
A avassaladora mobilização da juventude contra as péssimas condições de vida da população polarizou a luta de classes entre mudança e conservação – revolução e contra-revolução. Se a esquerda não conseguir dar uma resposta ao contra-ataque das forças da reação, as mobilizações sociais podem simplesmente se exaurir sem condensar a energia política necessária para abrir novos horizontes. O desafio exige que as organizações de esquerda se unifiquem, lutem ao lado da juventude nas trincheiras avançadas do levante popular e portem a bandeira da revolução democrática – a essência do que está sendo exigido pelos manifestantes - como única alternativa à barbárie.
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Isso não passou na Globo: Jornalista da Globo hostilizado em Londres

Posted: 02 Jul 2013 11:28 AM PDT

Jornalistas da rede Globo foram hostilizados e impedidos de entrevistar os participantes das manifestações de Londres em apoio ao Brasil. O jornalista Marcos Losekann, tentou intimidar um manifestante mais exaltado, mas retrocedeu ao perceber que a maioria o apoiava . 
Uma outra jornalista da Globo News, Ana Carolina, também não conseguiu fazer  reportagem e foi  aconselhada por manifestantes a deixar a empresa onde trabalha para assim poder exercer livremente suas funções. O grupo se reuniu por alguns minutos, tempo em que Marcos Losekann, aparentemente enviou  sua entrevista por celular. Visivelmente desconfortáveis com a situação, o grupo deixou o local.
Por: Helena™0 Comentários  
 

Câmaras de Belém e Belo Horizonte ocupadas na luta pelo passe livre e pela mobilidade urbana

Posted: 02 Jul 2013 11:24 AM PDT


E pelo fim do monopólio dos transportes públicos capturados pela máfia em todo o Brasil; e por um transporte público de qualidade que não negue o direito de ir e vir à classe trabalhadora. Por mobilidade urbana como direito universal.
E aí, vão continuar achando que o que está ocorrendo no Brasil é tudo igual? É tudo um bando de coxinha sem noção?



 

Também do Maria Frô.

Aprovar o PLC 41/2013 sem mudanças é essencial para financiar o direito à educação pública e saúde

Posted: 02 Jul 2013 11:20 AM PDT


O Congresso que mais parece formado pela oposição do que pela base do governo pode até ter aprovado o PLC/2013 com as mudanças para desgastar ainda mais o governo Dilma, porque a mudança em termos de recursos é substancial em relação ao projeto original.
Mas o Brasil não quer educação de qualidade? A mídia brasileira não adotou em uníssono um discurso de desgaste da presidenta afirmando que este era um país sem investimento em educação? Pois então, que bancos, capital internacional, mídia cupincha que chantageia e extorque governos e esta elite mesquinha que temos parem de lucrar tanto para que o governo federal consiga reservar os recursos do fundo social pra educação e saúde.
A ser votado no início desta tarde, o PLC 41/2013 aprovado pela Câmara na semana passada representa um aumento bastante significativo do repasse dos recursos do petróleo para a educação pública. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação defende sua aprovação no Senado sem alterações, para garantir que estes recursos sejam investidos em áreas que o país mais necessita.
Leia também:
Aprovar o PLC 41/2013 sem mudanças é essencial para financiar o direito à educação pública e saúde
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede composta por mais de 200 entidades distribuídas por todo país, expressa seu apoio ao texto do PLC 41/2013, aprovado na Câmara dos Deputados no dia 26/6 e que deve ser votado nos próximos dias no Senado Federal. Inclusive, solicita aos Senadores e Senadoras a aprovação integral do texto, sem quaisquer alterações.
O PLC 41/2013, segundo projeções da Nota Técnica da Consultoria Legislativa da área de "Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos" da Câmara dos Deputados, pode distribuir, ao todo, R$ 261,44 bilhões até 2022. Nesse período, a educação pública será contemplada, no mínimo, com R$ 196,08 bilhões. E a saúde pública receberá R$ 65,36 bilhões.
Por outro lado, também segundo projeções da mesma Nota Técnica, o projeto original, encaminhado pela Presidenta Dilma Rousseff em 30 de abril de 2013, resultaria em R$ 25,88 bilhões ao longo dos próximos 10 anos. Com a regra de 75% desse montante para a educação pública e 25% para saúde, seriam destinados R$ 19,41 bilhões para a primeira e R$ 6,47 bilhões para a segunda. A diferença entre ambos, fundamentalmente, é a base sobre as quais incidem as vinculações para as áreas sociais.
O PLC 41/2013 possui importantes méritos. Em primeiro lugar, substitui, como critério, os "contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012" por "áreas cuja declaração de comercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012". Assim, sem prejudicar as atuais receitas dos Estados e Municípios produtores, viabiliza a integralidade das receitas com royalties e a participação especial para educação pública e saúde das promissoras áreas petrolíferas de Carcará, Carioca, Júpiter, Caramba, Parati, Franco, Iara e Entorno, Sul de Tupi, Nordeste de Tupi, Sul de Guará, Florim, entre outras. Em termos de recursos, essa medida significa recursos de R$ 82,76 bilhões nos próximos 10 anos. Isso sem as novas áreas sob o regime de partilha de produção, que gerarão recursos de cerca de R$ 16,42 bilhões.
Em segundo lugar, troca o "retorno sobre o capital" por "recursos recebidos" pelo Fundo Social. Desse modo, metade (50%) desse Fundo será, de fato, Social e deixará de ser exclusivamente financeiro, como reza a proposta original do PL 5500/2013, proposta pelo Palácio do Planalto e vencida na Câmara dos Deputados. Com isso, as áreas sociais deverão ser beneficiadas com, aproximadamente, R$ 119 bilhões, até 2022.
É uma proposta correta. Como disse recentemente o Professor Ildo Luís Sauer (USP), se os recursos do Pré-Sal destinados à União forem aplicados na compra de títulos do governo americano, que pouco rendem, mas são considerados a aplicação mais segura, é melhor deixar o petróleo no reservatório. Não adianta explorar um recurso e não fazer uso dele. Em outras palavras, seguindo a regra original, o resultado com a aplicação do Fundo Social renderia, em 10 anos, cerca de 0,015% do PIB. O texto do PLC 41/2013 garante um volume entre 1% a 1,5% do PIB (ao ano) para a educação pública.
É óbvio, mas nunca é ocioso lembrar que o Brasil não é a Noruega, criadora do modelo de Fundo Soberano, que serviu de exemplo para o nosso Fundo Social. Nosso país possui enorme dívida social. O novo Plano Nacional de Educação precisa ser integralmente cumprido e a maioria da população sequer conta com serviço de saúde mínimo. Ademais, o país já conta com a 6ª maior reserva cambial do mundo, somando mais de US$ 375 bilhões. Esse patamar, somado à capitalização da outra metade dos recursos recebidos pelo Fundo Social do Pré-sal, será mais do que suficiente para as aplicações no mercado financeiro, sendo dispensável a capitalização integral.
Capitalizar metade dos recursos e investir a outra metade na educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos, vinculando a receita às metas do Plano Nacional de Educação será um sinal de sabedoria do Poder Legislativo.
Em termos de correção do marco regulatório, o PLC 41/2013 é fundamental. Ele estabelece que o percentual mínimo do excedente em óleo da União não pode ser inferior a 60%. No regime de concessão, a participação especial é semelhante ao excedente em óleo e, nos grandes campos, varia de 30% a 40% da receita líquida. Se a introdução do regime de partilha de produção em áreas estratégicas teve o correto objetivo de aumentar a renda do Estado, especialmente diante do chamado "bilhete premiado" do Pré-Sal, nada mais justo que se estabeleça um excedente em óleo da União de, no mínimo, 60%. Sem excedente em óleo mínimo, nem mesmo é possível estimar as receitas decorrentes do regime de partilha de produção ou, sequer, garantir receitas maiores que as do regime de concessão.
Preocupantemente, a edição do diário "O Globo", na seção de Economia do último sábado (29/6), informou que o Ministério de Minas e Energia e as empresas petrolíferas são contra o piso na exploração do regime de partilha. Dos empresários, é esperada a rejeição à ideia. No entanto, é inaceitável uma posição contrária à proposta de qualquer autoridade pública.
Por último, corretamente, o texto aprovado na Câmara dos Deputados destina as receitas da unitização para a saúde e a educação pública. Muitos dos gigantescos reservatórios do Pré-Sal estendem-se de áreas contratadas para áreas da União. O óleo que está nessa área é da União, e, portanto, pertence a todos os brasileiros. E a população sequer sabe disso. Nos termos do PLC 41/2013, no tocante a essa área, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) fica obrigada a informar onde e quanto óleo está localizado na área da União e a destinar a receita líquida da exploração do óleo da área da União para os entes da Federação aplicarem em educação pública e saúde. Nada disso ocorre hoje. E a unitização pode significar R$ 42,33 bilhões para as áreas sociais.
Por todos esses méritos, o texto do relator André Figueiredo (PDT-PE) foi aprovado por unanimidade no Plenário da Câmara dos Deputados. Para obter esse sucesso, além do trabalho de conteúdo e articulação empreendidos pelo relator, da competência da Consultoria Legislativa e da contínua e incansável pressão exercida pela sociedade civil, ainda mais intensa pela força vinda das ruas, foi fundamental o trabalho desempenhado por todos os deputados do Núcleo de Educação do PT (Partido dos Trabalhadores) daquela Casa, além do conjunto das bancadas do PCdoB, PDT, PSB e PSOL. Todos foram essenciais para o convencimento dos demais partidos e parlamentares.
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação está certa de que quem vai viabilizar o presente e engrandecer o futuro do Brasil é a educação pública e a saúde de qualidade. Ambas são os melhores antídotos à doença holandesa, tão incompreendida, embora sempre citada nos debates parlamentares sobre o PLC 41/2013.
A doença holandesa acontece quando a abundância de recursos naturais gera tantas vantagens comparativas para um país, que a produção desses bens acaba sendo muito mais lucrativa do que a industrialização. Como consequência, no longo prazo, o custo de vida fica muito elevado e o processo de desenvolvimento econômico é inviabilizado.
Até 2022, o Pré-sal não será uma riqueza tão importante a ponto de "infectar" o Brasil com a doença holandesa. Ao mesmo tempo, a melhor saída para ela é melhorar os índices educacionais do país e ampliar o serviço de saúde pública. Além da infraestrutura, os principais entraves ao crescimento econômico brasileiro são a desigualdade social e o baixo nível educacional da população. Ou seja, o remédio e o antídoto para nossas mazelas são a universalização com qualidade dos direitos à educação pública e saúde, por meio das quais poderemos garantir a qualidade de vida e a especialização dos trabalhadores.
Aprovar sem mudanças o PLC 41/2013 é defender os interesses do país. Não podemos perder essa oportunidade. Pedimos, portanto, o apoio e o voto de todos e de cada um dos Senadores e Senadoras. O momento histórico exige grandeza, responsabilidade e compromisso com os direitos sociais.
Hoje os diários O Estado de S. Paulo e O Globo demonstram, em bem apuradas matérias, que o dinheiro do petróleo não será suficiente para equacionar todas as necessidades do país em termos de recursos para a educação pública e a saúde. Mas mostram que esse montante será um importante passo que precisa ser confirmado e dado. Cabe agora aos Senadores e Senadoras decidirem por mais recursos ou não aos primeiros direitos sociais citados no Art. 6º da Constituição Federal de 1988.
Assina: Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação:
Ação Educativa
ActionAid Brasil
CCLF (Centro de Cultura Luiz Freire)
Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)
CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
Uncme (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação)
Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

