quarta-feira, 4 de julho de 2012

Via Email: SARAIVA 13



SARAIVA 13


Posted: 04 Jul 2012 04:17 PM PDT







A audiência do Programa de Fátima Bernardes está em baixa, ontem foi um dia terrível para a emissora Globo, que amargou um terceiro lugar no horário em que o "Encontro com Fátima...." esteve no ar. Isso, porém, não preocupa, não tem nenhuma importância se não a de mostrar que não se fabricam mais "sucessos" e nem se empurra mais goela abaixo do telespectador os programas fracos e de conteúdo batido.
Sobre essa estrela cadente, leia + aqui:

Já a queda das ações das empresas de X'Eike Batista, isso é preocupante. Não por ele ver seu sonho de se tornar o homem mais rico do mundo adiado, ou acabado, isso também não possui qualquer importância, exceto para o próprio, de alimentar seu super-ego e sua mania de grandeza frívola.

A questão parece ser muito mais complicada. Ontem as Agências de Classificação de Risco (Moody's e Fitch) rebaixaram a OGX Petróleo, como resultado da "revelação" de que a produção de "óleo" pela empresa na região de Campos será muito menor do que inicialmente "anunciado". Em uma semana a OGX perdeu 27% de valor na bolsa. Quando a OGX cai, todas as demais empresas "X" do grupo de X'Eike também ficam ameaçadas, visto que, elas estão atreladas, fornecem, dependem dela.

Com os chineses "pulando fora" de uma parceria na área de mineração, a situação fica ainda mais sombria.

Não está ainda confirmado, mas, parece que eles, os chineses da WUHAN IRON & STEEL, desistiram de uma Joint-Venture com X'Eike para a construção de uma SIDERÚRGICA no Brasil, algo em torno de US$ 5 BILHÕES em investimentos. O negócio foi por eles classificado de "ALTO RISCO".

Ações em BOLSA caem, parcerias não são confirmadas, fortunas derretem, tudo isso é comum, acontece, e pode mudar para melhor ou pior, faz parte do mundo dos "negócios".

O Problema das empresas, e do próprio senhor X'Eike Batista, é que tudo parece estar baseado em "promessas" em perspectivas futuras, cada vez mais futuras. Não há um patrimônio consolidado de forma suficiente para dar "lastro" a tanto "investimento"-"aquisição"-"parceria". Confiabilidade é uma palavra chave nesse campo e, nesse momento, os negócios das empresas "X" dão a impressão de funcionar como aquelas "PIRÂMIDES" de investimentos, que vez por outra desabam com quem aplicou grana perdendo tudo.

Segundo o relatório de uma das empresas de Classificação de Risco: "As ações da OGX já foram penalizadas antes por PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS.

Eu não sou especialista em economia, mas, sou "especialista" em ficar escaldado com esses "COMETAS" que de uma hora para outra aparecem no "CÉU" do Brasil como se fossem ESTRELAS DE 1a. GRANDEZA.

O Risco de X'Eike Batista virar uma "estrela cadente" parece grande, e aí é que está o "X" da questão.
Posted: 04 Jul 2012 04:08 PM PDT
"Decisão do ingresso da Venezuela no Mercosul foi por 3x0"
Em entrevista à Carta Maior, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, analisa o momento vivido na América do Sul após a destituição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai, a suspensão deste país do bloco e o ingresso da Venezuela. Marco Aurélio Garcia manifestou surpresa com as críticas do chanceler uruguaio a essa última decisão. "Ele estava lá e poderia ter sido enfático nisso, ou então se dissociar. O dia que eu quiser me dissociar de uma política da presidenta Dilma, eu pego o chapéu e digo "olha, não estou de acordo, vou embora".
> LEIA MAIS | Internacional | 04/07/2012
• Venezuela e Paraguai em dez lições
• Os desdobramentos da entrada da Venezuela no Mercosul
• A carta venezuelana no Mercosul
• Mercodilemas, Mercosurpresas
• Leia mais no ESPECIAL: GOLPE NO PARAGUAI

GOLPE NO PARAGUAY: FIQUE ESPERTO COM A MÍDIA


A 'FRENTE PARAGUAIA' MOSTRA OS DENTES
Bastou um golpe de Estado para catalisar a orfandade conservadora que amargava indócil ostracismo no ambiente democrático e progressista que predomina no Brasil e na América do Sul. Veio do sofrido Paraguai --2,5% da população detém 80% das terras -- a senha para replicar cepas e esporões remanescentes de ditaduras e negócios contrariados ao longo desse processo. O 'golpe democrático' aconteceu numa sexta-feira (22-06). Na 2ª feira, a adesão começou a proliferar-se. Uma semana depois, nesta 3ª feira, o jornalão que patrocinou o golpe de 64 deixou de lado a liturgia do espaço editorial e aconselhou aos golpistas paraguaios 'mandar às favas essa união aduaneira fracassada e buscar negociações relevantes para seu país'. Leia-se, buscar o regaço largo dos EUA, implodindo uma união regional que nem a crise conseguiu arranhar --e que poderá se fortalecer se o colapso financeiro dos ricos for exorcizado pela retomada do ativismo estatal na região. A frente paraguaia mostra os dentes com objetivos explícitos: apoiar o golpe; através dele, criar um contencioso capaz deter a espiral soberana e progressista em curso no Brasil e na América Latina. Leia nesta pág. a entrevista do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sobre o assunto.(LEIA MAIS AQUI)
(Carta Maior; 4ª feira/04/07/2012)
Posted: 04 Jul 2012 03:34 PM PDT




Marta afirma que senador se mostrou
um homem mentiroso e manipulador

"A senadora Marta Suplicy (PT-SP) declarou que "Demóstenes Torres, por todas as mentiras que contou e à dupla personalidade que revelou, não tem mais lugar nesta Casa". Ela fez essa afirmação, durante a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ). A comissão vai votar o relatório do senador Pedro Taques (PDT-MT) que defende a cassação do mandato de Demóstenes.

Marta disse que foi uma "grande surpresa" tomar conhecimento das denúncias contra Demóstenes Torres, pois antes ela "acreditava no senador, seja por sua defesa da ética ou por seu brilhantismo como opositor".

– Tínhamos grande admiração por Demóstenes, mas ele se revelou uma pessoa com capacidade de mentir, enganar e manipular como raramente se vê. Uma pessoa com duas personalidades. Que pessoa é essa? – questionou ela.

A senadora lembrou que Demóstenes ganhou um telefone da marca Nextel do contraventor Carlinhos Cachoeira – e que esse mesmo tipo de aparelho havia sido dado por Cachoeira a outros criminosos.

Por sua vez, o relator do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Humberto Costa (PT-PE) contestou as críticas feitas pelo advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro – o Kakay.

Humberto disse que, ao citar documentos do Supremo Tribunal Federal em seu parecer, "em nenhum momento foram utilizadas informações que não tivessem sido admitidas pelo próprio senador Demóstenes". Como exemplo desse critério, Humberto Costa mencionou uma gravação que ele não mencionou no relatório porque havia sido contestada por Demóstenes.

– O que averiguamos é se houve contradição entre o que Demóstenes disse e o que ele fez – declarou Humberto Costa, acrescentando que o senador acusado "assumiu uma militância contra os jogos de azar que nunca existiu".
Humberto reiterou que "os fatos são claros, evidentes e indefensáveis: houve grave quebra do decoro parlamentar". O relatório de Pedro Taques que irá a votação ratifica as conclusões do parecer de Humberto Costa."


enviada por: Nogueira Junior / 14:11 0 Comentários
Posted: 04 Jul 2012 03:27 PM PDT





Enviada por: Nogueira Junior / 13:54 0 Comentários
Posted: 04 Jul 2012 03:20 PM PDT




