domingo, 22 de abril de 2012

Via Email : SARAIVA 13



SARAIVA 13


Posted: 21 Apr 2012 04:22 PM PDT
Posted: 21 Apr 2012 01:33 PM PDT


Enquanto o país inteiro se alegra com a redução nas taxas de juros, o Jornal Nacional toma as dores dos únicos que lamentam essa queda, bancos e seus acionistas, especialmente o Bradesco, principal anunciante do telejornal da Globo.

Na reportagem que abriu a edição de ontem, o JN buscou aterrorizar a população com uma ameaça sinistra. Segundo a reportagem, a queda dos juros vai levar o governo a mexer na caderneta de poupança, o que seria, na opinião editorializada da reportagem, a única forma de manter atrativos os rendimentos da renda fixa.

Para isso procurou opinião de dois especialistas favoráveis à tese, um economista da FGV e o indefectível ex-ministro Maílson da Nóbrega.

Para dar um ar de isenção, a reportagem coloca um depoimento da presidenta Dilma espremido entre os dois especialistas. Mas, repare as palavras de Dilma, que deveriam derrubar a tese da matéria de uma vez por todas:

Dilma: "O Brasil tem de buscar um patamar de juros similar ao praticado internacionalmente. Tecnicamente, fica muito difícil o Brasil diante do que ocorre no mundo justificar spreads tão elevados. Eu acredito que isso será um processo de amadurecimento do país, que vai nos encaminhar progressivamente para nós termos juros mais condizentes com a nossa realidade", declarou a presidente.


Em seguida a Dilma, entra Maílson, um eterno devedor das Organizações Globo, pois só foi efetivado ministro no governo do presidente Sarney, porque Roberto Marinho aprovou, como Maílson mesmo reconhece:

Maílson: - A Globo tinha um escritório, em Brasília, no Setor Comercial Sul. Fui lá e fiquei mais de 2 horas com o doutor Roberto Marinho. Ele me perguntou sobre tudo, parecia que eu estava sendo sabatinado. Terminada a conversa, falou: "Gostei muito, estou impressionado". De volta ao Ministério, entro no gabinete e aparece a secretária: "Parabéns, o senhor é o ministro da Fazenda". Perguntei: "Como assim?" E ela: "Deu no plantão da Globo" [o Plantão do Jornal Nacional].


Voltando ao JN de ontem. Depois da sonora de Dilma, a matéria segue defendendo sua tese da inevitável mexida na poupança, para fechar com o ex-ministro de Roberto Marinho:

O ex-ministro da fazenda Maílson da Nóbrega diz que é necessário, mas muito difícil mexer na regra da poupança.

"É uma questão delicadíssima do ponto de vista político. A caderneta de poupança é a forma mais popular de economizar dinheiro no Brasil. Tem mais de 50 anos, sem problema, sem calote. É fácil de entender. Então, mudar a caderneta de poupança tem que ser de forma muito bem feita, muito bem preparado, bem esclarecido", avalia.


Repararam? A matéria fala pelo ministro, como destaquei em negrito.

No entanto, hoje, reportagem da Folha mostra a real intenção do governo, já expressa nas palavras da presidenta, mas boicotada na matéria do JN.

Diz a Folha:

O governo Dilma vai pressionar mais uma vez os bancos privados. A expectativa é que eles reduzam as taxas de administração de seus fundos de investimentos para torná-los mais lucrativos, permanecendo mais rentáveis que a poupança.


Ou seja: o governo não cogita mexer na caderneta de poupança. Quer que os bancos diminuam suas taxas e tenham "juros mais condizentes com a nossa realidade", como disse a presidenta.

Esquece a Globo que hoje quem define a política econômica é o governo da presidenta Dilma e não Roberto Marinho.Continue lendo >>


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Postado porAntônio Melloàs14:01
Pra defender lucro de seu principal anunciante, Jornal Nacional ameaça o país com mexida na poupança
2012-04-21T14:01:00-03:00
Antônio Mello
Comentarios 
Posted: 21 Apr 2012 01:27 PM PDT
Com sua "fonte" presa, o denuncismo sumiu da capa da revista Veja. Ela volta-se contra os "baixinhos" (e gordinhos):


Atenção: essa capa NÃO é montagem, nem sátira do blog.
A revista realmente publicou isso aí.