Dilma empareda oposição incompetente e corrupta

Posted: 02 Jul 2013 09:25 AM PDT



Xeque-mate.Dilma consegue emparedar a oposição incompetente e corrupta.Quero ver essa gente votar contra os pontos propostos por Dilma. Duvido.Só acho que a lista deveria ser acrescentada com o fim de sucessivas eleições para os cargos dos legislativos, com a diminuição dos congressistas, com o fim de prefeitos itinerantes, com a obrigação do politico exercer o cargo que foi eleito em toda plenitude, evitando, por exemplo, que o cara se eleja para o senado depois concorra ao cargo no Poder Executivo, com o fim de eleições em doia turnos.
A presidente Dilma Rousseff enviou na manhã desta terça-feira (2) ao Congresso Nacional mensagem propondo a realização de um plebiscito sobre a reforma política. O documento foi entregue pelo vice-presidente Michel Temer e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que foram pessoalmente ao Congresso.
Há cinco pontos centrais na proposta de consulta popular sugerida pela presidente, segundo Cardozo:
1) forma de financiamento de campanhas (público, privado ou misto). Atualmente, as campanhas políticas têm financiamento privado, o que, segundo os críticos, leva os políticos a criar vínculos com as empresas que os financiaram, o que provocaria tendência de favorecimento de tais empresas. Ao mesmo tempo, há críticas ao financiamento público de campanha, que o dinheiro dos cofres públicos seria dividido de acordo com a composição das bancadas na Câmara dos Deputados e a captação de doações das empresas passaria a ser ilegal. 
2) definição do sistema eleitoral (voto proporcional, distrital, distrital misto, "distritão", proposta em dois turnos)
3) continuidade ou não da existência da suplência no Senado: diferentemente da Câmara, os senadores são eleitores por voto majoritário, e não proporcional. O suplente é escolhido na chapa do senador e não participa da campanha, ou seja, não recebe votos. Assim, caso o senador eleito se ausente, o suplente assume mesmo sem ter sido escolhido nas urnas. Em fevereiro, segundo levantamento do blog do colunista do UOL Fernando Rodrigues, 17 dos 81 senadores em exercício eram suplentes, mantendo a média de cerca de 20% da composição preenchida por senadores que não disputaram eleições. 
4) manutenção ou não das coligações partidárias: hoje, os partidos fazem coligações entre si tanto para eleições no Executivo (presidente, governadores e prefeitos) quanto no Legislativo (deputados federais, estaduais e vereadores). No entanto, as coligações nacionais não são necessariamente as mesmas dos Estados, gerando alianças diferentes no plano federal e estadual. As coligações permitem ainda que deputados da mesma aliança sejam eleitos na rasteira de outros bem-votados. Foi o caso das eleições de 2010, em que o deputado Tiririca (PR-SP) teve teve de 1,35 milhão de votos e elegeu junto com ele mais quatro deputados.
5) fim ou não do voto secreto no Parlamento: Atualmente, a Constituição prevê voto secreto na análise de vetos presidenciais no Congresso e na cassação de congressistas. No entanto, o regimento interno da Câmara e do Senado também determina voto secreto para a escolha dos presidentes das duas Casas. Na semana passada, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou a proposta de emenda à Constituição que acaba com o voto secreto em processos de cassação de mandato. A proposta, que já foi aprovada no Senado, vai agora a uma comissão especial da Câmara que será criada para analisá-la. Em seguida, precisa ser aprovada em dois turnos no plenário da Casa.


Recepção no Congresso


"Estamos, eu e o ministro José Eduardo Cardozo, trazendo um ofício da Presidência da República, sugerindo o tema do plebiscito, e ao mesmo tempo fazendo algumas sugestões que poderão constar no plebiscito", disse Temer.