Posted: 04 Jul 2012 03:14 PM PDT
Do Valor, por Cristine Prestes
Faltando menos de um mês para o início do julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados que defendem os 38 réus na Ação Penal nº 470 esperam dos 11 ministros da corte uma análise técnica do caso – e acreditam que, se ela ocorrer, praticamente não haverá condenações. Os argumentos que sustentam sua crença na absolvição vão desde a ausência de provas técnicas até a jurisprudência do Supremo, que, se seguida pelos ministros, favoreceria os réus. Ainda assim, o grupo – que inclui boa parte dos mais renomados criminalistas do país – não descarta um julgamento político e dá como perdidos os votos do relator Joaquim Barbosa e do presidente da corte, Carlos Ayres Britto.
Responsável pela defesa do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), o criminalista Alberto Toron afirma que, durante uma conversa recente com o ministro Celso de Mello, decano do Supremo, ouviu dele que o julgamento será eminentemente técnico e jurídico. "O Supremo não vai deixar de seguir sua tradição e fará um julgamento justo", diz. Seu cliente é acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro por ter assinado, em 31 de dezembro de 2003, um contrato de R$ 9 milhões com a SMP&B Comunicação, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que seria mais uma fonte de recursos para a compra de apoio político.
Toron compara o caso do mensalão ao processo penal em que o ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB-AL, foi acusado de corrupção passiva por seu suposto envolvimento no esquema montado pelo tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias, o PC Farias. Collor sofreu processo de impeachment em 1992 e renunciou ao cargo antes de ser afastado da Presidência da República. Em 1994, após quatro dias de julgamento, o Supremo absolveu Collor por falta de provas, mesmo diante da imensa pressão popular e da mídia pela sua condenação. "Não vejo o porquê de o Supremo julgar de forma diferente agora."
A opinião é compartilhada por vários de seus colegas. "Tenho a mais profunda convicção de que o julgamento será técnico", diz o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o publicitário Duda Mendonça e seu sócio, Zilmar Fernandes Silveira. Ambos são acusados de evasão de divisas e lavagem de dinheiro por terem recebido valores devidos pelo PT por serviços prestados durante a campanha eleitoral de 2002, supostamente originados de contratos publicitários destinados ao desvio de recursos. "Nossa defesa é 100% técnica", diz Kakay, que afirma que os valores recebidos por Duda Mendonça referem-se a créditos de campanhas anteriores do PT e que nada têm a ver com o mensalão – que ele nega que tenha existido.
O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende a ex-vice-presidente do Banco Rural, Ayanna Tenório Tôrres de Jesus, acusada de formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro, tem a mesma opinião. "O Supremo é um tribunal técnico, há uma diversidade grande de orientações jurídicas, mas todas elas voltadas para a lei e baseadas nas provas dos autos", diz o criminalista. "É difícil avaliar como o Supremo vai julgar", afirma Pierpaolo Cruz Bottini, criminalista que defende o ex-deputado federal pelo PT-MG Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, acusado de lavagem de dinheiro. No entanto, ele afirma que, ao despachar com os ministros do Supremo, observou que todos eles conheciam profundamente o processo, ouviram com atenção e discutiram temas técnicos. "Não senti nenhuma politização do processo", diz.
A crença dos criminalistas de que, se o Supremo julgar o processo do mensalão de forma técnica, boa parte dos réus será absolvida baseia-se na instrução criminal – fase do processo em que o Ministério Público Federal tem a função de corroborar as provas colhidas durante o inquérito para confirmar as alegações feitas na denúncia, em face ao contraditório, ou seja, à defesa dos réus. Segundo Pierpaolo Bottini, a maior parte do grande conjunto probatório produzido na fase de inquérito do mensalão não foi corroborada na fase de instrução criminal. "Há uma dificuldade probatória no processo", afirma. "Para a defesa foi uma instrução criminal muito boa, toda favorável aos réus", concorda Kakay, para quem o Ministério Público não conseguiu provar as alegações feitas na denúncia.
Os criminalistas se referem às poucas provas técnicas produzidas e à enorme quantidade de testemunhas ouvidas no processo. E são unânimes ao afirmar que nenhuma delas confirmou a existência do mensalão durante a instrução criminal. "A prova decorrente da CPI dos Correios ou do inquérito serve para o oferecimento da denúncia, mas não serve para basear a condenação", afirma o advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário Marcos Valério, acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ele diz que o Código de Processo Penal prevê que o juiz, na formação de seu conhecimento, deve se basear nas provas produzidas em juízo, e que é essa a jurisprudência do Supremo em relação a provas. "E o Ministério Público Federal, em suas alegações finais, só se refere às provas do inquérito, que não podem servir de fundamento para a condenação." Segundo ele, não há prova produzida na fase de instrução criminal, sob o crivo do contraditório, que confirme as acusações do Ministério Público. "Foram ouvidas 600 testemunhas e não teve uma que confirmou a existência do mensalão", afirma.
A exceção é o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). Presidente de seu partido, ele relatou a existência de um esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada em troca de votos favoráveis aos projetos de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso em 2005. Cassado pela Câmara dos Deputados, o delator do mensalão acabou tornando-se réu no processo, e não apenas testemunha, como era sua intenção. E essa condição, para a defesa dos réus, faz toda a diferença. "Se ele fosse testemunha teria o compromisso de falar a verdade, mas como réu não tem", diz Marcelo Leonardo. Na ação penal, Roberto Jefferson é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro – ele mesmo declarou ter recebido R$ 4 milhões de Marcos Valério a mando do PT.
"Há um colosso de depoimentos, mas as provas técnicas são muito poucas", diz Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Já Alberto Toron afirma que há provas técnicas em algumas situações, mas que "as provas testemunhais são absolutamente escassas" – ou seja, não comprovam a existência do mensalão. Segundo os criminalistas ouvidos pelo Valor, além do relato de Roberto Jefferson, outras testemunhas confirmaram a existência de caixa dois de campanha eleitoral – como o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, réu no processo e acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa -, mas não do mensalão.
Embora os advogados acreditem em um julgamento técnico no Supremo, eles também admitem que há uma pressão para que alguns dos réus sejam condenados e não descartam "surpresas". "O Supremo é um tribunal político pela própria natureza de sua composição, a nomeação dos ministros é uma escolha política", afirmou um dos criminalistas que atua no processo. Nos bastidores, eles não têm esperanças em votos favoráveis aos réus vindos dos ministros Joaquim Barbosa e Ayres Britto, presidente do Supremo. "Entre nós, os votos de Britto e Joaquim damos como perdidos", disse outro deles ao Valor.
Do Blog TUDO SOBRE O MENSALÃO.
Posted: 04 Jul 2012 03:12 PM PDT


Carta de Maurício Rands [Ex-deputado federal pelo PT-PE]

Venho aqui me comunicar diretamente com meus eleitores, companheiros, amigos e com o povo de Pernambuco, em especial com os militantes do Partido dos Trabalhadores - PT, que compartilharam comigo tantas lutas pela democracia e pela construção de uma sociedade melhor.  

Nas prévias internas de definição do candidato do PT e da Frente Popular, durante dois meses, participei de intenso debate sobre o Recife e a vida partidária. Interagi com os militantes, na compreensão conjunta de que a melhoria da condição de vida na cidade é um processo de construção coletiva no qual o partido tem grande responsabilidade em servir de exemplo na demonstração de práticas democráticas. Testemunhei todo o engajamento desprendido e consciente de milhares de pessoas nesse nobre debate. Destes militantes, levarei para sempre as melhores memórias e a eles sou profundamente grato.  

Depois da decisão da direção nacional do PT, impondo autoritariamente a retirada à minha candidatura e à do atual prefeito, recolhi-me à reflexão. Ponderei sobre o processo das prévias e sobre o momento político mais geral. Concluí que esgotei por inteiro minha motivação e a razão para continuar lutando por uma renovação no PT. Percebi terem sido infrutíferas e sem perspectivas minhas tentativas de afirmar a compreensão de que o 'como fazer' é tão importante quanto os resultados.   

As diferenças de métodos e práticas, aliás, já vinham sendo por mim amadurecidas e acumuladas há algum tempo. Todavia, este processo recente fez com que as divergências ficassem mais claras e insuperáveis. Na luta pela renovação do partido, no Recife e em outros lugares, infelizmente, têm prevalecido posições da direção nacional, adotadas autoritária e burocraticamente, distantes da realidade dos militantes na base partidária.   

No debate das prévias, minha candidatura buscou construir uma legítima renovação por dentro do PT e da Frente Popular. Mas lutamos, também, para renovar os procedimentos com o objetivo de reforçar as práticas democráticas. Porém, setores dominantes da direção nacional do PT já tinham outro roteiro que não o debate democrático com a militância do PT no Recife e a sua deliberação. Ou seja, cometeram o grave equívoco de ter a pretensão de impor, a partir de São Paulo, um candidato à Frente Popular e ao povo do Recife.   

Por não terem dialogado com a militância do PT no Recife, muito menos com a Frente Popular, ignoraram que existiam alternativas, procedimentais e de quadros, dentro do partido, que unificariam a frente em torno de uma candidatura do PT. Com a decisão da direção nacional do PT, lamentavelmente, esta unidade resultou rompida.  Diante da minha discordância com essa ruptura provocada pela direção nacional do partido, concluí que cheguei ao fim de um ciclo na minha vida de militante partidário.   

É nesse quadro que comunico aqui três decisões tomadas por mim. Primeiro, a minha desfiliação do PT. Segundo, a devolução do mandato de Deputado Federal ao partido. E, por último, meu afastamento definitivo do cargo de Secretário do Governo Eduardo Campos.  

Existiram diversas razões que me levaram a este caminho. A mais crucial dá-se no nível da minha consciência. Sempre agi, na vida e na política, com o maior rigor entre o que penso e o que faço.  Sempre cumpri os deveres da minha consciência.  

Defendi nos debates partidários a renovação do modo petista de governar e a implantação de um novo modelo de gestão no Recife. Modelo capaz de aprofundar nossa concepção de democracia participativa e especialmente de trazer para a cidade métodos e ações que o Governo Eduardo Campos vem praticando de maneira exemplar e com reconhecimento inclusive internacional, mas que a administração do Recife não conseguiu implantar.   

Minha experiência como Secretário do Governador Eduardo Campos foi fundamental para entender a importância da política do fazer, com formas competentes e inovadoras de gerir os recursos públicos, atrair investimentos privados e promover a inclusão social.  

Ainda nos debates das prévias, defendi a renovação das práticas e dos quadros partidários, bem como a melhoria da articulação política do governo municipal com o parlamento, os partidos da base e a sociedade civil organizada. Nesses 32 anos de militância, dediquei grande parte de minha vida a fortalecer o campo democrático-popular, lutando para aumentar a participação e consciência política do nosso povo.   

Amadureci as decisões que acabo de tomar com base em fatos altamente relevantes que impactaram minha consciência de cidadão. Entre estes, a opção da quase totalidade da Frente Popular pela indicação de Geraldo Júlio como candidato a Prefeito do Recife. Trabalhei diretamente com Geraldo Júlio e sou testemunha de como ele foi central para o sucesso do Governo Eduardo Campos. Acredito que Geraldo Júlio é o quadro mais preparado para atualizar e aperfeiçoar a gestão municipal do Recife. Implantando na cidade o que o Governador Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco, ele vai melhorar concretamente a vida do povo do Recife.    