O clone do Prof. Hariovaldo (*) dá o ar de sua graça de novo, no título: "Cristina Kirchner rumo ao abismo populista".

Ah! Uma menção à CPI do Cachoeira. Mas nada de falar sobre os 200 telefonemas do redator-chefe da revista, Policarpo Júnior, nem da previsível convocação para depor do dono, Roberto Civita. A revista desvia o tema apenas para a empreiteira Delta.

Cabe lembrar que a revista ajudou Cachoeira e Claudio Abreu (ex-executivo da Delta) a fazer denúncias contra a diretoria do DNIT para derrubá-la, quando foi do interesse do grupo.

O leitor da revista deve estar atônito. Na semana passada a CPI seria um malefício para desviar do chamado "mensalão", uma cortina de fumaça. Nesta semana a CPI teria utilidade pública: haveria muito o que investigar na Delta.

(*) fictício personagem de humor, reacionário de extrema-direita.

Leia também:
- Com Cachoeira preso, denuncismo some da capa da Veja
Por:Zé Augusto0Comentários 
Também do Blog Os Amigos do Presidente Lula.
 
Posted: 21 Apr 2012 01:22 PM PDT

Consignado chega a 0,75% ao mês.

A Caixa Econômica Federal, que já havia feito o corte histórico nas taxas de juros, voltou a tomar três medidas agressivas no mercado bancário:

- fez um segundo corte nas taxas de juros, após a queda da taxa Selic. O crédito consignado chega a 0,75% ao mês.

- reduziu a taxa de administração de fundos (o que aumenta a rentabilidade para o aplicador);

- A partir de segunda feira, dia 23, as agências da Caixa Econômica Federal em todo o país, ampliarão o horário de atendimento ao público, passando a abrir uma hora mais cedo para atender as demandas do Programa Caixa Melhor Crédito. O novo horário vai vigorar até o dia 11 de maio.

O Banco do Brasil também já havia feito uma segunda rodada de cortes.

Eis as novas taxas de juros da Caixa:
Por:Zé Augusto0Comentários 
Posted: 21 Apr 2012 01:13 PM PDT


Ética jornalística: uma reflexão permanente

Eurípedes Alcântara, Diretor de Redação de VEJA
"A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe."
VEJA nunca permitiu que suas páginas fossem usadas para outro fim que não a busca do interesse público. Sempre que uma denúncia é publicada, alguém ganha e alguém perde. Um ministro cai e outro ministro sobe. Um grupo político é prejudicado e outro grupo político é beneficiado. São consequências normais da divulgação de fatos verdadeiros. Em nosso trabalho cotidiano, essas circunstâncias são tão naturais para nós que nos dispensamos de discuti-las. Mas temos de concordar que as pessoas não diretamente envolvidas em nosso trabalho possam, de boa-fé, não entender completamente a natureza do bom jornalismo que praticamos em VEJA. Refleti sobre nossos critérios, nossas relações com as fontes de informação, enfim, nossa missão jornalística. O resultado é o texto abaixo.
"O jornalismo é feito com fontes de informação. O jornalista não é pago para saber. É pago para descobrir. Por essa razão, as relações do jornalista com suas fontes merecem uma reflexão permanente."
O jornalismo é feito com fontes de informação. O jornalista não é pago para saber. É pago para descobrir. Por essa razão, as relações do jornalista com suas fontes merecem uma reflexão permanente. Os profissionais de VEJA seguem as regras escritas da Editora Abril, cujo Código de Conduta estabelece: "O jornalista da Abril não tem relação de trabalho com, nem presta serviço, ainda que eventual, para qualquer pessoa, empresa ou entidade que seja, ou possa a vir a ser, fonte de informação. A Abril jamais paga entrevistados por informação de nenhuma espécie, de forma direta ou indireta. Sempre que possível, o jornalista deve pagar por almoços e jantares com fontes ou seus representantes. Cabe ao profissional e a sua chefia imediata definir as situações em que a aplicação desta regra pode afetar o relacionamento com a fonte." Posturas Éticas – Guia para Jornalistas e Produtores de Conteúdo do Grupo Abril – Complemento do Código de Conduta."
Em complemento ao Código de Conduta da Abril, a redação de VEJA em seu Plano Editorial anual reafirma que a "independência" é o maior valor de um jornalista da revista. Por independência, diz o Plano Editorial, entende-se que o repórter não aceita nenhuma barganha editorial com as fontes em troca de informações. Em nosso cotidiano, embora seja uma regra não escrita, sempre avaliamos as informações que recebemos das fontes tendo como único metro o interesse público que se confunde com o interesse jornalístico. Isso significa que as inúmeras informações pitorescas ou de caráter pessoal, comportamental ou sexual de autoridades e governantes que nos chegam na forma de fotos, vídeos e gravações nunca são usadas por serem ofensivas e nada ajudarem na compreensão dos fatos públicos.