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que defende a forma de plebiscito e que vai se "empenhar" para que as novas regras passem a valer já nas eleições de 2014.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), considerou "respeitosa" a proposta do Executivo de plebiscito para a reforma política.  Segundo ele, o governo deixou "a maior parte do tema para consideração dos parlamentares".
"Havia uma impressão diferente, de que isso poderia ser uma imposição, uma interferência indevida do Executivo no Legislativo, mas não houve. A proposta do Executivo não cria constrangimentos para o Parlamento", disse Alves.
O presidente da Câmara afirmou também que um grupo de parlamentares deverá trabalhar em uma proposta paralela de reforma política, opção que está sendo considerada um "plano B" ao plebiscito. "Vamos fazer isso por precaução, caso a proposta de plebiscito do Executivo não vingue", disse. Segundo Alves, o grupo terá até 90 dias para ouvir representantes da sociedade e elaborar o texto.
Henrique Eduardo Alves também disse que considera possível a realização do plebiscito da reforma política ainda este ano: "Se houver consenso entre os parlamentares, a consulta pode ser feita no segundo semestre".
Da redação, com informações de Uol.

Felipão dá um "te fresqueia, bagual" no inglês da Bloomberg

Posted: 02 Jul 2013 09:23 AM PDT


1 de Jul de 2013 | 23:11
Eu, que trabalhei com o gaúcho Leonel Brizola por mais de 20 anos, sinto saudades de uma boa gauchada, que são aquelas "tiradas" que vêm na hora e deixam o interlocutor desarvorado. Não é uma agressão, mas uma reação a um desaforo.
Hoje, porém, matei as saudades.
O técnico da Seleção, Luís Felipe Scolari teve uma bela gauchada, no melhor estilo "Era Dunga", ao reagir a um repórter inglês folgado.
Vejam esta nota do UOL Copa:
"Em um raro momento que perdeu o bom humor, no seu encontro com os jornalistas depois da conquista da Copa das Confederações, o técnico Luiz Felipe Scolari se irritou com a pergunta de um jornalista inglês e o criticou duramente: "Antes de falar mal do meu país, olhe para o seu".
Tariq Panja, da Bloomberg, questionou o técnico sobre o contraste entre a alegria dentro do Maracanã e os protestos fora do estádio, reprimidos pela polícia. "Um amigo comentou que havia policiais em número suficiente para invadir o Paraguai." De pronto, Felipão disse: "Não vou responder".
Mas emendou: "Aos ingleses, eu gostaria de perguntar: o que aconteceu lá antes dos Jogos Olímpicos?" A referência era às manifestações ocorridas em Londres por causa dos gastos com o evento."
Do alto dos 3 a 0  aplicados na Espanha e com a experiência de quem viveu lá fora muito tempo, Felipão mandou muito bem e, para dar uma força ao que disse, eu fui buscar a foto de um destes protestos para ilustrar este post.

Por: Fernando Brito

Rede Globo envolvida no suborno a Teixeira e Havelange?

Posted: 02 Jul 2013 08:34 AM PDT

Coincidência: Globo e ISL tinham operações nas ilhas Virgens britânicas

A reportagem abaixo foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em julho de 2012. O motivo de reproduzirmos agora é que alguns detalhes do texto chamam atenção. Jamil Chade, o autor, trata das investigações na Suiça que levaram ao afastamento da FIFA de João Havelange e Ricardo Teixeira. Menciona que uma emissora de TV — qual? — brasileira teve participação no pagamento de suborno aos cartolas. Eram as negociações pelos direitos das copas de 2002 e 2006. Foi justamente no período em que, segundo a Receita Federal, a TV Globo abriu uma empresa de fachada nas ilhas Virgens britânicas. Onde operava, também, a International Sports and Leisure (ISL), empresa de marketing que esteve no centro do escândalo que ainda abala o futebol internacional.
Fiquem com o texto de Jamil Chade, sugerido pelo Luis Carlos Gaspar, que viu trecho no blog do Paulinho

Justiça mostra suborno milionário

Ricardo Teixeira e João Havelange receberam, segundo a investigação suíça, mais de R$ 45 milhões para fechar acordos, desviando o dinheiro da Fifa
12 de julho de 2012 | 3h 04
João Havelange e Ricardo Teixeira receberam suborno no valor de pelo menos R$ 45 milhões, segundo a Justiça suíça. O escândalo do pagamento de propinas escancara 30 anos de um sistema de corrupção montado na Fifa. Os brasileiros cometeram "enriquecimento ilícito", causaram prejuízo para a entidade e colocaram seus interesses pessoais acima dos interesses do futebol, diz a Justiça sobre o caso, que foi arquivado mas teve seus documentos divulgados ontem.
A ação promete ter amplas repercussões: Havelange pode deixar de ser presidente de honra da Fifa e as informações poderão ser usadas no Brasil para uma eventual ação contra Teixeira. A declaração dos advogados da entidade insinuando que sul-americanos são em geral corruptos também promete causar mal-estar entre a Fifa e o governo.
Documentos oficiais da Justiça suíça apontam para pagamento de comissões no valor de US$ 122,5 milhões (R$ 225 milhões) por parte da empresa de marketing ISL a cartolas pelo mundo. A Justiça também acusou a Fifa de "omissão" ao não conseguir controlar os subornos. Num dos pagamentos de US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) a Havelange, o dinheiro foi erroneamente depositado numa conta da Fifa.
Como regra geral, segundo a Justiça, a propina teria sido paga a Teixeira e Havelange para que influenciassem a Fifa na decisão de quem ficaria com os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006, incluindo o mercado brasileiro. Uma empresa transmissora com atuação no Brasil é citada como uma das envolvidas no suborno, ainda que seu nome esteja sendo mantido em sigilo. Para os suíços, o serviço dos dois foi "comprado" por empresas que queriam manter relações com a Fifa.
A publicação do documento ocorreu depois que o Tribunal Federal da Suíça entendeu que o assunto era de "interesse público". O documento de 42 páginas mapeia um esquema de corrupção que tomou conta da Fifa. Tudo começou quando o Tribunal de Zug decidiu investigar a quebra da empresa de marketing da Fifa, a ISL. O que descobriu foi uma ampla rede de suborno.
Em 2010, porém, o caso envolvendo Teixeira e Havelange foi encerrado depois de um acordo entre os dois e o procurador suíço. Eles devolveram US$ 2,5 milhões (R$ 5 milhões) à Fifa.
O documento revela uma movimentação milionária na conta desses cartolas. Teixeira e Havelange receberam subornos num valor total de pelo menos 21,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 45 milhões) em contas em paraísos fiscais.
Os pagamentos ocorreram entre 1992 e 2004 e o tribunal havia decidido processar os brasileiros por "atos criminosos em detrimento da Fifa". "Eles causaram prejuízos para a Fifa por seu comportamento e enriqueceram ilicitamente."
Parte substancial da denúncia é dirigida a Havelange, acusado de não repassar pagamentos aos cofres da Fifa. Havelange é ainda acusado de "administração desleal".
"Havelange usou ilegalmente ativos confiados a ele para seu próprio enriquecimento em várias ocasiões", aponta o documento.
O cartola agiu para garantir o contrato de empresas para a transmissão da Copa de 2002 e recebeu propinas de uma empresa para garantir o contrato para a transmissão do Mundial no mercado brasileiro naquele ano.
Havelange, que já teve de abandonar o COI por conta do escândalo, "embolsava o dinheiro" e empresas o pagavam para usar sua influência como presidente da Fifa para garantir contratos.
Andorra
Teixeira também foi alvo das propinas, especialmente por conta do interesse de empresas de usar seus serviços. Segundo a Justiça, ele presidia a federação de futebol "mais poderosa" do mundo. Com um pagamento, a empresa conseguia dois objetivos: influência na Fifa e garantia de contratos no Brasil.
O pagamento ao ex-presidente da CBF ocorria por meio de uma empresa que ele teria estabelecido em Andorra, outro paraíso fiscal. Um intermediário era usado para transferir, em nome do brasileiro, o dinheiro para suas contas. O agente retirava os ativos em espécie e alimentava contas de Teixeira.
Antes da Copa de 2002, o Brasil fez uma parada em Andorra para jogar um amistoso contra a seleção local. Pessoas que faziam parte daquela comissão técnica confirmaram ao Estado que o jogo foi uma forma de Teixeira agradecer aos atravessadores locais pelo serviço de suposta lavagem de dinheiro. O uso de Andorra pelo ex-dirigente teria perdurado até 2004.
"Teixeira usou ilegalmente ativos confiados a ele para seu próprio enriquecimento em várias ocasiões", apontou o documento, indicando como ele agia em nome da Fifa, mas acabava embolsando o dinheiro. Só entre 1992 e 1997, recebeu US$ 12,7 milhões (R$ 25,4 milhões). O dinheiro viria de comissões de acordos entre empresas e a Fifa, para o uso do nome da Copa do Mundo, assim como para "a transmissão da Copa de 2002 no Brasil".
A investigação conduzida pelo procurador Thomas Hildbrand ainda evidenciou um esquema de corrupção que fazia parte da Fifa desde os anos 70, quando Havelange assumiu o poder.
Testemunhas contam que a ISL foi usada como verdadeiro caixa 2. Abriu contas em paraísos fiscais como Liechtenstein e Ilhas Virgens Britânicas para receber e pagar propinas.
O dinheiro vinha em grande parte de empresas de transmissão das imagens da Copa de 2002 e 2006. No caso do Brasil, o valor do contrato era de US$ 220 milhões. Outros contratos chegavam a US$ 750 milhões.
Segundo a defesa de Teixeira, nunca houve uma condenação e o acordo impediu até mesmo que o processo fosse adiante.
A defesa do ex-dirigente brasileiro também apontou que não houve nem mesmo confissão de culpa. Em Zug, o tribunal admitiu ao Estado que foram os advogados de Teixeira e de Havelange que bloquearam a publicação do documento por dois anos.
No Amoral Nato, o blogodita