Estou consciente de que o nosso povo vai entender o significado da escolha de um novo quadro para transformar as práticas político-administrativas na cidade. Geraldo Júlio vai representar a renovação dentro de uma frente política que - espero - seja mantida, mesmo com o lançamento de duas candidaturas no seu campo.   

Como esta posição tem graves implicações para minha vida partidária, decidi que devo sair do PT e, com dignidade, devolver meu mandato ao partido. E como gesto concreto de que não se trata de um jogo menor, de barganha por espaços de poder, decidi também sair definitivamente do Governo Eduardo Campos. Esse é o custo, sem dúvida elevado, de ser fiel à minha consciência cidadã. Saio da vida pública e da política partidária para exercer ainda mais plenamente a cidadania.                              

Recife, 03 de julho de 2012

Maurício Rands

Posted: 04 Jul 2012 02:54 PM PDT
Via Adital e lido no Solidários
Apesar de sua posição geográfica e do know-how das quadrilhas dos narcotraficantes, as atitudes políticas de seu governo e a participação popular fazem de Cuba um país não produtor de drogas, que não serve de rota ou armazenamento e muito menos é um grande consumidor de entorpecentes.
Trata-se de uma ilha longa e estreita, com 123 mil quilômetros quadrados de mar territorial e 5.746 quilômetros de costa, localizada em uma região em que todos os meses passam dezenas de toneladas de cocaína e maconha. Além disso, está encravada no Golfo do México, ao norte dos produtores de narcóticos e ao sul dos Estados Unidos, o principal destino das substâncias ilícitas em todo o mundo.
Não são essas as únicas ameaças em um mundo no qual, segundo o último relatório do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, entidade da Organização das Nações Unidas, cerca de 210 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos usaram drogas em 2011, representando cerca de 5% da população adulta do mundo. Também é um desafio cada vez mais difícil detectar os métodos de dissimulação do tráfico de drogas, que vão desde a utilização de submarinos até ao uso da cocaína líquida ou preta, inserida em cavidades do corpo ou objetos, destinados a driblar os controles das forças de segurança.
Para o secretário da Comissão Nacional de Drogas, do Ministério da Justiça de Cuba, Israel Ybarra, vários são os elementos que permitiram que, em tal cenário complexo, o flagelo das drogas fique afastado do território cubano. "Desde Sierra Maestra – de onde os soldados rebeldes perfilaram o triunfo da Revolução Cubana em 1959 –, ficou claro o compromisso de enfrentar o narcotráfico, o que se somou, nas últimas décadas, o apoio público e a consolidação de um sistema integrado voltado para a prevenção e enfrentamento do problema", disse Ybarra.
Ele também destacou, em entrevista à televisão cubana, o papel da Comissão Nacional de Drogas, um órgão criado em 1989 com o objetivo de coordenar as políticas e que tem entre seus membros representantes dos ministérios da Justiça, Interior, Relações Exteriores, Saúde e Educação e da Alfândega Geral da República e sua Procuradoria e, ainda, o apoio de organizações civis.
De acordo com o secretário, outra força da Ilha é sua integração em mecanismos multilaterais para combater o flagelo. Cuba assinou três das principais convenções mundiais estabelecidas sobre narcóticos (que datam de 1961, 1971 e 1988) e estabeleceu acordos com 36 países, de quatro continentes, a respeito do assunto.
Ybarra mencionou os acordos e memorandos com a Argentina, Bahamas, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Chipre, Equador, Espanha, Itália, Jamaica, Laos, México, Mongólia, Reino Unido, República Dominicana, Tanzânia, Turquia e Venezuela. Ele acrescentou: "Estamos em processo com outros oito acordos."
Todos estes passos ganharam reconhecimento internacional e fizeram surgir a proposta de considerar Cuba como um exemplo de referência regional para o combate ao tráfico de drogas.
Os números e as tendências
De acordo com o diretor do Serviço Antidrogas do Ministério do Interior, coronel Domingo Alvarez Ibanez, o principal perigo para Cuba vem de sua posição geográfica e das correntes oceânicas, o que atrai para as suas praias os regalos (pacotes com cocaína e maconha).
Os traficantes de drogas jogam de avião ou lançam de navios os pacotes de entorpecentes nas águas do Caribe, com o objetivo de lanchas, iates e barcos de pesca os pegaram e darem seu destino. A partir desta situação, uma grande quantidade de drogas recuperada é desses regalos, que são recuperados pela ação conjunta da Guarda Costeira e da população organizada, nos chamados destacamentos "mirando al mar".
"Em 2011, Cuba interceptou 9,1 toneladas de substâncias ilícitas, a maior quantidade na última década, enquanto no início de 2012 cerca de 500 quilos foram apreendidos", afirmou Ibanez. Ele relatou que no ano passado foram encontrados 399 regalos e neste ano, 40.
Pessoas de várias idades participam com a Guarda Costeira na detecção de pacotes trazidos pelas correntes, ações encaminhadas para impedir a entrada de narcóticos no território nacional cubano. A eficácia deste mecanismo leva escassez ao já pouco significativo mercado de substâncias ilegais, do qual se abastece da maconha plantada por alguns indivíduos e da droga que entra via aérea.
Sobre a situação interna, Ibanez destaca a eficácia da "Operação Coraza Popular", em que – como o próprio nome indica – coordena esforços há vários anos em bairros e cidades, forças de segurança e cidadãos, que possuem uma cultura generalizada de rejeição ao tráfico e ao consumo de drogas. O indicador claro da situação atual na Ilha, quanto ao consumo doméstico, é a apreensão de apenas 70 quilos de drogas, entre 2011 e 2012, sinal inequívoco da escassez desse mercado.
Quanto à via aérea, o coronel do Ministério do Interior divulgou a neutralização de 22 operações, em 2011, com 27 pessoas detidas e 31,5 quilos apreendidos, enquanto em 2012 foram frustradas 13 ações, com 26 pessoas presas e 9 quilos interceptados. Na proteção da fronteira aérea de Cuba desempenha um papel importante a Alfândega Geral da República, um órgão equipado com as mais modernas tecnologias de detecção de drogas.
"A diferença de outros países, onde o objetivo principal é o recolhimento de impostos, a alfândega cubana prioriza o enfrentamento de atividades ilegais, como o tráfico de drogas", salientou o tenente-coronel William Perez, vice-diretor da alfândega.
De acordo com o oficial, entre as atuais tendências do fenômeno do tráfico nos aeroportos da Ilha se destacam o aumento de casos para o mercado interno e os que tentam introduzir drogas nos Estados Unidos. Este cenário corresponde à limitada disponibilidade de drogas no país, porque no passado a maioria das operações atingia o tráfico para os grandes consumidores: Estados Unidos e Europa.
Perez explicou que nos últimos anos tem aumentado a complexidade do modus operandi e as rotas utilizadas pelos criminosos para tentar burlar os controles. "Nós interceptados vários casos de cocaína líquida, escondidas nas bagagens de turistas", disse.
A partir desta situação, a Alfândega utiliza modernas técnicas de interceptação, como a radiação e IonsCan (equipamento capaz de detectar vestígios de substâncias na ordem de nanogramas e pictogramas). De acordo com o vice-diretor da Alfândega, também empregam unidades de cinófilas, compostas de guias e cães treinados para detectar maconha, cocaína e heroína em navios, aeronaves, cargas, pessoas e bagagens.
EUA, Cuba e a politização da guerra contra as drogas
Desde meados de 1980, em decisão do então presidente Ronald Reagan, o tráfico de drogas representa para EUA uma questão de segurança nacional. Posições unilaterais como a certificação de drogas; relatórios de avaliação do resto das nações, a partir da perspectiva de Washington; e sanções aos países com políticas diferentes da Casa Branca marcam as sucessivas administrações dos EUA.
No caso de Cuba, os EUA não aceitaram assinar um instrumento bilateral para coordenar as ações na luta contra o tráfico de drogas, relatou o secretário da Comissão Nacional de Drogas, Israel Ybarra. Segundo ele, em 2001, Cuba apresentou um projeto de acordo, reiterado várias vezes ao governo dos EUA, sem resposta até agora, embora recentemente o Departamento de Estado norte-americano dissesse que estava estudando.
A atual cooperação é caso a caso, por intermédio de um oficial da Guarda Costeira cubana presente no Escritório de Interesses dos Estados Unidos (Sina), em Havana. Porém, deveria ser mais ampla, especialmente para o benefício dos Estados Unidos, maior consumidor de drogas do mundo.
Durante décadas, a orientação política dos governos tem influenciado as relações de Washington com a comunidade internacional sobre narcóticos. Nações inseridas em processos revolucionários caracterizados pela defesa da soberania e autodeterminação foram acusadas pela Casa Branca de uma suposta tolerância e cumplicidade com o tráfico de entorpecentes.
Para muitos, os Estados Unidos não têm autoridade moral para julgar os outros em uma questão tão sensível. As maiores taxas mundiais de consumo de drogas, mortes por overdose, produção de maconha transgênica e envolvimento do sistema financeiro na lavagem de dinheiro sugerem que a nação estadunidense deveria primeiro olhar para si mesma.
Contra Cuba não faltaram mentiras e acusações, mas, em seu último relatório sobre o tráfico de drogas, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu os esforços e resultados da Ilha. Washington admite que o governo de Havana não incentiva ou facilita a produção ilícita ou a distribuição de entorpecentes e aplica penas severas para traficantes de drogas.
O relatório também assinala a ausência de grandes cultivos ilegais e mercado interno, o que "evita que o problema das drogas tenha um impacto significativo na Ilha", além de reconhecer a proposta cubana de assinar um acordo bilateral antidrogas para que haja maior cooperação regional.
Tradução: Robson Luiz Ceron, do Blog Solidários
Posted: 04 Jul 2012 02:47 PM PDT
Caso dos aloprados é obra de Cachoeira com PSDB

Marcelo Auler, no Jornal do Brasil:


Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.