 "O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações."
Os jornalistas de VEJA estabelecem com suas fontes uma relação em que fica claro desde o primeiro momento que não se trata de uma relação de troca. A fonte não terá nenhum outro privilégio por fornecer informações, a não ser a manutenção do sigilo, caso isso seja do interesse dela. As fontes nunca são desinteressadas das reportagens com as quais colaboram fornecendo informações. Um corrupto que passa informações quer se vingar de outro corrupto ou espera atrapalhar o negócio do concorrente com o governo. Nos dois casos, o jornalista precisa ter noção exata do interesse da fonte e usar a informação quando e somente se a vinda dela à luz servir mais ao interesse público do que ao do próprio informante. Um assassino que revela na cadeia um plano para assassinar o presidente da República é possuidor de uma informação de interesse público – e pelo mecanismo da delação premiada ele pode ter sua pena atenuada ao dar uma informação que impeça um crime ainda pior do que o cometido por ele. Portanto, temos aqui uma situação em que a informação é de qualidade e o informante não, por ser um assassino. O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações.

 "Uma informação de qualidade é verificável, relevante, tem interesse público e coíbe a ação de corruptos."
O repórter que se preza não despreza uma fonte de informação sobre casos de corrupção com base apenas no fato de que o informante é corrupto. Mas como se cativa e se mantém um informante desse tipo sem acenar com alguma vantagem para ele? O jornalista, consciente dos interesses subalternos do informante, deve tentar obter dele o que for relevante para o interesse público – e publicar. O mais provável é que o informante se sentirá gratificado por ter conseguido o objetivo de ver a informação tornada pública e o jornalista também terá cumprido sua missão de trazer à luz fatos que, de outra forma, nunca sofreriam o efeito detergente dos raios solares. Ao jornalista cabe distinguir:
A) se a informação é verificável;
B) se a informação é relevante e de interesse público;
C) se a vinda da informação a público ajudará a diminuir o escopo de ações dos corruptos, entre eles o próprio informante.
Cumpridas as três condições acima, a informação merece ser levada a sério, a despeito, repita-se, da estatura moral do informante.
O bom jornalista não se deixa paralisar estabelecendo como critério só ter como fontes pessoas que passem pelo crivo ético mais elevado. Isso não deve ser confundido de jeito nenhum com a ideia de que vale tudo. O critério de VEJA é claro. As informações precisam ser qualificadas, independentemente da estatura moral do informante. Pessoas de estatura moral questionável podem deter informações de altíssimo padrão de qualidade jornalística. Digamos que a informação trate de uma negociação de pagamento de propina. Quem tem mais condições de contar o que aconteceu? Quem estava lá ou quem não estava lá? A resposta é clara: quem estava lá, ou seja, um dos envolvidos.
Evidentemente, o critério acima não vale para fontes que queiram dar opiniões. Não abrimos espaço para pessoas de baixo padrão moral dar opiniões. No processo de coleta de opiniões, procuramos as mais qualificadas autoridades mundiais para entrevistar, onde quer que estejam. Se uma fonte moralmente discutível testemunhou um fato importante, quer contar o que presenciou e se o que ela narra é verificável por outros meios, consideramos que ela pode ter uma informação que vale a pena ser levada em conta. Se essa mesma fonte quiser dar uma opinião a respeito daqueles mesmos fatos, não aceitamos. A qualidade da informação pode independer da qualidade da fonte. Já a opinião é indissociável de quem a emite. A qualidade de quem opina afeta a qualidade da opinião.