Hipocrisia não faz bem à Saúde

Posted: 02 Jul 2013 08:30 AM PDT


Guia para entender a vinda de médicos estrangeiros

2 de Jul de 2013 | 11:48
É absolutamente compreensível que haja resistência da corporação médica à contratação de médicos estrangeiros pelo Governo brasileiro. Não há uma categoria, de qualquer espécie, no mundo, que não defenda o seu "mercado" de trabalho.
É compreensível, também, que a classe média e os mais ricos, que podem escolher seus médicos nos grossos caderninhos ou nos CDs dos planos de saúde achem que há médico sobrando. Nos grandes centros, para quem pode pagar, há, sim.
O que não é compreensível é que, para manter o status quo, a gente permita que milhões de brasileiros tenham menos médicos que os países mais atrasados do mundo, e isso não é retórica.
Ninguém pode perder de vista é que saúde é, constitucionalmente, direito de todos. Ricos ou pobres, morando ou não em metrópoles.
O site do  médico Drauzio Varela publica uma reportagem que é extremamente esclarecedora sobre o assunto. E dá informações que estão ausentes da mídia, que prefere destacar até supostas dificuldades de comunicação de médicos que falem espanhol ou português de Portugal com eventuais pacientes aqui. Seria de rir, se não se tratasse do cuidado com a saúde, muitas vezes emergencial, de pessoas como eu ou você.
Vamos aos argumentos sérios, porque o assunto é sério.
Consigo naquele site o número de médicos de acordo com o porte de cada município. Nos 5282 municípios (ou quase 95% dos municípios brasileiros)  com menos de 50 mil habitantes, onde vivem, segundo o censo do IBGE, 63 milhões de pessoas, exatamente 29.519 médicos.
Ou seja, apenas 7,8% dos médicos são responsáveis pelo atendimento de um terço dos brasileiros.
O que dá um médico para 2.136 pessoas, em média, ou, para usar o índice da Organização Mundial da Saúde, 4,7 médicos para 10 mil habitantes.
Vamos ver como é o "padrão Fifa"?
São 48 médicos na Áustria a cada 10 mil cidadãos, contra 40 na Suíça, 37 na Bélgica, 34 na Dinamarca, 33 na França, 36 na Alemanha e 38 na Itália.
Nas grandes cidades estamos bem acima disso, com taxas da ordem de 45 ou 50 médicos por dez mil habitantes.
Mas o  nosso padrão, nos municípios menores – e nem tão menores, têm até 50 mil habitantes! –  é o de Botswana, Suriname, Vietnam…
Argumentar que a média nacional está acima dos padrões mínimos da OMS é uma hipocrisia, porque ninguém é atendido por um "doutor média", mas por um profissional de carne e osso.
Gente como o Dr. Sérgio Perini, único médico de Santa Maria das Barreiras, no interior do Pará, com seus 18 mil habitantes, um rico exemplo trazido por Dráuzio Varela.
Perini é graduado pelo ISCM-VC (Instituto Superior de Ciências Médicas de Villa Clara), em Cuba, com o qual a Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu-SP mantém convênio desde 2002. Trocou sua cidade de São Simão, em Goiás, que tinha cerca de 15 médicos para seus 17 mil habitantes, para viver com a família no interior do Pará, mesmo por um salário menor. "Quando escuto o CFM falando que os médicos estrangeiros podem não ter formação suficiente, fico indignado. Me dá a impressão de que eles não fazem ideia do que aprendemos por lá".
Ah, mas os e os médicos iriam para estas comunidades se houvesse incentivo e se houvesse lá um mínimo de condições de atendimento.
Santa Maria das Barreiras tem uma Unidade Mista de Atendimento (local para atendimento básico com pequeno centro cirúrgico). Mas como não tem médicos, além do Dr. Perini, ele tem de atender entre 40 e 50 pessoas por dia.
Mas porque não contratam médicos brasileiros?
Diz lá o site do Dráuzio Varela:
"O governo federal criou em 2011 o Provab (Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica), uma iniciativa para levar médicos recém-formados a regiões carentes oferecendo uma bolsa de R$8 mil. O incentivo, porém, não foi suficiente. O último levantamento, feito com base nos dados de 2012, mostrou que 2.856 prefeituras solicitaram 13 mil médicos. Menos da metade, 1.291, foi atendida por pelo menos um profissional, já que apenas 4.392 médicos se inscreveram e 3.800 assinaram contrato. O número equivale a 29% das vagas abertas."
A verdade é que o custo de um curso de medicina no Brasil é algo tão proibitivo que representa, na prática, um "investimento" pelo qual se espera ser muito bem remunerado.
Passar para o curso de medicina, numa universidade pública, é para poucos, a maioria – dos fora das cotas – vindos do melhor ensino privado.
Nas faculdades particulares, as mensalidades variam entre R$ 2,3 mil e R$ 6,8 mil. Em Manaus e São Luiz, cidades grandes pobres, pode custar R$ 6 mil estudar medicina, confira.
Quem pode pagar isso por seis anos, sem trabalhar?
E mais os dois anos de residência, se desejar ser um especialista?
Quem investiu, entre mensalidades, transporte, livros e tempo, quase meio milhão de reais quer ir tratar de pobre? Há exceções, claro, vocações generosas.
Dos 13 mil médicos que o Brasil forma anualmente, quantos são estão dispostos a ir para esses lugares tão mal atendidos?
Será que supera o número dos filhos e filhas de médicos que vão seguir a tradição – e a clientela – dos pais? Não é ilegítimo, repito, mas é uma realidade visível a quem – como eu, infelizmente – é assíduo frequentador de consultórios médicos.
Se há médicos disposto a vir ocupar vagas que os médicos brasileiros não querem, qual é o erro?
Ah, mas são médicos sem qualidade, porque dos formados no exterior só 12% passaram no "Revalida", prova de suficiência a que são obrigatoriamente submetidos.
Alguém pode dizer qual o grau de dificuldade destas provas? Alguém pode jurar que ele é adequado e não apenas restritivo?
Ou terá padrão "Dr. Zerbini"?
Precisamos de um "Dr. Zerbini" lá em Catitolé da Grota Funda ou de um médico que esteja lá,  que cure precocemente o que é corriqueiro (mas que pode virar grave) e encaminhe os casos mais complexos a unidades de referência?
Tomo o depoimento do médico brasileiro Pedro Saraiva, que é nefrologista e trabalha em Portugal. Lá, 60 médicos cubanos prestaram exame e 44 foram aprovados (73,3%). Aqui, 11%.
E os brasileiros? Em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina faz um exame de suficiência profissional para os formandos em Medicina. Opcional, onde só 15% dos jovens médicos se inscrevem, e claro que os que sabem que estão mal de conhecimentos nem participam. Mesmo assim, quase a metade (46,7%) ficou reprovada.
Agora, o exame será obrigatório. Mas apenas fazer o exame. Mesmo que tire zero, o médico formado aqui terá seu registro e todo o direito de exercer a profissão.
Mas aí pode, não é?
Sem hipocrisia, por favor, doutores.
Porque se trata da saúde de milhões de Brasileiros.
Que precisam de saúde, que não se faz sem médico.
E sem médicos como o Dr. Perini, lá de Santa Maria das Barreiras, no interior do Pará.
Ele diz muito bem:
"Como médico, posso afirmar que a vinda de profissionais estrangeiros pode 'ameaçar' meu cargo, mas presenciando o dia a dia das pessoas que vivem em Santa Maria das Barreiras e não têm ninguém além de mim para socorrê-las, é um deslize se posicionar contra a vinda desses médicos. Erro é não ter ninguém para atender essa população".
Diagnóstico preciso, Dr. Perini.
Por: Fernando Brito

