quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Brasil e Lula vistos pelo mundo

Copiado do Portal Vermelho


Editorial

15 de Novembro de 2009 - 16h05

O Brasil e Lula vistos pelo mundo
Para utilizar uma imagem muito usada pelo presidente Lula, talvez nunca na história deste país falou-se tanto do Brasil e de seus dirigentes na imprensa mundial. Na verdade, o que mais se lia anteriormente eram referências elogiosas e ao mesmo tempo preconceituosas sobre o carnaval, as maravilhas naturais brasileiras, a beleza extraordinária de suas mulheres e a capacidade pentacampeã de seus jogadores de futebol, sem deixar de lembrar nosso período de liderança nas pistas da fórmula 1.

Como diz a revista The Economist em sua última edição - com capa dedicada ao Brasil – nosso país era visto com desconfiança nos começos da década quando ainda era mais conhecido pelo carnaval e o futebol, por ser um país com “instabilidade política crônica” e um crescimento econômico tão pequeno quanto os trajes de praia. Na reportagem de capa, O Brasil decola, entretanto, a revista faz um balanço da situação econômica e social sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e destaca que o Brasil foi um dos últimos paises a sentir os efeitos da atual crise econômica e um dos primeiros a deixá-la. E reforça a idéia de que por volta de 2014 o Brasil poderá ser a quinta maior economia do mundo, superando a Grã-Bretanha e França.

Em entrevista recente, o atual candidato da Frente Ampla do Uruguai, qwue saiu na frente no primeiro turno da eleição presidencial, José “Pepe” Mujica, disse sobre Lula: “Ele negocia, tem a paciência de um velho dirigente sindical. Aliás, aqui entre nós, deveríamos clonar o Lula pela América Latina”. O presidente dos EUA, Barack Obama, já havia dito que “Lula é o cara” e a revista Forbes incluiu o presidente brasileiro na lista das personalidades mais poderosas do mundo.

De fato, uma das qualidades de Lula é ter superado a chamada grande imprensa como intermediária entre a sua liderança e o público brasileiro. Essa mídia fez de tudo para se colocar como instrumento de comunicação entre a elite e o povo. Lula rompeu esta tradição e diz: “Sempre procuro me comportar com a maior humildade possível. Gosto de falar com o povo. Odeio intermediário com o povo. Esse negócio de gente falar por mim, eu não gosto. Por isso, falo muito”.

Na entrevista que concedeu à bíblia do sistema econômico e financeiro mundial, o jornal Financial Times, em Londres, o presidente brasileiro foi apresentado aos seus leitores da seguinte forma: "Para Lula e seus 190 milhões de conterrâneos, a memória do país comparecendo regularmente diante do Fundo de chapéu na mão ainda machuca. Apenas uma década atrás, nas crises financeiras da Ásia e da Rússia, o Brasil foi forçado a desvalorizar sua moeda, o real, e pedir créditos de emergência ao FMI. Porém agora as coisas se inverteram. 'Fomos um dos últimos países a entrar na crise global e um dos primeiros a sair', diz o ex-torneiro mecânico". Sobre como o Brasil tem se esforçado para sair da crise Lula respondeu: “Bom, primeiro de tudo, acredito que é importante para você entender o que aconteceu no Brasil antes da crise. Estávamos determinados a acabar com a paralisia que o Brasil sofreu durante os anos 80 e 90. O Brasil teve de voltar ao caminho do crescimento e investir em infra-estrutura como condição para o sucesso nas décadas futuras”. E, quando veio a crise, “o Brasil já estava fazendo muitos investimentos, coisa que outros países só começam a discutir hoje”.

Isto é, o país saiu da passividade e a que foi empurrado pela política econômica neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, mantendo sua posição subalterna e fazendo tudo o que o FMI mandava, esquecendo a soberania nacional e os interesses do país. Isso mudou – e o resultado é o sucesso do país internamente e pelo mundo afora, colocando o Brasil pela primeira vez entre aqueles que decidem os destinos da humanidade. Esse reconhecimento externo – de autoridades e da mídia que, essa sim, faz a cabeça das elites mundiais, é o resultado das mudanças de postura alcançadas desde a ascensão de Lula à presidência.

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