Em setembro de 2006, às vésperas do início da propaganda eleitoral na televisão, petistas foram presos em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. Com o dinheiro pretendiam comprar um dossiê que supostamente envolvia o tucano José Serra - então candidato à presidência da República - com o desvio de verbas do orçamento destinadas à compra de ambulâncias. O escândalo prejudicou Lula, que concorria à reeleição e esperava ganhar no primeiro turno, o que não aconteceu.


O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o PSDB armou a história do dossiê e o "PT caiu nela".


O araponga vibra e comemora: "Tem que f..... o Lula! Tem que f..... o barbudo!
Postado por às 08:48

Também do Blog O TERROR DO NORDESTE.

Posted: 04 Jul 2012 02:43 PM PDT





Por: Conceição Lemes, do VioMundo
Nesta quinta-feira (5) haverá reunião administrativa da CPI do Cachoeira para decidir as próximas oitivas e quebras de sigilo. Entre os requerimentos a serem votados, estão as convocações de: Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções; Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) do Ministério dos Transportes; Adir Assad, empresário de São Paulo que atua nos segmentos de construção civil e eventos; Raul Filho, prefeito de Palmas, Raul Filho. Apareceu em vídeo divulgado no último domingo, negociando doações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa.


São Paulo fez contratos de quase um bilhão com a Delta; R$ 178, 5 milhões, celebrados nas gestões Alckmin (2002 a março de 2006 e de janeiro de 2011 em diante) e R$ 764,8 milhões no governo Serra (janeiro de 2007 a abril de 2010). Paulo Preto assinou o maior deles. A Dersa contratou em 2009 a Delta para executar a ampliação da marginal do Tietê por R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos). Pela Delta, assinou Heraldo Puccini Neto, que teve a prisão preventiva decretada em abril e continua foragido.


"Cavendish, Pagot, Paulo Preto, Raul Filho e Adir Assad estão entre os nomes que serão apreciados no dia 5", informa ao Viomundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPI do Cachoeira. "Mas não dá para adiantar quem será e quem não será chamado já. O que eu posso garantir é que todos os nomes relacionados com a organização criminosa do senhor Carlinhos Cachoeira serão investigados. A CPI não vai blindar quem quer que seja."
Confira a seguir trechos da entrevista de Teixeira


A mídia tem feito avaliações negativas dos trabalhos da CPI. Como analisa o papel dela até o momento?


A CPI surgiu de uma investigação da Polícia Federal com o acompanhamento do Ministério Público Federal que resultou numa decisão judicial que levou à prisão os principais líderes de uma organização criminosa bem organizada, com raízes muito profundas, e que operava a partir do estado de Goiás.


A CPI está complementando esse trabalho que, aliás, foi muito bem feito. A CPI está dissecando todo o fluxo de recursos da organização criminosa: quais empresas alimentavam-na e quais ela alimentava. Ou seja, origens, destinos, valores…


A CPI tem agora uma equipe grande de técnicos do Banco Central, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União, Polícia Federal, Senado, que está analisando os dados. São técnicos fazendo uma análise financeiro-contábil da circulação do dinheiro. Nós queremos ter um diagnóstico rápido da organização e provas consistentes para levar a julgamento célere as pessoas envolvidas.


No começo da entrevista, o senhor disse que a organização criminosa do Cachoeira continua muito viva. Que sinais ela deu nesse sentido ultimamente?


Realmente, tivemos demonstrações de que ela continua bem articulada. É uma organização ousada que atua para constranger, a ponto de ameaçar magistrados. Por exemplo, o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da Justiça Federal de Goiás, se afastou do processo da Operação Monte Carlo porque se sentiu ameaçado. A procuradora Léa Batista, que atua também em Goiás, recebeu e-mail com ameaças a ela.


E ousada também nos seus relacionamentos a ponto de um juiz federal se dar como impedido pelas relações que ele tinha com um integrante dessa organização criminosa.


Que outras demonstrações ela deu de atuação?


Na semana passada, por exemplo, a Andressa Mendonça, esposa do Cachoeira, e o Wadimir Garcez, ex-vereador do PSDB e braço político do bicheiro, usaram o mesmo argumento para desqualificar o depoimento do jornalista Luiz Carlos Bordoni. Em 2010, ele prestou serviços à campanha de Marconi Perillo como locutor de rádio e recebeu recursos da Alberto & Pantoja e da Adércio & Rafel Construções e Incorporações, empresas que pertenciam à organização criminosa.


A Andressa disse em entrevista e o Wladimir, em depoimento na CPI criada na Assembleia Legislativa de Goiás para tentar livrar a cara do Perillo, que o jornalista teria tentado extorquir o bicheiro e o dinheiro que apareceu na conta dele seria decorrente disso. Essa coincidência nas falas demonstra que a organização criminosa ainda está articulada, conversa, combina estratégias, ainda que o Wladimir Garcez tenha saído da prisão com o compromisso de não procurar os seus antigos pares.


Evidentemente agora cabe à CPI, via quebra do sigilo telefônico, verificar se na véspera dos pagamentos houve algum telefonema entre Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor especial do governador goiano, e o jornalista. Havendo, será a prova cabal de que quem ordenou os pagamentos foram os assessores de Marconi Perillo. Uma acusação grave, pois vincula diretamente a campanha do governador com o dinheiro do crime organizado.


A quadrilha continua funcionando mesmo?


Não tenho a menor dúvida. O senhor Carlos Cachoeira tem despachado com sua ex-mulher, que é quem dirige o laboratório Vitapan, por onde circulam muitos milhões de reais. Ele deve orientá-la em como fazer para manter a organização de pé.


A coincidência de versão do Wladimir e da Andressa e as ameaças feitas a procuradores e juízes federais demonstram também que essa organização criminosa não só continua funcionando, mas como tem uma profunda articulação. E que o próprio Cachoeira, da cadeia, continua operando os interesses financeiros dela.
Posted: 04 Jul 2012 02:38 PM PDT

Roberto Amaral
CartaCapital

Qualquer analista da política sul-americana concordará que uma das características distintivas dos processos brasileiro e hispano-americano é, no caso de nossos vizinhos, sua rápida revolução, contrastando com o vagar das transformações históricas brasileiras.

Fomos a única monarquia americana, o último país a desfazer-se — e assim ainda muito mal — do escravismo. Aqui a República, fruto de um golpe de Estado, já nasceu decrépita, envilecida por uma oligarquia rural arcaica que a monopolizou por 40 anos, período em que jamais houve o encontro da democracia com a representação. A 'revolução' de 30, proposta para promover esse encontro, terminou como uma ditadura ) civil (15 anos) sustentada pelas armas.

Aqui, as ditaduras foram longevas e lentas, e os processos de redemocratização foram conquistados palmo a palmo. Agora mesmo, passados tantos anos do fim da queda da última ditadura, a discussão contemporânea é se podemos processar os agentes do terrorismo de Estado, enquanto nossos vizinhos já têm os seus na cadeia. Por enquanto só nos é dado (se tanto) conhecer a verdade negada à História, e pelo menos enterrar nossos mortos, chamados de 'desaparecidos', o neologismo aviltante grafado pela ditadura.

Se o processo brasileiro é mais lento, parece ser menos propício a sobressaltos, tendendo a uma evolução sem riscos de interrupções abruptas. Sem querer lembrar um passado que teima em ficar presente, nossa evolução se dá de forma gradual, lenta, mas firme. Nessa hipótese, o gradualismo, passando pela transação e pela conciliação, ainda que agravando as dores e excitando as ansiedades, ensejaria uma mais fecunda semeadura do processo democrático.

Talvez seja pueril minha leitura, mas suponho poder afirmar que, finalmente, construímos a mais forte estrutura político-institucional democrática da República, apesar do esforço sempiterno da grande imprensa no seu objetivo de desmoralizar a política, sem a qual, todavia, não há democracia de qualquer espécie. E ela mesma sabe disso, pois foi desmoralizando a política e seus agentes, os partidos e os políticos, que nossos jornalões abriram caminho para as rupturas constitucionais, desde as quarteladas do início do século ao golpe de 1964.

O fato objetivo de hoje é que estamos prestes a festejar 30 anos de vida democrática ininterrupta, e, se é possível arriscar predições, em condições de afirmar que o cenário que se descortina a olho nu é de tranquilidade institucional, e, seja-me permitido o otimismo, de avanço social. Nesses anos pós-ditadura militar, reconstruímos a ordem constitucional e vivenciamos com sucesso seis eleições presidenciais.

Realizamos a proeza de eleger duas vezes um operário presidente da República, e, para sucedê-lo, uma notável mulher que chega à política depois do batismo na luta contra a ditadura, cujos porões conheceu, na tortura infamante e na cadeia. Atrás desse operário e dessa presidenta havia e há, nas campanhas eleitorais e no governo, um amplo apoio de massas assentado em uma coalizão de partidos sob a hegemonia da centro-esquerda.