Dilma e Felipão

Posted: 02 Jul 2013 08:27 AM PDT

"O técnico já conheceu a glória, o descrédito e a redenção. O segredo foi acreditar nas próprias convicções e Dilma pode fazer o mesmo
Leonardo Attuch, Brasil 247
Há exatos 11 anos, ao conquistar o penta no Japão, o técnico Luiz Felipe Scolari atingiu o auge da glória. Depois disso, administrou o próprio sucesso, fez carreira no exterior, mas desde sua volta ao Brasil, primeiro ao Palmeiras e depois à seleção brasileira, foi alvo de descrédito em várias ocasiões. Os resultados custavam a aparecer até que, neste domingo, "o campeão voltou", como cantou a torcida na Maracanã. O Brasil não só foi tetra na Copa das Confederações, como também encantou o público e deu um verdadeiro show de bola contra a Espanha.
Antes da conquista, Felipão vinha sendo questionado por jornalistas, comentaristas e até ex-jogadores. Era o teimoso que não convocava craques já experimentados, como Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Poucos torcedores pareciam capazes de escalar a seleção brasileira, com alguns jogadores relativamente desconhecidos. Felipão, no entanto, manteve-se fiel às próprias convicções e venceu. Ganhando ou perdendo, deixou claro que tinha um rumo e, assim, fez nascer um time com cara de Brasil.
No Planalto, a presidente Dilma era, até recentemente, a governante com os melhores índices de popularidade do País. No seu primeiro ano, ela claramente conseguia se diferenciar do próprio antecessor, o até então recordista em popularidade Luiz Inácio Lula da Silva, imprimindo marcas próprias à gestão – a "faxina ministerial" era uma delas. Depois, conseguiu vitórias importantes, como a redução dos juros e dos preços da energia.
De repente, uma onda de grande intensidade comeu 27 pontos de sua popularidade e Dilma está numa posição parecida com a de Felipão antes da Copa das Confederações – os brasileiros torciam (alguns contra), mas não esperavam grande coisa. O que fazer numa hora dessas? Se restasse apenas um conselho, seria retirar a reeleição da frente e agir apenas em função das próprias convicções sobre o rumo certo a tomar. Talvez tenha sido a flexibilização dos princípios, em favor de interesses da base aliada, de latifundiários e de empreiteiros, em decisões recentes, que tenha contribuído para a queda. E se há um exemplo para a presidente Dilma, é o do técnico Felipão. Não por acaso ela o mencionou na sua entrevista de ontem, dizendo que seu governo é "padrão Felipão".
 
Também do Blog BRASIL! BRASIL! 

Começou a verdadeira guerra da mídia

Posted: 02 Jul 2013 08:24 AM PDT



"Estourou a guerra Google x Globo.


Antes de entrar nos detalhes, vamos entender melhor o que ocorreu no universo midiático nos últimos anos.

Desde meados dos anos 2000 estava claro, para os grandes grupos de mídia, que o grande adversário seriam as redes sociais.

Rupert Murdoch, o precursor, deu a fórmula inicial na qual se espelharam grupos de mídia em países periféricos.

Compra de redes sociais.

Acesso ao mercado de capitais para alavancar o crescimento.

Adquiriu jornais em vários países e fez a aposta maior adquirindo uma rede social bem colocada na época. Falhou. A rede foi derrotada pelos puros-sangues Google e Facebook.
 
Do Blog BRASIL! BRASIL! 

CAFEZINHO ESTÁ PROIBIDO NA GLOBO

Posted: 02 Jul 2013 08:21 AM PDT

MEXEU COM LULA E DILMA, MEXEU COMIGO
BRIGOU COM A GLOBO É MEU AMIGO

Blog cafezinho faz CAMPANHA PARA ANGARIAR ACIONISTAS
Eu não sei, e pelo que li, nem o dono do blog sabe se vai dar certo, mas...

Não conheço o autor do blog O cafezinho, reconheço, porém, que ele prestou um relevante e perigoso serviço ao Brasil, publicando o caso da dívida passada ? / presente ? da Globo com o fisco.

Daí a minha humilde colaboração com o lançamento de suas AÇÕES no MERCADO.

Lula: "Se a direita quer luta de massas, vamos fazer luta de massas"

