terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lula no FSM: Hoje somos parte essencial e incontornável da solução da crise internacional

Andrei Netto, Estadão.com.br

"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou países e líderes do G-20 nesta segunda-feira, 7, em Dacar, Senegal. “Eu participo do G20 (na verdade, não participa mais). Não pensem que lá tem sensibilidade para o problema da fome, para os pobres do mundo. Só fomos chamados para as reuniões dos países ricos porque eles estavam em crise e precisavam da nossa ajuda”, disse.

Lula discursou nesta segunda-feira, 7, como destaque da 11ª edição do Fórum Social Mundial, que tem como tema “As Crises do Sistema e das Civilizações”. ”Essas reuniões são nosso encontro com as ideologias que diziam estar perdidas. No Fórum nos reunimos para dizer que um outro mundo é possível e necessário. Esse é um sonho que não vamos abandonar nunca”, disse.

O ex-presidente ainda criticou os EUA. Segundo ele, a Rodada Doha só não foi finalizada em 2008 porque os EUA não quiseram. “Mas essa não é uma briga só de presidentes, também de ativistas como vocês”, acrescentou. Lula ainda condenou a especulação sobre preços e matéria prima.

Em sua fala, Lula também destacou as conquistas sociais de seu governo, como a criação de 15 milhões de empregos com carteira assinada e o “maior salário mínimo em 40 anos”, entre outros exemplos.

O ex-presidente também criticou “aqueles que pregavam o fim da história”. “É cada vez mais forte a consciência de que o Consenso de Washington faliu. Aqueles que com arrogância nos davam insttruções não evitaram a crise. Hoje somos parte essencial e incontornável da solução da crise internacional”, afirmou.

Até recentemente predominava a tese de que o desenvolvimento só era possível para uma pequena fatia da população, qualquer esforço para afrontar a pobreza era visto, e ainda o é, como assistencialismo e populismo. A história está se encarregando de desmentir essas teorias. Felizmente já não predomina a tese do estado mínimo, mas não podemos substituir um neoliberalismo que faliu por um nacionalismo primitivo e autoritário”, acrescentou.”
Foto: Noel Kokou Tadegnon, Reuters
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