Essas considerações mais ou menos impressionistas me ocorrem como reflexão em face da crise paraguaia, quando um golpe-de-Estado-parlamentar interrompeu o mandato constitucional e legítimo do Presidente Fernando Lugo.

Em poucas horas a administração popular do presidente paraguaio foi demolida por uma razia parlamentar, sem que à truculência da classe dominante reacionária se opusesse a força das grandes massas assaltadas.

O fenômeno ao qual nos estamos referindo não se circunscreve ao nosso vizinho.

Os golpes antes intentados na Venezuela, no Equador e na Bolívia, onde até a secessão foi cogitada, são a resposta da direita sul-americana, feudal e anti-nacional, em face de governos conquistados na proa de históricos processos de emergência das massas, pela vez primeira, nesses países, dissociados das elites e de suas classes dominantes, comprometidas com o atraso no qual se cevam.

O golpe consumado em Honduras, ao final consolidado pela pusilanimidade estadunidense, parece ter sido apenas um laboratório do qual o Paraguai é um experimento. Outros golpes estarão nas mesas de ensaio?

A frustração daqueles golpes (Equador, Venezuela, Bolívia) nos impediu de ver a permanência de sua ameaça, pois a direita em nosso continente (lembremos sempre o já sabido) jamais esteve comprometida com a democracia.

Em comum nesses países, a pobreza da organização social, que não se expressa mediante organizações partidárias fortes e inseridas na vida política, donde a fragilidade das administrações populares, sem base de sustentação institucional, e sem condições de mobilização e resistência diante da ofensiva de seus adversários.

Não basta ao bom Príncipe ganhar o poder (no caso concreto, mais exatamente o governo), pois o desafio é conservá-lo.

Há, porém, uma severa distinção a destacar entre a política brasileira contemporânea e a de nossos vizinhos, e ela reside no fato de aqui a esquerda haver aprendido que, para governar, ela precisa de alianças para além de seu campo, de par com a conservação da capacidade de mobilização popular (relembro a resistência de Lula às tentativas de golpe de 2005). A solidão de Lugo em seu Parlamento sem aliados contrasta com o apoio partidário de que a presidenta Dilma Rousseff dispõe nas duas casas do Congresso brasileiro.

Será esta outra lição?
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Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

Do Blog O Esquerdopata.

Posted: 04 Jul 2012 02:35 PM PDT


"Os filhos do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio – demitiram em silêncio para não passar recibo."
A corrupção impera na Globo
O Conversa Afiada reproduz comentário de amigo navegante:
Flagrado em interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, diretor da revista Época em Brasília, Eumano Silva, foi demitido do cargo nesta terça-feira, dia 3 de julho. No grampo da PF, divulgado pela revista CartaCapital, (aqui para ler) Silva, usando o codinome "Doni", aparece negociando com o araponga Idalberto Martins, o Dadá, matéria contra uma empresa concorrente da Delta, empreiteira que está no centro dos negócios da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O jornalista Diego Escosteguy, que estava em Nova York, irá assumir o cargo de diretor da sucursal de Época na capital federal."
E PHA, olha em anexo, que interessante a tese defendida no mestrado, no mês passado, por Diego Escosteguy na Universidade da Columbia, em NY. Como é que vc acha que será a linha editorial da Época, daqui por diante?
Em tempo: os filhos do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio – demitiram em silêncio para não passar recibo.
Como se sabe, eles mandaram o Michel Temer seguir uma linha na CPI: quando ouvir falar em Veja, leia imprensa; quando ouvir falar em imprensa, leia Globo.
Bendita CPI.
Desmoraliza os aloprados a serviço do "Cerra"; TV Record mela o mensalão; e até o PiG, o Valor, chega à conclusão do Mino: o mensalão não se prova.
Em tempo2: Do Facebook do novo chefe da Globo em Brasilia, esse da "corrupção impera". É um "ousado":
Diego Escosteguy
há 15 horas
Pequena novidade: assumi a direção da sucursal de Brasília da revista ÉPOCA. Vou ajudar o time a somar três pontos, ao lado dos intrépidos Andrei Meireles, Murilo Ramos, Leandro Loyola, Marcelo Rocha e Leonel Rocha. Contamos com a colaboração — e a cobrança — de vocês. Do nosso lado, não faltará trabalho, empenho, vibração. E, ouso dizer, bom jornalismo.
Paulo Henrique Amorim

Posted: 04 Jul 2012 02:27 PM PDT


Presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula cumprimentam Boni Yayi, presidente do Benin e da União Africana Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O foco principal do Instituto Lula será a África, segundo informou na época do seu lançamento.
Nos 8 anos de governo, apoiado pela visão diplomática do chanceler Celso Amorim, Lula jogou pesado em favor da África. Primeiro, como estratégia de diversificação dos parceiros comerciais. Sem reduzir o comércio com Europa e Estados Unidos, aumentou a participação da África, Oriente Médio, América Latina e Ásia.
* * *
A diplomacia revestiu-se, também, de inúmeros lances simbólicos.
Na posse da Ilha de Goré, na Porta do Nunca Mais - monumento que saudava as vítimas do tráfico negreiro - em nome do Brasil Lula pediu desculpas pela escravidão. E anunciou o lançamento de uma Universidade em Redenção, Ceará, para acolher alunos de países de língua portuguesa.
Gradativamente, consolidou-se a imagem da potência amiga, em contrapartida ao estilo bastante duro da China.
* * *
Ao lado dos lances simbólicos, as ações efetivas.
A Embrapa instalou um escritório em Maputo, Moçambique - assim como uma fábrica de anti-retrovirais, da Farmanguinhos. Houve uma revoada de países africanos a Brasilia, solicitando o mesmo tipo de apoio.
Foram abertas embaixadas brasileiras em quase todos os países da África. E de 2003 para cá o número de embaixadas africanas no Brasil saltou de 30 para 54 países.
* * *
Terminado o mandato, Lula sai do Palácio para São Bernardo, passa no Sírio-Libanes para visitar o vice José Alencar e, em seguida, em comício na sua casa, anuncia que irá se dedicar à África.
* * *
A aproximação foi cuidadosa. Para opinar sobre a América Latina, nunca foi necessário pedir licença. No caso da África, havia a necessidade de bater à porta, apresentar-se e pedir licença.
O primeiro ponto da estratégia foi estabelecer relações com organizações que articulam países africanos. Uma delas foi a União Africana.
No ano passado, Lula foi convidado para uma reunião da União Africana em Malabo, Guiné Equatorial, único país de fala espanhola.
Havia 54 países. Lula discursou como convidado especial, traduzido em quatro línguas: árabes, francês, inglês e espanhol.
No discurso, bateu no bordão de que a África deveria assumir como o continente é visto. Sempre são americanos e ingleses mostrando sua visão do continente, agora é a vez dos africanos, foi a tônica. A reação foi imediata. Em um dos países da União, um dos hits musicais foi uma música falando de Lula e Mandela.
* * *
Em janeiro passado, a União Africana iria aprovar o PIDA (o PAC da África), programa de infraestrutura e dedsenvolvimento.
Celso Marcondes, um dos membros do Instituto, foi ao encontro com a missão de convidar coordenadores a virem ao Brasil apresentar o projeto às empresas brasileiras. Resultou em um grande evento no BNDES.
Do encontro participaram a presidente da Petrobras, Graça Foster, da Vale, Murilo Ferreira e do Pactual, André Esteves, que montou um fundo para África.
* * *
O Instituto consolidava seu papel, de se transformar em facilitador entre interesses brasileiros e africanos.
Junto aos investidores, Lula passou a enfatizar a visão da importância do investimento se legitimar, agregando emprego, tecnologia, respeito às tradições africanas etc.
Luis Nassif
No Advivo


Posted: 04 Jul 2012 02:23 PM PDT


Ex-presidente é investigado em casos de doações eleitorais irregulares para sua campanha de 2007
Policiais da brigada financeira da França cumpriram na manhã desta terça-feira (03/07) um mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente Nicolas Sarkozy e na sede do escritório de advocacia do qual é sócio. A ordem para a operação foi concedida pelo juiz da cidade de Bordeaux Jean-Michel Gentil, que, acompanhado de dez oficiais, busca evidências da participação da herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, em um suposto esquema de financiamento ilícito da campanha que elegeu o político de direita em 2007.
Nicolas Sarkozy, cuja imunidade presidencial se encerrou no último dia 16 de junho, é investigado por duas supostas fraudes eleitorais. Em uma, Claire Thibout, antiga contadora da família Bettencourt, teria coordenado uma remessa de 150 mil euros a Eric Woerth, na época tesoureiro da campanha do ex-presidente. Na outra, diversos depoimentos recolhidos pela justiça indicam que o próprio Sarkozy, em meio a sua campanha de 2007, visitou a residência dos Bettencourt portando somas de dinheiro em espécie.
O juiz Jean-Michel Gentil já indiciou diversas pessoas diretamente ligadas a Liliane Bettencourt, inclusive os responsáveis pela gestão de sua fortuna. De acordo com Thierry Herzog, advogado da família Sarkozy, o ex-presidente encontra-se de férias no Canadá ao lado de sua esposa, a ex-primeira-dama Carla Bruni, e de seus filhos. O magistrado pretende convocar Sarkozy o quanto antes para um depoimento.
Em setembro de 2011, Thibout confirmou que a milionária fez doações não declaradas à campanha presidencial de 2007. À época, ela confirmou ao juiz declarações que já havia feito à imprensa. Seu advogado, Antoine Gillot, reforçou o vínculo entre Liliane e Sarkozy, reafirmando seu "envolvimento neste caso desde o início".
Gillot acusou o presidente francês de se reunir duas vezes com Liliane Bettancourt no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, desde que as investigações começaram. Sarkozy teria sido informado "quase em tempo real" sobre as decisões dos juízes.
O caso veio chegou ao público em um livro escrito por dois repórteres do jornal Le Monde, que, citando declarações de juízes sobre a investigação, relataram como o presidente da França teria recebido caixa-dois na campanha em que derrotou a socialista Segoléne Royal.