Posted: 02 Jul 2013 08:19 AM PDT

A Eliane Cantanhêde, da Folha, está com saudade dele. Andou "cobrando", na coluna do jornal, que Lula fale sobre as manifestações nas ruas. Fez até um contraponto com FHC – este sim, diz a colunista, participado debate público. Cantanhêde ainda acha que só participa do debate quem dá entrevista para "Folha" e outros jornais. Os caminhos de Lula são outros.
O ex-presidente já atua firmemente nos bastidores, consulta lideranças, articula movimentos e põe o bloco na rua.
Um dos participantesdesses encontros – que acontecem no bairro do Ipiranga, em São Paulo – revela o que Lula anda dizendo sobre as manifestações pelo Brasil: "é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças, enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda."
Lula também teria dito algo como: "se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas". (Rodrigo Vianna)
do Correio do Brasil
Ex-presidente da República e um dos principais atores políticos da esquerda brasileira, Luiz InácioLula da Silva assume, definitivamente, o seu papel de liderança nos movimentos sociais que tomaram as ruas do país, em uma série de manifestações que chega à sua segunda semana. De sua base, na sede do Instituto Lula, nesta capital, o principal aliado da presidenta Dilma Rousseff na elaboração de uma agenda política para a realizaçãode um plebiscito, provavelmente em agosto, intensifica os encontros com os movimentos sociais mais próximos do Partido dos Trabalhadores (PT).
No mais recente encontro, na véspera, com jovens de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Lula ofereceu o diapasão para afinar o discurso dos movimentos sociais. Em lugar da esperada mensagem de conciliação e o pedido de calma aos manifestantes, o momento é de "ir para a rua", afirmou o ex-presidente. A reunião, no bairro do Ipiranga, em São Paulo não contou com a presença do Movimento Passe Livre (MPL), nem do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
– O (ex-)presidente queria entender essa onda de protestos e avaliou muito positivamente o que está acontecendo nas ruas – disse a jornalistas André Pereira Toranski, dirigente da UJS, que conta majoritariamente com militantes do PCdoB.
Outro participante do encontro, que preferiu o anonimato, afirma que Lula "colocou que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa do que como governo. Não usou essas palavras, mas disse algo com 'se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas".
Em nota publicada em seu perfil na rede social Facebook, na última quinta-feira, Lula já se mostrava favorável às manifestações ocorridas desde o último dia 13 em várias cidades do Brasil: "Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil, porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas", declarou.
Em São Paulo, Lula apoiou a negociação entre o governo e os manifestantes, que reclamavam do aumento no preço da passagem de ônibus. Na ocasião, o ex-presidente demonstrou confiança no trabalho do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ministro da Educação durante seu governo.
– Estou seguro, se bem conheço o prefeito Fernando Haddad, que ele é um homem de negociação. Tenho certeza que dentre os manifestantes, a maioria tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano – afirmou. Apenas alguns dias depois, Haddad revogou o aumento de R$ 0,20 no preço da passagem.
Plebiscito
De sua parte, a presidenta Dilma também seguiu os conselhos do amigo e antecessor no cargo e vem promovendo, desde o início desta semana, uma série de encontros com os movimentos sociais. Na véspera, Dilma recebeu os representantes de oito centrais sindicais e dedicou 40 minutos da reunião para explicar aos dirigentes como serão norteadas as ações para os cinco pactos anunciados pelo governo – com vistas à melhoria dos serviços públicos – e destacou a importância de ser convocado um plebiscito no país para discussão da reforma política. Embora a presidenta não tenha sido explícita no apelo às centrais, a sua fala na abertura do encontro foi vista pela maior parte dos presentes como uma forma de pedir o apoio das entidades para as medidas divulgadas nos últimos dias.
A presidenta admitiu que é preciso aprimorar a interlocução com as centrais e disse concordar com as críticas das ruas sobre a qualidade dos serviços públicos. Afirmou, ainda, que a pressão das mobilizações está correta e ajuda na transformação do país. Participaram do encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Força Sindical, bem como Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSP-Conlutas e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), além de técnicos do Dieese.
Os sindicalistas apresentaram os principais itens definidos na pauta traçada nos últimos dias com solicitações ao governo, tais como melhorias na qualidade do transporte público e redução das tarifas, mais investimentos na educação e na saúde, retirada de tramitação, no Congresso, do Projeto de Lei 4.330 – referente à regulamentação das atividades de terceirização, fim do fator previdenciário e aumento dos valores das aposentadorias, reforma agrária e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Dilma deixou claro que essa pauta será negociada como um todo e que o governo apresentará uma resposta até agosto.
Mesmo lembrando que alguns desses temas precisam ser discutidos e negociados no Congresso e ressaltando a importância de as centrais participarem dessas negociações, a presidenta assegurou, no que se refere ao PL 4.330, que embora não possa vir a vetar o projeto inteiro, não deixará que sejam retirados direitos dos trabalhadores. Além disso, ela enfatizou que não aprovará qualquer projeto sem que exista acordo entre trabalhadores, empregadores e governo e que atenderá à reivindicação das centrais de estabelecer um canal de diálogo permanente, conforme relatou, ao final do encontro, o presidente da CUT, Vagner Freitas.
– A reunião não teve o objetivo de discutir a pauta dos trabalhadores e sim o atual momento político do Brasil. Colocamos para a presidenta que é preciso levar em consideração, nesse debate, os interesses dos trabalhadores organizados. Foi um espaço para que discutíssemos o que está acontecendo e como devemos fazer para que o movimento crie propostas progressistas – afirmou Freitas.
Durante sua fala à presidenta no encontro, o dirigente da CUT ponderou que as melhorias nos serviços pleiteados pela população só existirão com o investimento na rede pública.
– O governo tem de se debruçar sobre a saúde, transporte, educação e segurança pública de qualidade. Não adianta querer melhorar privatizando. Apontamos que a resposta tem de vir do Estado e ela (a presidenta) concordou – disse, ao sair do Palácio do Planalto.
No próximo dia 11, as centrais prometem ir às ruas em todo o país pela aprovação de sua pauta de reivindicações.
Das ruas às urnas
Para Luiz Carlos Antero, jornalista e escritor, colunista e membro da Equipe de Pautas Especiais do sítio Vermelho.org, o plebiscito pela reforma política é uma das propostas que "podem surtir um maior impacto". Em um debate mais amplo, segundo o analista, "pode contribuir para uma maior participação popular e para aprofundar a democracia no Brasil, destacando-se em especial aspectos como o do financiamento público de campanhas".
"Entretanto, ainda mais que compreender o que se passa no Brasil no atual momento, é indispensável e urgente o esforço da apresentação de um afirmativo e unitário programa popular e democrático enquanto fio condutor das lutas de rua — para as quais qualquer pauta institucional e toda pausa na movimentação terá um sentido provisório e cumulativo, distante do improvável êxito do pensamento ou desejo de uma nova acomodação" afirma.
http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/lula-sai-da-toca-e-avisa-se-a-direita-quer-luta-de-massas-vamos-fazer-luta-de-massas.html

O juiz que enfrentou a repressão em Fortaleza (Esse é macho sim senhor ! Sílvio Mota na manifestação em Fortaleza) _+_ Também somos o chumbo das balas

Posted: 02 Jul 2013 05:18 AM PDT

Veja vídeo abaixo

No Gilson Sampaio
Quem é esse homem no vídeo registrado em Fortaleza durante as manifestações da última quinta-feira (27)? O juiz aposentado Sílvio Mota, que disse:
""Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!" Era isso que eu ia cantando quando avancei contra a PM do Sr. Cid Gomes. Por que avancei?
Em primeiro lugar, porque a polícia não se manteve nas barreiras e avançou para acabar com a manifestação. Uma manifestação pacífica, de cara limpa, em que tremulavam bandeiras dos movimentos sociais e até de partidos políticos.
Não é verdade que os manifestantes provocaram o enfrentamento.
A PM do Ceará mentiu, e a Rede Globo também.
A maior manipulação da Globo foi a de não seguir a linha do tempo, e apresentar imagens do final do conflito sem nada dizer das horas de bombardeio que sofremos.
Tenho 68 anos e limitações de locomoção, e estava sentado quando eu e minha esposa, também com 68 anos, fomos atingidos por artefatos de gás lacrimogêneo. Estávamos longe da barreira, com vários trabalhadores, professores universitários, profissionais da saúde, e até militantes das Pastorais da Igreja Católica.
Minha esposa foi levada por jovens manifestantes para longe, a fim de ser tratada dos efeitos do gás. Eu fiquei, inclusive porque peso mais de 100 quilos. Estava aplicando uma esponjinha molhada de vinagre para poder respirar, mas vi uma jovem tão apavorada que passei minha esponja para ela.
Levantei-me indignado e avancei contra os escudos da barreira, de cara limpa, com a camisa contra a PEC 37. Os PMs ficaram confusos, mas logo avançou um oficial superprotegido por escudos e asseclas que mal podia falar.
Foi logo dizendo que eu não podia fazer aquilo, mas respondi que estava no meu direito de manifestar-me sem armas. Ele alegou que eu podia ser atingido por pedras, mas nenhuma foi arremessada contra mim. As poucas que havia no chão eram pequenas, e nenhum risco causavam a seus escudos e coletes. Disse-lhe que dispensava sua proteção, pois quem tinha me agredido era ele, e não pedras.
Ele voltou para sua linha de escudos.
Os jornalistas presentes logo me perguntaram se eu era promotor, e lhes disse que era juiz aposentado e meu nome. Até defendi o plebiscito proposto pela Presidenta Dilma.
O garboso oficial com seus escudos laterais saiu da linha de novo e disse que iria prender-me.
Disse-lhe que não podia fazer isso porque eu era um magistrado vitalício e não estava cometendo nenhum crime. Exibi-lhe minha carteira funcional, e ele disse que não ia me prender, mas que ia prender a um senhor militante do MST que tinha avançado para meu lado para proteger-me e estava usando a camisa do movimento. Disse-lhe então que iria com ele, e na confusão o camponês correu e o garboso oficial não teve coragem de abandonar a linha para persegui-lo.
Dei-lhe as costas e voltei para a meninada, que já estava mais calma, mas então ele teve coragem de mandar disparar pelos menos cinco artefatos de gás nas minhas costas. Os meninos apagaram quatro deles em baldes de água, e um quinto me atingiu no meio das costas. Caiu no chão e chutei para o lado. É bom saber: nunca dê as costas para uma hiena.
Depois de voltar para a manifestação encontrei minha mulher, ficamos ainda algum tempo aguentando gás lançado contra nós sem motivo, em trajetórias de longo alcance e ainda deu tempo para sair com nosso carro e almoçarmos em um restaurante (o que tinha que fazer com urgência, pois já eram duas da tarde e sou diabético).
Só então tivemos notícias dos confrontos mostrados nas imagens da Globo, por celular.
O juiz que enfrentou a repressão em Fortaleza | Gilson Sampaio