"A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe."
Esse ponto merece uma análise mais detida. Como o jornalista deve diferenciar sua relação quando uma fonte é, digamos, um economista respeitado e outra fonte é um criminoso? O jornalista deve ter em mente que ambos podem ser detentores de informações da melhor qualidade. O criminoso pode ter sido testemunha de um crime e seu depoimento pode ajudar a desbaratar uma quadrilha perigosa. Não se pode desprezar o que ele tem a dizer. É preciso ouvir, analisar, pesar, checar, contextualizar. Um economista respeitado, caricaturando, pode estar teoricamente equivocado sobre algum fenômeno ou pode estar a serviço de algum especial interesse econômico ou comercial. Enfim, ambos valem pelo teor, qualidade e grau de interesse da informação verdadeira de que são detentores. É preciso atentar para o fato de que, mesmo que a fonte seja um assassino esperando a execução de uma sentença de morte (exemplo verídico transformando no livro O Jornalista e o Assassino pela americana Janet Malcolm), ela merece ser tratada com respeito. Se a fonte não tem ética, isso é problema dela. A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.
Quando o jornalista lida com uma fonte que tem uma informação verdadeira, verificável e relevante, ele precisa ter consciência dos interesses particulares do informante. Deve avaliar se o interesse público maior supera mesmo o subproduto indesejável de satisfazer o interesse menor e subalterno da fonte. Se o resultado for positivo, a informação se candidata a ser publicada. Por isso, o jornalista não pode ser amigo de fontes. Não pode aceitar presentes, convites para viagens ou quaisquer outros agrados.
VEJA nunca publicou conteúdos de gravações obtidas ilegalmente, portanto o que segue aqui tem o objetivo apenas de refletir sobre certos limites. Quem se favorece conscientemente do produto de furtos, roubos ou outros crimes é potencialmente cúmplice do autor. Por essa razão, o jornalista que eventualmente receber uma gravação obtida ilegalmente e usá-la em uma reportagem pode estar se expondo aos rigores da lei. Desse modo, ele só deve dar esse passo arriscado quando o custo para a sociedade de desprezar o conteúdo da gravação for muito grande. Se o preço pessoal de evitar um crime ou uma sequência de crimes dando publicidade a gravações ilegais for incorrer em uma transgressão menor, o jornalista tem o dever de considerar correr esse risco. Em VEJA, casos assim jamais são decididos individualmente por um jornalista, mas pela direção da revista. O trabalho jornalístico envolve vários riscos. Como qualquer trabalho. Do cirurgião, do advogado. Do engenheiro. Se ele tomar todos os cuidados, os riscos serão minimizados, mas jamais eliminados. A primeira preocupação de VEJA ao ter acesso a uma informação é entender como a informação foi obtida.
Se a publicação do produto do crime tiver relevância para evitar crimes piores, e mesmo que isso ajude a vender revistas, não se incorre em falha ética. Se um jornalista furtar da pasta de uma pessoa, por exemplo, um plano para explodir a represa de Itaipu e se com a publicação do plano ele evitar o ataque terrorista - e ainda vender mais revistas –, a implicação ética lhe será altamente favorável.