Posted: 04 Jul 2012 02:19 PM PDT
Dilma cumprimenta Mujica durante a cúpula do Mercosul, na semana passada. Foto: Juan Mabromata / AFP

Em meio a uma grande polêmica sobre a forma como Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente do Uruguai, José Mujica, defendeu a adesão venezuelana e afirmou que ela se deu por conta do surgimento de "novos elementos políticos" e por uma resposta ao Congresso paraguaio. Mujica também defendeu seu ministro do Exterior, Luis Almagro, segundo quem o Brasil pressionou pela entrada da Venezuela no bloco, e criticou duramente o parlamento vizinho, que promoveu o impeachment de Fernando Lugo em um processo sumário.
Mujica não deu detalhes sobre os "novos elementos políticos", mas afirmou que a entrada da Venezuela é uma tentativa de "modificar" o Mercosul para adaptá-lo a novos tempos. "O Mercosul nasce em um marco jurídico e conceitual criado na década de 1990, com predomínio neoliberal, em pleno auge dos tempos dos 'Chicago Boys'", disse Mujica em referência à escola econômica neoliberal norte-americana que exerceu enorme influência sobre a América Latina. "Passaram muitos anos e nos vemos agora nos queixando de que não cumprimos acordo e regulamentos daquela época, mas não paramos para pensar que não cumprimos porque não se pode. Porque o direito deve se adaptar à vida e não a vida ao direito", disse Mujica segundo o jornal uruguaio El País.
Mujica deu a entender que a aprovação da Venezuela foi uma resposta ao Paraguai. Ele lembrou que uma comitiva de ministros do Exterior de países do bloco foi a Assunção pedir o cumprimento do "das garantias do devido processo e aplicação de um processo digno contra Lugo", mas foi recebido com uma "porta fechada na ponta do nariz". O responsável por essa recepção nada amigável, disse Mujica, "foi esse mesmo Senado que há cinco anos nos tem enganado e negado o ingresso da Venezuela com argumentos imorais, e que agora troca um presidente como quem troca de camisa e desconsidera o pedido de mais de dez chanceleres". Segundo Mujica, "por isso o Mercosul decidiu não mais validar a manipulação de quem durante anos desconsiderou 30 milhões de venezuelanos".
Mujica também confirmou que a reunião entre ele as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina), na semana passada, na cidade argentina de Mendoza, foi solicitada por Dilma. Mujica, entretanto, negou que tenha sido pressionado a referendar a adesão da Venezuela. "É verdade que quem pediu a reunião reservada foi Dilma, mas os três estivemos de acordo", disse. Segundo Mujica, nesta reunião surgiram os "novos elementos políticos" e aí, segundo ele, "o político superava largamento o jurídico".
O presidente do Uruguai afirmou ainda que os três países estiveram "sintonizados" ao impedir que sanções mais duras fossem aprovadas contra o Paraguai por conta da derrubada de Fernando Lugo. Segundo Mujica, países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) pediram punições ao Paraguai.
Posted: 04 Jul 2012 02:07 PM PDT



Quem quiser se manter informado sobre os desdobramentos do golpe "institucional" no Paraguai não pode se restringir à grande imprensa, a menos que pretenda ser enganado. A mídia publica mentiras abertamente e não ouve todos os lados envolvidos.

Um belo exemplo está em artigo do ex-chanceler do governo Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, publicado na Folha de São Paulo de quarta-feira, 4 de julho. Chega a ser desalentador ver um diplomata mentir de forma tão grosseira.

Sob o título "Ilegalidade da incorporação da Venezuela", assim como o resto da oposição ao governo Dilma Rousseff o diplomata distorce fatos e mente de forma escancarada. Trecho do artigo reproduzido a seguir permite constatar isso com clareza.

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Trecho do artigo de Celso Lafer na Folha de São Paulo de 4 de julho de 2012
(…)
O Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, prevê adesões, mas estabelece que sua aprovação "será objeto de decisão unânime dos Estados-partes" (artigo 20). Não vou discutir os critérios que levaram Argentina, Brasil e Uruguai a considerar, invocando o Protocolo de Ushuaia, que houve ruptura da ordem democrática no Paraguai.


Pondero apenas que foi uma decisão tomada com celeridade semelhante à que caracterizou o impeachment do presidente Lugo e que ela não levou em conta o passo prévio previsto no artigo 4 do referido protocolo: "No caso de ruptura da ordem democrática em um Estado-parte do presente protocolo, os demais Estados-partes promoverão as consultas pertinentes entre si e com o Estado afetado".
(…)

—–
Esse artigo 4º do Protocolo de Ushuaia vem sendo martelado sem parar pela mídia e pelos golpistas paraguaios. O que é quase inacreditável é que o diplomata "tucano" e o resto da imprensa golpista simplesmente fazem de conta que os artigos 5º e 6º do mesmo Protocolo não existem.

Leia, abaixo, o que mídia, golpistas, políticos e diplomatas adeptos do golpismo estão escondendo.

—–

Artigo 5º do Protocolo de Ushuaia

Quando as consultas mencionadas no artigo anterior resultarem infrutíferas, os demais Estados Partes do presente Protocolo, no âmbito específico dos Acordos de Integração vigentes entre eles, considerarão a natureza e o alcance das medidas a serem aplicadas, levando em conta a gravidade da situação existente. Tais medidas compreenderão desde a suspensão do direito de participar nos diferentes órgãos dos respectivos processos de integração até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes destes processos.

Artigo 6º do Protocolo de Ushuaia

As medidas previstas no artigo 5º precedente serão adotadas por consenso pelos Estados Partes do presente Protocolo, conforme o caso e em conformidade com os Acordos de Integração vigentes entre eles, e comunicadas ao Estado afetado, que não participará do processo decisório pertinente.

—–

Como se vê, as manipulações são grosseiras. Contudo, a última dessas manipulações talvez seja até mais grave. Nesta semana, os golpistas paraguaios vieram com uma história maluca de que "Hugo Chávez" e "Rafael Correa" teriam tentado promover um levante de militares paraguaios contra o processo ilegal que derrubou Fernando Lugo.

Veja, abaixo, matéria da Folha sobre as "denúncias" dos golpistas paraguaios contra a Venezuela e o Equador.

—–
Folha de São Paulo / 4 de julho de 2012

Paraguai exibe "provas" de ação de Chávez

Assunção divulga vídeo que diz comprovar tentativa da Venezuela de insuflar golpe militar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
DE BRASÍLIA

O novo governo paraguaio apresentou ontem vídeos que, segundo ele, comprovam que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, se reuniu com o alto comando militar do Paraguai antes da deposição de Fernando Lugo da Presidência.

Além do ministro do governo Hugo Chávez, o embaixador equatoriano Julio Prado estaria no encontro.

"Tenho certeza de que serão entregues [cópias das gravações] aos órgãos responsáveis", afirmou a ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, durante entrevista.

Ela e o presidente Federico Franco acusaram na semana passada os governos da Venezuela e do Equador de tentar promover levante dos militares paraguaios para que Lugo permanecesse no poder.

As imagens divulgadas ontem mostram que os comandantes das Forças Armadas paraguaias e o chanceler venezuelano estavam presentes no palácio do governo, em Assunção, no dia 22 de junho, momentos antes de o Congresso aprovar o impeachment, em processo que durou pouco mais de 30 horas.

(…)

—–

A grosseria dessa acusação é espantosa. E mais espantosa ainda é a mídia brasileira divulgar o vídeo usado pelos golpistas paraguaios para "comprovar" a "ingerência" de Venezuela e Equador e não mostrar o vídeo usado pelo governo venezuelano para rebater essa acusação.

O vídeo original, manipulado pelos golpistas, foi apresentado na terça-feira (3.7) pela rede de televisão venezuelana TeleSUR. Mostra que o chanceler venezuelano Nicolás Maduro não se reuniu sozinho com os militares paraguaios pouco antes da queda de Lugo, como afirmam os golpistas.

A filmagem original foi feita por uma câmera de segurança e tem aproximadamente três minutos de duração. E mostra que, à diferença da acusação da chancelaria paraguaia, o chanceler venezuelano não tentou "incitar" uma sublevação militar contra a decisão do congresso paraguaio.

Chega a ser ridícula a acusação e mais ridículo ainda é a mídia brasileira dar eco a ela sem demonstrar a farsa que foi tentada pelos golpistas paraguaios após a sucessão de farsas que vêm encenando.

Ora, qualquer um que tenha acompanhado o caso sabe que os chanceleres da Unasul foram despachados às pressas para o Paraguai na véspera da sessão do congresso desse país que derrubou o então presidente Fernando Lugo.