Via Epoca
O Brasil não mudará em profundidade enquanto a classe média sentir mais os feridos da Paulista do que os mortos da Maré
ELIANE BRUM
(Foto: Lilo Clareto/ Divulgação)
Você está na sala assistindo à TV. Ou está no restaurante, com seus amigos. Ou está voltando para casa depois de um dia de trabalho. Você ouve tiros, você ouve bombas, você ouve gritos. Você olha e vê a polícia militar ocupando o seu bairro, a sua rua. É difícil enxergar, por causa das bombas de gás lacrimogêneo, o que aumenta o seu medo. Logo, você está sem luz, porque a polícia atirou nos transformadores. O garçom que o atendia cai morto com uma bala na cabeça. O adolescente que você conhece desde pequeno cai morto. Um motorista está dirigindo a sua van e cai ferido por um tiro. Agora você está aterrorizado. Os gritos soam cada vez mais perto e você ouve a porta da casa do seu vizinho ser arrombada por policiais, que quebram tudo, gritam com ele e com sua família. Em seguida você vê os policiais saírem arrastando um saco preto. E sabe que é o seu vizinho dentro dele. Por quê? Você não pergunta o porquê, do contrário será o próximo a ser esculachado, a ter todos os seus bens, duramente conquistados com trabalho, destruídos. Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode entrar. 
O que você faz?
Nada.
Você não faz nada porque não aconteceu com você. Você não faz nada especialmente porque se sente a salvo, porque sabe que não apenas não aconteceu, como não acontecerá com você. Não aconteceu e não acontecerá no seu bairro. Isso só acontece na favela, com os outros, aqueles que trabalham para você em serviços mal remunerados.
Aconteceu na Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na segunda-feira passada (24/6). Com a justificativa de que pessoas se aproveitavam da manifestação que ocorria na Avenida Brasil – o nome sempre tão simbólico – para fazer arrastão, policiais ocuparam a favela. Um sargento do BOPE morreu e a vingança da polícia começou, atravessou a madrugada e boa parte da terça-feira. Saldo final: 10 mortos, entre eles "três moradores inocentes".
Os brasileiros foram às ruas, algo de profundo mudou nas últimas semanas, tão profundo que levaremos muito tempo para compreender. Mas algo de ainda mais profundo não mudou. E, se esse algo ainda mais profundo não mudar, nenhuma outra mudança terá o peso de uma transformação, porque nenhuma terá sido capaz de superar o fosso de uma sociedade desigual. A desigualdade que se perpetua no concreto da vida cotidiana começa e persiste na cabeça de cada um.
Quando a polícia paulista reprimiu com violência os manifestantes de 13 de junho, provocando uma ampliação dos movimentos de protesto não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, houve um choque da classe média porque, dessa vez, muitos daqueles que foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo eram seus filhos, irmãos e amigos. Como era possível que isso acontecesse?
Era possível porque a polícia militar – e não só a de São Paulo, como se sabe e tem se provado a cada manifestação, nas diversas cidades – agiu no centro com quase a mesma truculência com que cotidianamente age nas favelas e nas periferias. Quase com a mesma truculência, porque algumas vozes se levantaram para lembrar que nas margens as balas são de chumbo. Balas de borracha, como foi dito em tom irônico, seria um "upgrade". A polícia fez, portanto, o que está acostumada a fazer no dia a dia das periferias e favelas, o que é ensinada e autorizada a fazer. E muitos policiais devem ter se surpreendido com a reação da opinião pública, já que agem dessa maneira há tanto tempo e as reclamações em geral ficavam, até então, limitadas às mesmas organizações de direitos humanos de sempre. 
E então veio a Maré. E, em vez de balas de borracha, as balas eram de chumbo. Em vez de feridos, houve mortos. E, ainda que o massacre tenha tido repercussão, especialmente no Rio de Janeiro, ela foi muito menor e menos abrangente do que quando a violência foi usada no centro de qualquer cidade. Por quê? Seriam os brasileiros da Maré ou de outras favelas menos brasileiros do que os outros? Seriam os humanos da Maré ou de outras periferias menos humanos do que os outros? Sangrariam e doeriam os moradores da Maré menos do que os outros?
É preciso que a classe média se olhe no espelho, se existe mesmo o desejo real de mudança. É preciso que se olhe no espelho para encarar sua alma deformada. E perceber que essa polícia reflete pelo menos uma de suas faces. Parece óbvio, do contrário essa polícia não seguiria existindo e agindo impunemente, mas às vezes o óbvio é esquecido em nome da conveniência.
É fácil renegar a polícia militar como algo que não nos diz respeito, como sempre fazemos com as monstruosidades que nos envergonham. Sem precisar assumir que essa polícia existe como resultado de uma forma de ver a sociedade e se posicionar nela – uma forma que perpetua a desigualdade, dividindo o país entre aqueles que são cidadãos e têm direitos e aqueles que não têm nenhum direito porque, mesmo que trabalhem dura e honestamente, são criminalizados por serem pobres.
No momento em que os mortos da Maré incomodam menos que os feridos da Paulista ou de outros lugares do Brasil, se justifica e legitima a violência da polícia. Se justifica e legitima de várias maneiras – e também por aqueles que sentem menos a violência da Maré do que a da Paulista, apesar de ela ser numa proporção muito maior, a começar pela diferença das balas. Se justifica e se legitima e se perpetua porque, ainda que não confessado, mas claramente expressado, vive-se como se os mais pobres, os que moram em favelas e periferias, pudessem ter suas casas invadidas, seus bens destruídos e suas vidas extintas. 
Se fosse você ou eu na Maré, reconheceríamos os rostos dos que tombam e estaríamos lá, aterrorizados com a possibilidade de sermos os próximos a virar estatística. O garçom que caiu morto com um tiro na cabeça é Eraldo Santos da Silva, 35 anos. Quem estava no restaurante contou que os policiais do BOPE atiraram no transformador para o local ficar às escuras e então mudar a cena do crime, retirando as cápsulas do chão. O garoto de 16 anos que foi assassinado se chama Jonatha Farias da Silva. A polícia disse que ele estava com uma arma na mão, mas várias pessoas que o conhecem desde criança afirmam ser impossível. Jonatha é descrito como um menino tímido e muito sozinho que perdeu a mãe de tuberculose aos 11 anos e vivia com um irmão mais velho num quarto de quatro metros quadrados. Engraxava sapatos e vendia biscoitos nos congestionamentos da Linha Vermelha para sobreviver, enquanto sonhava com ser mecânico. O motorista ferido quando dirigia a van alvejada por tiros é Cláudio Duarte Rodrigues, de 41 anos. Foi levado ao hospital por moradores, mas despachado para casa com a bala ainda alojada no glúteo. Só depois uma ONG obteve a promessa de uma ambulância para buscá-lo. Você ainda poderia ser a empregada doméstica que ouviu os policiais arrombarem a porta da casa do seu vizinho, ouviu seus gritos – "Me larga! Socorro!" – e o viu ser retirado de lá, dentro de um saco preto.