"O bom jornalismo é uma atividade de informação mediada. O jornalista não é um mero repassador de declarações. Ele tem o poder discricionário de não publicar uma acusação ou uma ofensa grave."
As informações obtidas com a garantia de manter o sigilo da fonte trazem desafios adicionais ao jornalista. As informações obtidas de fontes anônimas, que não podem ou não querem se identificar, devem ser usadas preferencialmente como confirmação de dados ou relatos já obtidos de outras fontes. Mas é um erro desprezá-las. Muitas vezes um informante testemunhou fatos relevantes e a única condição que coloca para narrá-los é a manutenção do sigilo sobre sua identidade. A regra básica para errar menos com o uso de fontes anônimas é ter em mente que o leitor pouco ou nada saberá sobre quem deu a informação, portanto o jornalista tem de saber tudo sobre a fonte. VEJA muitas vezes não tem meios de confirmar com outras fontes as informações passadas por uma fonte que pediu OFF. Digamos que uma discussão entre duas pessoas seja contada em OFF por um dos participantes. VEJA não vai publicá-la se a outra pessoa não confirmar? Talvez sim, talvez não. Depende do conteúdo do diálogo passado. A lição é a de que o bom jornalismo é uma atividade de informação mediada. O jornalista não é um mero repassador de declarações. Ele tem o poder discricionário de não publicar uma acusação ou uma ofensa grave. Se o custo de não publicar for prejudicial ao interesse público, o jornalista deve pesar os riscos e corrê-los se necessário.
Uma fita contendo revelações importantes (depois de devidamente periciada e contextualizada) tem valor extraordinariamente maior do que uma frase acusatória, seja em OFF ou em ON. VEJA sempre pericia os diálogos gravados que publicou e guarda esses registros. VEJA já publicou diálogos que lhe foram entregues degravados sem ter tido acesso ao conteúdo original – mas o fez com absoluta segurança da origem do material. Existe uma diferença grande entre uma acusação em OFF e uma fita. A fita, muitas vezes, envolve um diálogo de duas pessoas acusando uma terceira – que pode ser inocente. E ela acaba sendo envolvida num escândalo involuntariamente. Isso raramente acontece na acusação, ainda que em OFF. Por isso, todo o cuidado é pouco com esse tipo de informação.
O documento (depois de periciado e contextualizado) tem valor exponencialmente maior do que uma informação oral, desde que o conteúdo de ambos seja equivalente em relevância. Mas às vezes um documento mente e a informação falada tem mais valor. Exemplo: como forma de mostrar seu distanciamento de uma denúncia de corrupção, o ministro envia um memorando cobrando de seu assessor informações sobre a irregularidade. Esse documento pode ser apresentado pela autoridade como prova de sua inocência. Uma apuração mais aprofundada pode provar que aquele documento não passava de uma armação. Ou seja, cada caso é um caso.
"A regra para lidar com gravações ilegais que registraram atividades de cidadãos ou empresas privadas em seus negócios particulares é: descartar sem ouvir ou assistir – ou, alternativamente, entregá-las às autoridades."
A fita (periciada, contextualizada) tem muito valor. A perícia ajuda a mostrar se a fita chegou à redação em condições de ser usada como prova. Às vezes, as gravações são inaudíveis ou indecifráveis – ou a fita pode ter sido adulterada com o propósito de mudar o sentido das falas. Nesses casos, ela vai para o lixo.
É crucial enfatizar um ponto da mais alta importância. O que se discute aqui é a publicação de informações que dizem respeito à atuação de autoridades e suas relações com terceiros quando tratam de questões que envolvem dinheiro ou outros bens públicos. A regra para lidar com gravações ilegais que registraram atividades de cidadãos ou empresas privadas em seus negócios particulares é: descartar sem ouvir ou assistir – ou, alternativamente, entregá-las às autoridades.
"As informações são tratadas em VEJA como portas que se abrem para a obtenção de novas informações. Todas elas são checadas."
Nenhuma reportagem de VEJA – com a exceção óbvia da entrevista das Páginas Amarelas – é feita com base em apenas uma única fonte de informação. As informações são tratadas em VEJA como portas que se abrem para a obtenção de novas informações. Todas elas são checadas, contextualizadas e comparadas, de modo que os eventuais erros que possam ocorrer sejam aqueles que conseguiram escapar de nossos rigorosos mecanismos de filtragem – e nunca resultado de má-fé.
São Paulo, 20 de abril de 2012

Posted: 21 Apr 2012 01:07 PM PDT


O jornalista-espião Policarpo Jr. participou de bate-papo com uma turma do Curso Abril de Jornalismo. Leia a seguir seus segredos da investigação jornalística.