A diferença do vídeo apresentado na terça-feira pela ministra da defesa do Paraguai, María Liz García, e emitido pela rede Telefuturo é a de que mostra apenas um segmento das imagens no qual se vê apenas o chanceler venezuelano reunido com chefes militares paraguaios.

No entanto, o vídeo completo mostra que na tal reunião estiveram presentes, também, os outros chanceleres dos países da Unasul que viajaram às pressas ao Paraguai. Inclusive com a participação do Secretário Geral do organismo, Alí Rodrigues Araque.

Todos os chanceleres dos países da Unasul já confirmaram que se reuniram com a comitiva militar para avaliar a situação política paraguaia e para saberem dela se as forças armadas tinham participação na iniciativa do congresso de depor o presidente constitucional do país.

O vídeo manipulado foi divulgado por ordem do "presidente" golpista Federico Franco, segundo informações do Assessor Especial da Presidência da República do Brasil para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Assista, abaixo, primeiro ao vídeo divulgado pelos golpistas paraguaios e, em seguida, o vídeo na íntegra, divulgado pela TeleSUR.




De Recife - PE. Diógenes Afonso às 17:29 0 comentários

Também do Blog TERRA BRASILIS.
Posted: 04 Jul 2012 09:53 AM PDT


Jennifer Lopez fez uma série de shows no Brasil em junho (Foto: AgNew)

A cantora Jennifer Lopez teria ido embora do Brasil e dado um calote em uma manicure que cuidou com carinho das unhas da popstar americana, como conta a coluna "Retratos da Vida" do jornal "Extra", desta quarta-feira (4).

A profissional teria passado horas com a estrela em um ensaio realizado no Rio de Janeiro, tendo, para isso, desmarcado vários outros clientes.

Segundo a manicure, a produção de Jennifer pagou somente 1/6 do valor combinado, deixando a brasileira no prejuízo.

NOTA DO BLOG DO SARAIVA:
Temos que esperar a versão da Jennifer, mesmo porque, sendo rica e famosa, não é fácil ter o fato como verdadeiro. Sem querer ser advogado da atriz, não poderia ela em razão da viagem ter esquecido de pagar parte do serviço. Isto já aconteceu comigo várias vezes em cafés, onde depois de pagar o café antecipadamente resolvi comer uma empada, por exemplo, mas como a dona do famoso café e a gerente, aqui no bairro do
Leme eram minhas conhecidas, simplesmente lembravam na hora ou no dia seguinte que esqueci de pagar a empada, água ou outras coisas de pequeno valor.
A Jannifer não é o maluco americano que a poucos dias gastou em hotel e restaurante aqui no Rio e depois fugia para sua terrinha, mas foi pego pela polícia no aeroporto e depois de registrada a ocorrência, intervenção do consulado dos EUA e promessa de parentes lá nos "estestes" foi permitita a sua partida com o compromisso de voltar e pagar o débito.
Não acredito que a Jennifer deixará de voltar ao BRASIL, país que diz gostar, para filmagens, propagadas, outros shows, etc., por um suposto golpe de pequeno valor.
Não julgo ninguém por antecipação tanto para defender como para condenar.
É o que penso, respeitando opiniões em contrário, mas se a notícia for verdadeira, poderíamos dizer:"Mais do que bonitinha ela é linda, mas também ordinária".
Boa tarde!
Saraiva
De Recife - PE. Diógenes Afonso às 11:34 0 comentários

Do Blog TERRA BRASILIS.
Posted: 04 Jul 2012 09:27 AM PDT


Lula assiste a documentário ao
lado de sua esposa, Marisa Letícia,
e do prefeito Luiz Marinho
"Durante apresentação de documentário em São Bernardo, ex-presidente afirma que dará prioridade a Fernando Haddad, em São Paulo, e a candidatos do partido no ABC

Redação, Rede Brasil Atual

"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou na noite de ontem (3), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a exibição do documentário "Pela Primeira Vez", que mostra a transição de governo entre Lula e a presidente Dilma Rousseff. O filme foi dirigido por Ricardo Stuckert, ex-fotógrafo de Lula na Presidência da República. O curta é produzido em 3D e tem 30 minutos.

Segundo o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que acompanhou Lula durante a exibição, o ex-presidente reafirmou que pretende participar de campanhas eleitorais do PT – tanto no ABC quanto em São Paulo com Fernando Haddad –, mas somente a partir de "meados de agosto", quando espera estar em melhores condições de saúde. A campanha eleitoral terá início nesta sexta-feira (6).

"Precisamos cuidar para que ele (Lula) evite falar e poupar a voz para que em meados de agosto possa estar 100% e participar, ativamente, da campanha. Se Lula estiver melhor em meados de agosto, dará uma contribuição à campanha de Haddad (em São Paulo) e na região metropolitana, pois ele evitará se locomover de avião. Nas outras cidades do país, que tiver TV, irá gravar vídeos", explicou Marinho.

Lula não fez discurso e evitou a imprensa. Mas falou rapidamente sobre sua participação nas campanhas. "Lógico (que participará). Estarei nas campanhas de Marinho, Mário Reali (Diadema), Donisete Braga (Mauá) e Carlos Grana (Santo André)", disse.


É a segunda vez que Lula assiste ao documentário, que mostra a transição do seu governo para a presidente Dilma Rousseff. A sessão de ontem aconteceu Centro de Formação de Profissionais da Educação (Cenforpe). Para o ex-presidente, o curta-metragem representa bem o que aconteceu em primeiro de janeiro de 2011. "Pela Primeira Vez é o retrato fiel da passagem do poder para a primeira mulher presidente do país", disse Lula."
Foto: Rodrigo Pinto/ABCD Maior

Enviada por: Nogueira Junior / 12:59 0 Comentários
Posted: 04 Jul 2012 09:23 AM PDT



Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania

"Vai passando despercebido um fenômeno poucas vezes visto na década passada e que era raro até há pouco tempo, mas que parece estar crescendo. Colunistas e comentaristas de renome na grande mídia estão eventualmente divergindo dos patrões – ou, se preferirem, da "linha editorial" dos veículos nos quais trabalham.

Ao longo dos últimos anos uma voz se levantou contra as posições monolíticas que aprisionavam todos os colunistas e comentaristas da grande mídia, sem qualquer exceção de relevo. Paulo Moreira Leite, colunista da Época, em seu blog hospedado no portal da Globo passou a divergir abertamente da ideologia e das posições políticas dos patrões.

Recentemente, mais dois jornalistas da Globo passaram a divergir da empresa pontualmente, coisa que não faziam em questões nas quais a grande mídia "fechava questão". Ricardo Noblat e Miriam Leitão se rebelaram, em alguma medida.

Noblat, por exemplo, chegou a reconhecer a inexistência de provas ou indícios contra o governador petista Agnelo Queiróz e a existência de fartura de provas contra o tucano Marconi Perillo no que diz respeito às relações de ambos com Carlinhos Cachoeira. Além disso, tem se posicionado claramente contra o golpe no Paraguai.

Miriam Leitão, por sua vez, apóia a Comissão da Verdade sem investigação "dos dois lados", farsa que pretende nivelar os crimes da ditadura à resistência a ela. E também condenou o golpe no país vizinho, ainda que tenha estragado tudo comparando a situação do Paraguai à da Venezuela, onde a democracia funciona de forma impecável no que diz respeito à vontade eleitoral do povo.

Já na Folha de São Paulo, Jânio de Freitas, que era o único a divergir de verdade da linha editorial e com frequência menos pífia, vem aumentando o próprio tom em um coro de divergentes do qual, talvez, tenha sido pioneiro. Também reconheceu a farsa contra Agnelo e foi peremptório ao condenar o golpe no Paraguai, no que teve a companhia de Clóvis Rossi."
Artigo Completo, ::AQUI::

Enviada por: Nogueira Junior / 11:59 0 Comentários
Posted: 04 Jul 2012 09:19 AM PDT



"Revelação está em vídeo periciado pela Polícia Federal; nas imagens, Mino Pedrosa, assessor do bicheiro, diz ao araponga Dadá, que petistas morderam uma isca preparada por tucanos; caso levou eleição presidencial de 2006 ao segundo turno; "tem que f... o barbudo", comemorava o araponga Dadá, referindo-se ao ex-presidente Lula

Brasil 247

Há duas semanas, o juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré, da 7ª Vara Criminal de Mato Grosso, abriu uma ação penal contra petistas envolvidos num escândalo que ficou conhecido como o "Dossiê dos Aloprados". Às vésperas da eleição presidencial de 2006, eles foram presos num hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão em espécie. O dinheiro serviria para plantar denúncias contra José Serra, que, naquele ano, disputou o governo de São Paulo contra Aloizio Mercadante.

Entre os envolvidos, havia figuras próximas ao ex-presidente Lula, como seu amigo Jorge Lorenzetti, conhecido como o "churrasqueiro" do Palácio do Planalto. À época, foi Lula quem definiu os personagens do escândalo como "aloprados". Apesar do seu repúdio à montagem do dossiê, a imagem do dinheiro apreendido, no Jornal Nacional, ajudou a levar a eleição presidencial, contra Geraldo Alckmin, ao segundo turno.

O caso, no entanto, pode ter agora uma reviravolta. Um vídeo apreendido pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo sinaliza que o bicheiro Carlos Cachoeira pode estar por trás da armação. Nas imagens, o jornalista Mino Pedrosa, que foi assessor de Cachoeira, conversa com o araponga Dadá, membro da quadrilha, sobre o caso. E diz que o PSDB preparou uma armadilha, na qual o PT o caiu. Dadá, então, comemora. "Tem que f... o barbudo", referindo-se a Lula.