Mas isso não acontece com você, nem com seus filhos. Nem comigo. Mas, ainda que não aconteça, como é possível sentirmos menos? Ou mesmo não sentir? Ou ainda viver como se isso fosse normal? Ou olhar distraidamente para a notícia no jornal e pensar: "mais uma chacina na favela"?
Em que nos transformamos ao sentir menos a morte de uns do que a de outros, a dor de uns do que a de outros, mesmo quando olhamos para uns e outros apenas pela TV?
O que torna isso possível?
É preciso parar e pensar. Porque esses, que assim morrem, só morrem porque parte da sociedade brasileira sente menos a sua morte. É cúmplice não apenas por omissão, mas por esse não sentir que se repete distraído no cotidiano. Por esse não sentir que não surpreende ninguém ao redor, às vezes nem vira conversa. Essa polícia que mata nos reflete, por mais que recusemos essa imagem no espelho.
São vários os discursos que se imiscuem na vida cotidiana e penetram em nossos corações e mentes, justificando, legitimando e perpetuando a ideia de que a vida de uns vale menos do que a de outros, de que a vida dos mesmos de sempre vale menos do que a dos mesmos de sempre. Um desses discursos é a afirmação, que nesse caso foi assumida e amplificada por parte da imprensa, de que a polícia teria admitido que "três moradores mortos eram inocentes". A frase tem tom de denúncia, ao afirmar que a polícia reconheceu a morte de "inocentes" na Maré. A declaração expressa, de fato, a ideia de que ao menos esses três não deveriam ter sido assassinados. Por oposição, cabe a pergunta: e os outros deveriam?
Essa frase diz ainda mais: se "três são inocentes", aceita-se automaticamente e sem maior investigação que os demais seriam suspeitos de tráfico e outros crimes – e destes, quase nada ou nada é contado. É nesse ponto que se oculta algo ainda pior contido nesse discurso, que é a aceitação da pena de morte de suspeitos. Ou seja, os supostamente "não inocentes", os supostamente "bandidos", "traficantes", "vândalos" poderiam, então, ser mortos? É isso o que se diz nas entrelinhas. Mas não seriam todos "inocentes", até julgamento em contrário, dentro do ritual jurídico previsto pelo Estado de direito? Sem contar que a lei brasileira não prevê a pena de morte de julgados e condenados por crimes, nem sequer os hediondos. Mas o Estado, com o aval de uma parte significativa da sociedade, executa suspeitos.
A aceitação dessa quebra cotidiana da lei pelo Estado está presente na narrativa dos acontecimentos – e a imprensa tem um papel importante na reprodução desse discurso: "três deles eram inocentes", "morreram em confronto", "morreu ao resistir à prisão", "troca de tiros" são algumas das expressões entranhadas nos nossos dias como se tudo explicassem. Como se isso fosse corriqueiro – e não monstruoso. Mesmo para a morte de "inocentes", fora as mesmas vozes dissonantes de sempre, se atribui expressões como "efeito colateral". E parece ter sido fácil para a classe média aceitar que o "efeito colateral" é a morte dos filhos, dos irmãos, dos pais e das mães dos pobres.
Em um artigo no site do Observatório de Favelas, que vale a pena ser lido (aqui), Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré e da Divisão de Integração Universidade Comunidade PR-5/UFRJ, faz uma análise da frase dita na TV pelo consultor de segurança pública Rodrigo Pimentel: "Fuzil deve ser utilizado em guerra, em operações policiais em comunidades e favelas. Não é uma arma para se utilizar em área urbana". Ele criticava, em 18/6, a imagem de um policial militar atirando para o alto com uma metralhadora, perto de manifestantes que praticavam ações violentas em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Como afirma Eliana, parece um comentário "natural, racional e equilibrado", mas, de fato, o que ele está dizendo? Que na favela pode. E, fora uma ou outra voz, como a dela, não causa nenhuma surpresa. Nem mesmo se estranha que na favela pode, nos protestos do centro não.
A palavra "confronto" encobre forças desiguais – e o que tem sido chamado de "confronto" seguidamente não é o que diz ser. Mesmo em confrontos de fato trata-se o que é desigual como se fosse igual, também simbolicamente. Como se uma das forças em confronto não encarnasse o Estado e tivesse, portanto, de respeitar a lei e seguir parâmetros rígidos de conduta – e não igualar-se a quem supostamente está no outro lado. Como se a polícia, como aconteceu na Maré, tivesse autorização para se vingar pela morte – lamentável – do sargento do BOPE, entrando na favela e arrebentando. E o sargento do BOPE Ednelson Jerônimo dos Santos Silva, 42 anos, é também uma vítima desse sistema avalizado por uma parte significativa da sociedade dita "de bem". 
A questão é que, se a polícia não tem autorização de direito, tem de fato. E tem porque a classe média sente menos a dor dos pobres. Tem autorização porque uma parcela da sociedade primeiro criminaliza os pobres – e, depois, naturaliza a sua morte. É por isso que a polícia faz o que faz – porque pode. E pode porque permitimos. A autorização não é dos suspeitos de sempre, apenas, mas de parte considerável dessa mesma classe média que vai às ruas gritar pelo fim da corrupção. Mas haverá corrupção maior, esta de alma, do que sofrer menos pelos mortos da Maré do que pelos feridos da Paulista?
A autorização para a morte dos pobres é de cada um que sente mais as balas de borracha da Paulista do que as balas de chumbo da Maré. Sentir, o verbo que precede a ação – ou a anula.
"Estado que mata, nunca mais!" é o chamado de um ato ecumênico marcado para as 15h desta terça-feira (2/7), com concentração na passarela 9 da Avenida Brasil, pelos moradores da Maré. A manifestação, anunciada como "sem violência e pacífica", pretende lembrar os 10 mortos de 24 e 25 de junho, inclusive o sargento do BOPE. "Não é mais aceitável a política militarizada da operação do estado nos territórios populares, como se esses locais fossem moradas de pessoas sem direitos. Responsabilizamos o governador do Estado e o secretário de Segurança Pública pelas ações policiais nas favelas. Exigimos um pedido de desculpas pelo massacre e o compromisso com o fim das incursões policiais nas favelas cariocas, sustentadas no uso do Caveirão e de armas de guerra", diz a chamada na internet.
Este ato poderá se tornar um momento de inflexão nos protestos que atravessam o país. Saberemos então se os cidadãos das favelas estarão sozinhos, como sempre, ou acompanhados pelas mesmas organizações de direitos humanos de sempre – ou se o Brasil está, de fato, disposto a começar a curar sua abissal e histórica cisão. 
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras)
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O avesso da lenda(Artes e Ofícios), A vida que ninguém vê(Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) e O olho da rua - uma repórter em busca da literatura da vida real(Globo).
Twitter: @brumelianebrum
Postado há 1 hour ago por
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Francisco Almeida 




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