Sobre ser inocente útil da fonte

O repórter recomendou que se fortaleça o contato pessoal com os informantes. "Combinar um almoço pode ser uma boa. Você tira o camarada de um ambiente formal, deixa-o mais à vontade." No entanto, uma aproximação maior deve ser evitada, para manter a isenção que a profissão requer. "Quando você tem uma 'fonte amiga' ou um amigo 'fonte', pode ser um inocente útil também", comentou.

Sobre câmeras escondidas

A câmera escondida foi outro tema do encontro. O repórter disse que em geral não concorda com seu uso (principalmente na televisão) e questionou a confiabilidade das informações, dada a forma sorrateira como as abordagens ocorrem. "Quando você chega em uma empresa investigada e faz perguntas à secretária de lá, por exemplo... Ela pode contar coisas de que não tem certeza, que supõe que tenham ocorrido... Será que ela pode ser responsabilizada pelo que diz nessas circunstâncias?".

Sobre câmeras escondidas, quando utilizadas por ele

No entanto, Policarpo acredita que há exceções para o uso da câmera oculta. Como exemplo, citou a matéria sobre a propina dos Correios, que desencadeou as denúncias do "mensalão". "Tratava-se de um funcionário público [Maurício Marinho, ex-chefe de Departamento de Contratação da estatal] recebendo propina em um local público. Não havia outra forma de se mostrar o caso", ponderou.

Sobre gravar conversas com a fonte, sem informá-la

Sobre gravar as conversas sem o entrevistado saber, o jornalista mais uma vez se justificou com a omissão. "Ele não me perguntou se eu estava gravando. Se tivesse perguntado, teria que dizer que sim."

Sobre corrupção na mídia

O repórter de Veja considera que o jornalismo investigativo brasileiro está mal. "Os jornais não investem mais nessa área." Ele citou uma matéria que fez na Amazônia e que levou seis meses para ficar pronta. "Tem de ter verba para isso, tem de ter infraestrutura."
À falta de investimento soma-se a sobrecarga dos jornalistas. "Tem pouca gente para fazer muita coisa." Casos de repórteres em Brasília que fazem matérias para diversos meios (como jornais, sites e rádios) são comuns, como conta Policarpo.

Sobre "interferir na realidade"

Apesar das dificuldades, o jornalista lembrou da parte gratificante das investigações. "É muito bom ver as coisas acontecerem", disse a respeito das denúncias que motivam ações judiciais e políticas. "É bom poder interferir na realidade de uma maneira unilateral", completou.

Posted: 21 Apr 2012 12:54 PM PDT
Intolerância religiosa 
O fervor religioso é uma arma assustadora, disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso
Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.
A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres.
Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.
Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.
Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar.
Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.
Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?
Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus?
Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?
O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.
Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás.
Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas.
O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade -quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.
Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.
Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

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Despertando a ira dos fanáticos

Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

Do Blog O Esquerdopata.

Posted: 21 Apr 2012 07:26 AM PDT


"Em entrevista após formatura de diplomatasdo Instituto Rio Branco, a presidenta disse que país precisa atingir patamarinternacional de juros
Redação, Rede Brasil Atual
Apresidenta Dilma Roussef disse hoje (20) que o Brasil tem de equacionartrês amarras e construir o chamado quarto caminho. "As três amarras são:taxa de juro, taxa de câmbio e impostos altos. E o caminho é a educação dequalidade", disse, em seu discurso na cerimônia de formatura daTurma de 2010-2012 do Instituto Rio Branco, no Palácio Itamaraty. Aosdiplomatas formandos, afirmou: "Ao mesmo tempo que combatemos a miséria,temos de ser capazes de responder aos desafios do século 21: ciência,tecnologia e inovação".

