sábado, 14 de novembro de 2009

Como conhecer um analfabeto político

Só a internet para nos oferecer essas duas pérolas:

por Francisco Barreira, clique no link para ler mais

Este texto deve ser lido de forma combinada com o que vem imediatamente abaixo dele.

Iniciamos hoje a série Como Conhecer um Analfabeto Político que compõe o perfil desta figura muitas vezes simpática e com a qual convivemos diariamente no lar, no trabalho e no bar. Envie sua colaboração.

1- O analfabeto político não se cansa de dar “uma cervejinha” pro guarda, depois se indigna com a corrupção policial.

2- Na fila, ele amaldiçoa o caixa lerdo, mas em nenhum instante supõe que os banqueiros colocam à sua disposição um número insuficiente de caixas.

3- Se grisalho, ele com certeza foi defensor da ditadura, mas permite que apenas o Bolsonaro confesse isto por ele.

4- É contra o aumento do salário dos trabalhadores, porque eleva a inflação e o Custo Brasil, mas também é contra a Bolsa Família, porque é populismo, paternalismo ou é dar a vara ao invés de ensinar a pescar . Quer que o povo se exploda.

5- É contra as cotas, mas descobre-se negro quando seu filho vai prestar vestibular.

6- Barbeia-se diariamente ao espelho supondo estar barbeando um Kennedy e morre de ódio, quando, num lampejo de lucidez, vê apenas um Lula.

7- Não está preparado psicologicamente para suportar o sucesso, um novo patamar na sua vida e na do País. Tem um pacto secreto com o fracasso ou simplesmente teme uma situação nova. Por isso, o Brasil protagonista da cena mundial o assusta e o irrita. Faz com que ele torça contra.

8- Manda aumentar o muro de seu condomínio e em nenhum momento estabelece uma relação de causa e efeito entre a violência urbana, o inchaço da cidade e a ausência secular de uma política consistente de reforma agrária, de fixação do homem à terra, como os franceses fazem desde Napoleão.

9- Adora caçar políticos, sem perceber que estes, em matéria de gatunagem, são fichinhas perto do banqueiros.

10- Só se lembra da saúde pública quando é traído pelos planos particulares.

18-9-09

Por que os analfabetos políticos
pensam que Lula é analfabeto


A figura do analfabeto político foi criada por Bertold Brecht para exprimir o burguês letrado, por vezes erudito, que absolutamente não consegue compreender a realidade que o cerca. Não confunda com o alienado que, eventualmente, pode ser analfabeto de fato. Estamos lidando com uma figura que exprime muito bem, por vezes em várias línguas, a total insipidez de seus raciocínios.

Vejamos dois casos específicos: Ricardo Noblat e Diogo Mainardi, dois festejados profissionais da mídia que pensam exatamente como pensam seus patrões, proprietários de vetustos veículos de imprensa. Ambos, com suas tiradas, levam a burguesia brasileira ao delírio. Não cuidemos de suas personalidades, para poupar o leitor mais apressado. Avancemos diretamente para seus pensamentos sínteses garimpados por nossa equipe após exaustiva pesquisa. De Noblat recolhemos esta pérola com a qual ele retrata, com traços de artista e observado atento, a atual realidade brasileira que provoca tanto espanto aqui e tanta admiração lá fora: O presidente da República é um “trapalhão”. Mainardi foi mais específico ao dizer que “o Brasil tem este efeito: nunca consegue inspirar algo que preste”.|

Nelson Rodrigues criou a frase lapidar ao dizer que “brasileiro tem complexo de vira-lata”. Pensamento que reflete do ponto de vista sociológico e amplo ( coletivo), algo que os analistas, definem (no âmbito individual) como o pacto secreto com o fracasso. O equívoco de mestre Nelson, no entanto, foi o de supor que estava se referindo ao conjunto do povo brasileiro (cuja profissão é a esperança) quando na realidade exprimia um sentimento específico (negativista) das assim chamadas classes dominantes. Classes estas às quais ele pertencia e que jamais suportaram ter que ver ao espelho , no ato diário de barbear-se, não um europeu refinado de olhos azuis, mas “um mulato tacanho”, como elas definem pejorativamente o povo, sem perceber, porque são analfabetas políticas, que estão se auto-definindo. Noblat e Mainardi gostariam de ver ao espelho todas as manhãs o Ted Kennedy. Mas ficam possessos por que vêem o Lula.

Nenhum comentário:

Postagens populares