Leia, abaixo, texto de Marcelo Auler, no Jornal do Brasil:

Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.

Em setembro de 2006, às vésperas do início da propaganda eleitoral na televisão, petistas foram presos em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. Com o dinheiro pretendiam comprar um dossiê que supostamente envolvia o tucano José Serra - então candidato à presidência da República - com o desvio de verbas do orçamento destinadas à compra de ambulâncias. O escândalo prejudicou Lula, que concorria à reeleição e esperava ganhar no primeiro turno, o que não aconteceu.

O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o PSDB armou a história do dossiê e o "PT caiu nela".

O araponga vibra e comemora:
"Tem que f..... o Lula! Tem que f.....
o barbudo!"

Enviada por: Nogueira Junior / 11:22 0 Comentários
Posted: 04 Jul 2012 09:13 AM PDT
Cachoeira & Aloprados
Jornal do Brasil
Marcelo Auler

Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.


Em setembro de 2006, às vésperas do início da propaganda eleitoral na televisão, petistas foram presos em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. Com o dinheiro pretendiam comprar um dossiê que supostamente envolvia o tucano José Serra - então candidato à presidência da República - com o desvio de verbas do orçamento destinadas à compra de ambulâncias. O escândalo prejudicou Lula, que concorria à reeleição e esperava ganhar no primeiro turno, o que não aconteceu.

O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o

PSDB armou a história do dossiê e o "PT caiu nela".

O araponga vibra e comemora: "Tem que f..... o Lula! Tem que f..... o barbudo!

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Também do Blog O Esquerdopata.

Posted: 04 Jul 2012 08:30 AM PDT


O novo líder da maior cleptocracia da América Latina

Eleitores com "vale-voto" lotam supermercados

Valor

Ontem foi um dia movimentado no supermercado Soriana, na Cidade do México. As lojas da rede ficaram repletas de clientes com cartões pré-pagos que, segundo eles, lhes haviam sido entregues por membros do Partido Revolucionário Institucional (PRI), cujo candidato, Enrique Peña Nieto, venceu as eleições presidenciais no domingo. Muitos reclamavam que os cartões não tinham o valor prometido ou não funcionavam.

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Do Blog O Esquerdopata.
Posted: 04 Jul 2012 08:24 AM PDT



O PiG, desde 2003, com a chegada de Lula à Presidência da República, não dá trégua ao PT.Tudo que não presta é debitado à conta do PT.

Quando sai uma denúncia contra um político do PT, o PiG corre atrás das informações.Procura saber a identidade completa do meliante, o nome do pai, da mãe, dos filhos, da mulher, da sogra, dos cunhados pidão.


Mesmo que o meliante não seja do PT, o PiG fazer questão de incutir na mente da população que ele é.


Essa fato está ocorrendo nesse momento.


O PiG insiste, desde domingo, que Raul Filho, aliado de Cachoeira, é filiado ao PT.

Raul Filho não é mais filiado ao PT.Desde o ano passado ele foi expulso do partido.

O PiG sabe muito bem disso, mas prefere omitir eloquentemente essa informação.Pior:esconde que Raul Filho já foi filiado ao PSDB de Marconi Perillo, que deve ter sido seu professor em roubalheira, ao PPS de Roberto Freire, o mesmo partido que tem um deputado federal envolvido no Cachoeiraduto.

O que me deixa indignado é que os jornalistas que têm um mínimo de decência também sonegam essa informação.Nem me refiro a Reinaldo Cabeção, a Augusto Nunes, a Cláudio Humberto, nem a Merval Pereira que são safados, vagabundos, vendidos, alugados e desonestos intelectualmente até dizer basta.


Posted: 04 Jul 2012 08:12 AM PDT


3 anos após o golpe que derrubou Zelaya, Xiomara Castro, esposa do presidente deposto, concorre nas eleições presidenciais hondurenhas e pode restabelecer a democracia no voto

É hora de reverter o golpe de Estado, diz candidata à Presidência de Honduras


Em entrevista, Xiomara Castro, esposa do presidente deposto Manuel Zelaya, fala sobre sua candidatura à presidência do país

Depois do dia 28 de junho de 2009, quando militares invadiram sua casa a tiros e levaram embora seu marido, o então presidente Manuel Zelaya, Xiomara Castro teve que suportar ameaças, perseguições e o medo de ser presa. Escondeu-se com sua família para não ser descoberta, mas nunca se exilou. Um mês após o golpe, hospedada em um pequeno hotel do vilarejo de El Paraíso, a poucos quilômetros da fronteira com a Nicarágua, a primeira-dama tenta ser eleita presidente.

Ela lembra do sentimento de impotência que experimentou ao enfrentar o regime de Roberto Micheletti. Mas a ex-primeira-dama garante que está pronta para resistir e exigir seus direitos. "Ninguém pode evitar que continuemos lutando e ninguém pode negar que esse esforço possa servir de exemplo para todas as pessoas que sentem seus direitos violentados", dizia na ocasião.

Três anos depois, Xiomara Castro é a candidata consensual do Partido Libre (Liberdade e Refundação), braço político-eleitoral do FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular) e fundado por Manuel Zelaya em 2011. Em entrevista exclusiva ao Opera Mundi, a ex-primeira-dama disse estar preparada para enfrentar este novo desafio e espera contar com o carinho e o apoio do povo hondurenho.

A candidata presidencial alega não sentir rancor algum pelo o que já passou. Mas, pelo contrário, garante que, se assumir a Presidência de Honduras, convocará todos os setores do país para fomentar um verdadeiro diálogo e conquistar a reconciliação por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte.

Opera Mundi: Já se passaram três anos. Como está o povo hondurenho?
Xiomara Castro: No dia em que ocorreu o golpe de Estado, pensaram que só haveria três dias de protestos e que Honduras voltaria à normalidade, como sempre ocorreu no passado. Pensaram que o povo hondurenho continuaria submisso em sua indiferença, em sua apatia. Mas se enganaram, porque, mesmo após três anos de golpe, o povo segue de pé, pedindo o retorno da ordem constitucional, o respeito aos direitos humanos, e exigindo justiça pelos mártires que derramaram seu sangue pelo delito de defender a democracia em nosso país. Foram três anos de crise política, econômica e social, mas o povo já está consciente de que chegou o momento de reverter o golpe de Estado. Honduras não vai mais exportar estratégias para que outros países da América Latina continuem sofrendo com golpes de Estado.

A senhora se refere à situação do Paraguai?
Evidente. Em Honduras vamos conquistar o poder. O povo vai retornar ao poder e vamos refundar nossa pátria mudando esse sistema que não dá respostas e oprime aos que mais sofrem no país. Vamos mudar porque queremos um sistema justo, igualitário, onde todos e todas tenham oportunidades. Vamos provar, com nosso exemplo, com o povo em luta e com esse sangue derramado, que somos capazes de mudar a história dos países e que é possível nunca mais ocorrer um golpe de Estado na América Latina.

Qual é sua opinião sobre os objetivos do Congresso de Honduras ao introduzir na Constituição a figura jurídica do "juízo político"?
Deveria ter sido discutido, mas vou mais além. Creio que deveríamos considerar a introdução da "morte cruzada" e do "referendo revocatório", isto é, que não sejam os deputados os responsáveis por decidir o futuro do país, mas sim todo o povo. É necessária a participação do povo em todas as decisões tomadas e isso faz parte das propostas que vamos levar adiante.

Em algum momento você imaginou que, três anos após o golpe, iria ser candidata à Presidência de Honduras?
Nunca imaginei. Nunca pensei que fôssemos avançar tanto e nem que o povo iria perceber a necessidade de mudar radicalmente as coisas de nosso país. Aqueles eram dias de violência e terror e eu via um povo valente enfrentando as armas, lutando contra o poder que de fato estava se instalando no país. Eu me juntei às pessoas. Crescemos em consciência e percebemos que Honduras nunca mais seria a mesma.

A senhora pensa que os setores que planejaram e executaram o golpe e que, dessa forma, estão à frente das instituições de Honduras, vão permitir mudanças?
Eu acredito que o povo defenderá as urnas e confio no desejo expresso pelos eleitores. Vai ser muito difícil implementar uma fraude neste processo eleitoral que vivenciaremos. Confio também nos países amigos, que vão vigiar a transparência desse processo.

A FNRP e o Libre mantêm a posição de que a luta para o poder deve ser pacífica?
Só conhecemos este caminho para o poder. Nós nos opomos ao uso de armas e da força bruta e demonstramos isso durante estes três anos de luta firme, mas pacífica. Os outros são os que usam da violência; nós somos os que tivemos mortos, que sofremos perseguições e violações dos direitos humanos. Nunca levantamos a mão contra algum irmão ou irmã que não possui as mesmas opiniões que as nossas.


Quais vão ser as primeiras medidas que você irá tomar caso seja eleita presidente do país?
O objetivo primordial da aliança Libre será refundar o país e chegar a um verdadeiro pacto social que reconcilie a sociedade hondurenha. No mesmo dia da posse, vamos nos sentar com todos os setores e vamos convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, para iniciar com passos firmes este novo processo e, assim, lançar bases sólidas para a democracia.


Giorgio Trucchi / Opera Mundi
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Postado por Palavras Diversas às 09:46

Do Blog Palavras Diversas


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Posted: 04 Jul 2012 08:05 AM PDT

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