Ementrevista coletiva após a cerimônia, a presidenta disse que o país tem debuscar um patamar de juros similar ao praticado internacionalmente. Para ela,não há argumentos técnicos para justificar spreadsbancários (diferença entre os juros pagos pelos bancos às aplicações de seusclientes e aqueles cobrados quando empresta valores aos mesmos) tão altos. 

Para Dilma, reduzir o spread fará parte de um processode amadurecimento que vai levar o país, progressivamente, a ter juros maiscondizentes com a realidade. "Não somos um país qualquer. Somosreconhecidamente um país com uma situação econômica de estabilidade, derespeito. Temos absoluto respeito aos nossos princípios macroeconômicos, decontrole de inflação, de robustez fiscal, da relação dívida com o ProdutoInterno Bruto (PIB). Temos uma situação muito especial em relação às economiasemergentes. Estamos caminhando para taxas maiores decrescimento", disse Dilma."
Foto:Antônio Cruz/ABr
Matéria Completa, ::Aqui::

Enviada por:Nogueira Junior/22:100Comentários
Do Blog BRASIL! BRASIL! 
Posted: 21 Apr 2012 07:16 AM PDT
Posted by on 21/04/12 • Categorized as Análise

Apesar da afetação de arrogância de seus paus-mandados, o italiano Roberto Civita, dono da revista Veja, está perdendo noites de sono com a disposição de cerca de metade do Congresso Nacional de convocá-lo a dar explicações na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que terá início na semana que entra.
Durante a semana que finda, Fábio Barbosa, presidente do grupo Abril, reuniu-se em Brasília com lideranças dos partidos a fim de apresentar um pleito do patrão: não ser convocado a depor.
Há relatos de que Barbosa voltou com a pasta vazia para São Paulo, munido apenas de uma notícia para dar ao chefe: ele colecionou muitos inimigos no Legislativo e, apesar de ter amigos, eles são minoria nas duas Casas legislativas e, assim, dificilmente o capo da Veja não será convocado a explicar uma relação suspeitíssima de sua revista com o crime organizado.
Não é por outra razão que, agora, a grande imprensa escrita – que, inicialmente, tentou ignorar as relações de tenentes da Veja com o crime e a constatação de que incontáveis matérias que a revista publicou originaram-se desses contatos – já trata abertamente do assunto.
As televisões abertas ainda escondem as relações suspeitas da Veja com o crime organizado, mas será difícil que relação tão íntima da revista com os bandidos fique fora dessa mídia quando a CPMI começar a funcionar, pois, nas escutas, a quadrilha de Cachoeira cita reportagens da Veja para favorecê-la, algumas das quais acabaram de fato sendo publicadas.
Além disso, o segredo mais bem guardado sobre a Operação Monte Carlo, até o momento, é o teor amplo dos contatos entre a revista de Civita e a quadrilha. Esse teor, suspeita-se, pode ser muito mais explosivo do que estão supondo jornalistas de outros grandes veículos de comunicação que, tal qual os senadores que apoiaram Demóstenes Torres precipitadamente, nem imaginam o que a Veja andou fazendo nessa cachoeira de corrupção.
O ódio visceral que a mídia nutre por Lula impede que reconheça que ele não é um ingênuo que estimularia uma CPI achando que os adversários políticos e midiáticos não tentariam inverter o foco das investigações, jogando-o contra o governo, o PT e aliados. E que, portanto, sabe muito mais sobre o trabalho da Polícia Federal do que supõem seus inimigos.
A possibilidade de a chapa esquentar para Civita, portanto, não é desprezível. No limite, pode ser considerado membro da quadrilha de Cachoeira, se não for o cabeça. Se isso ocorrer, tal qual o italiano Salvatore Cacciola, Civita pode picar a mula para a Itália a fim de se colocar a salvo da lei brasileira.
Até porque, não haverá de faltar um juiz do Supremo Tribunal Federal para lhe conceder um habeas-corpus às duas da madrugada.

Do Blog da Cidadania.
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